Quando decidimos trazer ao mundo nosso rebento, a única preocupação é com os namoros nos dias certos do ciclo, levantar as perninhas depois de cada namoro e deixar a natureza agir, correto? Não!
Para que a futura gravidez ocorra sem maiores intercorrências é muito melhor que a pré-mãe comece a cuidar da saúde bem antes de partir para os treinos. Listarei alguns exames que são indicados para serem feitos logo depois da consulta com o GO (ginecologista obstetra), se ele for um bom médico irá indicá-los já na primeira consulta em que você esclareça que seu objetivo é ficar buchudinha rsrs. Aliás essa é a única barriga que toda pré-mãe anseia.
Esses exames pré-concepcionais servem para detectar doenças contraídas no passado e as que estiverem ativas, as quais podem significar algum risco para a sua gestação, o desenvolvimento do seu bebê ou mesmo para você.
Antes dos exames avalie seu médico!
Uma coisa que poucas pré-mães fazem na primeira consulta é avaliar o seu GO. Isso mesmo!!! Ele deve ser muito bem avaliado para que você sinta nele um amigo, com quem possa contar em todos os momentos. Não adianta nada um médico que seja super atencioso mas que não tire suas dúvidas. Converse com outras pacientes, principalmente as que já alcançaram o nível master da barriguinha sonhada e desejada por nós. Pergunte se ele atende ao telefone fora do horário comercial. Ele deixa disponível e-mails ou outras formas de contato? Você pode achar que não quer ser invasiva, mas acredite, quando estiver de madrugada com cólicas, dúvidas e cheia de medo de perder seu milagre, um médico receptivo será essencial.
Na consulta, seu médico irá checar sua saúde de forma geral e avaliará possíveis disfunções genéticas e/ou hormonal. No geral, costuma-se passar vitaminas como o ácido fólico para que comece a tomar antes mesmo da gravidez. Essa vitamina é essencial para a formação do tubo neural do bebê e tomando ela desde o início você garante que não haverá problemas na formação do mesmo. Além das vitaminas, será verificado também se você recebeu em dia todas as vacinas, caso negativo, saiba que levará as agulhadas de reforço o quanto antes, mas tudo isso em prol de um bem maior!
É muito importante estar em dia com todas a vacinas ou, quando não, preparar o braço para tomar a tríplice bacteriana (dTpa) contra difteria, tétano e coqueluche; a pneumocócica; a meningocócica C conjugada; a tríplice viral, contra sarampo, rubéola e caxumba; e as vacinas contra hepatite A, hepatite B, hepatite C, gripe, varicela, febre amarela (nas regiões endêmicas), raiva (quando necessário) além da vacina anti-HPV. (Ufa, meu braço até doeu rsrs)
Enfim os exames das pré-mamães:
- Hemograma completo
Para verificar as condições gerais da saúde da pré-mãe, pode diagnosticar anemia, infecções, linfomas e quadros tóxicos, deficiência vitamínica como ferro, por exemplo.
- Tipagem sanguínea e fator Rh
Se o sangue da mulher é Rh negativo, existe a possibilidade de ter um filho Rh positivo, caso o pai seja Rh positivo. O problema está na hora do parto, quando a mãe entra em contato com o sangue do filho e desenvolve anticorpos para o Rh positivo (isso pois o corpo entende que o sangue do bebê é algo que é estranho ao que esta habituado, então ele guarda essa informação para caso entre em contato novamente com esse sangue "estranho"), o que prejudica a segunda gestação, caso o próximo filho também seja Rh positivo.
A solução para a incompatibilidade sanguínea é fazer a vacina de gamaglobulina anti-D, capaz de reduzir este risco para próximo de zero.
Se o sangue da mãe é Rh positivo não haverá incompatibilidade sanguínea com o sangue do filho, mesmo que ele seja Rh negativo, portanto a doença não se apresenta.
Conheça mais a respeito do Fator Rh Negativo na gravidez.
Conheça mais a respeito do Fator Rh Negativo na gravidez.
- Glicemia
Serve para verificar se existe a presença do Diabetes Mellitus ou se há risco de desenvolver a doença que pode causar má formação do bebê (principalmente no coração e fígado) ou até levar a abortos espontâneos.
- Urina e fezes
Para detectar a presença de bactérias na urina mesmo que não haja sintomas na pré-mãe. As infecções urinárias pode levar a contrações uterinas ou até mesmo parto prematuro, que foi o meu caso.
Já nas fezes são procurados agentes patogênicos de leveduras, parasitas e bactérias, os quais podem levar a perda de ferro, muito importante para a formação do bebê e para a saúde da pré-mãe.
Exames sorológicos
- Citomegalovírus
Vírus cujos sintomas da infecção são variáveis, podendo até mesmo ser confundido com uma simples gripe. Na fase crítica, pode aparecer dor de garganta, febre e aumento dos gânglios do corpo, do baço e do fígado. Se a mulher pega essa doença durante a gravidez, existe uma grande possibilidade de passá-la para o bebê e causar sérios problemas, como retardo
mental, nascimento com baixo peso, icterícia e pneumonia, problemas de audição e visão, e até mesmo o óbito intra-uterino.
