segunda-feira, 18 de abril de 2016

Obesidade e Fertilidade



O aumento de peso é um grande problema para boa parte das mulheres. Normalmente, muitas dessas mulheres gostaria de perder de 2 a 5 quilos. Esses quilinhos a mais não afetam em nada a conquista do positivo. Mas a obesidade é um fator que influencia e muito as tentativas para aumentar a família. Infelizmente o aumento excessivo de peso muitas vezes não é levado a sério quando o assunto é engravidar. Embora a maioria das pacientes obesas não seja infértil, pode-se dizer que esse grupo tem menos chances de conceber por ciclo pois normalmente enfrentam mais distúrbios no eixo hipotálamo-hipófise-ovário, no ciclo menstrual, e têm até três vezes mais chances de sofrer de anovulação.

Relação da obesidade com a infertilidade




Quando se está acima do peso, o corpo passa a produzir mais leptina, hormônio que está relacionado a dificuldade em engravidar. Não se trata apenas da fecundação que é prejudicada, mas também o processo de implantação pode ser prejudicado pelo excesso de peso.

O tecido adiposo age sobre a fertilidade principalmente por efeitos hormonais. A célula adiposa consegue provocar alterações no padrão de hormônios sexuais por possuir enzimas como a aromatase, que converte a testosterona em estrógeno. Em homens, o excesso de estrógeno age sobre o hipotálamo e a hipófise, impedindo a liberação de hormônios gonadotrópicos como o hormônio folículo estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH) que controlam a produção de espermatozoides.

Em mulheres, além desse mecanismo, outras enzimas como a leptina e uma maior produção de substâncias andrógenas, como a testosterona, também são responsáveis pela alteração na liberação de LH e FS e, consequentemente, na liberação de óvulos. 

Sem ação do FSH e do LH a liberação do óvulo fica inibida, gerando uma oligo ou anovolação crônica com ciclos menstruais irregulares. Sem óvulos, não há fecundação e a mulher não consegue engravidar. É isso que ocorre nas pacientes com Síndrome do Ovário Policístico (SOP) que é altamente relacionada a obesidade, diabetes e infertilidade em mulheres.

O diabetes tipo II e a resistência insulínica, comuns em pessoas obesas, também parecem agir sobre esse eixo hormonal, por meio de substâncias inflamatórias, reduzindo a fertilidade.

Posso engravidar mesmo obesa?



Ainda que a obesidade possa dificultar a gravidez não significa que a pré-mãe com essa dificuldade deve desistir do seu sonho. Hoje em dia há formas de se prevenir que a obesidade atrapalhe a gestação. O primeiro e importante passo é ter controle sobre o peso durante a gravidez, uma responsabilidade da mãe. A obesidade é uma doença de vários fatores, portanto nem sempre apenas o controle da alimentação é suficiente. A condição genética pode ser um fator determinante para a obesidade, mas além dela, a idade, as condições climáticas, que alteram o metabolismo, vícios e quadros clínicos pré-existentes, como a diabetes por exemplo. 
Não espere até a segunda-feira para começar a reeducação alimentar e a fazer atividade física. Ainda que sejam 20 minutos todo dia, já refletirá numa grande melhora da saúde e com isso da fertilidade. Adotar uma vida mais saudável com alguma atividade física, ainda que uma simples caminhada, irá contribuir e muito para que as dificuldades de engravidar e até com a futura gestação sejam vencidas.

Deve-se vencer o nosso próprio preconceito com o corpo pois sempre há como melhorar nossa saúde e com isso alcançar o tão sonhado positivo. Até a próxima!

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sexta-feira, 15 de abril de 2016

Dores na gravidez



Ao iniciar a jornada de tentantes imaginamos que a ansiedade durará até receber o positivo e depois será mais tranquilo. Se você pré-mãe pensa assim, sinto lhe informar que isso é não acontecerá. Na realidade, ser mãe representa estar sempre preocupada com alguma coisa. Embora grande parte das preocupações sejam apenas coisas da nossa cabeça, algumas devem ser levadas a sério. Durante a gravidez é comum ter mais ansiedade, principalmente quando o assunto é relacionado a dores e incômodos comuns na gestação. Mas quando devemos realmente nos preocupar? Ter dor é normal? E qual dor é normal e qual não é? O post de hoje trata dessas dores e incômodos que vem junto com o positivo!

Dor na gestação é normal?


Muitas pessoas falam sobre a normalidade de ter dor durante a gravidez. Na verdade, a dor é esperada ou compatível com a gravidez. Não podemos nem devemos ver a dor como algo normal e elas devem sempre ser relatadas ao obstetra. Ele é quem pode dizer com certeza que não há problemas e qual conduta tomar para alívio delas. 

Algumas dores ou incômodos podem ser evitadas ou aliviadas com os cuidados adequados. Tudo dependerá da causa da dor e principalmente da intensidade de cada sintoma. Cada pessoa é diferente e portanto, por mais que determinada dor ou incômodo seja esperado, sempre relate ao médico se a intensidade for alta para você.

