terça-feira, 31 de outubro de 2017

O bebê estrela e o bebê arco-íris


A maternidade é uma experiência que é única, mesmo para uma mãe cada gestação é diferente. Algumas experiências podem ser difíceis mas outras podem simplesmente ser surpreendentes. É o caso da gestação de um bebê estrela ou a sonhada gestação de um bebê arco-íris. 


O significa bebê estrela?



A estrela é um corpo físico que vemos diariamente, apreciamos no céu, é natural, real, mas nunca a tocamos nem chegamos a tê-la por perto. De beleza extraordinária, encanta apenas com a lembrança de sua existência. Muitos apreciam de tal forma que anseiam pela noite para conseguir admirar seu brilho. Assim é uma gestação de um bebê estrela. Começa-se a esperar, tendo a certeza que iluminará nossa vida e ansiamos ver, mas é uma estrela que jamais chegará.

Um bebê estrela é aquele que vive no ventre materno, mas não chega a nascer. Esse ser sentiu o carinho de seus pais e os encheu de ilusão, mas se foi antes do previsto. Aprenda aqui como lidar um pouco com a perda.


Quem é o bebê arco-íris?



Arco-íris é um fenômeno visual e meteorológico que origina um arco com as sete cores do espectro solar. Aparece junto com o sol após a tempestade. 

O bebês arco-íris é aquele que nasce de uma mãe que sofreu anteriormente um aborto espontâneo ou que teve um filho morto prematuramente, trazendo à luz após a tempestade na vida de uma família que teve de enfrentar alguns momentos realmente muito difíceis.

Apesar de ser um acontecimento lindo, ele só aparece depois que o bebê estrela morre.

Um arco-íris é uma promessa de sol após a chuva, a calma após a tempestade, a alegria depois da tristeza e a paz depois da dor, mas acima de tudo, do amor depois de uma perda.


Vivendo a gestação estrela ou a gestação arco-íris


Lidar com qualquer uma das gestações é bastante complicado. O bebê estrela foi esperado, desejado e amado, mas partiu durante a gestação deixando um vazio e uma incerteza quanto ao futuro.

Com a chegada do bebê arco-íris a insegurança quanto ao futuro da gestação costuma afligir os pais. A mãe que então mesmo querendo vivenciar a maternidade de maneira tranquila e feliz carrega em seu peito o medo de novamente não poder ter seu filho nos braços. Por vir após uma perda, os pais sentem receio pelo que possam passar. Essa condição faz com que a maternidade seja diferente, que se exagere nos cuidados e que exista um certo pessimismo.

O arco-íris não anula os estragos, as dores, todos os danos causados por uma tempestade, mas apesar de tudo, é um recado de Deus dizendo que a vida deve continuar.


Mamãe de bebê estrela


Sou mãe de uma bebê estrela. Já a chamava assim sem nem mesmo imaginar o que significava. Durante 19 semanas e 3 dias tive o prazer de conviver com a "ma petite étoille" (minha estrelinha ou minha pequena estrela). Acredito que a vida (Deus) já pudesse estar me preparando para o que viria depois. É uma perda irreparável, JAMAIS a vida será igual. Ainda que venham 10 filhos, uma mãe sente que deveria ser 11. 

Muitas pessoas esquecem das mamães estrelas, pois ainda que o bebê não tenha nascido, a mulher se torna mãe já na concepção. Essa mãe apenas vivenciou a maternidade de forma diferente e muito difícil. O que não se pode permitir é que essa triste experiência influencie o dia a dia, afetando negativamente não apenas a mãe mas toda a família. É importante crer que a vida continua e que como cada dia, o sol voltará a nascer de novo. Assim como nasce um novo dia, a vida também sorrirá com uma nova gestação, seja ela no útero ou no coração! E que venha o arco-íris, colorindo o céu depois da tempestade. Até a próxima!

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quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Dicas para a nidificação de gestantes


Como explicamos no post sobre a Nidificação, a mãe pode assumir atividades que às vezes podem prejudicar sua saúde ou do bebê. Por exemplo, ao empurrar o piano pesado no canto da sala, você pode pedir a alguém para ajudá-la. As mulheres geralmente são incapazes de conter a onda de energia. Aqui estão algumas dicas que podem orientá-la sobre como fazer uso dessa "onda de energia" durante a gravidez:
  • Evite pintar o quarto do bebê. Prefira realizar os exercícios sugeridos pelo médico regularmente.
  • Verificar a segurança dos produtos químicos e de limpeza da casa. Não respirar os vapores fortes.
  • Usar luvas de borracha quando limpar a caixa de areia para gatos (para evitar a infecção) ou deixe alguém fazer isso.
  • Evitar o contato com fezes de gato ou cães. Mantenha-os vacinados e evite o contato com outros animais cuja a vacina não possa ser verificada. 


