sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Como sentir o colo do útero


Conhecer o colo do útero permite que a mulher identifique as alterações que irão definir os prováveis dias férteis. 
Toda mulher deve ter intimidade com seu corpo para conseguir distinguir as sutis mudanças que ele apresenta de forma única. O toque vaginal é uma ferramenta para entender os sinais que o corpo mostra, indicando onde a mulher está no ciclo menstrual e quais seriam os dias com mais chances de conseguir engravidar.

Criando intimidade com seu corpo


Antes de tudo, para conseguir perceber as modificações do corpo durante o ciclo menstrual, é importante criar intimidade com ele. Isso só é possível com o passar do tempo. É importante entender cada pedacinho do seu corpo. Com relação ao ciclo menstrual, é necessário entender as alterações que o corpo passa durante todo o ciclo e observar como o corpo sinaliza essas mudanças.


Localizando o colo do útero



O colo uterino é a parte mais inferior do útero, fica cerca de 3 a 6 cm dentro da vagina e possui a forma de uma rosquinha com um pequeno buraco no centro. O canal interior do colo do útero, contém glândulas que produzem secreções que variam em consistência e qualidade em todo o ciclo, é o conhecido muco cervical. A posição e textura do colo do útero mudam ao longo do ciclo de ovulação.


Preparação para o toque vaginal


É importante higienizar muito bem as mãos com sabão e água (que pode ser morna). Deve-se evitar o uso de produtos que podem causar alergias, como loções ou cremes hidratantes. As unhas devem estar bem aparadas para evitar arranhar ou machucar o colo do útero durante o toque. Pode-se também optar pelo uso de luvas descartáveis.

Encontre uma posição confortável que torne o acesso ao colo do útero mais fácil. Pode ser de pé apoiado num banquinho, deitada ou sentada na cama, ou ainda sentada no vaso. 
Lembre-se apenas de higienizá-lo antes de fazer o toque. Algumas mulheres preferem ficar na posição de cócoras. Fazer uma flexão do tronco, curvando-se para frente também diminui a distância entre sua mão e sua vagina. Utilize qualquer posição que esteja mais a vontade.

Como fazer o toque vaginal



Delicadamente insira o seu dedo mais longo (indicador ou médio) em sua vagina, em direção ao fundo, até sentir o colo do útero. Pode-se sentir como um cilindro em direção a parte de trás das paredes macias de sua vagina. Se o dedo é longo o suficiente, ou dependendo do dia do ciclo menstrual, você deve ser capaz de circular o dedo a toda a volta do colo do útero e se sentir um pouco dentro no meio dele (chamada de orifício, a abertura para o útero).

Se preferir, pode lubrificar o dedo com um lubrificante à base de água para ajudá-la a deslizar mais facilmente. Não utilize vaselina, loção ou qualquer outro produto não marcado especificamente para uso na região.


O que observar no colo do útero


Para determinar qual o período do ciclo a mulher está, deve-se observar a textura do colo e do muco cervical, posição do colo uterino e se há abertura do colo. 


Textura do colo uterino


Colo Firme                                Colo Macio

O colo uterino pode ser suave e macio, como lábios fazendo biquinho, ou firme, como a ponta de seu nariz, dependendo se você está ou não ovulando.

Colo firme: ao tocar o colo do útero, a sensação é de estar tocando a ponta do nariz. 

Colo médio: textura intermediaria entre firme e macio/esponjoso. 

Colo macio ou esponjoso: ao tocar o colo, a sensação é de estar tocando o lábio. 

Muco cervical


Quanto mais perto da ovulação, mais  úmido o colo do útero fica. O muco passa a ter aspecto de clara do ovo, indicando que o período mais fértil está ocorrendo. Conheça mais sobre o Muco Cervical e o Muco Clara de Ovo.

Posição do colo uterino



Nas primeiras vezes que o sentir o colo do útero, poderá ser muito difícil determinar a altura do colo. Continue sentindo-o a cada dia ao longo de um mês ou dois, notando as diferenças na posição a cada semana. Eventualmente, você será capaz de dizer se ele está baixo ou alto.


Colo Alto                                                 Colo Médio                                                       Colo Baixo

Colo alto: nesta posição, o colo é mais difícil de tocar, pois está no topo da vagina. Muitas vezes só se consegue tocar a pontinha. outras vezes o colo está tão alto que nem se consegue tocá-lo. 

Colo médio: posição intermediária entre colo baixo e alto. 

Colo baixo: não é necessário inserir muito o dedo na vagina para encontrar o colo. Quando o colo está baixo, é possível sentir os lados do colo. 

Abertura do colo uterino


Colo Fechado                            Colo Aberto


Assim como a posição e textura, a abertura do colo do útero vária de acordo com o período do ciclo menstrual. 

Colo fechado: A sensação é de tocar a parede lisa do colo do útero. 

Colo médio: Abertura intermediaria entre aberto e fechado. 

Colo aberto: A sensação é de estar tocando uma covinha, muitas veze bem pequena. 