Cólicas


Sintomas comuns de ciclos menstruais, as cólicas costuma assustar muito a mamãe, principalmente as de 1ª viagem. Elas ocorrem devido ao aumento do útero, formação de gases intestinais que causam distensão, bem como a maior irrigação sanguínea para a região pélvica. Dessa forma, torna-se mais fácil perceber qualquer alteração nesse área. 


No geral, não são preocupantes quando são leves e não estão acompanhadas de sangramentos. Cólicas intensas e regulares devem ser avaliadas pelo médico já que podem indicar princípio de aborto ou parto prematuro, dependendo do tempo de gestação. 

Costuma passar depois de um banho morno (evite banho quente que pode induzir o parto) ou após o uso de analgésico indicado pelo obstetra. Dores persistentes devem ser avaliadas pelo obstetra.

Dor ou sensibilidade nas mamas



Esse costuma ser um dos primeiros sintomas de gravidez na mulher, se trata da preparação do corpo para a amamentação. Devido ao aumento das mamas e maior liberação do hormônio Prolactina a região das mamas podem ter maior sensibilidade ao toque e ao movimento. Isso explica porque usar sutiã pode passar a ser um desafio. Com o aumento das mamas é necessário que seja feito um ajuste no tamanho do sutiã, bem como da largura das alças que devem ser maiores, pois maior sustentação deixarão os seios mais seguros e menos sujeitos ao movimento, melhorando assim os incômodos.


Dor na lombar



O corpo precisa fazer adequações de postura durante a gravidez para compensar o crescimento da barriga e dos seios. De forma simplificada, como existe um aumento do peso para frente, o centro gravitacional que antes era reto (imagine uma linha reta do topo da cabeça para até os pés) muda fazendo com que a mãe passe a adotar a postura que Shakespeare chamou de "Orgulho da barriga", para permitir que a mulher mantenha-se ereta. Esse mecanismo de compensação é normalmente a lordose acentuada na postura de grávida, acompanhada de aumento de base (pés afastados).

Essa postura costuma causar dores que podem ir aumentando conforme a mulher vai ganhando peso durante a gestação. Dessa forma, é muito importante que o ganho de peso seja equilibrado para não haver necessidade de recorrer a algum medicamento para alívio dessas dores. 

Algumas mulheres bem no início da gravidez já sentem essas dores na região lombar mas que ainda não tem ligação com a adequação da postura. Nesses casos esses incômodos se devem devido ao alargamento dos quadris onde o útero começa um processo de expansão, aumentando as curvaturas e abrindo lateralmente o corpo da mulher.

Para amenizar o impacto sofrido pela coluna a gestante deve procurar praticar atividades de relaxamento,  massagens localizadas, compressas de água morna e acupuntura costumam dar bons resultados. Além de reeducar a postura a gestante deverá fazer exercícios regularmente para diminuir as dores e os mal-estares. 


Dor pélvica



Durante a gravidez a mulher ganha peso não apenas pelo bebê em si mas devido a placenta e o líquido amniótico. É normal então que a pélvis sofra maior pressão, mais especificamente a região do púbis (chamada de sínfise púbica, que nada mais é que a região que tem os pelos púbicos!). O corpo passa então a liberar a Relaxina que é um hormônio encarregado de afrouxar as articulações, possibilitando assim que o bebê se encaixe na pelve, facilitando também o parto, já que essa estrutura fica mais maleável. 

É muito comum as gestantes terem dor nesta região durante o segundo e terceiro trimestre, principalmente gestantes que tem um desequilíbrio da musculatura pélvica, encurtamento da musculatura de membros inferiores e/ou que exerçam atividades que sobrecarreguem esta região. Movimentos em "tesoura", que necessitem de sobrecarga em um dos membros (exemplos: subir escadas, chutar uma bola) ou movimentos que façam tração desta articulação, como abrir as pernas, são fatores que aumentam as chances de desenvolvimento da pubalgia. A seguir dicas do que fazer para evitar a pubalgia:

  • Evitar esforços com desequilíbrio pélvico (levantar peso ou fazer força em um dos membros inferiores).
  • Evitar movimentos rápidos de rotação ou abertura da pelve.
  • Fazer atividades leves para se preparar para o parto (caso estivesse sedentária antes da gravidez) como hidroginástica.
  • Controlar o ganho de peso.
  • Fortalecer a região pélvica (exercício de ponte com um travesseiro entre os joelhos).
  • Aplicar bolsa de gelo no local por 15 minutos (caso esteja com dor). 
  • Procurar fisioterapeuta para exercícios mais específicos.

Exercícios que aliviam dor lombar e pélvica

Dor de cabeça


As mudanças de postura acabam tensionado a coluna cervical, principalmente na região do pescoço. Essa tensão toda, além do estresse natural que a gravidez pode ocasionar, bem como o nível elevado de progesterona no corpo, causam frequentemente dores de cabeça. No início costuma ser mais frequente e tende a passar com a estabilização dos hormônios. 

Embora comum, deve sempre ser observado a presença de outros sintomas como dor no estômago e visão embaçada, já que esses sintomas em conjunto podem indicar pré-eclampsiaque é caracterizado por pressão alta e retenção de líquidos, que leva ao inchaço do corpo e a perda de proteínas pela urina. Trata-se de um problema sério que pode levar a perda do bebê, de forma que deve ser informado imediatamente ao obstetra.

