sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Mãe adotiva pode amamentar: Conheça a Translactação!


Amamentar é um ato de amor! Essa é uma linda e verdadeira frase. O momento da amamentação é quando a conexão entre mãe e filho se estreita. Quando a mulher passa pela gestação, normalmente esse momento é muito esperado. Mas e quando a mãe não gerou seu filho? Algumas pessoas não sabem, mas mesmo a mãe adotiva pode amamentar seu filho! Esse sonho de amamentar não precisa ser exclusividade das mulheres que engravidam e passam pelo parto. Mães adotivas também podem nutrir o filho dessa maneira graças à Translactação ou indução à lactação (também chamada de lactação adotiva).

O que é Translactação?



A translactação é uma técnica que consiste em colocar o bebê ao peito para mamar o leite da própria mãe retirado previamente através de uma sonda que é coloca próxima do mamilo. Esta técnica é muito utilizada em casos de bebês prematuros, que não possuem força suficiente para sugar o leite materno ou que precisaram ficar em encubadoras no hospital e serve para estimular a produção de leite materno.

Translactação e Relactação


A translactação e a relactação são técnicas semelhantes, porém, a diferença é que a relactação é aplicada pelas mães que já amamentaram em algum momento da vida e querem voltar a produzir leite para alimentar um bebê, seja ele biológico ou não. A translactação ou lactação induzida é um termo utilizado para estimular a produção de leite em mulheres que nunca amamentaram, como em casos de adoção. 

Como funciona a técnica de Translactação?


A técnica consiste em colocar no mamilo da mãe uma pequena sonda ligada a um recipiente com leite industrial ou materno. Quando o bebê suga o seio, recebe o conteúdo pelo tubo acoplado. Por meio da sucção contínua, a produção de leite da mulher é estimulada. Desta forma a criança também aprende, gradativamente, a associar o peito materno à alimentação. 

Se o bebê estiver muito irritado ou ansioso para mamar, os especialistas indicam deixar que ele sugue o peito de 15 a 20 minutos sem a sonda, para estimular a produção de leite. Quando ele começar a reclamar, coloque a sonda junto ao seio, no canto da boca da criança.

Para potencializar a sucção, a mãe também pode interromper a mamada da criança de tempos em tempos. Basta dobrar um pouquinho a sonda, para não permitir que o leite passe, deixando o bebê sugar por mais tempo.

Técnicas auxiliares da translactação




Para que a prática da translactação seja efetiva, é necessário associar outras técnicas, como massagens nas mamas e movimento de ordenha manual, pode-se utilizar também uma bomba de leite. 

Os medicamentos que podem incentivar a produção láctea nas mulheres são os galactogogos. No caso de mães de filhos adotivos, o indicado é que a preparação comece um mês antes da adoção. Alguns médicos indicam o uso de homeopáticos à base de alfafa, que estimula a secreção de prolactina.

Material para translactação



Para utilizar a técnica, não é necessário nenhum equipamento sofisticado. É possível usar uma sonda uretral ou nasogástrica número quatro, com a ponta cortada, fazendo dela um canudo, e um copo de vidro esterilizado ou uma chuquinha, fazendo um furo grande na ponta do bico (a ponto de conseguir encaixar a sonda).

A sonda é um item barato, a unidade custa cerca de 80 centavos. Ela deve ser descartada após cada uso, embora seja possível lavá-la utilizando uma seringa com água, mas a higienização não é garantida. Há a possibilidade também do uso do kit de translactação, vendidos em farmácias. 


Kit Translactação
Kit Translactação















Qualquer que seja o método de translactação escolhido, a mãe deve ter alguns cuidados como colocar o recipiente com o leite mais alto do que a mama para o leite fluir melhor, ferver o material 15 minutos antes todas as vezes que o for usar, lavar o material com água e sabão após cada uso e trocar a sonda após 2 a 3 semanas de uso.

Quanto tempo até que a mãe consiga amamentar


Os bebês não costumam apresentar resistência ao uso desta técnica e após algumas semanas é possível fazê-lo mamar no peito, sendo, por isso, muito importante não dar a mamadeira ao bebê durante este processo. É preciso ter paciência para produzir o próprio leite. Algumas mães levam até quatro meses para alcançar esse objetivo. 

É importanter manter um contato com o pediatra da criança, já que nem sempre o resultado é próspero a ponto de a produção de leite dar conta da necessidade do bebê. Por isso, o uso de leite artificial pode ser necessário.