  • Mantenha a geladeira abastecida com comida fresca. Seguir uma dieta saudável na gravidez.
  • Mantenha as suas roupas, lençóis e toalhas prontas. Apronte a mala da maternidade a partir da 30ª semana.
  • Confira e faça suas malas de acordo com a lista fornecida pelo hospital.
  • Faça uma lista de quem deverá se chamado para comunicar o nascimento. Deixe tudo pronto bem antes.
  • Cumprir as formalidades de registro no hospital com antecedência. O pré-registro irá poupar seu tempo quando você chegar para a entrega.
  • Manter um mapa da maternidade pronto, com as informações de rotas mais curtas e mais rápidas. Você não será capaz de dizer o caminho, indo para o hospital.
  • Disponha antecipadamente de alguém que possa cuidar das crianças, se você tem filhos mais velhos em casa. Combine antes com alguém que possa chamar a qualquer momento. Deixe o contato em local visível e de fácil acesso, na geladeira, por exemplo.
  • Comprar e instalar a cadeirinha do bebê no carro.
  • Faça uma lista de números de contato de emergência e verificar se você tem seu cartão de seguro, uma identificação com foto, cartão de crédito em sua carteira.
  • Organizar a roupa do bebê, fraldas, pomada assaduras, etc. de uma forma limpa e arrumada. 
  • Reabastecer sua despensa com alimentos saudáveis, como sopas, frutas, grãos de biscoitos e cereais, feijões enlatados, frutas e legumes, massas, arroz integral, molhos, etc..
  • Durante os últimos dois ou três semanas, cozinhe em grande quantidade e armazene os alimentos no frigorífico. Depois de voltar do hospital, você pode apenas aquecer no microondas e comer alimentos saudáveis ​​caseiros.


Se as dicas acima estão sendo seguidos pela mãe a nidificação é bastante segura para a mãe e o bebê.



terça-feira, 24 de outubro de 2017

Nidificação na gravidez


A preparação para a chegada do bebê acontece desde a descoberta da gravidez. Com o passar dos meses essa preparação se intensifica. Embora muitas mulheres não saibam, elas passam a sentir mais fortemente o fenômeno de Nesting ou a chamada Nidificação. Trata-se de um sintoma da gravidez mas poucas conhecem pelo nome, mesmo os sintomas sendo muito comuns. Se você está grávida, cedo ou tarde poderá experimentar esses sintomas!

O que é a Nidificação?


A Nidificação ou fenômeno de Nesting nada mais é do que o impulso de arrumar a casa e deixar tudo preparado para receber o bebê. O instinto de nidificação é um sentimento comum e natural, pode atingir a maioria das gestantes mas não é uma regra, já que cada mulher tem a sua forma de sentir a gravidez.

A Nidificação também é conhecida como: Assentamento da gravidez, Instinto Nesting (em inglês Nesting Instinct), Síndrome ou Fenômeno de Nesting, ou ainda síndrome do ninho arrumado.

Quais os sintomas?


O sintoma da nidificação é o desejo de arrumar a casa. Se antes a limpeza de casa costumava ser uma tarefa árdua, agora, a futura mamãe pode querer classificar meias, organizar latas no armário e criar um berçário elaborado para o seu recém-nascido. 

A mãe pode ficar mais resguardada de certas pessoas ou situações, se afastando de situações que considera negativas e até mesmo de pessoas negativas e que em nada contribuem para o seu bem estar.

Em alguns casos pode surgir uma preocupação imensa com a limpeza e organização, levando ao exagero.

Atividades mais comuns realizadas pelas futuras mamães:


  • Limpeza da casa em geral
  • Desinfecção de chão, objetos e afins
  • Reorganização de mobílias
  • Reorganização de guarda-roupas (jogar fora o que não é desejado ou utilizado)
  • Abastecer a cozinha com alimentos
  • Cozinhar algumas refeições
  • Preparar o quarto do bebê
  • Lavar, passar e organizar toda a roupa do bebê.


Alguns futuros papais também podem sentir a vontade de limpar e organizar! Eles podem começar a procurar um novo emprego, eles podem limpar o jardim, carro e garagem. Conheça aqui algumas Dicas para nidificação.


Quando o sintoma costuma aparecer?


O desejo de nidificação costuma aparecer para maioria das mulheres grávidas perto do terceiro trimestre, de acordo com pesquisadores da Universidade McMaster. Toda mãe, no entanto, é diferente, e o relógio biológico para a nidificação pode ocorrer no início da gravidez a alguns dias antes do parto. 


Preocupação lógica


O processo de nidificação envolve uma parte lógica. Diz respeito as atividades necessárias para chegada do bebê. Vão desde a compra de roupas e mobílias até a preparação do quarto do bebê. Dessa forma, para diminuir a ansiedade é bom utilizar-se de uma lista com as tarefas que faltam concluir até a chegada do bebê. E quanto mais cedo essa lista for completada menos ansiosa a gestante ficará. 


Processo emocional


O lado emocional de se preparar para a chegada do bebê envolve medos e dúvidas com a saúde da mãe e do bebê, principalmente se há risco de um parto difícil. Essas preocupações podem ser mascaradas pela mãe com a preparação da casa. É uma forma da mãe se adaptar a esse nova fase de sua vida, ajustando tudo para proteger seu filho. 


Risco da nidificação


Nesta fase da sua vida é importante ter as coisas limpas e organizadas, mas acima de tudo a grávida não  pode se colocar em risco. O perigo da nidificação está em priorizar a organização e a limpeza da casa quando a saúde da mãe não permite isso. Assim é importante que a mãe peça ajuda ou contrate se puder uma ajuda extra para esta fase.

Atividades potencialmente arriscadas para a saúde a mãe e do bebê, como pinturas e limpezas de áreas altas, devem ser deixadas para outras pessoas. Envolver o companheiro nas atividades ajuda no desenvolvimento do sentimento de paternidade. Contudo é preciso ter atenção aos esforços físicos. A gestante deve pensar no seu bem estar e no bem estar do seu bebê mais que tudo.