Interpretado as informações


Durante a menstruação: o colo normalmente está baixo e firme, e um pouco aberto, para permitir que o fluxo passe. Com textura mais firme, deixa a sensação de estar tocando a ponta do nariz. Apesar de não ser necessário observar a posição do colo durante a menstruação, pode-se fazer para fins de conhecimento. 

Após a menstruação: o colo se mantém baixo e firme, e a abertura do útero se mantém fechada. 

Perto da ovulação: quando a ovulação está se aproximando, os níveis de estrogênio vão aumentando, o colo vai ficando mais alto, perto do topo da vagina, e vai ficando cada vez mais macio, como a sensação de tocar o lábio. Fica mais difícil de alcançá-lo perto da ovulação mas a abertura fica ligeiramente aberta (permitindo a passagem dos espermatozoides), indicando que a mulher está entrando no período fértil. 

A posição mais alta indica o período mais fértil, com a textura mais suave. A posição pode variar um pouco no período fértil, o colo pode subir ou descer um pouco antes de atingir a posição ideal. Pode-se observar o colo alto, macio e aberto durante vários dias, mas é importante analisar o conjunto dos sinais de fertilidade. 

Após a ovulação: os níveis de estrogênio caem e o colo volta a descer, ficando mais firme e fechado. Esta mudança após a ovulação pode acontecer imediatamente, ou depois de algumas horas, ou mesmo de alguns dias. Cada mulher é diferente. 

É importante lembrar que a abertura das mulheres que já deram a luz é sempre maior. Nesse caso a mulher pode sentir que a abertura não fique tão fechada. 

Quando ocorre a gravidez: o colo às vezes sobe, ficando alto, macio e fechado. Mas isto pode acontecer em épocas diferentes em mulheres diferentes. Observar a posição do colo pra identificar a gravidez não é uma coisa muito certa ou confiável. Apenas o teste de gravidez positivo ou o ultrassom podem confirmar a gravidez.


Cada mulher é única


Vale salientar que nem todas as mulheres seguem o padrão descrito. Dessa forma, é importante não se preocupar caso o colo fique diferente do descrito durante determinado momento do seu ciclo menstrual. Há casos, por exemplo, de mulheres com úteros retrovertidos (virados para trás) que irão encontrar o colo mais facilmente perto da ovulação e as mulheres que deram a luz por via vaginal, poderão sentir o cérvix mais suave ao longo do ciclo. 

Cada mulher deve fazer a observação do seu ciclo de forma individual. O que é normal para uma mulher não necessariamente é normal para outra. É importante observar as alterações cervicais e suas variações em cada ciclo, anotando os padrões e sintomas que serão consistentes para você. 


Dica importante


A mulher deve ser consistente também na forma como faz o toque vaginal. A verificação deve ser feita sempre na mesma posição e no mesmo horário do dia, ou seja, em um agachamento antes de tomar banho pela manhã. Essa consistência é necessária pois uma mudança de posição ou de horário pode mudar a percepção do colo uterino, podendo confundir os resultados. 

Lembre-se que o toque é feito num local muito sensível, de forma que não deve ser feito com pressa ou bruscamente. Cada pessoa é responsável por sua saúde e não se pode fazer de qualquer forma, de maneira que cada pessoa deve ter cuidado para evitar problemas causados pelo mesmo. Até a próxima.

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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Colo Uterino e Muco Cervical Hostil


Durante as tentativas para engravidar, sabemos da importância do Muco Cervical para sabermos o melhor período para namorar e aumentar as chances de conquistar o positivo. Contudo, poucas mulheres entendem melhor a anatomia uterina e também o papel do Colo Uterino ainda antes de ocorrer a fecundação e sua influência nas tentativas de engravidar.

As características anatômicas, funcionais, histológicas e patológicas tornam o colo do útero de grande importância para a saúde da mulher e as condições do canal cervical podem contribuir para a infertilidade. 

O que é colo do útero?


O colo do útero, também chamado de cérvix, é a porção inferior do útero onde se encontra a abertura do órgão, localizando-se no fundo da vagina. O colo do útero separa os órgãos internos e externos da genitália feminina estando mais exposto ao risco de doenças e alterações relacionadas ao ato sexual.

O colo uterino apresenta formato cilíndrico e possui uma abertura central conhecida como canal cervical que liga o interior do útero à cavidade vaginal – local no qual ocorre a eliminação do fluxo menstrual e a entrada do esperma. É através do colo uterino que se dá a passagem do feto durante o parto vaginal.

Infertilidade e o fator cervical


Antes de ovular, o canal cervical produz o muco que é responsável pelo transporte e armazenamento dos espermatozoides no trato reprodutor feminino. Quando os espermatozoides entram em contato com o muco cervical, eles passam para a fase de maturação, ou seja, tornam-se capazes de fertilizar o óvulo.


Algumas vezes o muco pode conter a presença de proteínas (anticorpos) que matam ou imobilizam o espermatozoide. Exames do muco, do espermatozoide e de sangue podem ser necessários para detectar a presença dessas proteínas. 

Teste Pós-Coito


Para determinar se o muco cervical pode estar contribuindo com a demora para engravidar, o médico pode pedir um teste pós-coito (PCT). O teste então indicará se existe uma hostilidade do muco cervical. A análise desse material revela a capacidade dos espermatozoides nadarem no muco.

