segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O que NÃO dizer a uma gestante


Ao preparar-se para a gravidez a mulher muitas vezes não imagina que além das diversas mudanças físicas e emocionais terá que lidar com o aumento da atenção de todos a sua volta. E muito mais do que isso, as pessoas não sabem lidar com essas mesmas alterações. Infelizmente, o que acaba ocorrendo é um monte de palpites sobre como a gestante deve ou não se comportar. É uma carga emocional que nem sempre a pessoa tem ideia que está depositando na futura mamãe. Dessa forma, o post foi criado com algumas dicas para que tanto a gestante como os amigos e familiares possam passar por essa linda fase sem machucar (mesmo sem querer) a gestante. Isso vale também para aqueles que encontram a grávida e desejam embarcar num bate-papo sem constranger com comentários embaraçosos. 


Palpitar sobre quando contar da gravidez



"Conta só para o pai..."

"Nossa... é cedo pra contar?!"

"Antes dos 3 meses não pode contar!"

"Espera para ver se vinga..." 

Embora muitas pessoas queiram apenas ajudar a gestante, deve-se ter noção que quando e para quem contar é escolha da própria mãe em conjunto com o pai do bebê. Muitas mulheres tem receio de contar da gravidez antes dos 3 meses de gestação pois esse é o período com um risco maior de aborto. Contudo, algumas mulheres estão tão felizes que não veem a hora de contar a grande novidade e tudo bem com isso! Cada uma conta no momento que quiser e quando sentir-se mais confortável com a notícia. Não é uma regra que deve-se esperar pelos 3 meses para informar aos amigos e familiares.

Palpitar no tipo de parto



"Parto normal pode matar a criança, cesárea é melhor..."

"Não escolha por cesárea pois demora a recuperação..."

"Parto normal de Gêmeos? Não pode! Tá doida?"

"Devia fazer cesárea já que é um avanço da tecnologia..."

"Parto normal é coisa de pobre..."

"Parto normal? Vai acabar com o playground do teu marido..."

"Parto normal é horrível! O filho de fulana ficou com paralisia cerebral por causa de um parto normal..." 

"Parto normal? Mas tu é muito pequena! Se fosse eu fazia logo uma cesárea"

"Parto normal!? Sabe que o bebê pode morrer e a culpa vai ser tua."

"Parto humanizado? Você é doida?"

"Para quê morrer de tanta dor no parto normal? Você vai se arrepender!"
É importante que a gestante escolha o tipo de parto que melhor lhe convém. Sabemos que há defensores de cada modalidade, contudo é melhor que a mãe chegue ao final da gravidez segura e feliz com sua escolha. O que se pode indicar é apenas que a grávida tenha acesso às informações sobre os benefícios e riscos de cada tipo de parto e que  
tenha um médico que aceite os desejos dela e que a acolha em sua decisão!


Falar sobre o peso da gestante



"Você já está toda redondinha, com cara de mãe..."

"Nossa, como você engordou!" 

"Tem certeza que não são dois?"

"Você está enorme! Na minha gravidez não fiquei assim!"

"Você está gorda ou grávida?"

"Se sua barriga crescer mais um centímetro você vai explodir."

"Não pode engordar mais..."

"Olha a dieta. Neném já vai nascer com obesidade."

"Você está tão gorda que nem parece que está grávida"

Gravidez é o momento em que a mulher encontra-se extremamente sensível. E muita delas já encontram-se diariamente se questionando a respeito de sua aparência física. Ainda que possa parecer um elogio, como dizer que está com carinha de grávida, falar do peso da mulher, além de indelicado é deixar a grávida ainda mais fragilizada. Mesmo que lhe pareça um elogio ou preocupação genuína, não fale a respeito do peso dela, deixe isso para seu obstetra!

Contar histórias de partos ou gravidez que não terminaram bem



"Sabe a amiga/vizinha/prima/irmã/conhecida de fulana que perdeu o bebê durante o parto?"

"Fulana esperou demais e o bebê morreu..."

"Com esse tempo de gravidez o coração do bebê de fulana parou..."

"Minha amiga descobriu que o bebê tava morto na ultra..."