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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Ovulação Precoce


O ciclo menstrual pode sofrer várias alterações durante a vida fértil da mulher. Essas variações podem decorrer da ovulação, não ovulação (ciclos anovulatórios), alterações hormonais e até emocionais. Em se tratando da ovulação, é mais comum que ocorra a ovulação tardia, porém hoje falaremos de Ovulação Precoce, também chamada de ovulação antecipada ou ovulação adiantada. Embora menos comum que a ovulação tardia, ela pode afetar diretamente a mulher que deseja engravidar. Entender esse processo ajudará aquelas que passam por isso a planejarem melhor momentos de namoros, facilitando com que haja a concepção.


O que é ovulação precoce?


A ovulação nada mais é do que momento em que o folículo ovariano amadureceu e foi liberado para a fecundação e posterior implantação do embrião. Normalmente a ovulação acontece no meio do ciclo menstrual. Por exemplo, se o ciclo menstrual de uma mulher dura 28 dias (a duração média do ciclo), então a ovulação irá ocorrer aproximadamente no 14º dia. O período que um óvulo leva para amadurecer varia de mulher para mulher. Em alguns casos, a maturação leva mais tempo e a ovulação ocorre ao final do ciclo menstrual (ovulação tardia), noutros casos ela pode ser observada logo após a menstruação, ou seja, ocorre precocemente.


A ovulação precoce é um processo natural no corpo de uma mulher quando um óvulo maduro é liberado do folículo após 8 ou 10 dias após o início da menstruação. 


O que causa a ovulação precoce?


Vários são os fatores que podem afetar a maturação precoce dos óvulos:

  • Alterações em hormônios como a progesteronaestrogênio,  hormônio luteinizante (LH), até mesmo estresse (seja bom ou não), ou problemas no hipotálamo e na glândula pituitária afetam a saúde geral da mulher. Muito estresse e problemas no hipotálamo e glândula pituitária desencadeiam um aumento no hormônio luteinizante (LH), fazendo com que os ovários liberem o óvulo antes que ele esteja maduro.
  • Alterações no ritmo de vida ou no ambiente normal para o corpo, bem como alimentos. 
  • Idade. Como a quantidade de óvulos é naturalmente reduzida com a idade (Reserva Ovariana), o hormônio folículo estimulante (FSH) sobe mais fazendo com que o organismo selecione um folículo dominante para a ovulação antes que ele esteja de fato maduro e em condições de ser fertilizado. No entanto, enquanto a fase folicular durar pelo menos 12 dias e o resto das fases do ciclo menstrual forem equilibradas, isso não é um problema.


Pode também ser indicação distúrbios metabólicos e insuficiência hormonal, em alguns casos, pode indicar violações no trabalho dos ovários. Na maioria das vezes essas patologias observadas em mulheres com um ciclo menstrual irregular. Qualquer hábito (tabagismo, alcoolismo, consumo excessivo de café) e certos medicamentos podem perturbar o ciclo menstrual. Dieta e perda de peso dramática pode ser uma razão que não ocorre a concepção. Por isso, muitas vezes elas não podem engravidar. 


Quando a ovulação precoce atrapalha engravidar?


Nem sempre a ovulação precoce será motivo de preocupação. Quando a fase folicular (maturação do óvulo) dura pelo menos 12-14 dias, não há motivos para preocupação. No entanto, se o gráfico de temperatura basal ou os testes de ovulação indicarem que a mulher está ovulando no 11DDC (11º dia do ciclo) ou antes disso, provavelmente o folículo não está tendo tempo de se desenvolver adequadamente para ser fertilizado. Essa ovulação adiantada pode vir acompanhada de pouco ou nenhum muco cervical e um endométrio fino demais para segurar o óvulo recém fertilizado, dificultando a implantação do embrião (Nidação). 


Diagnóstico da ovulação precoce


Para saber se a mulher está tendo uma ovulação prematura, deve ser feito um acompanhamento do ciclo menstrual através de exames de ultrassom, medição de temperatura basal ou testes de ovulação. Quando a mulher tem um ciclo curto, é necessário avaliar se este se deve a uma fase folicular deficiente ou não, ou se o problema está na insuficiência da fase lútea

Dicas de como aumentar a fase folicular


Cada organismo reage de uma forma mas utilizando algumas dicas naturais, pode-se ajudar a alongar a fase folicular:

Pare de fumar! O tabagismo está associado à insuficiência ovárica prematura, problemas de ovulação, aumento do risco de aborto espontâneo, gravidez ectópica, diminuição da contagem de folículos e danos ao DNA nos folículos. Fumar é uma má notícia para a sua fertilidade e pode estar ligada a uma fase folicular encurtada.

Reduza o álcool e a cafeína. Esses alimentos estressam o organismo. Tanto o álcool quanto a cafeína perturbam a função hormonal, podendo levar à ovulação precoce e aumentar as chances de uma gravidez de risco. Se você precisa de uma bebida quente todos os dias, tome chá de folha de amora! 

Reduza e gerencie o estresse. Se você está sob muito estresse, isso pode afetar seu ciclo menstrual e teus padrões de ovulação. Tente terapias de gerenciamento de estresse como meditação, respiração profunda ou aromaterapia. Você vai se sentir melhor usando essas terapias e também estará aumentando a fertilidade.

Use fitoterápicos. Os fitoterápicos são medicamentos de origem medicinal, que ajudam a equilibrar os hormônios femininos de forma a regular o ciclo menstrual. Alguns fitoterápicos que podem auxiliar são: Dong quai (Angelica sinensis), Vitex (Vitex agnus-castus), Tribulus (Tribulis terrestris)  e Folliculinum e Ovarinum CH6

É importante então a mulher monitorar cuidadosamente a saúde. Para que caso existam alterações hormonais, ela possa adequar melhor o período fértil e assim chegar ao tão sonhado positivo. Até a próxima!