Como é feito o teste Pós-Coito?



Como o nome sugere, o teste é realizado após determinado tempo após a relação sexual. O casal deve manter abstinência dos namoros por cerca de 3 dias antes do teste. Normalmente o teste é realizado durante o período ovulatório, entre 2-8 horas após a relação sexual, embora alguns laboratórios possam determinar o tempo máximo como até 4 horas após a relação. O teste é feito em laboratório, sem incômodos e leva poucos minutos. A coleta é semelhante a uma coleta de preventivo. Realizado com ajuda de um espéculo vaginal, o material obtido é distribuído sobre uma lâmina de microscópio e então analisado. O resultado pode ser informado mesmo dia, cerca de 30 minutos após a coleta.

Como é avaliado o resultado?


Se o número de espermatozoides se movimentando for muito baixo, pode ser indício de algum problema ligado à produção destes espermatozoides, à vagina, ao muco cervical ou problema imunológico. 

Se a qualidade do muco for inadequada, o canal cervical pode não estar funcionando adequadamente. A explicação mais comum é de que o teste tenha sido feito no dia errado. Mas também pode haver algum problema ligado a cirurgias cervicais anteriores.

O médico avalia a amostra do muco cervical, onde a quantidade, qualidade (quanto mais transparente melhor) e também se os espermatozoides estão vivos e com boa motilidade. 


É importante que antes de avaliar o muco cervical, um espermograma tenha sido feito para descartar problemas no esperma do parceiro.

Cuidados a serem tomados


Algumas vezes esses testes podem ter falhas por terem sido feitos sem o acompanhamento com ultrassom, onde não foi determinado o período mais fértil para fazer o exame. É importante também avaliar as modificações do muco cervical devido o uso de indutores de ovulação, já que eles tendem a diminuir a quantidade de muco cervical.

O que fazer caso o muco seja hostil?


O teste pós-coito deve sempre ser feito acompanhado de outros exames para descartar qualquer outro problema na concepção. Problemas cervicais geralmente são tratados com antibióticos, hormônios ou por inseminação intrauterina. Caso seja confirmado a hostilidade do muco cervical, pode-se optar pela inseminação artificial para driblar o muco hostil, já que os espermatozoides seriam depositados diretamente no útero. 


Caso não seja possível a realização da inseminação, pode-se optar pelo uso de lubrificantes amigos da concepção, fabricados de forma a imitar o muco fértil, equilibrando o pH vaginal e facilitando que os espermatozoides fiquem vivos e móveis por mais tempo. Conheça alguns truques para melhorar o muco cervical. 

É importante a mulher saber se fez biópsias, cirurgias, tratamentos com laser ou congelamento, papanicolau anormal ou se a mãe ingeriu o medicamento DES (dietilestilbestrol) enquanto esteve grávida, pois estas condições podem alterar a produção do muco cervical. Converse com seu médico e veja qual a melhor opção de tratamento para você. Até a próxima!






quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Muco clara de ovo


Detectar a ovulação, ou pelo menos tentar, é uma das principais preocupações de toda mulher que deseja engravidar. Uma das formas de se fazer isso é através da verificação do Muco Cervical. Conhecido como muco fértil, muco transparente ou muco clara de ovo (devido ao seu aspecto), esse método de identificação do período fértil pode muitas vezes confundir as mulheres, fazendo com que percam o período fértil, ou simplesmente acreditem que não tenham ovulado por não conseguir visualizá-lo durante o ciclo. Algumas vezes, esse muco pode aparecer mais de uma vez durante o ciclo, deixando as tentantes de cabelos em pé, sem saber o que esperar. 


Quando o muco clara de ovo aparece?



Durante o ciclo menstrual, o muco cervical adquire vários aspectos conforme a fase do ciclo. (Saiba mais a respeito aqui!O muco clara de ovo é um muco transparente, muito aquoso (com as aspecto de água, só que elástico) que aparece durante alguns dias do ciclo menstrual. Quanto mais perto da ovulação, mais transparente e elástico o muco vai ficando. O muco clara de ovo, de fato, surge cerca de 3 dias antes da ovulação mas mantém-se até lá e vai aumentando a elasticidade. Depois da ovulação, repentinamente, desaparece. 


Sempre que estiver perto da ovulação o muco fica visível?


Muitas mulheres podem estar no período fértil sem que consigam notar a presença do muco. Isso pode ocorrer devido à vários fatores como a quantidade de muco, que pode ser pouca, ficando visível apenas através de colheita diretamente do colo do útero. 


Como se colhe o muco?


De manhã, após fazer xixi e com as mãos bem lavadas, deve introduzir o dedo médio o mais fundo que conseguir no canal vaginal, deixando com que fique um pouco de muco no dedo. Deve-se então avaliar a elasticidade e o aspecto do muco. Para isso, esfrega-se o dedo médio no polegar e depois separa-os levemente de forma que o muco possa esticar um pouco. O muco fértil poderá ser esticado sem partir-se por alguns centímetros. Caso o muco se parta facilmente, ou não esteja tão transparente, ainda não é o período mais fértil.