Amamentar é um ato de amor! Sim, a mãe deve manter-se firme e paciente para o sucesso da técnica. Aproveite os momentos para curtir o seu filho e estreitar ainda mais esse lindo laço de amor. Até a próxima!

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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Bebê pode dormir junto com os pais?


Preparar o quarto do bebê com todos os detalhes e até com a poltrona de amamentação é o sonho de muitas mães. Outras preferem que o bebê compartilhe com elas a cama do casal. Aqui temos um ponto de grande discussão. Será que dormir com os pais atrapalha o desenvolvimento do bebê? Deixá-lo no próprio berço será mais adequado? É melhor dormir com o bebê junto (ajudando no cuidado e amamentação) ou deixar que ele fique no seu quarto separado? Vejamos algumas considerações:


Dormir junto sempre é perigoso?


Cuidado com esse tipo de questão. Depende muito do significado desse dormir junto... Dormir junto com o bebê no sofá, por exemplo, é perigoso pois ele pode sufocar nas almofadas, cair no chão ou mesmo o responsável pode sufocá-lo sem perceber. Então quando alguém diz que o bebê faleceu por dormir junto de alguém, tenha cuidado de saber que forma era esse "junto"! Um relato que não esclare esses fatos podem conduzir a uma conclusão equivocada. 


O sono e o risco de morte súbita


Entidades dedicadas ao estudo da morte súbita do lactente desaconselham a cama compartilhada, assim como a Academia Norte-Americana de Pediatria (AAP), citando riscos como o de sufocamento. 

A síndrome da morte súbita pode ser compreendida como o óbito de crianças entre 1 a 12 meses de vida sem causas esclarecidas após a autópsia completa. A incidência maior acontece com bebês entre 2 e 4 meses. Por esse motivo a recomendação é de a criança não durma junto com os pais. Novamente, aqui devemos ter cuidado com o termo JUNTO utilizado, já que dormir no mesmo quarto dos pais mas no berço separado também pode ser denominado de dormir junto com os pais, mas que não representa o mesmo risco para o bebê.


Criança deve crescer independente


Para aqueles que defendem que a criança deve ter seu próprio quarto, além da questão relacionada com a saúde do bebê, prevenindo a morte súbita, está a construção da independência e autonomia da criança além de manter a própria privacidade do casal, que, segundo eles, é afetada com a presença do filho no quarto. Outro argumento utilizado é que a criança precisa aprender a ficar sozinha construindo intimidade com seus brinquedos e com seu próprio ambiente. 

Esses argumentos são bem intecionados mas até que ponto esse tipo de argumento não está tentando apressar o desenvolvimento do bebê? Afinal, um bebê deve ter o direito de ser um bebê e não um mini adulto que já sabe o que quer da vida! 


Dormir sozinho cria independência?


Na realidade, crianças que dormem sozinhas tendem a ter dificuldades de ser independentes pois não se sentem seguras para explorar e conhecer o mundo. Como isso é possível? Para entender isso, basta pensar em um dia estressante. Quando se teve um dia difícil, você prefere tomar um vinho e desestressar sem a menor interação possível a fim de que o dia acabe ou prefere ir falar com pessoas que nunca viu na vida para compartilhar sua vida? A grande maioria prefere o isolamento ao convívio com novas pessoas em momentos de estresse. Da mesma forma, a criança passa por um momento de estresse na hora de dormir. A criança foi gerada em um ambiente barulhento (pelos sons do coração e dos órgãos da mãe) e esse é o ambiente em que ela se sentia segura. Num quarto separado, o ambiente é novo, em geral tranquilo e isso traz muita insegurança para o bebê. Esse estresse faz com que a criança produza mais cortisol (hormônio que dificulta o relaxamento) o que irá impedir um sono tranquilo. Um bebê estressado irá sentir-se mais retraído e com menos ânimo para explorar o mundo a sua volta. 


