segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Conhecendo a temperatura basal


Toda pré-mãe deve conhecer seu corpo. Cada mulher é única. E nem sempre o que funciona para uma servirá para outra. Uma forma de nos conhecermos, ou melhor, conhecermos nosso corpo e nosso ciclo menstrual melhor é a temperatura basal. Temperatura basal é aquela que medimos ao acordar.

Durante o dia nossa temperatura se altera para que nosso corpo esteja protegido no decorrer do dia. Acontece que a quando dormimos ela se estabiliza, e essa é a temperatura base do nosso corpo. No decorrer do ciclo, dependendo da fase, nossa temperatura vai alterando. Conhecendo essas mudanças podemos definir se houve ovulação ou não, se estamos férteis ou ainda identificar uma possível gravidez.


Como medir a temperatura basal?


Por ser a temperatura do corpo em repouso deve-se medir logo ao acordar. De preferência no mesmo horário, ainda deitada, sem mesmo levantar para ir ao banheiro. Mesmo o ato de pegar o termômetro já eleva, ainda que minimamente, a temperatura. Esse é o ponto crucial que irá definir melhor o que seu corpo revela. Nessa hora vale a disciplina e claro, contar com a ajudinha do despertador. Deixar o termômetro pronto para uso ao lado da cama também!!!

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Qual é o melhor local para medir a TB?


Pode-se medir a temperatura pela axila, boca, vagina ou reto. Mas cada uma tem suas desvantagens. Pela axila pode-se não ser tão preciso se o ambiente for mais frio, já que geralmente deixamos os braços mais expostos durante a noite. Se você dorme de boca aberta também pode fazer com que a temperatura não seja precisa. Pela vagina ou reto deve-se separar um termômetro que deve ser usado unicamente para essa medição. Claro que deverá ser higienizado após cada medição. Eu pessoalmente prefiro medir na virilha já que ela sofre menos alteração de temperatura, embora a temperatura seja mais elevada que as demais áreas corporais.

Um fator importante é o tempo de repouso. Cerca de 4 a 6 horas para uma medição mais precisa.


E como a TB me ajudará a engravidar?


Como comentei, durante o ciclo a temperatura basal vai sofrendo alterações. E DEPOIS de ovular a TB se eleva cerca de de 0,3 a 0,8 graus centígrados em relação à temperatura registrada anteriormente, mantendo-se elevada até à menstruação. Então só vou saber que ovulei depois? Isso mesmo. Essa elevação ocorre cerca de 24 a 72 horas depois e, nesse caso, a TB só irá te ajudar depois de um tempo usando esse método.

Com o passar do tempo, a pré-mãe vai ficando mais íntima das nuances do seu ciclo, dessa forma, poderá prever qual seria o possível período em que costuma ovular e partir para os namoros nesse período. Esse período então seria os que a temperatura se mantem elevada, isso pode ocorrer durantes uns dias. Caso a temperatura não se eleve significa que você ainda não ovulou. E se você for premiada, sua temperatura se manterá mais alta até o fim da gestação. A queda na temperatura infelizmente indica que a monstra deu as caras. Se durante todo o ciclo, a temperatura basal permanecer abaixo dos 37ºC sem um pico significativo, significa que não existiu ovulação nesse ciclo.

Todos os valores da temperatura devem ser registados numa tabela. Se preferir pode elaborar um gráfico que represente a sua temperatura corporal basal. Poderá inserir os dados numa tabela Excel e elaborar um gráfico com os mesmos. Alguns sites (veja aqui) possibilitam registrar os dados de temperatura montando um gráfico para facilitar nossa vida. E aprenda aqui a entender o gráfico de temperatura basal.

Se não aumentar a temperatura?


Se surgir um ciclo anovulatório (sem ovulação), poderá ser devido à disfunção dos ovários, levando o ovário a não libertar o óvulo. Quando isto acontece, o ovário também não liberta as hormonas sexuais que regulam a contração do tubo-uterino e o desenvolvimento anormal do endométrio. A medição da temperatura basal é muito eficaz, mas um ultrassom ao diâmetro do folículo também se pode revelar muito eficaz, na detecção de problemas deste gênero.

Caso você note que está tendo muitos ciclos sem ovulação aparente, procure logo um médico para tentar outras formas de ajudar a ovular como a indução da ovulação.

Que fatores podem afetar a temperatura basal?


A temperatura basal pode ser afetada caso não tenha tido uma boa noite de sono, se não teve pelo menos 4 horas de sono consecutivo depois de ter feito sexo, se teve febre ou se bebeu álcool na noite anterior.


Vou saber que estou grávida pela TB?


Sim, é possível! caso a temperatura basal permanecer elevada mesmo depois dia previsto para a monstra (caso ela não apareça), isso pode ser um sinal de que está grávida. Quando conceber, o óvulo é fertilizado nas trompas, em seguida levará cerca de uma semana para chegar até ao útero, onde ocorrerá a nidação. Este é o tempo que o corpo tem para detectar a sua gravidez. Quando é liberado o hCG (gonadotrofina coriônica humana), é normal que a temperatura do corpo suba, não de forma tão óbvia como quando ocorreu a ovulação, mas com alguma relevância, podendo ser detectada cerca de uma semana a 12 dias, depois do primeiro pico de temperatura.

A temperatura basal então é uma grande aliada nessa corrida pelo positivo. Mas é apenas um soldado e não se ganha uma batalha sozinho. Pelo menos essa necessita de outras ferramentas. Alie a TB com outros métodos para prever a ovulação, sejam testes ou verificação do muco cervical, tudo que puder somar nessa fase de namoros é bom. Boa sorte e até a próxima.

sábado, 28 de novembro de 2015

O que são indutores de ovulação?