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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Ciclo Menstrual Curto


Quais dias são mais férteis durante o ciclo menstrual é o que toda mulher que deseja engravidar deve saber. Embora essa conta possa parecer complicada para algumas pessoas, basta um pouco de paciência e prática para entender que conhecer nosso corpo e nosso ciclo menstrual é mais fácil do que parece. Conhecer o ciclo menstrual permite saber do estado de saúde reprodutiva das mulheres. E como existem vários distúrbios do ciclo (alongamento ou encurtamento, menstruação pesada ou dolorosa), as mulheres costumam buscar  mais frequentemente aconselhamento médico. Hoje vamos entender melhor um desses distúrbios: o ciclo menstrual curto. Será que um ciclo curto é motivo de preocupação? Ele atrapalha ou impede engravidar? Essas e outras questões serão tratadas agora.


O que é um ciclo curto?


O ciclo menstrual é o termo científico utilizado para descrever as alterações fisiológicas que ocorrem nas mulheres férteis que têm como finalidade a reprodução sexual e fecundação. (Entenda melhor como funciona o ciclo menstrual)

Os ciclos menstruais são contados a partir do primeiro dia de sangramento menstrual até o dia anterior a vinda do fluxo no ciclo seguinte. A menstruação surge, na maioria dos casos, com uma frequência ou ritmo médio de 28 dias, mas pode variar entre 21 e 35 dias de forma regular. Quando o tempo entre as menstruações são mais curtos (menor que 21 dias) chamamos de proiomenorreia.


Causas do ciclo curto


O ciclo menstrual é controlado por vários hormônios. Na primeira fase, a hipófise produz FSH (hormônio folículo estimulante), que como nome diz estimula o crescimento do folículo ovariano. O FSH então estimula a produção de estrogênio para ajudar no desenvolvimento do endométrio. Quando os níveis de estrogênio estão mais elevados, ele manda sinais para a hipófise que passa a secretar LH (hormônio luteinizante) para regular o crescimento dos folículos ovarianos. É o LH que determina quando o óvulo está maduro e pronto para ser liberado pelo ovário. Após a ovulação, o corpo lúteo (casquinha que cobria o folículo) envia sinais para manter a produção de progesterona, que é responsável por manter o endométrio pronto para a implantação do embrião caso ocorra a fecundação. Se não há fecundação o corpo lúteo se desfaz e então o nível de progesterona cai, indicando que é hora de descartar o endométrio e a menstruação ocorre. 

Desequilíbrios hormonais causados por uma série de razões, podem contribuir para um ciclo mais curto que o normal. Em aproximadamente 25% dos casos, ele é causado por um distúrbio físico, chamado orgânico. Nos outros 75%, ele é causado por distúrbios hormonais que afetam o controle do sistema reprodutivo pelo hipotálamo e pela hipófise e que são particularmente comuns durante os anos reprodutivos. Alguns distúrbios que podem causar o encurtamento do ciclo:

  • patologia endócrino (glândula tiroide, glândulas supra-renais, etc.)
  • doenças sistêmicas crônicas (patologia do sistema cardiovascular, rim, fígado, desordens metabólicas)
  • doença infecciosa
  • violação da coagulação sanguínea
  • falta de vitamina C e K
  • inflamação dos órgãos genitais femininos
  • anomalias do desenvolvimento e da posição dos órgãos genitais internos (a curva do útero)
  • fadiga, esgotamento nervoso
  • alterações climáticas
  • miomas uterinos
  • Cistos e tumores do ovário
  • lesão física.


Mas se o encurtamento do ciclo se dá por razões fisiológicas, pode não necessitar de tratamento se este não está atrapalhando a fertilidade. No entanto, ciclo menstrual curto é um motivo de preocupação e pode indicar uma diminuição na capacidade de conceber.


Quando é necessário tratar?


O encurtamento do ciclo menstrual pode ocorrer em qualquer fase do ciclo (proliferativa, fase secretora, ou ambos ao mesmo tempo). 

Quando o encurtamento não atrapalha o desenvolvimento do folículo ovariano, ou seja, ocorre a ovulação (até 10, 11 ou 12 dias do início do ciclo menstrual) e a fase lútea segue normalmente (duração de 14-15 dias), não há necessidade de tratamento. Nesses casos ocorre a Ovulação Precoce.

O encurtamento da primeira fase do ciclo menstrual, geralmente ocorre no climatério (menopausa), pós-parto e pós-aborto. Já quando causado por infecções, há necessidade de tratar a infecção. 

Quando o encurtamento afeta o desenvolvimento do folículo ovariano, ou seja, não há tempo para o seu correto desenvolvimento, a falta de ovulação, e por conseguinte a ausência do corpo lúteo, há necessidade de tratamento já que este fator irá causar a infertilidade.

O encurtamento do ciclo na fase secretora (fase lútea) torna a gravidez mais difícil já que o corpo lúteo é absorvido prematuramente. Sem o corpo lúteo o corpo diminui a produção de progesterona, afetando a estabilidade do endométrio, afetando assim a implantação do embrião (Como a gelatina ajuda na implantação do embrião?) e a manutenção da gravidez. Ocorre então a chamada Insuficiência da fase lútea. É necessário tratamento para que haja possibilidade de manter a gravidez.