O outro lado da moeda


Bebês que dormem com os pais passam a sentir-se mais seguros pois sabem que terão apoio a qualquer momento. O contato com os pais promove mais ocitocina, hormônio relacionado ao bem estar. Assim a criança terá mais segurança fazendo com que seja mais fácil explorar melhor o ambiente em que vive. Como isso é possível? Devido ao conforto de ser socorrido em momentos estressantes como em caso do reflexo de Moro

Todos os recém-nascidos possuem o reflexo de moro, que o faz se assustarem e costuma ocorrer enquanto dormem. (Para aqueles que não têm mais um recém nascido, até os 3 meses de idade, enquanto dorme, os braços e pernas do seu bebê tremem como se ele estivesse caindo. Esse é o reflexo de moro). Se a sua criança estiver no colo de um adulto ou estiver por perto (como em um berço grudado à sua cama, com a grade lateral abaixada), é muito mais fácil controlar o reflexo e acalmá-lo antes que acorde e entre em pânico. Contudo, se você não estiver segurando o bebê, o reflexo de moro vai acordar seu bebê em pânico. O cortisol estará então circulando pela sua corrente sanguínea e vai demorar bem mais tempo até você conseguir acalmá-lo. Muitos pais passam por isso quando são acordados por um bebê que está gritando. Quando isso acontece, o que o bebê aprende a partir dessa experiência? Que o mundo não é um lugar seguro e que deve estar sempre alerta. Quando seus níveis de estresse estão constantemente altos, você aprende a estar mais vigilante para conseguir manter-se longe de perigos em potencial. Ao contrário dos bebês que são acalmados imediatamente pelos pais (já que estão por perto) que aprendem que o mundo é um lugar seguro!


Como dormir junto de forma segura?


Algumas medidas devem ser tomadas por quem deseja compartilhar as noites de sono com o bebê:

Berço separado - Para evitar a preocupação de sufocar a criança, o melhor é dá preferência ao berço separado da cama. Existe a opção de berço acoplado à cama ou ainda com a grade abaixada encostado à cama. Tome cuidado para que não fique um vão onde o bebê possa cair ou ficar preso. Além de permitir que o bebê fique bem perto, ainda traz mais tranquilidade aos pais por ter risco reduzido de sufocamento ocasionado pelos pais. 



Berço livre de bichinhos e decorações - Apesar de lindinhas, as decorações e protetores de berço na verdade trazem mais riscos ao bebê. Além de juntar poeira, eles trazem mais riscos de atrapalhar a respiração da criança. O mesmo acontece com excesso de roupinhas (Aprenda aqui: Como agasalhar o bebê?) e bichinhos de pelúcia. Não embrulhe o bebê com nenhuma manta. Os bracinhos dele precisam ficar livres para se movimentar, assim a mãe vai conseguir notá-lo melhor. Mesmo lençóis devem ser bem ajustados para que não se soltem em caso de puxados.

Barriga para cima - É a posição mais segura para o bebê. A criança respira melhor e tem menos risco de engasgo – caso vomite, ela vai girar a cabeça para o lado. De barriga para baixo, só quando ele estiver acordado para ajudar o desenvolvimento motor e muscular e a minimizar o risco de plagiocefalia – quando o crânio do bebê tem alguma deformidade pela pressão que sofre em apenas um dos lados. Mas sempre, sempre, sempre com um responsável ao lado dele!

Posição da cama - Em casos de cama compartilhada, ela deve ser posicionada contra a parede ou outro móvel para garantir maior segurança. Lembre de verificar também se não há nenhum vão por onde a criança possa cair ou ficar presa. Uma maneira barata de evitar que o bebê fique preso entre a cama e a parede é enfiar um travesseiro comprido nesse espaço, de modo que a superfície fique firme ao toque.


Considerações para cama compartilhada:


O bebê deve ficar entre a parede ou móvel e a mãe. Esta tem um instinto natural que garante que acorde mais rapidamente em casos de eventualidades onde o bebê precise de socorro. Caso a mãe não tenha essa sensibilidade ao dormir, o melhor é que a criança fique no berço separado.  

Embora o berço separado seja uma opção mais segura em comparação com a cama compartilhada, alguns pais podem preferir essa opção ao invés de adquirir um berço (seja por razões financeiras ou não!). Nesse caso, deve-se considerar alguns cuidados:

Sua cama deve ser absolutamente segura para seu bebê. Se possível prefira o colchão no chão, com a certeza de não existir nenhum vão onde seu bebê possa ficar preso. O colchão deve ser plano, firme (superfícies macias podem facilitar o sufocamento) e liso. 

Cama grande e confortável - Utilize um colchão bem grande para fornecer amplitude de espaço e conforto para todos.

Não durma com seu bebê se você tiver bebido álcool, se tiver usado qualquer droga ou medicação, se você em especial costuma dormir profundamente ou se está sofrendo privação de seu sono e acha difícil acordar-se.

