segunda-feira, 4 de abril de 2016

Maternidade - Voltar ao trabalho ou ficar em casa?


A mãe descobre a gravidez, passa nove meses com seu filho e poucos meses após o parto já enfrenta o dilema que aflige muitas mães: voltar ao trabalho! Num cenário ideal da maternidade muitas mães ficariam com seus babys pelo menos até que completassem 1 ou 2 anos. Diante desse cenário de crise que vivemos, trabalhar muitas vezes não é questão de desejo da mãe, mas de uma necessidade para o sustento da família. 

Como decidir?


Essa é uma questão extremamente pessoal. Muitas pessoas começam a dar palpites, muitas querem apenas ajudar, mas na verdade deixam o coração da mamãe ainda mais apertado. 


Pesar os prós e contras é uma boa alternativa para começar a enxergar a questão de forma mais prática. Se a questão é que a mãe se vê incompleta pois sente falta de ser algo mais que apenas "mãe", embora essa seja uma função já muito importante, ela deve aceitar esse sentimento de forma a não se punir por querer estar em outras atividades que não envolvam seu filho. Isso não a torna menos mãe! A mãe passa tanto tempo com o filho na barriga que muitas enxergam a criança como sua própria extensão e não como um ser diferente dela, de forma que não é ruim querer viver momentos longe dele. 

Se voltar ao trabalho é uma questão financeira, a mãe precisa olhar para essa situação sob a ótica de que está fazendo isso também para o bem da criança. Embora estar junto é bom para o bebê, ele se adaptará também ao convívio com a pessoa responsável por cuidar dele enquanto a mãe trabalha. É uma grande prova de amor a renúncia de alguns momentos com o filho para que toda a família tenha uma vida confortável. 

Tem como se preparar para a separação?


Quando a questão de voltar ao trabalho foi decidida, resta então algumas definições a serem feitas:

Quem cuidará da criança - Não importa se é alguém da família, como a avó ou a irmã ou a tia, ou ainda se é a vizinha ou se ficará em uma creche. O importante é que o cuidador seja alguém de confiança. Não dá para trabalhar fora e ficar pensando se seu bebê tá alimentado ou se trocaram a fralda para não ter assaduras. Quando existe o vínculo de confiança com quem está com a criança, a mãe consegue focar melhor no trabalho. Para isso, a criança também deve ter confiança em que está cuidando dela. Não se deve desprezar o acolhimento emocional que a criança necessita nos primeiros meses de vida, como colo, carinho, atenção. Isso não se trata de mimar a criança, mas de deixá-la confortável sabendo que quem está perto dela não a deixará sofrer. Caso seja escolhida uma creche, prefira as que tenham esse acolhimento como metodologia e evite as que deixam as crianças sempre em berços ou cadeiras.

Ritual do sono - Se o bebê sempre adormece no peito, depois dos 3-4 meses, é possível que já possa ir alternando a maneira como ele pega no sono. Envolver outras pessoas, como o papai, na rotina do sono é uma forma de ir adaptando a criança a não dormir no peito. Momentos como o banho ou massagem são ótimos para que outras pessoas criem um laço maior com a criança. Apesar do forte instinto de sugar, a criança consegue distinguir quem está a fazendo dormir e consegue adormecer sem a necessidade de estar no peito. Mesmo que em casa a criança durma mamando, na creche a criança conseguirá adormecer de outra forma com a as cuidadoras sem problemas. 

Separação gradual - Não se deve expor a criança a uma mudança brusca em sua rotina. De forma que a mãe deve acompanhar os primeiros momentos da criança com o novo cuidador, seja ele uma babá, um familiar ou alguém da creche. A criança então deve ter interações com seu cuidador acompanhada da mãe para que crie confiança. Aos poucos a criança irá se ambientar a nova experiência e sentirá a segurança de estar também aos cuidados da mãe. Com o passar do tempo a mãe poderá ir se afastando por períodos maiores até que a criança possa ficar com seu cuidador sem problemas. Não há um prazo certo para que isso ocorra, então a mãe deve usar de sua sensibilidade para saber quando a separação poderá ocorrer. Quanto mais tempo houver para a interação com o cuidador antes da separação, melhor para o bebê. 

Amamentação - Prefira sempre que o leite materno seja a fonte de alimentação da criança pelo menos até os seis meses de vida. Muitas mães antecipam esse desmame pois acham ser melhor para que o bebê acostume, mas é comprovado que o melhor para a saúde da criança é que se estenda a amamentação pelo menos até os dois anos. Acontece que se há a necessidade de voltar ao trabalho, como fazer isso? Para que não haja comprometimento da amamentação, o melhor é que ofereça o leite materno em um copinho para que a criança não rejeite os seios quando a mãe estiver em casa. O melhor é que outra pessoa faça isso pois a criança, ao ter a mãe perto, prefere o seio para mamar. Veja esse post sobre amamentação

Lidando com os sentimentos



É normal ter medo da mudança. Não é apenas o bebê que enfrentará uma nova fase, mas a mãe também! Muitas mães tem medo não apenas que alguém não cuidará bem de seu filho, mas que ao contrário, poderá cuidar tão bem que a criança não sentirá mais falta dela. São sentimentos conflituosos pois a mãe não quer ninguém maltratando o filho mas também tem medo de que ele tenha tanto amor que o seu não fará falta. É importante ter em mente que o amor de mãe é único e que tem um grande peso na vida do bebê, sendo assim insubstituível, ainda que sejam criados vínculos de afetos com outras pessoas, a mãe é sempre especial.



O importante na escolha de voltar ao trabalho é que a nova rotina deixem todos mais felizes e realizados. De nada adianta estar sempre ao lado dos filhos mas sentir-se incompleta, da mesma maneira, não se pode estar no trabalho mas sentir-se triste demais para aproveitar os benefícios de ter uma renda e de conviver com outras pessoas falando de assuntos que não sejam os filhos. Qualquer que seja o caminho escolhido, ser feliz é o mais importante e não vale contar com uma felicidade futura. 



Cada minuto que passa não volta e se deseja ser feliz, seja no trabalho ou em casa cuidando dos filhos, que seja hoje. E caso ainda esteja divida quanto a que caminho seguir, seja criativa e invente algo que a satisfaça e que permita ficar em casa com o filhos, seja com um trabalho em meio período ou que possa fazer em casa mesmo. Embora o dinheiro seja a base nesse mundo capitalista, nada trará mais satisfação do que aproveitar as coisas que dinheiro nenhum pode comprar: os momentos em família. Escolher não é fácil, mas se escolher ser feliz, as coisas se ajeitarão... Até a próxima!

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