Caso queira aliviar as dores de cabeça, o melhor é descansar em um ambiente tranquilo, sem ruído e com as luzes apagadas, ou aplicar uma compressa de água fria na nuca ou na testa. Em caso de dor de cabeça devido a congestão nasal, aplicar uma compressa de água morna em torno dos olhos e do nariz. Passar longos períodos sem comer também pode contribuir para o aparecimento das dores de cabeça, assim o melhor é comer de 3 em 3 horas e em pouca quantidade. Incluir uma atividade física regular, além de manter um horário regular de sono.




Dor nas articulações



A gravidez traz a propensão à retenção de líquidos e esse inchaço pode causar dor nas articulações das pernas e braços. Devido a retenção e o edema a pressão exercida sobre o nervo mediado é aumentada fazendo com que os momentos sobre a articulações do pulso seja ocorra com maior dificuldade, e nesse caso pode ocasionar a Síndrome do Túnel do Carpo, que acaba sofrendo um estreitamento e comprimindo o nervo. Levando o aparecimento de dor e fraqueza nas mãos e dedos.  Por outro lado, todos esses sintomas desaparecem após o nascimento do bebê.

Para minimizar a retenção de líquidos e o aparecimento de edemas, o ideal é que a gestante faça exercícios físicos e adote uma alimentação saudável com pouco consumo de sal. 

Dor nas pernas



O ganho de peso é novamente o vilão no caso das dores nas pernas. Isso se deve ao arqueamento das pernas que fica maior por causa da mudança de postura da grávida, deixando assim as pernas mais doloridas. Além do mais, pode haver uma diminuição do retorno venoso deixando os membros inferiores com edemas e dores. 

O clima quente costuma acentuar o inchaço e as dores nas pernas, dificultando as prática de atividades físicas ou mesmo atividades cotidianas, como calçar um sapato. 

Colocar as pernas para cima, elevadas em 30 graus de 5 a 10 minutos no final da manhã e no final da tarde, apoiadas em almofadas ou numa cadeira melhora a circulação sanguínea e alivia as dores. Inclua a prática de atividades leves como hidroginástica e caminhada no dia-a-dia. Outras soluções são:
  • Usar meias elásticas de baixa e media 
  • Aumentar a ingestão de líquidos 
  • Evitar o consumo de sal e ingerir mais frutas diuréticas como melão, melancia, carambola.

Câimbras



O encurtamento da musculatura posterior da perna, torna esses músculos mais propenso a espasmos. Ocasionada pela mudança na postura das pernas que sobrecarrega os músculos, as câimbras podem incomodar principalmente à noite.


A compressão da veia cava, causada pelo aumento do útero, atrapalha a circulação sanguínea dos membros inferiores, o que contribui para a retenção de líquidos, bem como um desequilíbrio mineral (como a diminuição do cálcio e magnésio na corrente sanguínea) proporcionam o quadro de câimbras. Para aliviar os sintomas é necessário que seja adotada uma alimentação variada composta por frutas e vegetais e alongamentos antes de dormir também são uma solução.


Dor Abdominal



A dor abdominal na gravidez pode ser causada pelo crescimento do útero, prisão de ventre ou gases mas também pode ser um sintoma de complicações mais graves, como gravidez ectópica, descolamento da placenta, pré-eclâmpsia ou até mesmo aborto. Nestes casos, a dor, geralmente, vem acompanhada de outros sintomas, como sangramento vaginal, distúrbios visuais, inchaço ou corrimento vaginal e a gestante deve ir imediatamente ao hospital para ser avaliada e receber o tratamento adequado.



A dor abdominal persistente e febre baixa podem indicar apendicite, uma situação que pode ser grave e que por isso deve ser despistada o quanto antes.



Há momentos em que a gestante notará o endurecimento da barriga juntamento com uma dor abdominal na parte superior do abdome. São chamadas de contrações de treinamento ou contrações de Braxton Hicks. Podem iniciar a partir da 16 semana de gestação e costumam aliviar com a mudança de posição ou atividade que esteja fazendo. 



O trabalho de parto é a principal causa de dor abdominal no terceiro trimestre e, normalmente, é indicado por sintomas como dor abdominal, cólicas, aumento da secreção vaginal, corrimento gelatinoso, sangramento vaginal e contrações uterinas com intervalos regulares de 10 minutos.

A dor abdominal deve ser avaliada pelo médico já que muitas são suas causas e nada melhor que ficar tranquila com um diagnóstico mais preciso. Não apenas a dor abdominal, mas qualquer dor ou incômodo deve ser comunicado ao obstetra. A mãe tem um instinto aguçado e deve segui-lo em primeiro lugar. Se sentir que há algo de errado não exite em procurar ajuda médica especializada. Até a próxima!


terça-feira, 12 de abril de 2016

Secreções vaginais: o que é normal ou não?



Quando se trata de conhecer o corpo, muitas mulheres ignoram completamente os sinais que podem facilitar a conquista do positivo. O equívoco mais comum é tentar achar padrões que indicam o período fértil ou gravidez com base nos sintomas de outras mulheres. Claro que isso ajuda, mas os sinais que seu corpo manda são únicos e é neles que você deve se concentrar para saber se há algo novo acontecendo ou se há algo errado. A secreção vaginal é dos sinais que podemos observar, mesmo sua ausência tem muito a nos dizer.