Quando o muco aparece fora do período fértil


Algumas vezes pode ocorrer do muco transparente aparecer pouco antes de vir a menstruação, ou seja, logo após a ovulação, e em alguns casos, pode continuar aparecendo mesmo em caso de gravidez. 

O aparecimento do muco elástico fora do período fértil pode indicar uma alta do hormônio feminino estrogênio. O aumento do estrogênio no organismo feminino faz com que o muco se torne mais abundante, menos espesso e mais aquoso. Desta forma, caso haja alguma alteração no equilíbrio do hormônio estrogênio, a quantidade e a consistência do muco irão sofrer variações. Além disso, infecções e o uso de certos medicamentos podem interferir na qualidade do muco cervical.


Casos em que pode aparecer


Na gestação: Esse tipo de muco é bastante comum durante a gravidez e costuma ficar bem abundante! Isso ocorre porque há um aumento do fluxo sanguíneo na região do ventre e os hormônios presentes na corrente sanguínea colaboram para o seu aparecimento.

Devido ao Anticoncepcional: Alguns anticoncepcionais tem níveis de estrogênio mais alto. Nesse caso, o aparecimento do muco não indica que esteja ocorrendo ovulação e não precisa ser motivo de preocupação. Contudo, algumas mulheres podem ficar mais preocupadas, nesse caso, o melhor é conversar com o médico, para que que sabe, possa haver a troca da medicação, mesmo porque todo contraceptivo pode falhar!

Após laqueadura de Trompas: Mulheres que fizeram laqueadura de trompas também podem apresentar o corrimento tipo clara de ovo, pois como os ovários continuam intactos após o procedimento, a ovulação acontece normalmente e a consequente resposta do organismo também, que continua alterando  a consistência do muco.

Medicamentos ou chás: Alguns medicamentos, como indutores de ovulação, podem fazer com que a mulher tenha maior quantidade de muco cervical. Alguns chás, como o inhame, também irão aumentar a quantidade de muco e também o período fértil. 


Quando o aparecimento merece atenção


Em alguns momentos, o aparecimento do muco transparente em conjunto com outros sintomas, necessita de atenção especial, como:

Muco com sangue: Durante a ovulação, é possível que o muco clara de ovo venha acompanhado de um pouco de sangue. Isso ocorre porque quando o óvulo é liberado ele rompe uma porção do ovário para poder sair, e então isso pode causar um leve sangramento de ovulação. Nesse caso, não há motivos para preocupação. 

Muco com sangue na gravidez: O aparecimento de qualquer sangramento na gravidez, ainda que leve, deve ser comunicada imediatamente ao médico. Algumas vezes, a causa é o rompimento de algum vaso sanguíneo e devido a região uterina estar mais irrigada, qualquer mínimo atrito pode romper um vasinho.


Muco aparece sempre 3 dias antes da ovulação?


E se tratando de corpo humano tudo é sempre muito relativo. Principalmente no que diz respeito ao ciclo menstrual. Como vimos, há várias situações em que o muco clara de ovo pode aparecer. Mesmo quando estamos no período fértil, não se pode assumir que o muco surge sempre 3 dias antes da ovulação. Pode ocorrer do aparecimento um pouco mais tarde ou mesmo, a percepção do muco tenha sido mais perto da ovulação. A menos que a mulher tenha um ciclo regular e faça a avaliação do muco diariamente, não se pode afirmar quanto tempo falta para a ovulação. E ainda nesses casos, qualquer alteração, mesmo emocional, poderá interferir no ciclo menstrual. O melhor é que aproveite o aparecimento do muco clara de ovo para namorar, garantindo maior chance de conquistar o positivo. Até a próxima!

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Como sentir o colo do útero

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Plano de Parto


O parto deve ser um momento em que a mulher se sente acolhida, tranquila e respeitada. Desde a descoberta da gravidez é comum que pensemos em como será o momento em que enfim o bebê, tão esperado, chegará ao mundo. Planejar e deixar claro as preferências dos procedimentos que deseja ou não para esse grande momento é uma forma de contribuir para que esse seja realmente um grande momento. Devemos ter em mente que, embora a evolução do parto seja imprevisível, manter um plano de parto ajudará a ficar mais tranquila durante o processo.


O que é Plano de Parto? 


O Plano de Parto, comum entre as mulheres de praticamente o mundo todo, é uma lista de "planos" da gestante em relação ao dia do parto. Há uma série de procedimentos médicos que a mulher pode não querer passar e o plano de parto é uma ótima ferramenta para deixar isso esclarecido com o médico. Pode-se também descrever quem deseja perto durante o trabalho de parto, bem como outros itens que a mulher tenha refletido durante a gravidez.


Como surgiu o plano de parto?


Esse planejamento começou a ser feito por mulheres nos EUA, e passou a ser difundido pelo restante do mundo. Nos EUA, o plano funciona como uma espécie de carta à equipe responsável pelo parto, e nessa carta a gestante diz como prefere passar pelas diversas fases do trabalho de parto, além de sugerir como gostaria que seu bebê fosse cuidado após o nascimento.


Como fazer Plano de Parto?