Ao ter uma conversa com a gestante tenha em mente que contar as piores e mais assustadoras não é o melhor tema. Na verdade, ainda tenho dúvidas se esse é realmente o tipo de conversa que se queira ter com alguém! Não importa o lugar, mas principalmente, nada de investir em histórias de partos traumáticos, violentos e com desfechos terríveis durante a espera da consulta e exames pré-natais. 

Infelizmente existem pessoas que se sentem confortáveis em compartilhar esse tipo de história com mulheres num momento tão delicado. A gravidez deveria ser um momento de felicidade e planejamento de um futuro familiar tranquilo. Embora existam, infelizmente, situações que não acabam bem, esse não é um tópico que uma mãe queira imaginar para sua gravidez. Além disso, esse tipo de relato traz uma carga muito negativa e faz com que a mãe possa transmitir sua ansiedade para a criança. 

Já passei por uma situação em que uma senhora me relatou sobre a sobrinha, que perdeu o bebê por sofrer um descolamento de placenta. Imagina minha alegria com tal história, sendo que me encontrava na fila para atendimento para perícia médica pois estava com descolamento de placenta e deveria ficar um tempo em repouso absoluto! 

Assim, não puxe esse tipo de tema ao conversar com uma grávida. Existem muitos outros temas mais alegres que a gestante ficará muito mais animada em conversar! Se ainda não tem ideia do que falar tente:
  • Roupinhas
  • Decoração do quarto
  • Nomes
  • Desejos de grávida
  • Partos com finais felizes!

Dar palpite na vestimenta



"Essa roupa não ta apertando a barriga?"

"Grávida não deve mostrar a barriga!"

"Grávida tem que mostrar o barrigão!"

"Tem que comprar roupa de grávida!"

"Não gasta dinheiro com roupa de grávida!"

Parece até piada mas há sempre quem é a favor ou contra determinada roupa. A grande questão é que a gestante é a única que deve decidir se um tipo de roupa está ou não confortável para ela! Ainda que a roupa pareça curta ou apertada, não é da conta de ninguém! Quanto a gastar ou não com roupas especiais de grávida, essa decisão cabe apenas a ela e ao bolso dela. Pessoalmente eu acho roupa de grávida lindas e se tivesse condições (e grávida!) compraria para mim também! Caso você ache que não pode usar roupa curta ou não pode mostrar (ou pode mostrar) a barriga, só não fazer ou fazer isso quando estiver grávida! Portanto, a menos que seja a gestante a pedir opinião, deixe esse assunto na gaveta!

Dar "dicas" sobre gravidez



"Ahhh, cuidei do meu filho assim e deu certo..." 

"Não passa em cima do fio se não o cordão vai pro pescoço..."

"Não bota amarelo pois o bebê nasce com icterícia"

"Você tá com mau olhado."

"Tem que tomar canjica, sopa ou caldo senão teu leite vai ser fraco."

"Você precisa comer em dobro! São dois agora!"

"Tem que aproveitar, nunca mais vai poder viajar, sair, vida social já era..."

Essa é uma das questões mais delicadas, já que se a grávida não aceitar a "sugestão" pode ser taxada de grossa. Mas a verdade é que é muito chato ouvir uma opinião que não foi pedida. Deve-se ter em mente que a mãe já está fazendo o pré-natal (e tem que fazer!) e seu médico irá orientar em todos os cuidados, vitaminas e tudo mais para que o bebê tenha a melhor saúde possível. Muitas dicas são mais crendices e costumes antigos sem qualquer fundamento científico. Então o melhor é apenas opinar se esse for o desejo da grávida!


Duvidar da gravidez



"Tem certeza que está grávida? Sim.
Cadê a barriga?"

"O exame não tá errado?"

"Pode ser gravidez psicológica."

"Sua barriga devia estar maior..."

Salvos alguns casos de problemas psicológicos, uma gestante não irá sair por ai anunciando uma gravidez que ela não tenha certeza. Conheça mais sobre a Gravidez Psicológica.
Em grupos de mulheres que desejam engravidar é comum que haja dúvida quanto ao exame mas se a mãe já confirmou a gravidez não há motivos para duvidar da sua palavra.

Discutir o sexo do bebê



"Como assim ainda não sabe o sexo?..."