A transmissão vertical do vírus pode ocorrer durante a gestação por passagem através da placenta; ao nascimento, pelo contato da criança com secreção vaginal contaminada ou no período pós-natal, através da amamentação.
Não existe um tratamento para a doença e nem uma vacina para evitar a contaminação, por isso as pré-mamães que nunca tiveram contato com esse vírus devem ter muito cuidado, pois não têm imunidade.
- Rubéola
Para a pré-mãe não há grandes complicações mas se ocorrer durante a gravidez pode levar à infecções graves que podem causar no rebento cegueira, surdez, má formação ou mesmo morte intra-uterina (Triste né?)
Quem nunca teve rubéola não desenvolveu imunidade, nesse caso, deve-se vacinar três meses antes de encomendar o bebê.
Quem já tá com o bebê no forninho não pode tomar a tríplice viral pois é feita com vírus atenuados. Nesse caso, a mamãe receberá um reforço da vacina dupla para difteria e tétano. E para as buchudinhas que não estão em dia com a tríplice bacteriana devem tomar a dupla conta difteria e tétano para evitar o tétano neonatal.
- Toxoplasmose
Causada pelo protozoário chamado Toxoplasma Gondii, é uma doença transmitida através do contato com fezes de animais que estejam contaminadas,
da manipulação de terra e da ingestão de carne crua e verduras contaminadas. Se a pré-mãe pega esta doença durante a gravidez, pode haver diversas
complicações para o futuro bebê, como má formações,
deficiência visual grave quando nascer e outros problemas graves de saúde, apesar de existir tratamento para diminuir essa chance.
- Sífilis (VDRL)
Doença transmitida através de relações sexuais desprotegidas, que pode ter importantes repercussões para a saúde da mãe e do bebê. Se a pré-mãe engravida com a doença ou é contaminada durante a gravidez, existe grande risco de abortamento espontâneo e óbito intra-uterino. Ao passar pela placenta e contaminar o bebê, a sífilis também pode causar diversas má formações, a chamada sífilis congênita.
O tratamento é muito simples, à base de antibióticos e
quando diagnosticada e tratada corretamente antes da
gravidez, os riscos de transmissão são eliminados, a não ser que a mulher seja novamente infectada.
- Hepatite B
Não há registros de que o vírus da hepatite B cause má
formação, mas pode ocorrer a transmissão para o bebê na hora do parto. Nesse caso, depois de nascer, o bebê é vacinado e recebe a imunoglobulina da hepatite B, que funciona como um "antídoto".
Para saber se a pré-mãe está imune, ou não, a hepatite B é necessário fazer a dosagem dos anticorpos no sangue. Para as que já estão imunes não existe risco de transmissão. Entretanto, as que não têm anticorpos da hepatite B no sangue devem ser vacinadas, preferencialmente antes de engravidar, mas a vacina pode ser administrada em gestantes sem qualquer risco, pois é produzida através de engenharia genética.
- HIV
Vírus causador da AIDS. A mulher que é portadora deste vírus pode transmiti-lo para o bebê durante a gravidez, parto e amamentação. É por esta razão que esse exame é tão importante, não somente antes da gravidez, como também durante o pré-natal. Quanto mais precocemente se descobrir a doença, maiores são as chances de um tratamento preventivo, reduzindo a possibilidade de transmissão ao bebê para menos
de 3%.
Se mesmo assim o HIV for transmitido ao bebê, às chances de sobrevivência são quase de 100%. Isso acontece porque a criança recebe medicamentos anti-retrovirais logo que nasce, não tem contato no parto - que deve ser cesariano - e ainda não é amamentada pela mãe contaminada.
- HPV
É um vírus que se instala principalmente na mucosa vaginal e seu maior contagio é por via sexual. 70% dos casos tem cura espontânea e o restante pode permanecer cronicamente muitas vezes sem sintomas, se manifestando quando ocorre queda de imunidade; na gestação a mulher apresenta queda de
imunidade, por exemplo, e normalmente é necessária a cauterização para curar as lesões. Caso apareçam lesões durante a gravidez, não devem ser utilizados ácidos, pois o risco de queimadura química é grande. Primeiramente, deve-se fazer o diagnóstico de certeza, e se realmente for HPV, deve-se realizar cauterização elétrica ou a laser.
O Papanicolau faz um diagnóstico indireto, pois não detecta o HPV, mas sim a lesão que ele causa no tecido. É preciso ter uma célula doente na lâmina e contar com a sensibilidade do examinador para se obter um diagnóstico preciso.
A presença do HPV durante a gravidez não implica em má formação fetal, nem que mamãe não poderá optar pelo parto normal. O único problema é que, se no momento do parto, na vagina estiverem presentes lesões de HPV, estas poderão contaminar o recém nascido. Neste caso o médico saberá avaliar se a mãe pode fazer um parto via vaginal ou proceder para uma cesariana, pensando no que for melhor para o bebê.
Esses são alguns exames que toda pré-mãe deve fazer o mais cedo possível. Nada como engravidar e já saber que tomou todos os cuidados iniciais com a saúde do baby. Até a próxima.
Leia também:
Papanicolau - A importância do exame preventivo
Infecção Urinária
Exame do Cotonete - Estreptococos B
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