O tratamento irá variar com o tipo e a causa do encurtamento do ciclo. Assim o melhor é procurar um médico para a indicação correta do tipo de tratamento para cada caso.


Como diagnosticar o encurtamento do ciclo?


Para determinar o encurtamento do ciclo é necessário o acompanhamento do ciclo menstrual. A primeira característica é a frequência maior de ciclos menstruais, isto é, o ciclo ocorre em menor período de tempo. A partir disso pode ir acompanhando o desenvolvimento de cada fase do ciclo para determinar em qual fase ele ocorre e se o mesmo está afetando a ovulação. Esse acompanhamento pode ser feito através de exames de ultrassomtestes de ovulação e indicadores de temperatura basal


É possível engravidar com ciclo curto?


Quando o encurtamento do ciclo não atrapalha a ovulação e também não afeta a fase lútea da mulher, as chances de engravidar são as mesmas de alguém com ciclo normal, contudo, é apenas necessário que se conheça melhor o período em que ovulação ocorre para que se possa planejar quais dias as relações devem ocorrer. Em outros casos, quando há problemas para o desenvolvimento folicular ou na fase lútea, é necessário o tratamento para possibilitar a gravidez. Até a próxima!

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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Shampoo Johnson's Baby ajuda a engravidar?


Gosto muito de pesquisar a respeito de um assunto antes de comentar sobre ele aqui no blog. Faz um tempo que ouvi sobre a dica de usar o shampoo infantil Johnson's Baby com pH balanceado. Antes de tudo quero deixar claro que o objetivo do post é informar e não criticar o uso que cada tentante faz durante as tentativas de engravidar. Então, vamos lá!


Shampoo Johnson's ajuda a engravidar?


Para entender o papel do shampoo Johnson's Baby nas tentativas para engravidar é necessário antes falarmos sobre o pH vaginal. 

O pH (Potencial Hidrogeniônico) está relacionado ao nível de acidez de um líquido ou ambiente. Essa escala irá variar entre teores ácido, neutro ou alcalino (básicos). Diferentes partes dos corpo tem uma escala de acidez. No caso da região vaginal, o pH normal é ácido, variando entre 2,0 e 4,0, numa escala de 0 a 14. Já o esperma, em contato com o ambiente vaginal, eleva esse pH para valores entre 5,5 e 7,0, tornando o ambiente mais alcalino (básico). Lembrando que quanto mais próximo de 7, menos ácido é o ambiente e acima desse valor, mais alcalino ou básico é o ambiente. 

Onde entra o shampoo Johnson's nisso? Acontece que os sabonetes íntimos são destinados a deixar o ambiente vaginal com o pH ácido, que é a sua forma equilibrada. Com o uso do shampoo Johnson's o pH passa a ficar mais alcalino (parecido com o do esperma) permitindo que os espermatozoides sobrevivam mais tempo nesse ambiente. (Quanto tempo vive o espermatozoide?

Vale salientar que o corpo feminino, quando não há alterações hormonais, já possui mecanismos para deixar o ambiente mais favorável aos espermatozoides! É o que acontece no período fértil. Quando vai se aproximando da ovulação, o corpo começa a produzir o muco fértil que é o responsável por facilitar a mobilidade dos espermatozoides. O conhecido Muco Clara de Ovo (por causa do seu aspecto parecido com a clara do ovo).


Posso utilizar o shampoo Johnson's todos os dias?


O pH vaginal é naturalmente ácido e isso não é por acaso. Essa região é uma porta de entrada para o organismo da mulher. Se não fosse a proteção natural (pH ácido!) qualquer micro-organismo como vírus e bactérias poderiam entrar sem problemas, causando doenças. Por isso o ambiente deve ser naturalmente hostil. Ao utilizar o shampoo Johnson's todos os dias, criaria um desequilíbrio no pH da vagina, deixando a região suscetível a infecções e doenças como candidíase.


Então como usar?


Não é necessário deixar de usar uma dica para engravidar (afinal, vai que dá certo?) mas deve ser feito com cuidado, assim não prejudica sua saúde! O uso é igual ao sabonete íntimo comum, basta lavar a região íntima durante o período fértil, mas atenção a alguns pontos:
  • Não usar fora do período fértil, alternando os dias e por no máximo 2 ou 3 vezes.
  • JAMAIS usar o shampoo para lavar o canal vaginal por dentro! Pode parecer estranho mas algumas pessoas acreditam que lá dentro também deve ser lavado. Além de problemas alérgicos, lavar dentro do canal vaginal pode causar mais facilmente infecções, além do risco de machucar essa região tão sensível. 


Diferenças de pH entre os sabonetes íntimos e o shampoo Johnson's 


A grande diferença entre os sabonetes íntimos comuns e o shampoo Johnson's está no pH deles. Os sabonetes líquidos que a gente usa no corpo (dentre eles o shampoo Johnson's) possuem um pH alcalino, enquanto que o sabonete  íntimo  possui pH ácido, que é o tipo de pH correto para a região genital.

E isso é mesmo importante? É sim, pois a região genital possui pH ácido e quando usamos um sabonete com pH alcalino, acabamos comprometendo a acidez natural da região. Quando, ao contrário, usamos sabonete íntimo, que possuem pH entre 4 e 4.5, preservamos a flora vaginal.

Já vi questionamentos referente a alergias, e a princípio os sabonetes íntimos não causam alergias, mas é claro que isso pode acontecer, tanto com o sabonete íntimo quanto com qualquer outro sabonete, já que  essa é uma região sensível, então é bem mais fácil de desenvolver alergias.