"Não sabe o sexo? Deve ser menina você está preguiçosa."

"É menino ou menina?... como assim você não quer saber? E o enxoval?!" 

"Tomará que você seja abençoada e que agora tenha um menino, pra formar um casalzinho"

"Ah que pena... ia ser legal se fosse uma menina né?" 

"Que chato que é menino... menina é melhor pois é mais calminha"

Não se deve julgar a felicidade dos pais baseados naquilo em que você deseja! Não importa se é menino ou menina desde que venha com saúde. Ainda que os pais tenham alguma preferência não se deve opinar na situação, até mesmo por que não irá mudar em nada. Ter um filho é uma benção e não importa se é menino ou menina ou se você prefere um ao outro. É muito triste (e chato) alguém diminuindo o valor da criança com base no sexo do bebê. 

Falar da disposição física da gestante



"Para de frescura que quando eu tava grávida não passava mal."

"Gravidez não é doença não!!!"

"Larga de ser mole! Você quase nem tem barriga ainda e esta reclamando. Quem vê pensa que está com um barrigão enorme!" 

"Nossa mas você não deve ficar deitada não, tem que se mexer..."

"Na minha gravidez eu trabalhei até os 9 meses..."

"Enjoo nem é tão ruim assim..."
Quando não estamos vivenciando uma situação fica fácil julgar e dizer que a situação não é tão chata ou complicada quanto parece. Cada mulher é única e da mesma forma, cada gravidez é única. Mesmo uma mulher pode vivenciar gravidezes diferentes. E como não estamos vivendo a situação, não se pode dizer se a gestante está ou não consumida pelo cansaço ou se ela poderia se "esforçar" mais. Simplesmente não tente se por no lugar dela pois será bem difícil de entender a situação. Outro ponto é que o fato de alguém ter trabalhado até o final da gestação a outra pessoa deveria aguentar e viver a mesma coisa. Há muito mais implicações que podem complicar a gestação do que uma barriga grande, por exemplo. Haverá situações médicas específicas que não se enquadrarão em todas as gestações.

Falar do tempo de gravidez



"É para quando?... Ainda tudo isso?"

"Não tá passando da hora?" 

"Tá passando da hora desse bebê nascer! Vai ver, vai nascer com paralisia cerebral e você vai viver com a culpa por não agendar a Cesárea."

"Cuida pra não passar da data!"

"Nossa, ainda não nasceu?"

"Nossa, ainda grávida. Esse bebê não vai nascer não?"

Uma vez li uma frase que dizia: Bebê não é bolo para passar do ponto! E essa é uma verdade. Cada bebê tem seu tempo de desenvolvimento e de atingir o tempo do parto. Há bebês que com 39 semanas estão bem desenvolvidos, outras gestações irão chegar a 42 semanas. Não se deve apressar um nascimento só porque um bebê veio a óbito com determinada semana de gestação. Ao final da gravidez deve-se apenas monitorar como está o bebê e esperar até que ele possa nascer... Apenas em casos em que o bebê não esteja bem é que se deve apressar o parto. Muitos são os fatores que podem complicar um parto e não apenas o tempo de gestação.

Palpitar sobre a barriga



"Nossa, mas já tá assim sua barriga? Vai dar estria heim?"

"Sua barriga tá muito grande heim?? Melhor fazer cesárea, pois essa criança aí não nasce de parto normal!!!"

"Nossa que barriga pequena, será que não errou nas contas?"

"Nossa, tua barriga tá tão baixa..."

Não importa o que a pessoa acredita mas sempre haverão diferenças na barriga das gestantes pois são pessoas diferentes. Comparar o crescimento ou a forma da barriga só deixará a gestante alarmada acreditando que há algo de errado e não é assim! Nem todo mundo é igual e ainda bem que é assim pois seria muito chato um mundo sem que houvesse qualquer surpresa, inclusive com uma diversidade de barrigões por ai!

Amedrontar a gestante



"Agora você vai ver o que é bom!"

"Você vai ter normal?! Corajosa!"

"Quero só ouvir os gritos, quando ele for nascer...."

"A mãe de fulana quase morreu quando teve filho..."