Para fazer o plano de parto é importante pesquisar muito a respeito das práticas médicas durante o trabalho de parto. Aproveite os momentos da consulta pré-natal e converse com seu médico sobre o Plano de Parto. Peça a ele que a ajude a inserir ou colocar itens que considere que sejam importantes na carta. Na internet há ótimos textos sobre o assunto mas é importante escolher fontes confiáveis como referência. 

Você pode colocar tudo que considera importante no seu Plano de Parto. Entenda que ele não é uma lista de obrigações para os profissionais envolvidos no seu parto, e ele também não lhe dá liberdade de desobedecer as ordens da equipe médica, muito pelo contrário. Ele deve funcionar mais como uma reflexão e um auxílio às pessoas que estão ao seu redor, para facilitar o diálogo em um momento tão delicado.

Quando estiver com o planejamento pronto, deixe uma cópia com o seu médico.


Porque fazer um Plano de Parto?


O maior valor do plano de parto é justamente propiciar uma maior reflexão e compreensão sobre o tipo de parto que a gestante prefere. É um exercício que pode ajudá-la a definir aquilo que é importante para ela, e com esta informação em mãos, fazer com que esteja mais bem preparada para conversar com seu médico. 

Os casais brasileiros estão percebendo cada vez mais que os médicos e profissionais da saúde bem-intencionados nem sempre têm respaldo científico que sustentem as práticas obstétricas comuns e que muitas dessas práticas são adotadas simplesmente por serem parte de uma tradição médico-hospitalar.

Nos últimos quarenta anos muitos procedimentos artificiais foram introduzidos, de modo a transformar o nascimento de evento fisiológico natural em um complicado procedimento médico no qual todo tipo de droga é usada, todo tipo de procedimento é aplicado, muitas vezes desnecessariamente e alguns dos quais potencialmente prejudiciais ao bebê e até à mãe.

A gestante/parturiente tem o direito de participar das decisões que envolvem seu bem estar e o do bebê que ela está gestando, a menos que haja uma inequívoca emergência médica que impeça sua participação consciente. Ela tem o direito de saber exatamente os benefícios e prejuízos que cada procedimento, exame ou manobra médica pode provocar a ela e/ou ao seu bebê. 

Todas essas informações devem ser fornecidas com base nas evidências científicas. Abaixo você poderá se inteirar das variáveis que acontecem no atendimento ao parto, sobre as quais você pode ter alguma influência. Seguindo de cada variável, procedimento ou atitude, segue uma explicação baseada em evidências científicas.

Esses detalhes podem fazer uma grande diferença para o seu parto, tornando-o uma experiência mais intensa e enriquecedora para toda a família. Analise-as com cuidado junto ao seu parceiro e explique ao seu médico o quanto elas são importantes para você.


DURANTE O TRABALHO DE PARTO

Você Quer?

1) Presença de um acompanhante de sua escolha durante todo o parto, da admissão ao nascimento.

Explicação: Elimina o estresse da separação. Seu parceiro pode provê-la com suporte emocional durante o trabalho de parto e durante todos os procedimentos necessários. A presença do pai propicia a formação dos laços familiares com o novo membro que vai nascer. É direito garantido por lei federal.

2) Presença de outras pessoas da família ou amigos durante o trabalho de parto e parto.
Explicação: A presença de outras pessoas da família ou amigos pode significar mais apoio para você e seu parceiro. Não há aumento na incidência de infecções, desde que essas pessoas não apresentem sinais de doença (por exemplo, coriza ou diarreia).

3) Lavagem Intestinal (Enema, Fleet-Enema, Enteroclisma).

Explicação: A lavagem intestinal é desconfortável e desnecessária se você teve funcionamento normal do intestino nas últimas 24h. No entanto, se você estiver constipada, poderá a qualquer momento solicitar uma aplicação.

4) Liberdade para caminhar.

Explicação: Caminhar estimula o útero a funcionar eficientemente. Os trabalhos de parto que incluem livre caminhar são mais curtos e menos propensos a receber medicamentos analgésicos.

5) Liberdade para mudar de posição.

Explicação: Sentar, deitar de lado, ajoelhar, acocorar, cada posição pode funcionar melhor ou ser mais confortável em diferentes momentos do trabalho de parto.

6) Uso da água no trabalho de parto.

Explicação: Passar parte(s) do trabalho de parto sob o chuveiro ou imersa numa banheira diminui a necessidade de medicamentos para dor.

7) Bebidas e alimentos com alto teor de carboidratos e pouca gordura à vontade.

Explicação: Alimentos ricos em carboidratos e pobres em gordura permitem digestão rápida e suprimento energético necessário durante o trabalho de parto. Líquidos previnem a desidratação.

8) Água e bebidas leves.

Explicação: Você pode ficar com a sensação de boca seca por causa das técnicas de respiração.

9) Objetos pessoais (camisola pessoal, música, flores).

Explicação: Objetos familiares podem melhorar a experiência do parto ao permitir um melhor relaxamento e mais conforto.

10) Tricotomia (raspagem dos pelos pubianos) apenas se desejado.

Explicação: A raspagem dos pelos não diminui a incidência de infecções e o crescimento no período de pós-parto pode ser bastante desconfortável.

11) Infusão intravenosa apenas se houver indicação médica.

Explicação: A infusão intravenosa restringe a mobilidade e interfere no relaxamento. A ingestão de líquidos leves no trabalho de parto reduz a chance de desidratação. As hemorragias em partos espontâneos e não medicamentosos são muito raras para justificar o uso de infusão preventiva.

12) Monitoramento fetal eletrônico apenas se houver indicação médica.

Explicação: Em parturientes de baixo risco, a auscultação intermitente dos batimentos cardíacos fetais por uma enfermeira ou parteira treinada demonstrou ser tão efetivo quanto o uso do monitoramento fetal eletrônico. Além disso, o aparelho restringe o movimento, podendo ser também bastante incômodo. Geralmente as mulheres são instruídas a deitar de costas, posição que pode ser muito desconfortável e ter ação negativa sobre o trabalho de parto e o bebê. O uso intermitente do monitor pode ser uma alternativa.

13) Rompimento espontâneo da bolsa das águas.

Explicação: O líquido amniótico contido na bolsa tem um efeito de proteção, equalizando a pressão sobre o bebê, o que resulta em menos pressão na cabeça. O rompimento artificial das membranas aumenta as chances de infecção e cria um limite de tempo para o parto, além de resultar em contrações geralmente mais dolorosas.



14) Medicação para alívio da dor administrada apenas quando solicitado por você e com informações completas sobre possíveis efeitos sobre você, o bebê e o trabalho de parto.

Explicação: Todo e qualquer medicamento tem um efeito potencial que pode afetar você, seu bebê e seu trabalho de parto. Saber de antemão os benefícios e riscos dos medicamentos usados pelo médico permitem que você faça escolhas conscientes.

15) Presença de acompanhante de parto profissional para suporte contínuo (massagista, fisioterapeuta, doula, enfermeira ou obstetriz sem vínculo com o hospital).

Explicação: Um profissional experiente, que tenha um comprometimento com você em relação ao tipo de parto que você deseja, pode oferecer importantes informações adicionais. A presença de uma doula pode reduzir suas chances de ter uma cesárea em até 50%, tornar o trabalho de parto mais curto, fazer o uso de ocitocina menos necessário, reduzir a necessidade de anestesia e de uso do fórceps. Uma massagista ou terapeuta corporal pode utilizar técnicas de alívio dos desconfortos do parto. 

16) Ocitocina ou drogas de efeito similar para indução ou aceleração do trabalho de parto apenas sob necessidade médica.



Explicação: As contrações induzidas por ocitocina são mais difíceis de serem suportadas do que as contrações naturais, tanto para você como para o bebê. Os riscos do parto induzido incluem restrição do suprimento de oxigênio do bebê e parto prematuro. As complicações decorrentes do uso de ocitocina podem aumentar as chances de uma cesárea ser necessária.

17) Uso de suíte de parto ou a mesma sala/quarto para o trabalho de parto e parto.

Explicação: Isso evita que você seja transferida às pressas, geralmente deitada de costas numa maca, da sala de pré-parto para a sala de parto, durante a fase de expulsão. Muitos hospitais já oferecem as “suítes de parto” ou “LDR (Labor and Delivery Room)” onde a parturiente fica durante todo o trabalho de parto, parto e recuperação. O uso do apartamento fora do centro obstétrico para o parto normal de baixo risco, sem intervenções, também é uma excelente opção.

DURANTE O PARTO EM SI


Você Quer?

1) Posição para expulsão confortável (para você) e eficiente.

Explicação: A posição semi-reclinada (quase sentada), deitada sobre o lado esquerdo, de joelhos ou cócoras pode ser bem mais confortável do que ficar deitada de costas. Deitar de costas comprime o cóccix, diminui o diâmetro da pélvis, pode ser desconfortável e faz o útero pesar sobre artérias importantes, impedindo um bom fluxo sanguíneo. Acocorar-se faz diminuir o comprimento do canal de parto, aumenta a abertura da pélvis, e faz as contrações serem mais eficientes, já que o trabalho está sendo auxiliado pela gravidade.

2) Não usar estribos ou perneiras.

Explicação: A posição de litotomia, na qual você se deita de costas e coloca os pés nos estribos ou perneiras, faz com que o parto seja um esforço contra a gravidade e força você a empurrar o bebê para cima. Estribos abertos, embora deem ao médico uma excelente visão do campo de trabalho, fazem o períneo esticar demasiadamente, aumentando as chances de laceração.

3) Episiotomia apenas se for necessário.

Explicação: Ao permitir que a cabeça do bebê emerja vagarosamente, apenas sob as forças uterinas, o períneo tem maiores chances de distensão, o que minimiza as chances de lacerações. A recuperação da episiotomia pode ser bastante desconfortável. A cicatriz muscular pode afetar posteriormente o prazer sexual. A episiotomia diminui o período expulsivo, podendo ser necessária em caso de sofrimento fetal ou se for preciso o uso do fórceps. Muitos profissionais de saúde fazem a episiotomia rotineiramente, independente de ser necessária, o que não tem qualquer justificativa aceitável.

4) Anestesia peridural ou raquidiana apenas se for necessária alguma intervenção cirúrgica ou a pedido materno.

Explicação: A anestesia é desnecessária na maioria dos partos sem complicações, sem o uso de ocitocina e com liberdade de posição. No caso de uma episiotomia, um anestésico local pode ser aplicado na hora. 

5) Nascimento suave (Parto Leboyer).

Explicação: O nascimento Leboyer é uma atitude, mais que um procedimento. Diminui o trauma sensorial e físico do bebê na hora no nascimento.

6) Clampeamento do cordão apenas depois que parar de pulsar.

Explicação: O clampeamento tardio permite que o bebê continue recebendo oxigênio pelo cordão umbilical enquanto o sistema respiratório começa a funcionar. Diminui o risco de anemia em bebês até 6 meses.

7) O Pai corta o cordão umbilical.

Explicação: Aumenta a participação do pai no nascimento.

8) Bebê colocado imediatamente no seu colo (ou sobre a barriga ou nos seus braços).

Explicação: O contato imediato pele-a-pele é benéfico. Se mãe e bebê forem cobertos com uma manta, a temperatura do bebê é mantida.

9) Bebê amamentado assim que possível.

Explicação: A sucção do bebê estimula a produção materna de ocitocina, que induz o delivramento da placenta e reduz o sangramento pós-parto. O reflexo de sucção do bebê é mais forte nas primeiras horas após o nascimento. O colostro age como um laxativo, limpando o trato intestinal do bebê do muco e do mecônio.

10) Antibiótico oftálmico ou nitrato de prata apenas depois do período de formação do vínculo (primeiras horas após o parto).

Explicação: Esses produtos interferem na visão do bebê, que é muito importante durante o período de vínculo, logo após o parto. Caso a mãe não seja portadora de gonorreia, o nitrato de prata não tem qualquer utilidade e pode provocar conjuntivite química no recém-nascido.

11) Placenta expulsa espontaneamente da parede do útero.

Explicação: Tração ou massagem pode fazer com que parte do tecido placentário permaneça no útero, podendo provocar infecção e hemorragia pós-parto.

12) Vínculo precoce mãe-bebê.

Explicação: As primeiras horas após o parto são muito importantes no desenvolvimento da ligação afetiva entre os pais e o bebê. Eles não deveriam ser separados em nenhum momento.

13) Tirar fotografias ou filmar durante o parto.

Explicação: São formas maravilhosas de se lembrar desses momentos incríveis, desde que não atrapalhem a concentração da mãe ou impeçam o pai de participar ativamente no auxílio à sua companheira. Algumas mulheres sentem-se constrangidas, discuta a questão antes.

PÓS-PARTO


Você Quer?

1) Amamentar.

Explicação: Em termos nutricionais, o seu leite é o alimento perfeito para o seu bebê. A amamentação é uma experiência emocionalmente gratificante tanto para o bebê como para a mãe e é econômica. Ajuda o útero a contrair e voltar mais rapidamente ao tamanho normal.

2) Não deverá haver separação entre mãe e bebê a menos que haja indicação médica.

Explicação: O contato contínuo mãe-bebê favorece a formação do vínculo entre eles. Aumenta as oportunidades para a equipe de enfermagem oferecer instruções sobre os cuidados com o recém-nascido. Os primeiros banhos podem ser dados no quarto da mãe.

3) Não oferecer ao bebê água, leite em pó (fórmulas), chupeta ou bicos.

Explicação: O oferecimento de bicos e mamadeiras ao bebê pode provocar confusão, já que exigem uma ação diferente da língua, comparada à da amamentação natural. Se o bebê é alimentado no berçário entre as mamadas, ele não vai sugar adequadamente para o estímulo mamário da produção de leite.

4) Alojamento conjunto 24 horas.

Explicação: Permite contato íntimo entre pais e bebê, favorecendo a formação do vínculo. Você poderá amamentar sob livre demanda e aprender os primeiros cuidados com seu bebê ainda sob a supervisão das enfermeiras.

5) Pai deverá ficar no apartamento com mãe e bebê até a alta.

Explicação: Reforça os laços familiares. Permite que o pai participe dos cuidados com o bebê. A maioria dos hospitais particulares oferece a possibilidade do pai ficar alojado com a mãe no apartamento privado.

6) Visitação à vontade dos irmãos mais velhos.

Explicação: Ajuda as crianças mais velhas a perceberem que você está bem. Encoraja a aceitação do novo bebê pelos irmãos.

EM CASO DE CESÁREA


Você Quer?

1) Escolha de médico, anestesia e hospital “amigos da mulher”, que permitam uma cesárea centrada na família. Conheça melhor a cesárea humanizada!

Explicação: Uma seleção cuidadosa da equipe poderá garantir a participação da família, mesmo no caso da cesárea, tornando o processo mais humanizado.

2) Participação de um acompanhante de sua escolha durante a cesárea.

Explicação: A presença de uma pessoa querida poderá prover segurança emocional durante esse processo tão delicado, além de estar garantido por lei federal.

3) Permitir o início do trabalho de parto antes de efetuar a cesárea.