Tipos de secreções vaginais


Quando falamos de secreção ou corrimento vaginal, a primeira coisa que vem à mente é que a secreção ou corrimento é algo relacionado à doença. A secreção ou corrimento é um fluido contendo substâncias que o corpo manda para o exterior do corpo. Alguns desses fluídos ou secreções serão fisiológicas, ou seja, são ocorrências normais do funcionamento do organismo e outros serão patológicas (em decorrência de doenças).

Secreções Normais


Durante um ciclo menstrual a mulher passa por diversas fases hormonais que vão interferir no aspecto da secreção vaginal. Também conhecido como muco cervical, essa secreção só é notada quando passa pela vulva (ou seja, quando chega à calcinha) ou quando a mulher tem o hábito de verifica-lo através do toque. 
Como sentir o colo do útero

De maneira geral, a secreção normal é de odor fraco ou imperceptível, com coloração branca, esbranquiçada ou transparente e com aspecto leitoso ou aguado. Não apresentam outros sinais junto com seu aparecimento como irritação ou coceira, dor, vermelhidão, seja na vagina (parte interna) ou na vulva (parte externa).

No ciclo menstrual o muco se deve ao efeito dos hormônios Estrogênio, na primeira fase do ciclo (antes da ovulação) e Progesterona, na segunda fase do ciclo (depois da ovulação). 

A função da secreção ou muco é umedecer, lubrificar e manter a vagina limpa, dificultando o surgimento de infecções. Eventos como na gravidez, uso de anticoncepcionais à base de estrogênios, no meio do ciclo menstrual, perto da ovulação irão alterar o aspecto do muco cervical. (Saiba mais sobre Muco Cervical).



Algumas mulheres apresentam uma secreção como borra de café ou pode ser mais clara com aspecto de caramelo. Serão consideradas normais casos sejam devido à ovulação (quando a mulher apresenta ovulação com um leve sangramento que se mistura ao muco cervical transparente) ou caso seja decorrente de nidação (implantação do embrião na parede do útero). 


Secreção devido à nidação

É normal a mulher ter um período chamado de "seco", ou seja, sem que possa se notar qualquer tipo de secreção. Contudo, caso a mulher se sinta sempre seca, o melhor é procurar um médico para verificar do que se trata.

Secreções Anormais


As secreções anormais são decorrentes de algumas doenças, onde as mais comuns são as vaginites, também chamadas de colpites, que é a infecção da vagina, provocada normalmente por bactérias ou fungos. O corrimento também pode surgir por atrofia da mucosa da vagina após a menopausa, alergia a algumas substâncias, como espermicidas, ou pela presença de um corpo estranho na vagina. A seguir algumas causas de secreções anormais:

Candidíase - Também conhecida por Monoliase Vaginal, a candidíase vaginal é uma infecção ocasionada por fungo, o Cândida ou Monília, que causa um corrimento espesso, grumoso e esbranquiçado, acompanhada geralmente de irritação no local, com prurido (coceira) e/ou ardência na vulva, dor para urinar, dor durante o ato sexual.

Para alguns especialistas, a candidíase não é uma doença sexualmente transmissível, pois pode ocorrer mesmo sem o contato íntimo. Alguns estudos indicam que o fungo pode estar na flora vaginal, assim, quando a resistência do organismo cai ou quando a resistência vaginal está baixa pode ocorrer a multiplicação do fungo e a manifestação dos sintomas. O uso de alguns antibióticos, gravidez, Diabetes, outras infecções (HIV por exemplo), deficiência imunológica, anticoncepcionais e corticoides, relações com parceiro contaminados, usar vestuário inadequado (roupas apertadas, biquínis molhados, roupas que aumentem a temperatura vaginal por longos períodos) ou duchas em excesso, contribuem para o aparecimento dessa micose. 

Gonorreia e ClamídiaA gonorreia e a Clamídia são duas doenças sexualmente transmissíveis (DST) causadas respectivamente pelas bactérias Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis. Ambas doenças causam uma cervicite (infecção do colo do útero) e podem cursar com corrimento vaginal, geralmente de aspecto mucopurulento (amarelo turvo). Outros sintomas associados incluem dor para urinar, dor durante o ato sexual, normalmente com sangramento pós-coito e irritação na vulva.

Tricomoníase - É uma infecção genital causada pelo protozoário Trichomonas Vaginalis. Sua transmissão ocorre por meio das relações sexuais ou contato íntimo com secreções de uma pessoa contaminada. Pode ser transmitida por mulher/homem e mulher/mulher. Em geral, afeta mais as mulheres.

O Trichomonas vaginalis é um parasita que só infecta o ser humano; costuma viver na vagina ou na uretra, mas pode também ser encontrado em outras partes do sistema geniturinário. Por viver principalmente na parte interna da vagina, essa doença causa microlesões e dores, e pode até levar ao desenvolvimento de outras DSTs. Normalmente a doença se apresenta com um corrimento fino, amarelo-esverdeado, de odor desagradável, associado aos outros sinais clássicos de vulvovaginite, como dor ao urinar, irritação da vulva e sangramento/dor durante o coito.