"Nossa a dor do parto normal é a dor da morte, cuidado para não desmaiar..."

"Nossa... cesárea é tão arriscado, você pode morrer de hemorragia..."

"Na sua idade gravidez é muito perigoso, não pode ter normal..."

"Não compra nada cedo, espera vê se vinga..."

"Dorme agora, pois depois o bebê não deixa!"

"Cuidado...gravidez com certa idade a criança pode nascer doente."

"Sua bacia é muito estreita. O bebê não vai conseguir passar e terá que fazer uma cesárea."

Felizmente, nada na gravidez e após ela acontecerá da mesma forma para todo mundo. Nem todo parto normal será dolorido, nem todas terão hemorragias ao fazer cesárea, muitas mulheres com mais de 40 conseguem ter uma gravidez totalmente saudável e muitas de 25 passam a gravidez sob cuidados médicos por risco de parto prematuro. Muitos tem a tranquilidade de dormir bem pois os bebês dormem a noite todas e outros precisam de mais tempo até conquistar uma rotina. Dar ouvidos aos falatórios sobre o que acontecerá na gestação só deixará a mãe sobressaltada e muita coisa pode nem chegar a acontecer ou ser completamente diferente do que descreveram... E vale ressaltar que dilatação só é possível avaliar no momento do parto, dessa forma, não há como dizer que uma pessoa conseguirá ter parto normal ou não apenas com base na sua estrutura óssea. Assim sendo o melhor é evitar esse tipo de comentário enquanto estiver conversando com a gestante pois nada é 100% garantido.

Questionar sobre a família



"Vai parar nesse?"

"Cadê o pai do bebê?"

"Por que separou do pai do bebê?"

"Se não queriam casar deveriam ter se prevenido..."

"Cuidado para não engravidar de novo..."

"Nossa, com dois filhos nessa idade? Vê se fecha a fábrica..."

"Você é muito nova para engravidar, mas agora já foi, né?"

"Agora vai fechar a fábrica né?"

"Nossa engravidou com 40 depois de uma filha criada?"

"Esse é o nome? Acho mais bonito ...."

Solteira, casada, tico-tico no fubá, enrolada, com filho, sozinha... Não interessa a mais ninguém! Não podemos viver a vida de outra pessoa e apenas a ela cabe definir como quer viver e se está bom um filho ou cinco. Se engravidou com 18 ou com 40 anos também não é da conta de ninguém. E tratar um filho como um simples produto (fechar a fábrica) é errado. Caso a mãe queira discutir esse aspecto da vida dela deixe que ela pergunte a sua opinião. Embora ao final deste post possa parecer que a grávida é um ser intocável que não se pode conversar sobre nada, a verdade é que se deve ter bom senso e saber quais aspectos dizem respeito apenas a gestante e o que ela quer ou não debater. E grávida ama sim falar sobre a gravidez mas deixe que ela faça isso! Se deixar a futura mamãe a vontade, sem perguntar nada ela dirá tudo o que planeja e ai... caso pergunte... você poderá contribuir com sua opinião a respeito. Bom senso e ponderação são palavras de ordem! Até a próxima!





terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Exame de Toque: o que é e serve para quê?


Costuma ser um assunto que gera muitas discussões. Muitas mulheres são extremamente contra e outras totalmente favoráveis. Imagino que o melhor é o meio termo. Quando se trata de gravidez é sempre bom contar com várias formas de garantir que o bebê e a gestação transcorra sem problemas e o Exame de Toque, se usado com sabedoria, é uma dessas formas.

O que é Exame de Toque?


É o exame feito na gestante para avaliar a dilatação e espessura do colo do útero, descida e posição da cabeça do feto e rompimento da bolsa, assim sendo, normalmente é feito durante o trabalho de parto. Contudo alguns médicos utilizam como rotina durante o pré-natal.

Como é feito o exame?


O exame é realizado com a grávida deitada na posição ginecológica, com as pernas afastadas e elevadas. O médico, utilizando uma luva, irá introduzir dois dedos para alcançar o colo do útero.




Para que serve?


O exame de toque na gravidez serve para o médico ginecologista avaliar a evolução da gravidez ou do trabalho de parto, avaliando o tempo que ainda deve durar o trabalho de parto, no caso do parto normal, baseado na dilatação do colo uterino.