Embora tenha procurado, ainda não encontrei a informação de qual seria o valor do pH do shampoo Johnson's Baby pH balanceado. A dica é desse produto específico, contudo, consegui informação sobre o pH de outros produtos da marca que teriam o mesmo efeito, são eles:


Usar diariamente não é melhor?


Dentre os comentários que li a respeito, alguns eram de pessoas dizendo que pode sim usar o shampoo todos os dias pois com elas nada aconteceu. Muito cuidado com esse tipo de afirmação! Cada organismo reage de uma forma, alguns serão mais fortes e outros nem tanto. Estar mais suscetível a ter uma infecção ou doença não quer dizer que irar ter com certeza mas que é mais fácil do que alguém que não usa todos os dias. Por isso o melhor é ter discernimento com as dicas. Afinal, se o objetivo é ajudar a engravidar, não há necessidade de usar uma dica durante um período que você não vai engravidar, como é o caso de estar fora do período fértil ou após a ovulação! 


Uma solução que pode ser adotada com mais segurança é o uso de lubrificantes amigos da concepção. Eles foram desenvolvidos para ajudar na mobilidade e sobrevivência dos espermatozoides sem comprometer a proteção natural da região vaginal. (Conheça mais a respeito neste post aqui!

Ressalto que o intuito do post não é de criticar o uso do shampoo Johnson's para ajudar a engravidar. Na verdade é uma ótima dica. Contudo, devemos sempre usar as dicas com sabedoria para que não venhamos a ser prejudicadas mais do que ajudadas. Até a próxima! 

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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Mãe adotiva pode amamentar: Conheça a Translactação!


Amamentar é um ato de amor! Essa é uma linda e verdadeira frase. O momento da amamentação é quando a conexão entre mãe e filho se estreita. Quando a mulher passa pela gestação, normalmente esse momento é muito esperado. Mas e quando a mãe não gerou seu filho? Algumas pessoas não sabem, mas mesmo a mãe adotiva pode amamentar seu filho! Esse sonho de amamentar não precisa ser exclusividade das mulheres que engravidam e passam pelo parto. Mães adotivas também podem nutrir o filho dessa maneira graças à Translactação ou indução à lactação (também chamada de lactação adotiva).

O que é Translactação?



A translactação é uma técnica que consiste em colocar o bebê ao peito para mamar o leite da própria mãe retirado previamente através de uma sonda que é coloca próxima do mamilo. Esta técnica é muito utilizada em casos de bebês prematuros, que não possuem força suficiente para sugar o leite materno ou que precisaram ficar em encubadoras no hospital e serve para estimular a produção de leite materno.

Translactação e Relactação


A translactação e a relactação são técnicas semelhantes, porém, a diferença é que a relactação é aplicada pelas mães que já amamentaram em algum momento da vida e querem voltar a produzir leite para alimentar um bebê, seja ele biológico ou não. A translactação ou lactação induzida é um termo utilizado para estimular a produção de leite em mulheres que nunca amamentaram, como em casos de adoção. 

Como funciona a técnica de Translactação?


A técnica consiste em colocar no mamilo da mãe uma pequena sonda ligada a um recipiente com leite industrial ou materno. Quando o bebê suga o seio, recebe o conteúdo pelo tubo acoplado. Por meio da sucção contínua, a produção de leite da mulher é estimulada. Desta forma a criança também aprende, gradativamente, a associar o peito materno à alimentação. 

Se o bebê estiver muito irritado ou ansioso para mamar, os especialistas indicam deixar que ele sugue o peito de 15 a 20 minutos sem a sonda, para estimular a produção de leite. Quando ele começar a reclamar, coloque a sonda junto ao seio, no canto da boca da criança.

Para potencializar a sucção, a mãe também pode interromper a mamada da criança de tempos em tempos. Basta dobrar um pouquinho a sonda, para não permitir que o leite passe, deixando o bebê sugar por mais tempo.

Técnicas auxiliares da translactação




Para que a prática da translactação seja efetiva, é necessário associar outras técnicas, como massagens nas mamas e movimento de ordenha manual, pode-se utilizar também uma bomba de leite. 

Os medicamentos que podem incentivar a produção láctea nas mulheres são os galactogogos. No caso de mães de filhos adotivos, o indicado é que a preparação comece um mês antes da adoção. Alguns médicos indicam o uso de homeopáticos à base de alfafa, que estimula a secreção de prolactina.

Material para translactação



Para utilizar a técnica, não é necessário nenhum equipamento sofisticado. É possível usar uma sonda uretral ou nasogástrica número quatro, com a ponta cortada, fazendo dela um canudo, e um copo de vidro esterilizado ou uma chuquinha, fazendo um furo grande na ponta do bico (a ponto de conseguir encaixar a sonda).

A sonda é um item barato, a unidade custa cerca de 80 centavos. Ela deve ser descartada após cada uso, embora seja possível lavá-la utilizando uma seringa com água, mas a higienização não é garantida. Há a possibilidade também do uso do kit de translactação, vendidos em farmácias. 


Kit Translactação
Kit Translactação















Qualquer que seja o método de translactação escolhido, a mãe deve ter alguns cuidados como colocar o recipiente com o leite mais alto do que a mama para o leite fluir melhor, ferver o material 15 minutos antes todas as vezes que o for usar, lavar o material com água e sabão após cada uso e trocar a sonda após 2 a 3 semanas de uso.

