Nem sempre o caminho até a maternidade é fácil, para grande parte das tentantes, é um caminho muito muito difícil. Por vezes o tempo é o maior obstáculo a ter que superar. Quando os primeiros tratamentos para engravidar (indução de ovulação, coito programado ou outros) não funcionam ou quando o tempo é um fator que não pode ser ignorado, a solução está em fazer uma fertilização in vitro (FIV). Entenda um pouco mais sobre essa opção para a conquista do positivo.
No que consiste a FIV?
A FIV é uma técnica de fertilização que consiste na manipulação dos gametas em laboratório e após fecundação, introdução do embrião no organismo materno. Isso significa que os óvulos previamente induzidos à ovulação são captados e em laboratório são fecundados com os peixinhos (espermatozoides) do pré-pai, daí o termo "in vitro" (no caso no vidrinho do laboratório). Depois é feita uma seleção dos embriões que são mais viáveis (os que tem maiores chances de implantar) e são colocados na cavidade uterina para a nidação (implantação no útero).
Quais são as etapas da FIV?


Classificação dos óvulos - Com o auxílio de um estereomicroscópio sob fluxo laminar (espécie de capela onde flui ar estéril de dentro para fora, evitando a contaminação do material), o conteúdo líquido destes folículos obtidos no centro cirúrgico, é transferido para uma placa de meio de cultura (meio que imita ao máximo o ambiente das tubas) e examinado à procura do óvulo. Uma vez identificado, o óvulo é transferido para outra placa contendo apenas meio de cultura, onde será classificado. Os óvulos são classificados como imaturos ou em prófase, metáfase I e metáfase II ou maduros. Apenas os óvulos na fase metáfase II apresentam estado de maturação suficiente para ser fertilizado.
![]() | ![]() | ![]() |


Numa incubadora à 37ºC com 5% de CO2 são mantidos por cerca de 12 a 18 horas até que possam ser observar sinais de fertilização, que nada mais é do que a presença dos 2 pró-núcleos, conforme imagem abaixo:
Fertilização normal![]() 2 Pro-núcleos | Fertilização Anormal![]() 1 Pro-núcleo | Fertilização Anormal![]() 3 Pro-núcleo |
Classificação pré-transferência - Antes da transferência embrionária, os pré-embriões em fase de clivagem (3 dias após a fertilização) ou em estágio de blastocisto (6 dias após a fertilização) são classificados morfologicamente, levando em consideração a velocidade de divisão celular, o número de blastômeros, a simetria e a forma dos blastômeros, a presença ou ausência de fragmentação.
Antes de se transferir os embriões para o útero, é recomendado fazer o Diagnóstico pré-implantação (PGD) para casais que apresentam um risco de transmitir doenças genéticas para seus futuros filhos.

Atualização da FIV
Na Fertilização in vitro tradicional para a formação do embrião, os espermatozoides são colocados juntos com o(s) óvulo(s) e então esperassem que ocorra a fecundação naturalmente. Contudo, novas formas de aprimorar a técnica foram criadas, uma delas é a ICSI – sigla em inglês para Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides, é a introdução de um espermatozoide no óvulo usando-se um microscópio especial com sistema específico, o micromanipulador, no qual pode-se segurar o óvulo com uma agulha bem fina e com outra introduzir o espermatozoide. A vantagem desta técnica é que se
obtém uma taxa de fertilização bastante superior à Fertilização in vitro Convencional, sendo necessário somente um espermatozoide para cada óvulo.
Outro avanço ocorreu também com a ICSI, onde é feito uma avaliação morfológica do espermatozoide muito superior à ICSI Convencional, que recebeu o nome de ICSI Magnificada ou SUPER ICSI, no qual, com um aumento superior a 6.300 vezes, possibilita a escolha de melhores espermatozoides, resultando em maiores taxas de gravidez.
Quais complicações podem ocorrer com a FIV?

A Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO) é uma complicação decorrente do estímulo ovariano com indutores de ovulação, podendo levar a quadros graves e, em casos extremos, até à morte. Geralmente é decorrente de uma resposta exacerbada dos ovários ao estímulo hormonal e resulta em um número grande de oócitos.
Os sintomas são:
- Dor abdominal leve
- Inchaço
- Náuseas
- Vômitos
- Diarreia
Apesar de muitos médicos mencionarem a ocorrência de gestação múltipla como uma complicação potencial da FIV, confesso que não seria problema para alguém tão louca para ser mãe como eu.
O risco de gestações múltiplas ocorre em casos em que mais de um embrião é transferido para o útero. Gestações múltiplas apresentam um risco maior de parto prematuro e baixo peso ao nascer quando comparadas com gestações únicas.
A FIV pode falhar?
Infelizmente muitos são os fatores que podem causar o insucesso da fertilização in vitro, dentre eles:
Alterações do embrião - A principal razão de um embrião não implantar é o fato de que grande parte dos embriões estão alterados (genética ou morfologicamente).
Alterações do sêmen - Fatores como fragmentação do DNA do espermatozoide, alterações importantes da motilidade, morfologia, alterações cromossômicas são algumas das causas de falha na FIV.
Alterações do óvulo - A qualidade dos óvulos é um dos principais fatores de sucesso da FIV. Os protocolos de indução de ovulação e as drogas utilizadas podem ter influência direta no número e na qualidade dos óvulos e embriões.
Alterações anatômicas do útero - Alterações anatômicas do útero também podem prejudicar o embrião a se implantar, e o tratamento destas lesões pode melhorar a chance de sucesso. O diagnóstico pode ser sugerido por ultrassom transvaginal e histerossalpingografia, mas a confirmação diagnóstica se faz por vídeo-histeroscopia. Muitos serviços realizam de rotina a histeroscopia antes da FIV. Se não foi realizada, vale a pena ser indicada após uma falha. As alterações que podem estar associadas a falha de FIV são: septo uterino, pólipos, sinéquias uterinas e miomas submucosos. A exérese destas lesões pode aumentar a chance de implantação.
Alterações funcionais do endométrio - Muitas vezes, mesmo sem uma lesão anatômica na cavidade endometrial, pode haver alguma alteração da receptividade endometrial, estando envolvidos múltiplos fatores: hormonais, imunológicos e vasculares.
Problemas na transferência - A dificuldade na transferência dos embriões muitas vezes causa traumas no endométrio e atrapalha a implantação do embrião, principalmente quando este ato for acompanhado de dor. Caso haja dificuldade na passagem do cateter de transferência, a vídeo-histeroscopia com a dilatação do colo ou simplesmente a dilatação do colo uterino isolada beneficia a próxima tentativa. Uma opção ainda é realizar a transferência com sedação.
Alterações Imunológicas - Os problemas imunológicos têm sido responsabilizados por alguns casos de insucesso na fertilização in vitro e por abortos de repetição, dentre eles estão: Cross-match (abortos muito precoces durante a fase de implantação) ou mesmo Autoimunidade.
Trombofilia - São doenças que provocam alterações de coagulação do sangue e, quando existem, aumentam a chance de formar coágulos sanguíneos e causar tromboses mínimas nos vasos placentários, capazes de provocar abortos. Alguns autores associam ainda com falhas de implantação, apesar de isso ser um assunto controverso.
Problemas na transferência - A dificuldade na transferência dos embriões muitas vezes causa traumas no endométrio e atrapalha a implantação do embrião, principalmente quando este ato for acompanhado de dor. Caso haja dificuldade na passagem do cateter de transferência, a vídeo-histeroscopia com a dilatação do colo ou simplesmente a dilatação do colo uterino isolada beneficia a próxima tentativa. Uma opção ainda é realizar a transferência com sedação.
Alterações Imunológicas - Os problemas imunológicos têm sido responsabilizados por alguns casos de insucesso na fertilização in vitro e por abortos de repetição, dentre eles estão: Cross-match (abortos muito precoces durante a fase de implantação) ou mesmo Autoimunidade.
Trombofilia - São doenças que provocam alterações de coagulação do sangue e, quando existem, aumentam a chance de formar coágulos sanguíneos e causar tromboses mínimas nos vasos placentários, capazes de provocar abortos. Alguns autores associam ainda com falhas de implantação, apesar de isso ser um assunto controverso.
Endometriose - quando a FIV é indicada, é questionável se deve-se submeter a paciente a uma cirurgia, havendo uma tendência a indicá-la somente em casos sintomáticos (para melhora da qualidade de vida) e/ou de endometriomas volumosos que possam atrapalhar a captação oocitária. Frente a falhas da FIV, uma opção é tratar a endometriose antes de uma nova tentativa, uma vez que a doença interfere na receptividade endometrial pela ação de citocinas como LIF (Leukemia Innibitory Factor), que atrapalham a implantação do embrião.
A verdade é que mesmo havendo chances de falhas, o mais importante é não desistir jamais de um sonho tão lindo quanto a gravidez. A FIV apresenta uma probabilidade de gravidez que variam entre 20 e 35% em mulheres de até 35 anos. A partir dos 40 anos, quando os óvulos já perderam parte da vitalidade, a taxa de gravidez cai para 15%. Contudo, não se deve ater-se ao cálculo matemático se ser mãe é seu maior sonho, procure um bom médico e lute sempre pelo seu positivo. Até a próxima.
Fontes pesquisadas: site do Centro de Reprodução Humana do IPGO, ghente.org e outras fontes da internet.
Nenhum comentário:
Postar um comentário