O toque então serve para avaliar aspectos como:


  • Posição do colo uterino: posterior, anterior ou intermédio;
  • Extinção (ou apagamento) do colo uterino: formado, isto é sem apagamento, 50% apagado, 80% apagado e apagado;
  • Dilatação do colo uterino: até dez centímetros;
  • Consistência do colo uterino: duro ou mole;
  • Descida e rotação da cabeça do bebê.
  • À medida que a gravidez se aproxima do fim, o colo vai progressivamente, orientando-se de posterior para anterior, encurtando, dilatando e perdendo consistência.


O que o toque não pode determinar:

  • A compatibilidade feto-pélvica (proporção entre o tamanho do bebê e a pélvis da mãe);
  • Quanto tempo falta para o bebê nascer.

Quais os riscos de fazer o toque?


Aumento do risco de infecção: mesmo quando realizado com cuidado e com luvas, há sempre o risco de levar micro-organismos da vagina ao canal cervical.
Interfere com a progressão normal do trabalho de parto. 
Afeta a mulher emocionalmente: o toque invade a privacidade, pode ser desconfortável e obriga a mulher a uma posição pouco facilitadora do parto. Além disso, se se diz a uma mulher que tem quatro centímetros de dilatação e, passada uma hora e muitas contrações, depois de novo toque, se diz que ainda mantém os quatro centímetros, o sentimento vai ser de desânimo, quando o que se pretende é o contrário.

O exame dói?


O exame de toque normalmente é rápido e não deve causar dor na mulher, o que pode trazer é um certo incômodo. Por ser uma exame invasivo, a mulher costuma ficar mais tensa, o que dificulta a penetração e dependendo da sensibilidade da mulher, pode gerar dor. Caso a mulher sinta dor no exame é importante verificar, pois pode ser que haja um motivo que precise ser tratado que é o que acabou gerando essa dor.

O exame causa algum sangramento?


O exame de toque na gravidez pode provocar um pequeno sangramento, que é normal e não deve deixar a grávida preocupada. Isso pode ocorrer devido a região ser bastante vascularizada, juntamente com a tensão da paciente, pode vir a romper um pequeno vaso, causando um leve sangramento que deve ser muito breve, caso contrário é necessário buscar ajuda médica.

É um exame de rotina durante o pré-natal?


Muitos ginecologistas adotam o exame de toque como rotina no pré-natal ou a partir de 36 semanas de gestação. Já no caso de profissionais mais atualizados ou que sigam uma linha humanizada, esse exame só feito caso haja necessidade de avaliar algum risco na gravidez, como em caso da grávida se queixar de contrações, mesmo que a data prevista para o parto ainda esteja longe, é normal haver uma observação vaginal para verificar se existe ou não trabalho de parto. Caso a gravidez esteja correndo tranquilamente, com baixo risco de trabalho de parto, não há necessidade de realizar o exame. 



Muitos médicos utilizam o momento do exame de toque para realizar a amniotomia (ou rotura de membranas), que consiste em romper o saco amniótico durante o trabalho de parto para tentar que a dilatação avance. Esse procedimento necessita da permissão da gestante e só deve ser efetuado quando há indicação para acelerar o trabalho de parto ou suspeita de sofrimento fetal com necessidade de monitorização. O procedimento é bastante desconfortável, pode causar uma pequena perda de sangue, e torna as contrações mais intensas e frequentes, logo aumenta a dor. Realizar o procedimento sem consentimento é uma forma de abuso obstétrico mais camuflada. As mulheres não percebem. Acham que é um mero processo avaliativo e não questionam.


Direito a negar a realização do exame


Questionar ou mesmo negar a realização do exame de toque é um direito da gestante. É importante perguntar ao médico o motivo da realização do exame e se essa é a única forma de avaliar a situação da gravidez naquele momento. 