Vaginose bacteriana - Essa infecção desencadeia um desequilíbrio da flora vaginal fazendo com que a concentração de bactérias aumente. Atualmente, a Vaginose Baceteriana é considerada uma proliferação maciça de uma flora mista, que inclui Gardnella Vaginallis, Peptoestreptococcus e Micoplasma hominis.



Durante a menstruação, a Vaginose causa um odor desagradável e forte, pois nesse período a ação das bactérias aumenta. Essa doença ocorre principalmente em mulheres na idade reprodutiva, que usam DIU ou são fumantes. A proliferação de bactérias e a queda no número de lactobacillus faz com que haja um aumento significativo do pH da vagina, sendo esta uma das dicas para o diagnóstico.



Outras causas são devidos à alergia ao lubrificante da camisinha, a espermicidas, a perfumes, sabonetes ou produtos de higiene íntima, etc., podem causar uma reação alérgica na vagina/vulva, levando ao aparecimento de corrimento. Também pode ocorrer por causa de Infecção pelo verme oxiúrus, Infecção pelo HPV, Herpes genital, Câncer do colo do útero, alergia ao sêmen (causa rara), Vulvovaginite pela bactéria Streptococcus ou por corpo estranho retido dentro da vagina (absorvente interno ou camisinha “perdida”, por exemplo).

Características das secreções





Diagnósticos e tratamentos


Quando se trata de secreções vaginais normais, não haverá presença de nenhum outro sintoma que possa incomodar, tais como irritação, vermelhidão ou coceira e nem odores fortes. Sempre que houver a presença desses ou de outras sintomas deve-se consultar um médico para que sejam feitos exames para confirmar a causa. 

O tratamento depende da causa da secreção e só pode ser passada pelo ginecologista. Embora possamos achar indicações na internet de remédios (caseiros ou não), um tratamento errado poderá agravar o quadro clínico. Não tente adivinhar a causa do corrimento anormal. É importante apenas saber identificar o que é fisiológico ou patológico. Procure sempre um médico para esclarecer qualquer dúvida. Até a próxima!






sexta-feira, 8 de abril de 2016

Gravidez Ectópica


Infelizmente nem sempre o positivo significa que o sonho de ter um bebê será realizado. É o caso quando ocorre uma gravidez ectópica. Esse tipo de gravidez pode não se desenvolver, mesmo em alguns casos, o corpo se encarrega de encerrar a gravidez, normalmente é necessário intervenção médica. Saiba identificar os sintomas e como agir em caso de suspeita.

O que é gravidez ectópica?


A palavra ectópico significa descolado de lugar ou posicionado fora do lugar correto. Dessa forma então definimos gravidez ectópica em uma gravidez que ocorre fora do lugar correto, ou seja, fora do útero.  

Gravidez ectópica na tuba uterina

Muitas pessoas afirmam que gravidez ectópica e gravidez tubária é a mesma coisa. Mas como vimos anteriormente, a gravidez ectópica é a gravidez que ocorre fora do útero, de forma que não necessariamente apenas nas trompas ou tubas uterinas. Assim, toda gravidez tubária é ectópica, mas nem toda gravidez ectópica ocorre nas trompas. Isso mesmo! Há casos de gravidezes que ocorreram na cavidade abdominal, por exemplo. Embora sejam casos raros, devemos fazer a distinção entre gravidez ectópica e gravidez tubária. 

Os tipos de gravidez ectópica variam entre tubário (98% dos casos), intersticiais ou cornuais (no corno esquerdo ou direito, pontas localizadas na parte de cima do útero), cervicais (no colo do útero), ovarianas e abdominais. 




A única gravidez ectópica com chances de gerar fetos vivos é a abdominal. Nesse tipo de gravidez, quando não há abortamento (normalmente até o 5º mês), boa parte dos nascituros possuem retardo mental, em função da oxigenação ineficiente.

Quais são os sintomas?



Na maioria dos casos, a gravidez ectópica apresenta os mesmos sintomas de uma gravidez tópica (no útero). Embora possa ser assintomática (sem sintomas), os sinais comuns são cansaço, náuseas e tonturas, mamas mais sensíveis, podendo haver ausência ou não do fluxo menstrual. Há casos em que não se desconfia de gravidez justamente por apresentar sangramento semelhante ao do ciclo menstrual, e como os demais sintomas de gravidez também podem indicar outros diagnósticos, a gravidez poderá demorar mais para ser identificada.


Pode-se desconfiar de gravidez ectópica quando os sintomas iniciais de gravidez vêm acompanhados de dor intensa de um lado da barriga e sangramento vaginal semelhante ao fluxo menstrual, que pode evoluir para dor mais intensa que afeta todo o abdômen, ou dor durante a relação sexual ou exame ginecológico, dor no pescoço, ombro e desmaio.


Quais são as causas?