Não durma com seu bebê se você for uma pessoa grande, uma vez que um pai acima do peso constitui-se em risco provado para o bebê, na situação da cama compartilhada. Ele pode rolar na direção da inclinação.

Nunca deixe seu bebê sozinho em uma cama de adulto a não ser que esta cama seja perfeitamente segura para ele, tal como um colchão firme no chão de um quarto à prova de criança, e somente quando você estiver por perto ou atenta, escutando o bebê através de um monitor (babá-eletrônica) confiável. 

Proteja ao redor da cama - Eventualidades podem acontecer e para isso o melhor é assegurar que há uma proteção ao redor da cama. Se o quarto tiver um piso muito rígido, coloque tapetes perto da cama para amortecer possíveis quedas.

Não fume! -  Algumas pesquisas comprovam que o risco de morte súbita aumenta em recém-nascidos que dormem junto com mães fumantes. Se você se encaixa na categoria, NÃO é recomendado dividir a cama com o seu filho.


Relacionamento do casal


Para alguns casais, a presença do bebê na cama torna mais difícil encontrar tempo para momentos de intimidade e sexo. Outros, porém, acreditam que isso os força a ser mais criativos na busca de soluções para ficarem sós. 

Se o seu filho dormir na sua cama, é bem provável que você precise planejar a hora de estar a sós com seu parceiro, em vez de esperar que ela aconteça espontaneamente. Dependendo da forma como você esteja se sentindo, isso pode ser um peso ou uma diversão. 

De qualquer maneira, a decisão de levar o bebê para dormir na cama ou no quarto dos pais precisa ser conjunta do casal, para que não haja risco de afetar a relação dos dois. Toda decisão feita com base no amor, respeito e entendimento mútuo só trará benefícios para toda a família! Até a próxima!

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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Síndrome do Hiperestímulo Ovariano - SHO


Diversas são as técnicas utilizadas hoje em dia para ajudar a mulher que tem o sonho de engravidar. Normalmente essas técnicas são (e DEVEM SER) acompanhadas pelo médico e isso é fundamental para evitar problemas no futuro. Muitas vezes, a ansiedade de engravidar faz com que a mulher decida utilizar um remédio sem acompanhamento médico e isso traz sérios riscos não apenas a sua saúde mas também ao sonho do positivo. Dentre os remédios para engravidar mais utilizados sem conhecimento médico, os indutores de ovulação costumam ser os que mais se recorrem para apressar a gravidez. O que poucas mulheres sabem é que há um risco sério ao usar o indutor que é a Síndrome do Hiperestímulo Ovariano (SHO, ou OHSS na sigla em inglês). Conheça mais a respeito dessa síndrome e também quais cuidados que se deve ter com o uso dos indutores de ovulação.


O que é a Síndrome do Hiperestímulo Ovariano?


Para entender a síndrome, primeiro vamos entender um pouco sobre os indutores de ovulação. O indutor de ovulação é um medicamento que causa um estímulo maior nos ovários para que produzam mais folículos ovulatórios. Assim, há uma chance maior de que ocorra a ovulação e assim a gravidez. 

E como ocorre a SHO? O hiperestímulo é a resposta exagerada ao medicamento. Algumas mulheres têm uma "alta resposta" ao estímulo hormonal, produzindo mais do que 20 óvulos em um único ciclo. Esta resposta exagerada pode resultar em complicações, em alguns casos graves, caso medidas de segurança não sejam tomadas.


Quais os sintomas da SHO?


Os sintomas do hiperestímulo podem aparecer antes ou depois da ovulação propriamente dita, alguns são: 
  • Náuseas e vômitos
  • Dor abdominal muito forte
  • Vontade frequente de urinar
  • Sede acima do normal
  • Urina escura, em pequena quantidade
  • Diarreia
  • Prisão de ventre
  • Dificuldade para respirar
  • Pernas vermelhas ou inchadas
  • Ganho rápido de peso (mais de 1 kg em um dia)


Os ovarios aumentados por si só já podem trazer incômodos para a paciente, mas outras complicações como a formação de ascites (acúmulo de líquido dentro da cavidade abdominal) e diminuição da diurese (volume urinário) podem acontecer. Em casos mais graves (e felizmente mais raros) pode ocorrer acúmulo de líquido nos pulmões e trombose.


Quem corre mais risco de sofrer hiperestímulo?