A Constituição Federal assegura firmemente a liberdade individual ao dizer que "ninguém será obrigado a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei" (artigo 5º inciso II Constituição Federal de 1988). O Código Civil prevê, ainda, que ninguém pode ser constrangido a submeter-se a tratamento médico ou intervenção cirúrgica (artigo 15). O Código de Ética Médica veda ao médico, a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em eminente perigo de morte, em violação ao direito de livre decisão do paciente sobre a execução (CEM, artigos 22 e 31 e princípios fundamentais, XXI).

Assim sendo, é direito da mulher aceitar o procedimento ou não, negar isso é crime! Há muitos casos em que a mulher não é informada do que será feito e é possível exigir uma cópia escrita de todos os procedimentos realizados, bem como quem realizou e sua identificação no conselho de obstetrícia ou enfermagem. 

Recomendação da OMS


A Organização Mundial de Saúde (OMS) determina que «o número de exames vaginais deve ser limitado ao estritamente necessário; durante a primeira parte do trabalho de parto [dilatação], habitualmente, um exame vaginal de quatro em quatro horas é suficiente». No documento Care in Normal Birth – a pratical guide explica-se ainda que «se o parto decorrer serenamente, profissionais de saúde experientes podem limitar o número de exames vaginais a um. Idealmente, a observação necessária para determinar que existe parto ativo, ou seja, dilatação». Apesar disso, o número de toques vaginais a efetuar durante o parto dificilmente gera consenso.

Hoje, diretrizes e protocolos de vários lugares do mundo recomendam: os toques devem ser realizados somente quando necessários e é desejável realizá-los com a menor frequência possível. Nada de toque de hora em hora ou a cada duas horas, de rotina. Se você desejar, você pode colocar no seu plano de parto que não quer receber toques de rotina e que eles só devem ser realizados com o seu consentimento informado.

Problemas do excesso do toque durante o trabalho de parto


Para que o trabalho de parto evolua a mulher deve estar num ambiente tranquilo e sem estresse. Com isso a ocitocina, que é um hormônio natural e também conhecida como o hormônio do amor (o mesmo liberado durante o sexo e durante a amamentação), fará com que o útero contraia de forma rítmica, fazendo com que a dilatação evolua. Se ela ficar muito nervosa e estressada, a adrenalina liberada irá travar a evolução da dilatação, onde são feitas intervenções desnecessárias que poderiam ter sido evitadas, como o uso de ocitocina sintética e anestesia. Quando a ocitocina sintética entra na corrente sanguínea da mulher, toda a ocitocina que ela liberaria naturalmente, antes, durante e depois do parto é bloqueada, interferindo no vínculo da mãe com o bebê. 



Exame de toque é ruim?


Como dissemos no início, é importante ter todas as ferramentas que possam garantir o bom andamento da gravidez. O problema está na banalização de um ou outro procedimento. Se a mulher está bem, o bebê está bem e não há motivos para realizar o exame, por que fazê-lo? 

A mulher desde o princípio conseguiu parir sem auxílio de drogas ou intervenções. É claro que se há necessidade de um ou outro procedimento nada melhor que utilizá-lo. Claro que a mulher tem o direito de utilizar um ou outro procedimento desde que saiba os riscos e benefícios que sua escolha implica, não pensando apenas em si mas no que sua escolha interfere na saúde do bebê. Até a próxima!










quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Os sintomas nas primeiras 12 semanas de gravidez


Procurar por sintomas de gravidez é o que toda mulher que deseja engravidar faz todos os meses. É difícil controlar a ansiedade na busca por indícios de que finalmente chegou sua vez na conquista do positivo. Dividimos os primeiros 3 meses de gestação e vamos explorar cada semana e tentar mencionar cada sintoma que possa indicar que há um bebê à caminho.

A 1ª Semana de Gravidez



A chamada 1ª semana é marcada por nem imaginar que esse será o ciclo em que conquistará o positivo! Isso mesmo! Não se tem ideia de nada pois na verdade a gravidez propriamente dita ainda não ocorreu. O motivo disso é que, na verdade, determinar o dia em que a mulher ovulou e o momento em que houve a fecundação é muito, muito difícil. Dessa forma, se fossemos contar a gravidez a partir desse momento seria difícil determinar com exatidão para quando seria o parto. Assim, convencionou-se a contar o tempo de gestação a partir do primeiro dia da menstruação. Portanto, é impossível ter sintomas de gravidez quando ainda não se está grávida. Provavelmente a mulher ainda sofre com os sintomas da menstruação, mas nunca sintomas de gravidez.