Quando um óvulo é fecundado, o zigoto geralmente leva entre quatro e cinco dias para percorrer a trompa até o útero, onde se implanta e começa a se desenvolver. A maior parte dos casos de gravidez ectópica se dá pela obstrução na passagem da tuba uterina, que pode bloquear total ou parcialmente a passagem do óvulo, fazendo-o implantar-se na própria tuba. Outros fatores que podem retardar ou impedir a passagem do óvulo, incluem causas inflamatórias e suas conseqüências, os tumores ou anormalidades do desenvolvimento das trompas e as cirurgias sobre as trompas. Os hormônios, já que níveis elevados de estrógeno ou progesterona podem imobilizar a musculatura e os cílios da tuba, fazendo com que o ovo se desprenda no tempo errado e fecunde em local impróprio. Drogas hormonais como as indutoras da ovulação e a progesterona usada em mini-pílulas, a pílula do dia seguinte e o DIU contendo progesterona e também por causa do processo de envelhecimento da mulher. 



Quem corre mais riscos de gravidez ectópica?



Fatores que estão relacionados a maiores chances de desenvolvimento de gravidez ectópica incluem:

  • Gravidez ectópica anterior
  • Cirurgias nas trompas como laqueadura
  • Técnicas de reprodução assistida
  • Tabagismo
  • Processos inflamatórios ou infecciosos prévios como a inflamação nas trompas uterinas (salpingite) ou a infecção do útero, das tubas uterinas ou dos ovários (doença inflamatória pélvica), a exemplo de infecções ocasionadas por Gonorreia ou Clamídia.
  • Alterações estruturais ou anatômicas nas trompas ainda que sejam ocasionadas devido à procedimentos cirúrgicos (reversão de laqueadura por exemplo). 
  • Uso de DIU


Como diagnosticar?



Através de avaliação do histórico menstrual da paciente como alterações do último ciclo, atraso, modificações no fluxo, período fértil. 

O exame físico do abdômen é feito para determinar se está hipersensível à palpação. Também através do toque bimanual, onde percebe-se que o útero poderá estar discretamente aumentado ou normal. 

Exames complementares como dosagem de beta-HCG cerca de sete a dez dias após a ovulação. Na gravidez tópica, os níveis do hormônio tende a dobrar a cada 48 horas, caso essa elevação não ocorra, pode-se desconfiar de gravidez ectópica. 

Com o exame de Ultrassonografia (USG) para tentar localizar o concepto. Se ele não for encontrado, há anormalidade. Outros achados anormais à ultrassonografia incluem: massa anexial, líquido livre na cavidade peritoneal, saco gestacional com batimentos cardiofetais. 


Com o Doppler colorido transvaginal tem uma sensibilidade de 96% e uma especificidade de 93% no diagnóstico da gravidez ectópica. (indicando o melhor exame complementar para fechar o diagnóstico).

Em alguns casos, somente a laparoscopia possibilita o diagnóstico definitivo da gravidez abdominal, permitindo o diagnóstico de 90% dos casos. 

Qual o tratamento?


Por se tratar de uma gravidez inviável, infelizmente o tratamento é a interrupção da gravidez, na maioria dos casos. Quando diagnosticada precocemente, pode-se fazer uso de metotrexato injetável para evitar o crescimento das células e destruir as células já existentes do tecido ectópico. Após a aplicação da medicação, seu médico monitorizará a dosagem da gonadotrofina coriônica humana (hCG) de forma quantitativa. Caso a dosagem do hCG permaneça elevada, possivelmente deverá ser feita uma nova aplicação de metotrexato. Essa medicação é um antagonista do ácido fólico altamente tóxico a tecidos em rápida replicação. Deve ser utilizada em casos específicos (geralmente gestações ectópicas íntegras com diâmetros pequenos). 
Em outros casos, a gestação ectópica poderá ser tratada com a cirurgia laparoscópica. Nesse procedimento uma pequena incisão é feita na região abdominal, próximo à região umbilical. O médico introduz um pequeno instrumento contendo uma câmera e luz (laparoscópio) para visualizar a cavidade abdominal. Outros instrumentos podem ser inseridos na cavidade abdominal por meio desse pequeno instrumento ou por meio de outras pequenas incisões que podem ser realizadas nas regiões inguinais. O tecido ectópico é removido por meio de salpingectomia (retirada completa da tuba uterina) ou salpingostomia (retirada do tecido ectópico, mantendo a tuba uterina).

Caso a gestação ectópica apresente sangramento abdominal aumentado ou ruptura da tuba uterina (levando a quadros de instabilidade hemodinâmica), você deverá ser submetida a uma cirurgia de emergência por meio de incisão laparotômica. Nesses casos, raramente a trompa é mantida (opta-se nesses casos pela realização de salpingectomia).