Os médicos que cuidam de tratamentos de fertilidade costumam ir monitorando, através de ultrassons, a resposta de cada mulher à droga, para modificar a dose conforme a necessidade. Não há como prever se alguém sofrerá de hiperestímulo, nem como vai responder aos indutores, mas há alguns fatores que influenciam. Corre mais risco, a princípio, quem: 

  • Tem menos de 35 anos
  • Baixa Massa Corpórea
  • Sofre de síndrome dos ovários policísticos
  • Total de 15 ou mais folículos antrais, ou seja, a contagem dos folículos nos primeiros dias do ciclo, antes do início das medicações
  • Está usando a gonadotrofina menopáusica humana (hMG) para induzir a ovulação, especialmente se em conjunto com o hormônio hCG.
  • Altos níveis de hormônio antimülleriano
  • Já teve algum episódio de hiperestímulo


Pode acontecer com mulheres que não possuem este perfil quando altas doses de gonadotrofinas (FSH e LH) são dadas a paciente, fazendo com que esta tenha uma elevação dos níveis de estradiol,  um número elevado de folículos  e de óvulos capturados.


Classificação da SHO


A síndrome do hiperestímulo ovariano ocorre entre 0,6% - 10% nos ciclos de tratamento em fertilização in vitro sendo que a forma severa ocorre em 0,5 – 2% destes mesmos ciclos. Ela é classificada em leve, moderada e severa. Veja a imagem abaixo:



O perigo do hiperestímulo


Os casos graves de hiperestímulo ovariano podem colocar a vida da mulher em risco, embora casos de tamanha gravidade sejam raros. O abdome se enche de líquido (na chamada ascite), e às vezes até o peito e a membrana que envolve o coração são atingidos pelo líquido. 

Embora esteja com o corpo cheio de líquido, a mulher fica desidratada, e os órgãos como pulmões, rins e fígado param de funcionar direito. Também existe o risco de a circulação sanguínea ser prejudicada, com o perigo de formação de coágulos. 

Outro problema é os ovários ficarem danificados pelo inchaço, o que pode prejudicar a fertilidade futura. 


Como tratar o hiperestímulo ovariano?


Nos casos mais leves é recomendado repouso, ingestão oral de líquidos para hidratação com água de coco e isotônicos, reposição Salina (Gatorades), alimentação rica em proteínas (inclusive com uso de Whey Protein), analgésicos que auxiliam no controle da dor, bem como meias de compressão para ajudar na recuperação. A paciente deve se abster de relações sexuais para não ter risco de engravidar.

Nos casos graves, a hospitalização é necessária, até em UTI (unidade de tratamento intensivo), para administrar soro pela veia, monitorar o funcionamento dos órgãos e às vezes para drenar o líquido do abdome, procedimento que pode ter de ser repetido várias vezes. 

Não existe um medicamento que interrompa o acúmulo de líquido. O máximo que os médicos podem fazer é cuidar dos sintomas enquanto o efeito do medicamento causador vai diminuindo. 


Por que não se deve engravidar com hiperestímulo?


O risco de engravidar com um quadro de hiperestímulo ovariano tem relação com a SHO Tardia. Acontece que o hCG liberado na gravidez estimula as células da granulosa dos folículos ovarianos a liberarem o VEGF (vascular endothelial growth factor), que desencadea a síndrome. Ou seja, os efeitos serão ainda maiores, agravando o quadro de hiperestímulo.

Em função desses riscos, é importante que a prescrição desse tipo de medicamento seja sempre realizada pelo médico e a mulher deve ser monitorada durante o seu uso, com constantes ultrassonografia. Esses efeitos são maiores em mulheres com cistos ovarianos, doenças no fígado, problemas tireoidianos não tratados ou tumores na hipófise. No entanto, a paciente tendo ou não qualquer uma dessas patologias, se estiver em uso de um indutor de ovulação, tem que estar atenta aos efeitos secundários ou colaterais. Quando durante a monitorização se detectam indícios que podem levar a estas complicações o ciclo de tratamento deve ser interrompido.

Não vale a pena correr o risco de adiar mais ou mesmo de ter que desistir do sonho de engravidar por usar um medicamento sem a devida prescrição médica. Além disso, o que funciona para uma mulher, pode não ser bom para outra. Com saúde não se brinca! Até a próxima!

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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Cisto Folicular


Os cistos ovarianos são processos naturais, que ocorrem na vida das mulheres em idade fértil. Os denominados cistos funcionais ou foliculares são formados pelos óvulos em desenvolvimento, que acumulam líquido ao seu redor e ficam maiores quando chega o período ovulatório.