Conheça mais sobre como se conta o Tempo de Gestação.

A 2ª Semana de Gravidez



A segunda semana é aquela em que passou a menstruação mas a mulher ainda não ovulou, assim, também não há nenhum sintoma além daqueles que indicam que a ovulação está preste a acontecer. A menos que se tenha um ciclo menstrual mais curto (26 dias ou menos), não haverá ovulação antes do fim dessa semana. Ainda assim, não haverá sintomas, já que apenas a fecundação irá apresentar os primeiros sintomas perceptíveis.


Os sintomas mais comuns são da ovulação e variam de mulher para mulher como cólicas, sensibilidade mamária, alterações do olfato e paladar, pequenos sangramentos de ovulação e do muco vaginal. (Saiba mais em Como sei se estou ovulando?)

A 3ª Semana de Gravidez



Embora na terceira semana a mulher já possa estar grávida, ainda não haverá grandes indícios disso. Isso ocorre pois do momento da fecundação até sua chegada no útero leva de 6 a 12 dias. Durante esse processo, pode ser que a mulher sinta alguma cólica, resultante do movimento do óvulo até o útero. O mais comum é que a fecundação ocorra na 3ª semana e a implantação propriamente será completada por volta da 4ª semana, na maioria das vezes. Entenda detalhes de Como ocorre a fecundação.

O momento da implantação é o que pode apresenta algum sintoma. Além de uma leve cólica, algumas mulheres costumam apresentar um sangramento de Nidação

Saiba que embora o processo gestacional já tenha iniciado com a fecundação, a medicina só considera que há gravidez quando a implantação ocorreu sem problemas. Se por qualquer motivo não houver a fixação na parede uterina, o organismo cuida de parar o processo e eliminar o embrião. 

Muitas mulheres podem passar por esse momento sem se quer suspeitar que houve um início de implantação, já que isso costuma ocorrer no mesmo período em que a menstruação deveria vir. Esse problema é conhecido por algumas mulheres e é chamado de Gravidez Química

A 4ª Semana de Gravidez



Enfim é chegada a semana em que a mulher está realmente grávida. O processo de nidação do embrião foi concretizado com sucesso e os primeiros sintomas podem aparecer. 

Na 4ª semana de gestação calculada pela DUM corresponde mais ou menos a 2ª semana após a relação sexual que deu origem à fecundação do óvulo e a 1ª semana de gravidez de fato. Nesse momento, o embrião tem cerca de 0,2 mm de diâmetro, é composto por cerca de 200 células e acabou de se implantar na parede do útero. Nesta fase, o embrião é tão pequeno que ainda não é possível ser visto pelo ultrassom.
Com a implantação do embrião, iniciou-se a produção de hCG, que é o hormônio responsável pela manutenção da gestação nos primeiros meses. Junto com a progesterona, hormônio que aumenta bastante durante a gestação, surgem os primeiros sintomas. Eventualmente, sintomas como náuseas e vômitos, sensação de barriga distendida, vontade frequente de urinar, cansaço e alterações do humor podem surgir no final da 4ª semana de gestação, mas eles são mais comuns a partir da 5ª e 6ª semanas.

A 5ª Semana de Gravidez



Apesar de ser a 5ª semana de gravidez, isso utilizando a data convencionada pela DUM, a gravidez de fato está em sua 2ª semana, mais ou menos.

Neste momento, a produção de hCG acelera e a concentração sanguínea desse hormônio dobra a cada 48h. Os níveis de estrogênio e progesterona também estão elevados, o que favorece o surgimento de sintomas e alterações no corpo da futura mãe. Descubra como funciona o Beta hCG.

Além da sensibilidade, as mamas crescem e o mamilo começa a escurecer. Os lábios vaginais também tonam-se mais escuros. Um cansaço leve, aumento da vontade de urinar, alterações de humor, aumento da salivação e aumento dos gases intestinais são sintomas que costumam surgir ao longo desta semana.

A 6ª Semana de Gravidez



Seguindo o cálculo base da DUM, a gravidez na 6ª semana seria a 3ª de gravidez efetiva.

