terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Estrogênio e seu papel no corpo da pré-mãe

No último post falei um pouco da progesterona e seu papel no ciclo da mulher. Hoje é a vez de conhecer melhor o Estrogênio, que junto com a progesterona, desempenha papel importante no corpo da pré-mãe.

Embora seja tratado como um hormônio, na verdade, o que chamamos de estrogênio é um grupo de hormônios, que são principalmente o estradiol, estriol e estrona. Também conhecido como estrógeno, é o responsável pelas características femininas pois comanda o crescimento das células, de forma a determinar o tamanho dos seios, a textura da pela e dos cabelos, o crescimento dos pelos, onde serão depositadas as gorduras corporais (sendo determinante para reduzir o risco de doença cardiovascular), protege as células nervosas e prepara o corpo para a gravidez.

Estrogênio no ciclo menstrual


No início do ciclo menstrual, a hipófise estimula a secreção de FSH que indicará a produção de estrogênio nos ovários e liberado na primeira fase do ciclo menstrual. O estrogênio é o responsável pela proliferação das células do endométrio (camada mais interna do útero) e também a estimulação do LH que irá estimular o crescimento do óvulo. O hormônio luteinizante (LH) é quem determina quando o óvulo está maduro e pronto para ser liberado. O nível de estrogênio elevado nesse período do ciclo (imagem abaixo) também originam a produção de muco cervical mais fino e transparente na altura da ovulação, o que ajuda os espermatozoides a nadarem e a sobreviverem durante mais tempo. 


Após a liberação do óvulo, o corpo amarelo (membrana que envolvia o óvulo) passa a secretar progesterona, que passará a gerar os estímulos necessários para o desenvolvimento do endométrio até que haja ou não fecundação. Caso não haja implantação do embrião (nidação), os níveis de progesterona e estrogênios caem, dando início a um novo ciclo (Leia mais detalhes do ciclo menstrual aqui) com a secreção de mais FSH que indicará a preparação de um novo óvulo para desenvolvimento. 


Para simplificar, temos o ciclo dividido em fases:
  • Fase menstrual: corresponde aos dias do ciclo em que está ocorrendo sangramento.
  • Fase proliferativa (estrogênica): período de secreção de estrógeno pelo folículo ovariano, que se encontra em desenvolvimento.
  • Fase secretora (lútea; progesterônica): Inicia-se após a ovulação e se caracteriza pela ação da progesterona. Nessa fase, o útero está pronto para receber o embrião (é a nidação).
  • Fase pré-menstrual (isquêmica): período que antecede a próxima menstrual, caracterizando-se pela redução das taxas de estrógeno e progesterona, onde o endométrio deixa de receber seu suprimento sanguíneo.

Baixo nível de estrogênio 


A baixa produção de estrogênio pode acarretar num ciclo menstrual desregular. Alguns sintomas como ondas de calor ou fogachos que são típicos da menopausa podem indicar que há deficiência do hormônio. Pode haver uma sensação de ressecamento vaginal, bem como a redução do apetite sexual, insônia, irritabilidade, dores de cabeça, palpitações cardíacas, déficit de atenção ou dificuldade de lembrar das coisas. Em alguns casos, certas condições médicas, como enxaquecas, ataques de pânico, depressão e infecções vaginais pode ser desencadeada devido a baixos níveis de estrogênio. 

Quais as causas?


O déficit de estrogênio pode ser uma causa secundária de outra doença, nesse caso, deverá ser feito um controle hormonal para descartar essa possibilidade. Normalmente, a deficiência de estrogênio em mulheres se dá por causa da menopausa. Baixo peso corporal e exercício excessivo são outras causas de baixos níveis de estrogênio. As pílulas anticoncepcionais também, eventualmente, leva à deficiência de estrogênio. Certas doenças podem levar a baixos níveis de estrogênio como a síndrome de Turner e distúrbios da tireoide. Em alguns casos, doenças da hipófise também podem levar a baixos níveis de estrogênio em mulheres.

Como tratar?

Geralmente a opção no caso de baixo nível estrogênico é a reposição hormonal, contudo, pode acarretar num círculo vicioso já que o corpo não produz naturalmente o hormônio, com o passar do tempo, pode haver necessidade de não descontinuar o tratamento. Isso aumenta também os riscos de derrame, doenças cardiovasculares e até câncer. 

Nesse caso, o melhor é optar por uma dieta que contribua para elevação dos níveis de estrogênios naturalmente. Redução do consumo de gorduras, inclusão de frutas e verduras que contenham o fito-hormônio em sua composição como a soja, são as opções mais utilizadas. 


É muito importante estar atenta aos sintomas que podem indicar um desequilíbrio hormonal que compromete as tentativas de engravidar. Muitas vezes, apenas alterações simples, como as alimentares, podem contribuir e muito para que o período de espera pelo positivo seja diminuído. Espero que tenham gostado e até a próxima. 






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