Quanto tempo até que a mãe consiga amamentar


Os bebês não costumam apresentar resistência ao uso desta técnica e após algumas semanas é possível fazê-lo mamar no peito, sendo, por isso, muito importante não dar a mamadeira ao bebê durante este processo. É preciso ter paciência para produzir o próprio leite. Algumas mães levam até quatro meses para alcançar esse objetivo. 

É importanter manter um contato com o pediatra da criança, já que nem sempre o resultado é próspero a ponto de a produção de leite dar conta da necessidade do bebê. Por isso, o uso de leite artificial pode ser necessário.

Amamentar é um ato de amor! Sim, a mãe deve manter-se firme e paciente para o sucesso da técnica. Aproveite os momentos para curtir o seu filho e estreitar ainda mais esse lindo laço de amor. Até a próxima!

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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Bebê pode dormir junto com os pais?


Preparar o quarto do bebê com todos os detalhes e até com a poltrona de amamentação é o sonho de muitas mães. Outras preferem que o bebê compartilhe com elas a cama do casal. Aqui temos um ponto de grande discussão. Será que dormir com os pais atrapalha o desenvolvimento do bebê? Deixá-lo no próprio berço será mais adequado? É melhor dormir com o bebê junto (ajudando no cuidado e amamentação) ou deixar que ele fique no seu quarto separado? Vejamos algumas considerações:


Dormir junto sempre é perigoso?


Cuidado com esse tipo de questão. Depende muito do significado desse dormir junto... Dormir junto com o bebê no sofá, por exemplo, é perigoso pois ele pode sufocar nas almofadas, cair no chão ou mesmo o responsável pode sufocá-lo sem perceber. Então quando alguém diz que o bebê faleceu por dormir junto de alguém, tenha cuidado de saber que forma era esse "junto"! Um relato que não esclare esses fatos podem conduzir a uma conclusão equivocada. 


O sono e o risco de morte súbita


Entidades dedicadas ao estudo da morte súbita do lactente desaconselham a cama compartilhada, assim como a Academia Norte-Americana de Pediatria (AAP), citando riscos como o de sufocamento. 

A síndrome da morte súbita pode ser compreendida como o óbito de crianças entre 1 a 12 meses de vida sem causas esclarecidas após a autópsia completa. A incidência maior acontece com bebês entre 2 e 4 meses. Por esse motivo a recomendação é de a criança não durma junto com os pais. Novamente, aqui devemos ter cuidado com o termo JUNTO utilizado, já que dormir no mesmo quarto dos pais mas no berço separado também pode ser denominado de dormir junto com os pais, mas que não representa o mesmo risco para o bebê.


Criança deve crescer independente


Para aqueles que defendem que a criança deve ter seu próprio quarto, além da questão relacionada com a saúde do bebê, prevenindo a morte súbita, está a construção da independência e autonomia da criança além de manter a própria privacidade do casal, que, segundo eles, é afetada com a presença do filho no quarto. Outro argumento utilizado é que a criança precisa aprender a ficar sozinha construindo intimidade com seus brinquedos e com seu próprio ambiente. 

Esses argumentos são bem intecionados mas até que ponto esse tipo de argumento não está tentando apressar o desenvolvimento do bebê? Afinal, um bebê deve ter o direito de ser um bebê e não um mini adulto que já sabe o que quer da vida! 


Dormir sozinho cria independência?


Na realidade, crianças que dormem sozinhas tendem a ter dificuldades de ser independentes pois não se sentem seguras para explorar e conhecer o mundo. Como isso é possível? Para entender isso, basta pensar em um dia estressante. Quando se teve um dia difícil, você prefere tomar um vinho e desestressar sem a menor interação possível a fim de que o dia acabe ou prefere ir falar com pessoas que nunca viu na vida para compartilhar sua vida? A grande maioria prefere o isolamento ao convívio com novas pessoas em momentos de estresse. Da mesma forma, a criança passa por um momento de estresse na hora de dormir. A criança foi gerada em um ambiente barulhento (pelos sons do coração e dos órgãos da mãe) e esse é o ambiente em que ela se sentia segura. Num quarto separado, o ambiente é novo, em geral tranquilo e isso traz muita insegurança para o bebê. Esse estresse faz com que a criança produza mais cortisol (hormônio que dificulta o relaxamento) o que irá impedir um sono tranquilo. Um bebê estressado irá sentir-se mais retraído e com menos ânimo para explorar o mundo a sua volta. 


O outro lado da moeda


Bebês que dormem com os pais passam a sentir-se mais seguros pois sabem que terão apoio a qualquer momento. O contato com os pais promove mais ocitocina, hormônio relacionado ao bem estar. Assim a criança terá mais segurança fazendo com que seja mais fácil explorar melhor o ambiente em que vive. Como isso é possível? Devido ao conforto de ser socorrido em momentos estressantes como em caso do reflexo de Moro

Todos os recém-nascidos possuem o reflexo de moro, que o faz se assustarem e costuma ocorrer enquanto dormem. (Para aqueles que não têm mais um recém nascido, até os 3 meses de idade, enquanto dorme, os braços e pernas do seu bebê tremem como se ele estivesse caindo. Esse é o reflexo de moro). Se a sua criança estiver no colo de um adulto ou estiver por perto (como em um berço grudado à sua cama, com a grade lateral abaixada), é muito mais fácil controlar o reflexo e acalmá-lo antes que acorde e entre em pânico. Contudo, se você não estiver segurando o bebê, o reflexo de moro vai acordar seu bebê em pânico. O cortisol estará então circulando pela sua corrente sanguínea e vai demorar bem mais tempo até você conseguir acalmá-lo. Muitos pais passam por isso quando são acordados por um bebê que está gritando. Quando isso acontece, o que o bebê aprende a partir dessa experiência? Que o mundo não é um lugar seguro e que deve estar sempre alerta. Quando seus níveis de estresse estão constantemente altos, você aprende a estar mais vigilante para conseguir manter-se longe de perigos em potencial. Ao contrário dos bebês que são acalmados imediatamente pelos pais (já que estão por perto) que aprendem que o mundo é um lugar seguro!