Caso haja suspeita de gravidez ectópica é importante que um médico seja consultado o mais rápido possível. Quanto mais cedo é feito o diagnóstico melhor para a paciente. Quando o teste de gravidez, de urina ou de sangue, não apresenta evolução nos níveis de hCG, também é bom consultar o médico. No caso do teste de farmácia é possível observar se a linha de teste fica mais escura dias depois de primeiro teste positivo ou no caso de exame de sangue, pode-se optar por fazer o exame de Beta hCG quantitativo para comparar os valores detectados. Sempre que suspeitar de qualquer problema o melhor é sempre buscar ajuda especializada. Até a próxima!





terça-feira, 5 de abril de 2016

Sua História... Camila e o parto do Davi

O depoimento de hoje é de uma amiga que conheci no meu grupo de mulheres que sonham com seu positivo. Acompanhei a um tempo sua jornada em busca do segundo positivo pois ela já é mãe de um lindo menino, o Luan. Muitas mães são induzidas pelo médico a fazer cesariana por ter uma circular do cordão, o parto da Camila mostra bem que é possível ter um parto normal sem que o bebê seja prejudicado. Essa é a história da Camila e do parto do Davi:


Olá Meninas, hoje vim relatar meu parto:
Passei a noite de natal com muito desconforto.
Não chegava a ser dor, mas a noite tive a tal “síndrome do ninho arrumado”. Comecei a arrumar minha casa, a lavar banheiro e até as bolsas do bebê estava arrumando. Parece que eu sabia que ia ganhar ele e eu estava com apenas 36 semanas e 1 dia. 😊
Na manhã de sábado dia 26/12, acordei e senti um líquido quentinho molhando minha calcinha. Foi quando desconfiei, "será?". Tomei um banho e quando sai do banho não tive dúvida, minha bolsa havia rompido e não estava na hora. Eu já tive um filho prematuro de 28 semanas e foi tudo muito sofrido, não queria passar por isso novamente, mas Deus estava comigo e eu estava muito calma.
Falei para meu marido e ele ficou doido [risos]
Fomos para a maternidade e realmente eu ia ter meu bebê.
Fui internada às 13:00 horas do sábado, sem nenhuma dor e até as 16:00 horas se eu não evoluísse eles induziriam meu parto. Foi o que aconteceu. Fui para sala de parto às 20:00 horas sem nenhuma dor. Fiquei debaixo do chuveiro, fiz exercício com bola, fiz agachamento e nada do Davi nascer. Já na manhã de domingo dia 27/12 eles suspenderam a indução com ocitocina. Eu não havia tomado café pois não sabia se iria para uma cesariana de emergência.
Já às 10:00 da manhã colocaram dois comprimidos na minha vagina e eu teria que ficar uma hora deitada. Às 11:00 horas eu levanto para ir ao banheiro e sinto uma dor muito forte, "finalmente!", pensei.
Minha dor foi aumentando e já eram 12:00 horas e estava apenas com 4 para 5 cm de dilatação, estava muito fraca, tinha vomitado de tanta dor. 😢 Fui para a banheira às 12:30 e às 13:00 não aguentei mais, fui para a cama e senti uma vontade imensa de fazer força e ainda estava com apenas 5 cm de dilatação.

À esquerda Luan e o irmão Davi\ À direita Davi logo após o parto
E às 13:27 meu Davi nasceu, com duas circulares [voltas do cordão umbilical no pescoço do bebê] e meu marido que ficou do meu lado o tempo todo, teve a experiência de cortar o cordão. Meu bebê ficou comigo por uma hora, todo sujinho e sentido meu cheiro.
Ele nasceu com 2,160kg e 48 cm e com 36 semanas e 3 dias não precisou ficar na UTI [Unidade de Terapia Intensiva].
Minha segunda vitória 😇😍

Camila Lopes

As histórias de pessoas como a Camila servem de inspiração para todas as pré-mães e as mamães de segunda, terceira, quarta viagem! Não é porque já tem um filho que a jornada pela nova gravidez será fácil, também não significa que quem ainda não conquistou seu positivo deva desistir. Assim como cada gravidez é única, cada história deve ser vista como um incentivo para continuar na busca desse lindo sonho, seja ele o primeiro ou seja ele o quinto! O importante é que uma hora ou outra poderemos viver esse momento incrível. Até a próxima!

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segunda-feira, 4 de abril de 2016

Maternidade - Voltar ao trabalho ou ficar em casa?


A mãe descobre a gravidez, passa nove meses com seu filho e poucos meses após o parto já enfrenta o dilema que aflige muitas mães: voltar ao trabalho! Num cenário ideal da maternidade muitas mães ficariam com seus babys pelo menos até que completassem 1 ou 2 anos. Diante desse cenário de crise que vivemos, trabalhar muitas vezes não é questão de desejo da mãe, mas de uma necessidade para o sustento da família. 

Como decidir?


Essa é uma questão extremamente pessoal. Muitas pessoas começam a dar palpites, muitas querem apenas ajudar, mas na verdade deixam o coração da mamãe ainda mais apertado. 


Pesar os prós e contras é uma boa alternativa para começar a enxergar a questão de forma mais prática. Se a questão é que a mãe se vê incompleta pois sente falta de ser algo mais que apenas "mãe", embora essa seja uma função já muito importante, ela deve aceitar esse sentimento de forma a não se punir por querer estar em outras atividades que não envolvam seu filho. Isso não a torna menos mãe! A mãe passa tanto tempo com o filho na barriga que muitas enxergam a criança como sua própria extensão e não como um ser diferente dela, de forma que não é ruim querer viver momentos longe dele. 

Se voltar ao trabalho é uma questão financeira, a mãe precisa olhar para essa situação sob a ótica de que está fazendo isso também para o bem da criança. Embora estar junto é bom para o bebê, ele se adaptará também ao convívio com a pessoa responsável por cuidar dele enquanto a mãe trabalha. É uma grande prova de amor a renúncia de alguns momentos com o filho para que toda a família tenha uma vida confortável. 

Tem como se preparar para a separação?


Quando a questão de voltar ao trabalho foi decidida, resta então algumas definições a serem feitas:

Quem cuidará da criança - Não importa se é alguém da família, como a avó ou a irmã ou a tia, ou ainda se é a vizinha ou se ficará em uma creche. O importante é que o cuidador seja alguém de confiança. Não dá para trabalhar fora e ficar pensando se seu bebê tá alimentado ou se trocaram a fralda para não ter assaduras. Quando existe o vínculo de confiança com quem está com a criança, a mãe consegue focar melhor no trabalho. Para isso, a criança também deve ter confiança em que está cuidando dela. Não se deve desprezar o acolhimento emocional que a criança necessita nos primeiros meses de vida, como colo, carinho, atenção. Isso não se trata de mimar a criança, mas de deixá-la confortável sabendo que quem está perto dela não a deixará sofrer. Caso seja escolhida uma creche, prefira as que tenham esse acolhimento como metodologia e evite as que deixam as crianças sempre em berços ou cadeiras.

Ritual do sono - Se o bebê sempre adormece no peito, depois dos 3-4 meses, é possível que já possa ir alternando a maneira como ele pega no sono. Envolver outras pessoas, como o papai, na rotina do sono é uma forma de ir adaptando a criança a não dormir no peito. Momentos como o banho ou massagem são ótimos para que outras pessoas criem um laço maior com a criança. Apesar do forte instinto de sugar, a criança consegue distinguir quem está a fazendo dormir e consegue adormecer sem a necessidade de estar no peito. Mesmo que em casa a criança durma mamando, na creche a criança conseguirá adormecer de outra forma com a as cuidadoras sem problemas. 

Separação gradual - Não se deve expor a criança a uma mudança brusca em sua rotina. De forma que a mãe deve acompanhar os primeiros momentos da criança com o novo cuidador, seja ele uma babá, um familiar ou alguém da creche. A criança então deve ter interações com seu cuidador acompanhada da mãe para que crie confiança. Aos poucos a criança irá se ambientar a nova experiência e sentirá a segurança de estar também aos cuidados da mãe. Com o passar do tempo a mãe poderá ir se afastando por períodos maiores até que a criança possa ficar com seu cuidador sem problemas. Não há um prazo certo para que isso ocorra, então a mãe deve usar de sua sensibilidade para saber quando a separação poderá ocorrer. Quanto mais tempo houver para a interação com o cuidador antes da separação, melhor para o bebê. 

Amamentação - Prefira sempre que o leite materno seja a fonte de alimentação da criança pelo menos até os seis meses de vida. Muitas mães antecipam esse desmame pois acham ser melhor para que o bebê acostume, mas é comprovado que o melhor para a saúde da criança é que se estenda a amamentação pelo menos até os dois anos. Acontece que se há a necessidade de voltar ao trabalho, como fazer isso? Para que não haja comprometimento da amamentação, o melhor é que ofereça o leite materno em um copinho para que a criança não rejeite os seios quando a mãe estiver em casa. O melhor é que outra pessoa faça isso pois a criança, ao ter a mãe perto, prefere o seio para mamar. Veja esse post sobre amamentação

Lidando com os sentimentos



É normal ter medo da mudança. Não é apenas o bebê que enfrentará uma nova fase, mas a mãe também! Muitas mães tem medo não apenas que alguém não cuidará bem de seu filho, mas que ao contrário, poderá cuidar tão bem que a criança não sentirá mais falta dela. São sentimentos conflituosos pois a mãe não quer ninguém maltratando o filho mas também tem medo de que ele tenha tanto amor que o seu não fará falta. É importante ter em mente que o amor de mãe é único e que tem um grande peso na vida do bebê, sendo assim insubstituível, ainda que sejam criados vínculos de afetos com outras pessoas, a mãe é sempre especial.



O importante na escolha de voltar ao trabalho é que a nova rotina deixem todos mais felizes e realizados. De nada adianta estar sempre ao lado dos filhos mas sentir-se incompleta, da mesma maneira, não se pode estar no trabalho mas sentir-se triste demais para aproveitar os benefícios de ter uma renda e de conviver com outras pessoas falando de assuntos que não sejam os filhos. Qualquer que seja o caminho escolhido, ser feliz é o mais importante e não vale contar com uma felicidade futura. 



Cada minuto que passa não volta e se deseja ser feliz, seja no trabalho ou em casa cuidando dos filhos, que seja hoje. E caso ainda esteja divida quanto a que caminho seguir, seja criativa e invente algo que a satisfaça e que permita ficar em casa com o filhos, seja com um trabalho em meio período ou que possa fazer em casa mesmo. Embora o dinheiro seja a base nesse mundo capitalista, nada trará mais satisfação do que aproveitar as coisas que dinheiro nenhum pode comprar: os momentos em família. Escolher não é fácil, mas se escolher ser feliz, as coisas se ajeitarão... Até a próxima!

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