segunda-feira, 25 de julho de 2016

Como acabar com as cólicas no bebê


Nada mais angustiante para uma mãe que ouvir seu bebê chorando. Os primeiros três meses são de aprendizagem. A mãe passa a perceber se o choro é por fome, por sono ou simplesmente porque o bebê está com saudade da mamãe. Quando não há motivos para o choro do bebê, ele já comeu, está sequinho e devia estar dormindo mas não para de chorar, é hora de avaliar se ele não está sofrendo com as cólicas. 

O que causa as cólicas no bebê?


Nos primeiros meses é muito comum que o bebê tenha cólicas, porque o sistema digestivo ainda não está pronto, os movimentos peristálticos (que empurram o alimento através do tubo) ainda são desordenados. As cólicas também são causadas devido a formação de gases - eles surgem porque, quando o bebê mama, acaba engolindo ar ou por causa da fermentação, mais acentuada ainda na digestão do leite de vaca. 

Como saber se é cólica?


Um bebê com menos que 5 meses, chora mais que três horas seguidas mais que três vezes por semana, e isso já dura ao menos três semanas, há boas chances de ser cólica. 

A cólica costuma aparecer por volta de duas a três semanas após o nascimento (no caso de crianças prematuras, de duas a três semanas após a data prevista para o parto). 

É normal que bebês chorem quando estão com fome, molhados, assustados ou cansados, mas crianças com cólica choram sem parar e nada consegue lhes dar conforto ou consolo. 

Os principais sintomas da cólica são:

  • Crises de choro intenso e difícil de acalmar
  • O bebê encolhe as perninhas e arqueia as costas para trás, estica-se e se espreme enquanto chora.
  • O bebê se "espreme" e se contorce, e parece ter alívio quando solta um pum ou quando consegue fazer cocô. 
  • Começar a chorar no meio de uma mamada.

As cólicas podem acontecer geralmente no final da tarde e fazem o abdome do bebê se contrair. Uma forma de evitar a tristeza de ver seu bebê sofrendo com as cólicas é preparar-se para cuidar delas com alguns métodos indicados por especialistas:


Dê preferência ao leite materno



Além de ser um ótimo calmante, restringir à dieta ao leite materno nos primeiros seis meses de vida ajudará nessa fase de amadurecimento do sistema digestivo e de cólicas mais fortes. Diferentemente da mamadeira, o bebê ao mamar no seio engole menos ar pois ao encaixar a boca no seio, cria-se uma maior vedação evitando a formação de gases. Além disso, o leite materno também fermenta menos no sistema digestivo do recém-nascido em comparação com o leite de vaca. (Como é produzido o leite materno)

Coloque o bebê para arrotar



É muito importante fazer com que a criança arrote para expelir o ar engolido durante a amamentação. Essa prática faz com que os gases, causadores das cólicas, saiam do estômago da criança e sejam eliminados. Isso ajuda a amenizar as dores, mas não deve ser tratado como regra. Caso a criança não arrote em mais de cinco minutos, a mãe pode deitá-la sem problemas. Para os pequenos que não mamam no peito, existem mamadeiras especialmente projetadas para evitar a cólica.

Banho morno



Para ajudar a acalmar o bebê o melhor é dar um banho morno, mais para quente, regulando a temperatura da água entre 36ºC e 37ºC. A temperatura amena relaxa o corpo todo, até o sistema digestivo, que passa a sofrer menos com os movimentos peristálticos irregulares. Esse recurso pode ser utilizado ainda que seja de madrugada pois evita as contrações dolorosas que não deixam o bebê dormir. Pode-se manter preparado os produtos para o banho, cuidando para que o ambiente esteja silencioso ou pode-se colocar uma música suave tocando baixinho, usando luz indireta. Faça com que seu bebê escute sua voz, seja através de uma conversa ou mesmo uma música de ninar.A percepção de uma atmosfera calma ao redor tranquiliza o bebê, e a água na temperatura do corpo proporciona uma sensação muito próxima à que a criança experimentava no útero.

Coloque o bebê na posição aviãozinho



Segure o bebê de bruços, apoiando seu braço embaixo da barriguinha dele. Quando deitado de bruços o bebê consegue expelir mais facilmente os gases que o incomodam e agravam a cólica. Os bebês adoram essa posição diferente do tradicional e o aquecimento na barriga ameniza a dor. Também vale deitar o bebê de bruços na cama ou no berço, sobre o peito do pai ou da mãe, sempre com o cuidado de deixar o rosto livre para respiração.


Lembre de aquecer levemente o quarto para que o bebê não senta frio. Tire sua blusa e a roupa dele, deixando-o apenas com a fralda. O contato pele com pele aconchega, enquanto o cheiro e a voz da mãe ou do pai transmitem calma e segurança. 


Estimule o funcionamento do intestino



Normalmente uma caminhada faz com que o intestino preso seja estimulado. Como o bebê não anda, esse estímulo pode ser feito através de movimentos feitos pela mãe. Basta flexionar as perninhas do bebê em direção ao peito, primeiro com as duas perninhas juntas, depois alternando as perninhas, movimentando-o como se ele estivesse pedalando uma bicicleta imaginária. O exercício manda embora os gases que provocam o desconforto.