Algumas mulheres poderão chegar a está semana sem sintomas relevantes, são as chamadas sortudas. Contudo, dificilmente poderão seguir a diante adentrando a 7ª semana sem sintoma algum. Durante a 6ª semana há um acentuamento dos sintomas iniciais. Para aquelas que começaram a sentir algum desconforto já na 4ª semana, pode sentir um aumento no cansaço, nas idas ao banheiro, piorando a noite, além é claro do conhecido enjoo matinal (Como aliviar com os enjoos na gravidez). 

Costuma ser a semana em que o parceiro começa a perceber as alterações no paladar e olfato da companheira. É quando os desejos ou aversões por alimentos específicos podem aparecer. Alterações no humor, medos e aumento das mamas passam a ser marcantes nesta fase.

O embrião ainda é muito pequeno (não tem nem 1 cm de comprimento) e o útero praticamente não mudou de tamanho. Porém, a gestante sente-se com a barriga inchada e pode notar que as suas calças já não lhe cabem mais tão bem.

A 7ª Semana de Gravidez



Até o final da 7ª semana, cerca de 90% das mulheres podem notar sintomas claros da gravidez. É bastante comum apresentar enjoos, excesso de salivação, muito muito xixi, aumento do cansaço e do sono, seios maiores e mais sensíveis, sobe e desce emocional, barriga inchada e um pouco mais dura e algumas vezes pode sentir refluxo gastrointestinal. E para algumas há ainda o inconveniente sintoma de prisão de ventre.

Para aquelas mulheres que são muito ativas, pode-se perceber que não há animação nas atividades antes cobiçadas. Tudo que pode passar pela cabeça da nova mamãe é a vontade de aproveitar muito bem a sua cama ou outro lugar qualquer que se possa dar um cochilo. Tonturas também podem ser sintomas comuns. 

Embora os enjoos e a aversão a alguns alimentos, a mulher pode notar um ganho maior de peso. 

Da 8ª a 12ª Semana de Gravidez



O início do terceiro mês, marcado pela 8ª semana traz muita novidades. E até o final do 1º trimestre ao final da 12ª semana, muito estará mudando dentro e fora da gestante.

Muitas mulheres poderão sentir-se plenamente grávidas, enquanto outras, possam levar um pouco mais de tempo para se adaptar a tantas mudanças. Os sintomas que tinham que surgir já surgiram, e a tendência é que eles se tornem mais intensos até a 11ª-12ª semana, quando a pior fase começa a passar. O enjoo e o cansaço intenso tendem a desaparecer após a 12ª semana. Porém, boa parte dos sintomas permanecem, principalmente a vontade frequente de urinar  e o refluxo.

Aquele comercial de margarina com a mulher linda nos primeiros meses da gravidez pode parecer uma tremenda enganação. Não são todas as mulheres que percebem a pele mais brilhante e macia, muitas na verdade percebem um aumento na acne, oleosidade, pigmentação, podendo mesmo aparecer pequenos vasos, engrossar os pelos e alterar as unhas. Pode ser que a mulher note que os cabelos e unhas crescem mais rapidamente. Tudo isso por causa da intensa exposição aos hormônios progesterona e estrogênio. Algumas mulheres poderão também sentir que as gengivas estão mais frágeis, e a ocorrência de gengivite também é comum. 

Embora muitos médicos digam ser improvável, ao final de 12 semanas, algumas mulheres podem sentir o bebê mexer, sensação descrita como borboletas no estomago. Tudo depende de quão bem a mulher conhece seu corpo ou mesmo se não se trata da primeira gestação. A verdade é que esse sintoma pode ser confundido com os movimentos de gases dentro dos intestinos, pois o feto tem cerca de 5 a 6 cm a essa altura. 



Apesar de tantas mudanças, o melhor é não tentar comparar o que uma pessoa sentiu com o que você sente. Isso serve apenas para deixar a gestante mais ansiosa. Cada gravidez é única e portanto, não se deve comparar. O importante é tentar aproveitar o momento da melhor forma possível, superando os incômodos comuns, e guardando boas lembranças dessa linda fase. Até a próxima!

Leia também: