Para que a gestação se desenvolva bem, é muito importante que o ambiente em que o bebê se encontra seja adequado. O líquido amniótico, envolvido pela bolsa amniótica, é encarregado de proteger o bebê de choques mecânicos e térmicos. A bolsa amniótica normalmente forma-se na segunda semana de gravidez, assim que esta se forma enche-se de líquido amniótico que inicialmente é apenas água proveniente da mãe. Pouco fluido amniótico (oligohidrâmnio) ou muito (poli-hidrâmnio ou hidrâmnio) pode ser uma causa ou um indicador de problemas para a mãe e o bebê.
Como o líquido amniótico ajuda o bebê?
Além de manter a temperatura constante dentro do útero e proteger o bebê amortecendo-o de choques e movimentos bruscos, o líquido amniótico (fluído que fica dentro da bolsa amniótica ou bolsa d'água) é muito importante para o desenvolvimento de alguns órgãos, como pulmões e sistema gastrointestinal.
Ao engolir esse líquido, seu filho vai completando o desenvolvimento desses órgãos. Isso também permite que ele se mexa dentro da barriga, promovendo o desenvolvimento de ossos e músculos, além de:
• Impedir que o cordão umbilical seja comprimido, o que prejudicaria o fornecimento de oxigênio para o bebê;
• Proteger o bebê contra infecções.
Qual é a quantidade ideal de líquido?
O volume de líquido amniótico vai aumentando com o decorrer da gravidez, e costuma chegar à sua quantidade máxima por volta de 34 a 36 semanas de gravidez. Nessa altura, a mãe tem entre 800 ml e 1 litro de líquido dentro do útero. Depois disso, o volume vai diminuindo aos poucos, até o bebê nascer.
Tem como saber quanto líquido tem dentro da barriga?
É necessário fazer um ultrassom para conseguir medir a quantidade de líquido amniótico. Alguns sinais podem levar a desconfiar da baixa quantidade de líquido, como:
• Perda de líquido amniótico pela vagina (o cheiro é parecido com água sanitária).
• Tamanho do bebê menor que o normal para a idade gestacional
• Fácil apalpação do bebê pelo lado de fora da barriga
• Pouca frequência com que o bebê mexe
• Nascimento anterior com tamanho pequeno para a idade gestacional
• Pressão alta
• Diabetes
• Lúpus
O que indica pouco líquido no exame?
Na ultrassonografia, dá para medir os bolsões de líquido em vários pontos do útero (o espaço entre o bebê e a parede uterina), e o especialista faz um cálculo que resulta no índice de líquido amniótico (ILA). No terceiro trimestre, o ILA deve estar entre 5 cm e 25 cm. Um índice abaixo de 7 cm é considerado sinal de alerta, e com menos de 5 cm pode fazer com que os médicos prefiram adiantar o parto.
Índice de Líquido Amniótico
Poli-hidrâmnio relativo ILA= 250-300 mm
Poli-hidrâmnio absoluto ILA> 300 mm
Oligohidrâmnio relativo ILA= 20-80 mm
Oligohidrâmnio absoluto ILA< 20 mm
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O que é oligohidrâmnio?
Oligohidrâmnio é a redução no líquido amniótico e não é tão rara: cerca de 8 por cento das grávidas têm esse problema em algum ponto da gestação, normalmente no terceiro trimestre.
O bebê corre riscos por eu estar com pouco líquido?
Uma insuficiência prolongada na quantidade de líquido amniótico durante a gravidez pode causar alguns problemas no desenvolvimento de seu bebê.
Os problemas podem variar de acordo com a quantidade que houver diminuído e com a etapa da gravidez em que ocorrerem.
Por exemplo, se acontecerem durante a primeira metade da gravidez, haverá maiores riscos de malformações, abortos espontâneos ou parto muito prematuro.
As consequências para o bebê dependem da causa da redução no líquido, e se a quantidade está mesmo muito pequena. Pode acontecer em qualquer etapa da gravidez, mas é mais freqüente durante o último trimestre e não exige nenhuma providência, só um acompanhamento um pouco mais atento da gravidez. Não há sintomas específicos.
A maior preocupação quando há redução no volume de líquido antes do terceiro trimestre é que o crescimento dos pulmões do bebê seja prejudicado. Por isso, é provável que você seja submetida a ultrassonografias com mais frequência para acompanhar o desenvolvimento do seu filho. A possibilidade de parto prematuro é outra preocupação.
Pode ser, porém, que os médicos decidam que o bebê vai se desenvolver melhor fora do útero do que dentro, e resolvam antecipar o parto. É comum que, em casos de falta de líquido amniótico, o bebê esteja sentado, pois o líquido é que facilitaria a movimentação dentro do útero e o posicionamento de cabeça para baixo.