Pode-se massagear o abdômen do bebê, que além de aquecer a região e aliviar a dor, favorece a movimentação intestinal, além da eliminação de gases e fezes. A massagem deve ser feita em movimentos circulares ao redor do umbigo no sentido do relógio. Utilizar técnicas de massagem como a Shantala previne as cólicas, além de aumentar o vínculo entre mãe e filho. 

Massagem Shantala ajuda a acalmar

Aqueça o abdômen



Bolsas de água quente e até o aquecimento com cobertores ou fraldas ajudam a aliviar a cólica, principalmente porque o bebê relaxa o corpo todo e acaba com a tensão também do tubo digestivo.





O calor favorece a vasodilatação, facilita o fluxo sanguíneo e relaxa a musculatura, diminuindo o desconforto abdominal. Deve-se apenas ter o cuidado de testar a temperatura do tecido ou da bolsa para não queimar a pele delicada do bebê. Use o lado de dentro do braço, que tem a pele mais fina, para saber se a temperatura não está muito alta.



Envolva o bebê 



Embrulhe o bebê como se fosse um pacotinho, envolvendo todo seu corpo. Ao embrulhar o corpo do bebê, a criança passa a sentir uma sensação de aconchego e segurança, diminuindo sua irritabilidade e a agitação. Aproveite para distrair o bebê com uma caminhada pela casa, segurando-o de bruços, com a barriguinha apoiada nas suas mãos - esse contato aquece o abdome e traz o conforto do toque.





Controle a alimentação



Embora não haja pesquisas conclusivas sobre a relação da dieta da mãe com as cólicas do bebê, convém a mãe observar e diminuir o consumo de alguns alimentos que podem estar relacionados com os episódios de cólicas do bebê. Normalmente, produtos industrializados podem dificultar a digestão, já que os mesmos contêm muitos conservantes, corantes e estabilizantes com os quais um intestino imaturo não consegue lidar, como é o caso do bebê. A mãe também deve evitar comidas com muitos condimentos ou muito temperadas. Alimentos como brócolis, couve-flor, repolho e cebola, apesar de serem ricos nutricionalmente, podem alterar o sabor do leite e causar desconforto e irritação ao bebê. Leite e derivados (queijos, iogurtes e até a manteiga) podem causar reações alérgicas no bebê, manifestadas de minutos a horas após a mamada, com sintomas como diarreia, irritações de pele, desconforto e gases. O chocolate, por conter cafeína e estimular a liberação de serotonina, também pode causar irritabilidade e aumentar os movimentos intestinais do bebê. Carnes vermelhas, por serem digeridas mais lentamente, podem ocasionar gases. E as leguminosas - feijões, grãos, favas e lentilhas, apesar de serem bastante nutritivas, podem ocasionar formação de gases.

Uso de medicação



Essa é a última medida a ser tomada e apenas com a recomendação do pediatra do bebê. Lembre-se que embora possa prometer alívio das cólicas, alguns remédios, ainda que naturais, contém componentes que a longo prazo podem prejudicar muito a saúde da criança. Um exemplo disso é a Funchicória, que além dos extratos de plantas, possui sacarina, um adoçante muito usado por adultos com diabetes e que pode ter efeitos graves nos bebês. A ação calmante da funchicória teria então relação com a sacarina, que estimula a liberação do neurotransmissor serotonina (gatilho natural de bem-estar). 

Existem também outros medicamentos que podem ser usados para reverter as cólicas nos bebês, como o uso de antigases, como a dimeticona. Mas administre esses medicamentos apenas com recomendação médica, evitando efeitos colaterais que podem prejudicar a saúde e o desenvolvimento do seu bebê.

Encha-se de paciência



Embora as cólicas e seu choro típico sejam comuns nesse fase, é importante que a mãe esteja preparada que isso pode durar horas e horas. Ao tentar acabar com o sofrimento do bebê, a mãe muitas vezes muitas vezes sofre muito mais, deixando o sentimento de tensão e impotência tomar conta. Infelizmente, isso torna-se um ciclo vicioso onde o bebê, supersensível, percebe a impaciência da mãe, fica inseguro e reage sentindo mais dor. A mãe segue com os cuidados e, sem sucesso, vai ficando mais tensa e impotente. Nesse momento é importante a mãe perceber isso antes de perder o controle da situação. 


O apoio da família torna-se um alívio para que a mãe possa tirar um tempo para se tranquilizar, sendo mais fácil voltar a cuidar do filho. Não pense que é uma má pessoa por perder um pouco da paciência, afinal ninguém gosta de ver alguém tão importante em nossa vida sofrendo, ainda mais um bebê. O sentimento de impotência então pode se manifestar em forma de raiva, impaciência ou mesmo tristeza. Ter conhecimento desses sentimentos e saber que eles são perfeitamente normais é uma forma de estar preparado para agir da melhor forma para você e o bebê. Até a próxima!






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