Explicação: O trabalho de parto é a indicação de que o bebê está pronto para nascer. Esperando pelo início do parto diminuem substancialmente as chances de seu bebê nascer prematuro, já que nenhum outro exame pode garantir que os pulmões do bebê estejam maduros.

4) Ser informada de cada procedimento associado à cesárea (testes, tricotomia, sonda urinária, etc).

Explicação: Saber passo a passo o que está acontecendo, permite que você fique mais relaxada e mais participante do processo.

5) Tricotomia parcial (do abdome até a altura do osso púbico).

Explicação: Diminui o desconforto quando os pelos começam a crescer novamente, sem aumento nas chances de infecção.

6) Uso de anestesia peridural/raquidiana (não utilização da anestesia geral).

Explicação: Permite que você esteja acordada no nascimento do bebê e facilita a interação. Exceto pelas emergências, geralmente há tempo suficiente para se aplicar uma anestesia regional.

7) Rebaixamento do protetor ou uso de espelho na hora do nascimento.

Explicação: Permite que mãe e pai assistam ao nascimento do bebê e sintam-se mais integrados à experiência de nascimento.

8) Amamentação tão logo seja possível, mesmo na mesa de cirurgia ou na sala de recuperação.

Explicação: Isso dá à mãe e ao bebê as mesmas vantagens do aleitamento precoce obtido nos partos vaginais.

9) Vínculo precoce mãe-bebê.

Explicação: Segurar e tocar o bebê pode reduzir a ansiedade dos pais, além de trazer os benefícios do vínculo precoce.

10) Sem o uso de sedativos pós-operatórios.

Explicação: Sedativos podem provocar amnésia materna e atrapalham a interação mãe-bebê. Ao invés de sedativos, prefira usar técnicas de relaxamento. Lembre o anestesista.

11) Alojamento conjunto com flexibilidade.

Explicação: Permite que você cuide do bebê de acordo com suas possibilidades. Melhora as condições para o estabelecimento dos laços mãe-bebê e da amamentação. Além disso o pai pode participar dos cuidados nos primeiros dias. No entanto um berçário deveria estar disponível para que a mãe possa se recuperar da cesariana em melhores condições.


Modelo de Plano de Parto


"Estamos cientes de que o parto pode tomar diferentes rumos. Abaixo listamos nossas preferências em relação ao parto e nascimento do nosso filho, caso tudo transcorra bem. Sempre que os planos não puderem ser seguidos, gostaríamos de ser previamente avisados e consultados a respeito das alternativas. 

Trabalho de parto: 
Presença de meu marido e doula. Sem perfusão contínua de soro. Liberdade para beber água e sucos enquanto seja tolerado. Liberdade para caminhar e mudar de posição. Liberdade para o uso ilimitado da banheira e/ou chuveiro.  
Monitoramento fetal: apenas se for essencial, e não contínuo. Analgesia: peço que não seja oferecido anestésicos ou analgésicos. Eu pedirei quando achar necessário. 
Parto (hora do nascimento):  
Prefiro cócoras ou cócoras sustentada. Aceito outras sugestões caso as posições acima não funcionem. Prefiro fazer força quando me der vontade, em vez de ser guiada pelo processo. Gostaria de um ambiente especialmente calmo nessa hora.  
Episiotomia: prefiro não ter, e gostaria que o períneo fosse aparado na fase da expulsão, além da aplicação de compressas quentes e massagem com óleo fornecido pela doula. Gostaria de ter o bebê imediatamente colocado em meu colo e se houver necessidade de succionar as vias respiratórias, prefiro que seja feito enquanto ele está comigo. O pai cortará o cordão umbilical, depois que esse parar de pulsar. 

Após o parto: 
 
Aguardar expulsão espontânea da placenta com auxílio da amamentação. O bebe deve ficar comigo o tempo todo, mesmo para avaliação e exames. Liberação para o apartamento o quanto antes. Alta o quanto antes. 
Cuidados com o bebê:  
Amamentação sob livre demanda, não oferecer água glicosada ou bicos. Alojamento conjunto o tempo todo. Pediatra faz avaliação no nosso quarto.
Caso a cesárea seja necessária. Gostaria da presença de meu marido e a doula. 
 
Anestesia: peridural, sem sedação. Gostaria de ver a hora do nascimento, com o rebaixamento do protetor ou por um espelho. Após o nascimento, gostaria que colocassem o bebê sobre meu peito e que minhas mãos estejam livres para segurá-lo. Amamentação o quanto antes.    
Agradeço a compreensão da equipe envolvida e por participarem desse momento tão importante para a nossa família.
 

Local e data,
Assinatura dos pais
Assinatura do médico obstetra assinatura do pediatra

(Fonte de pesquisa: blog Amigas do Parto, de Ana Cristina Duarte)


Como vimos o plano de parto é um ótimo recurso para deixar a mãe, a família e a equipe médica em sintonia para tornar o parto uma experiência que será lembrada de forma positiva. Não importa se a escolha da mãe seja por parto normal ou cesárea, todo o processo pode ser aproveitado com segurança, onde o respeito à mãe e ao bebê vem em primeiro lugar. Até a próxima!