O que é um cisto folicular?



Trata-se de um cisto funcional, ou seja, ele acontece devido ao processo ovulatório. Todo mês a mulher desenvolve um folículo ovariano que irá se desenvolver e quando atingir o amadurecimento adequando, o óvulo é liberado. No caso do cisto folicular, não houve a liberação do óvulo (folículo não roto) e ele continua crescendo até tornar-se um cisto. O cisto folicular geralmente se forma durante a ovulação e pode crescer até o diâmetro de 5,8 centímetros.

O que causa o cisto folicular?


A causa do cisto folicular geralmente é um desequilíbrio hormonal, o que leva interrupção do processo normal da ovulação. O cisto folicular geralmente cresce em um curto período de tempo, e em seguida, com a restauração de seu desenvolvimento hormonal normal, desacelera. Aos poucos, o cisto começa a diminuir de tamanho, e logo desaparece.

Além de distúrbios hormonais, outras causas de cistos foliculares podem ser: 

  • doenças inflamatórias
  • de apêndices
  • violação dos ovários relacionadas com o aborto
  • tratamento a longo prazo de infertilidade com o uso de drogas hormonais
  • doenças sexualmente transmissíveis
  • Tensões fortes


Quais os sintomas dos cistos foliculares?


Os sintomas de cistos foliculares depende de seu tamanho, atividade hormonal, bem como alterações relacionadas com a esfera sexual. Os pequenos cistos cujo tamanho não exceda 4-5 com, geralmente não apresentam sintomas clínicos. Contudo, os cistos foliculares de grande porte (de 6 a 10 cm) podem se manifestar como:

  • Corrimento claro abundante no trato genital, sem cheiro.
  • O surgimento de hemorragia intermenstrual (em casos raros)
  • Dor no abdômen, com piora antes do início da menstruação.
  • Náusea ou vômito
  • Mudanças no comprimento do seu ciclo menstrual


Dores súbitas e intensas na parte inferior do abdômen, acompanhada de náuseas e/ou febre devem ser avaliadas imediantamente pelo médico pois pode indicar a ruptura do cisto folicular!

Os sintomas de um cisto hemorrágico, que rompeu,  são frequentemente semelhantes aos da apendicite. A dor pode ser bem intensa.

Diagnóstico e tratamento dos cistos foliculares


Normalmente o cisto folicular é diagnosticado durante os exames ginecolígicos de rotina. E como a maioria dos cistos foliculares são assintomáticos e somem sozinhos, sem tratamento, o médico pode preferir esperar para que o mesmo suma, onde é necessário apenas um acompanhamento  
para ter certeza de que ele não está crescendo. Esse monitoramento é feito através de ultrassonografia.

Há casos em que a paciente está sofrendo com dor na parte inferior do abdômen ou outros sintomas e o diagnóstico vem com um exame pélvico para identificar a causa. Dependendo do quadro, além do ultrassom o médico pode solicitar ressonância magnética. Pode-se também optar pela análise de marcadores dos tumores benignos, bem como avaliação hormonal (estrogênio, progesterona, LH e FSH).


O tratamento será de acordo com as expectativas da paciente. Quando o cisto é pequeno, costuma-se realizar apenas um acompanhamento por 3-4 meses até que o cisto tenha sumido. No caso em que cisto folicular se repete ou aumenta de tamanho, a mulher recebe a prescrição contraceptivos orais combinados. E em último caso, recorre-se à intervenção cirúrgica.

O método mais eficiente e preciso de diagnóstico de cistos ovarianos é laparoscopia. A grande vantagem da laparoscopia é que você pode imediatamente realizar a remoção cirúrgica do cisto durante a inspeção. Por laparoscopia é utilizada apenas em casos em que os outros tratamentos não trouxeram o efeito desejado.   

Prevenção da formação de cistos ovarianos


Para evitar a formação de cistos ovarianos as mulheres devem estar atentas à sua saúde. Realizar exames preventivos regulares no ginecologista, com o tratamento precoce de doenças inflamatórias dos órgãos pélvicos, correção hormonal permitem prevenir o desenvolvimento de estruturas nos ovários. Em casos de cistos ovarianos recorrentes, é necessário identificar e eliminar a causa da recorrência da doença.

Cistos detectados durante a gravidez requer que a paciente consulte com mais frequência do que o habitual o ginecologista, a fim de evitar o desenvolvimento de complicações. Até a próxima!

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