Como dormir junto de forma segura?


Algumas medidas devem ser tomadas por quem deseja compartilhar as noites de sono com o bebê:

Berço separado - Para evitar a preocupação de sufocar a criança, o melhor é dá preferência ao berço separado da cama. Existe a opção de berço acoplado à cama ou ainda com a grade abaixada encostado à cama. Tome cuidado para que não fique um vão onde o bebê possa cair ou ficar preso. Além de permitir que o bebê fique bem perto, ainda traz mais tranquilidade aos pais por ter risco reduzido de sufocamento ocasionado pelos pais. 



Berço livre de bichinhos e decorações - Apesar de lindinhas, as decorações e protetores de berço na verdade trazem mais riscos ao bebê. Além de juntar poeira, eles trazem mais riscos de atrapalhar a respiração da criança. O mesmo acontece com excesso de roupinhas (Aprenda aqui: Como agasalhar o bebê?) e bichinhos de pelúcia. Não embrulhe o bebê com nenhuma manta. Os bracinhos dele precisam ficar livres para se movimentar, assim a mãe vai conseguir notá-lo melhor. Mesmo lençóis devem ser bem ajustados para que não se soltem em caso de puxados.

Barriga para cima - É a posição mais segura para o bebê. A criança respira melhor e tem menos risco de engasgo – caso vomite, ela vai girar a cabeça para o lado. De barriga para baixo, só quando ele estiver acordado para ajudar o desenvolvimento motor e muscular e a minimizar o risco de plagiocefalia – quando o crânio do bebê tem alguma deformidade pela pressão que sofre em apenas um dos lados. Mas sempre, sempre, sempre com um responsável ao lado dele!

Posição da cama - Em casos de cama compartilhada, ela deve ser posicionada contra a parede ou outro móvel para garantir maior segurança. Lembre de verificar também se não há nenhum vão por onde a criança possa cair ou ficar presa. Uma maneira barata de evitar que o bebê fique preso entre a cama e a parede é enfiar um travesseiro comprido nesse espaço, de modo que a superfície fique firme ao toque.


Considerações para cama compartilhada:


O bebê deve ficar entre a parede ou móvel e a mãe. Esta tem um instinto natural que garante que acorde mais rapidamente em casos de eventualidades onde o bebê precise de socorro. Caso a mãe não tenha essa sensibilidade ao dormir, o melhor é que a criança fique no berço separado.  

Embora o berço separado seja uma opção mais segura em comparação com a cama compartilhada, alguns pais podem preferir essa opção ao invés de adquirir um berço (seja por razões financeiras ou não!). Nesse caso, deve-se considerar alguns cuidados:

Sua cama deve ser absolutamente segura para seu bebê. Se possível prefira o colchão no chão, com a certeza de não existir nenhum vão onde seu bebê possa ficar preso. O colchão deve ser plano, firme (superfícies macias podem facilitar o sufocamento) e liso. 

Cama grande e confortável - Utilize um colchão bem grande para fornecer amplitude de espaço e conforto para todos.

Não durma com seu bebê se você tiver bebido álcool, se tiver usado qualquer droga ou medicação, se você em especial costuma dormir profundamente ou se está sofrendo privação de seu sono e acha difícil acordar-se.

Não durma com seu bebê se você for uma pessoa grande, uma vez que um pai acima do peso constitui-se em risco provado para o bebê, na situação da cama compartilhada. Ele pode rolar na direção da inclinação.

Nunca deixe seu bebê sozinho em uma cama de adulto a não ser que esta cama seja perfeitamente segura para ele, tal como um colchão firme no chão de um quarto à prova de criança, e somente quando você estiver por perto ou atenta, escutando o bebê através de um monitor (babá-eletrônica) confiável. 

Proteja ao redor da cama - Eventualidades podem acontecer e para isso o melhor é assegurar que há uma proteção ao redor da cama. Se o quarto tiver um piso muito rígido, coloque tapetes perto da cama para amortecer possíveis quedas.

Não fume! -  Algumas pesquisas comprovam que o risco de morte súbita aumenta em recém-nascidos que dormem junto com mães fumantes. Se você se encaixa na categoria, NÃO é recomendado dividir a cama com o seu filho.


Relacionamento do casal


Para alguns casais, a presença do bebê na cama torna mais difícil encontrar tempo para momentos de intimidade e sexo. Outros, porém, acreditam que isso os força a ser mais criativos na busca de soluções para ficarem sós. 

Se o seu filho dormir na sua cama, é bem provável que você precise planejar a hora de estar a sós com seu parceiro, em vez de esperar que ela aconteça espontaneamente. Dependendo da forma como você esteja se sentindo, isso pode ser um peso ou uma diversão. 

De qualquer maneira, a decisão de levar o bebê para dormir na cama ou no quarto dos pais precisa ser conjunta do casal, para que não haja risco de afetar a relação dos dois. Toda decisão feita com base no amor, respeito e entendimento mútuo só trará benefícios para toda a família! Até a próxima!

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