As causas dessa complicação não estão determinadas ainda, mas costumam acontecer quando a gravidez se prolonga, já que o líquido diminui naturalmente quando o bebê já deveria ter nascido ou quando há algum problema no desenvolvimento.
Como tratar?
O tratamento será determinado pelo médico, levando em consideração suas características e o que for melhor para a mãe e para o bebê. Geralmente, recomendam-se repouso e beber muito líquido. É necessário um acompanhamento freqüente e detalhado da evolução do bebê e da quantidade de líquido amniótico.
Uma forma de minimizar seus riscos é substituir o líquido perdido por outro similar. Esse procedimento é chamado de amnioinfusão. Se a saúde da mãe e a do bebê estiverem em risco, provavelmente o médico tentará realizar o parto o mais cedo possível.
Por que o líquido diminui?
Nem sempre a causa do oligohidrâmnio é conhecida. A diminuição do volume do líquido é mais observada nos meses de clima quente, por isso os especialistas acreditam que ela tenha relação com a desidratação materna. Dessa maneira, o médico costuma recomendar que a mãe tome muito líquido. Repouso e banhos de imersão também costumam ser recomendados pelos obstetras.
Outras causas para a redução no líquido amniótico
Ruptura parcial da bolsa
Quando há uma pequena abertura na bolsa, o líquido pode escapar. Pode acontecer em qualquer ponto da gravidez, mas é muito mais frequente perto do final da gestação. Às vezes a abertura se fecha sozinha e o líquido pára de vazar (por exemplo, quando a perda de líquido acontece depois de uma amniocentese.
O maior perigo dessa ruptura parcial da bolsa, além do oligohidrâmnio, é a entrada de bactérias, que podem provocar uma infecção. Assim, o médico deverá estar mais atento para qualquer sinal de infecção.
Problemas na placenta
Pode ser que a placenta não esteja produzindo sangue e nutrientes em quantidade adequada para o desenvolvimento do bebê. Quando os bebês são pequenos, produzem menor quantidade de urina, por isso os níveis de líquido amniótico ficam baixos.
Anomalias no bebê
Quando o líquido fica abaixo do normal ainda no primeiro ou no segundo trimestre, pode ser que haja alguma malformação interferindo na produção de urina pelo bebê. O médico deve pedir um ultrassom detalhado para verificar o desenvolvimento dos rins do bebê e do trato urinário, além do coração.
Síndrome da transfusão feto-fetal
Quando a mulher está grávida de gêmeos idênticos e cada um tem sua própria bolsa, há entre 10 e 15 por cento de possibilidade de eles terem a síndrome da transfusão feto-fetal - um bebê recebe mais sangue e nutrientes da placenta que o outro. Nesses casos, o gêmeo "doador" acaba ficando com menos líquido amniótico, enquanto o "receptor" fica com líquido em excesso.
Se a mulher estiver grávida de gêmeos, terá que fazer ultrassonografias com frequência para acompanhar os níveis de líquido amniótico e o desenvolvimento de cada bebê.
Medicamentos
Determinados remédios podem causar oligohidrâmnio. A medicação contra hipertensão à base de inibidores da enzima conversora da angiotensina (inibidores da ACE), por exemplo, afeta o funcionamento dos rins do bebê e deve ser evitada. Alguns remédios usados para combater a ameaça de parto prematuro também podem afetar os rins do bebê, assim como o ibuprofeno. Por isso é muito importante nunca usar nenhum remédio na gravidez sem falar com o médico.
Trabalho de parto com pouco líquido
Já nos casos em que a grávida entra em trabalho de parto com pouco líquido amniótico, o obstetra pode inserir um pequeno tubinho até ao útero para inserir uma substância que substitui o líquido amniótico, no caso de parto normal, e que permite evitar complicações como a falta de oxigênio no bebê, que pode acontecer caso o cordão umbilical fique preso entre a mãe e o bebê. Porém, este tratamento não serve para tratar a falta de líquido amniótico durante a gestação porque só funciona enquanto o líquido está sendo injetado durante o parto normal.
Em breve haverá outro post a respeito de Poli-hidrâmnio, que é o excesso de líquido amniótico. Fique sempre atenta aos sinais do seu corpo, principalmente as hipertensas, diabéticas ou que tenham lúpus. Se começar a perder líquido pela vagina ou se o bebê não se mexe com a frequência de antes, é bom procurar um médico, mesmo em qualquer situação que se sinta desconfortável, ainda que pareça ser uma coisa sem importância. Até a próxima.
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E quando ocorre anidranmio. Foi o que ocorreu comigo. Perdi todo o liquido com 16 semanas. Hoje estou com 23 semanas estou em conduta expectante. Mais o bebê está se desenvolvendo normal. Mas os médicos não sabe o que ocorreu por ter perdido tão cedo o liquido.estou cheias de incerteza Mais confiante que vai dar tdo certo.
ResponderExcluirSei como é difícil, flor. Espero que tudo dê certo para vcs!
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