No último post (veja aqui) falei de algumas complicações comuns que podem atrasar a chegada do positivo. Alguns problemas estão relacionados a ovulação, ou melhor, a falta dela. Uma forma de ajudar é com o uso de indutor de ovulação. Mas o que é indutor de ovulação?

Como o nome já diz, indutor de ovulação é um medicamento que ajuda a estimular a ovulação. E como esse indutor age? Qualquer pré-mãe pode usar? Existe efeito colateral? Essas perguntas vou tentar esclarecer aqui e agora! rs.

Seria ótimo se nossas dúvidas fosse tiradas junto ao ginecologista,  mas nos dias de hoje, infelizmente, ainda é muito difícil encontrar um médico que queira passar um tempo nos explicando como funciona determinados tratamentos e se eles são viáveis no nosso caso. E já que o doutor não ajuda, aqui estou eu para te dar aquela moral. Vamos lá!!!

Tipos de indutor


Existem dois tipos de indutores de ovulação, os que são a base de citrato de clomifeno ou a base de gonadotrofinas - FSH e LH.

Nos casos mais leves de alterações na ovulação, o citrato de clomifeno é o mais indicado. Os conhecidos no Brasil são Clomid, Indux e Serophene e Dufine. A única diferença entre eles é o laboratório que fabrica e claro, o preço.

Algumas mulheres mesmo tomando esses indutores não ovulam. Isso ocorre em casos mais graves. Nesse caso, é indicado um tratamento mais severo, comumente utilizado em fertilização (FIV, ICSI e IA), com indutor a base de gonadotrofinas como Gonal ou Menopur.

Como age o indutor?


O clomifeno é uma droga tomada por via oral que age ocupando os receptores do estrogênio no sistema nervoso central. Ela não exerce plenamente a função dos estrogênios, e ainda o impede de se ligar aos seus receptores. Quando os receptores não recebem estrogênio, o organismo interpreta isso erradamente como uma redução na quantidade total de estrogênio circulante e tenta fazer, através da produção de mais FSH e LH, com que a concentração dele aumente. Tem o papel de enganar o cérebro. O aumento de FSH e LH estimulam os folículos ovarianos e favorecem a ocorrência da ovulação.

Qualquer pré-mãe pode usar?


Não! Bem que eu gostaria de usar todo mês mas nem tudo é possível. Indutor deve ser usado com muita cautela e também é imprescindível que haja acompanhamento médico. Isso porque o seu uso trás alguns riscos para a mulher, como hiper estímulo dos ovários. Em caso de hiper estímulo há um crescimento ovariano significativo, associado a distensão e/ou dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia, falta de ar e redução do volume urinário. Pode ser acompanhada de ascite, derrame pleural (água na pleura), hipotensão, alterações eletrolíticas, hemoperitônio (sangue no peritônio) e tromboses. Nos casos graves, deve haver a interrupção a medicação e hospitalização.


Quem não deve tomar?


  • As pré-mães com alergia ao citrato de clomifeno ou a algum dos componentes da droga.

  • Pré-mães com doença hepática.

  • Pré-mães com sangramento uterino anormal.

  • Pré-mães com aumento de cisto ovariano ou desenvolvimento de cisto não relacionado a SOP.

  • Pré-mães com disfunção adrenal ou tireoideia não controlada.

  • Pré-mães que já estão grávidas sem saber.

Então pré-mamães nada de se automedicar e só tome indutor com o conhecimento do seu médico, de preferência com acompanhamento através de ultrassom seriada.


Quais são os efeitos colaterais?


Os sintomas variam de mulher pra mulher e de ciclo pra ciclo, os mais comuns são, dores/desconforto abdominal, inchaço, dores nos seios, gases, dor de cabeça, enjoo, azia, calores, espinhas(oleosidade da pele ), atraso menstrual, corrimento escuro (em pouca quantidade) e pequenas tonturas.

Com indutor o ciclo também  pode ficar um pouco mais longo, até uns 4 dias, e o fluxo tende a ser menor e mais escuro. Em alguns casos também o ciclo pode ficar mais curto, entre 2 e 4 dias.

Outras reações são:

Aumento do volume ovariano é a mais frequente, mas pode haver dores de cabeça, fogachos, dor mamária, sangramento uterino, alterações visuais, náuseas, ganho de peso, vômitos e desconforto abdominal.

Nos casos de aumento de volume ovariano, pode ocorrer distensão e dor abdominal, geralmente reversíveis sem nenhum tratamento específico em 2 a 3 semanas.

Síndrome do hiperestímulo ovariana (SHO) sendo a complicação mais grave da indução ovariana. É classificada, dependendo da severidade dos sinais e sintomas e das alterações laboratoriais, em leve, moderada e grave. A incidência da SHO grave varia de 0.25 a 1.8%.

Com indutor é normal ter muitos folículos? Posso engravidar de gêmeos/trigêmeos?


Sim, com o estímulo do indutor, é normal se ter vários folículos dominantes, o que geralmente ocorre é que um evolui e eclode e os demais acabam regredindo.



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A gravidez múltipla pode ocorrer com o uso do indutor, mas não é comum. As chances de se ter dupla ovulação, sendo uma em cada ovário, geralmente é o mais comum, mas mesmo assim a chances de gêmeos é baixa.

Óvulo fecundado após indução tem mais dificuldade de se fixar no útero?


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O uso de indutor tende a deixar o endométrio mais fino do que o ideal, por esse motivo, pode ser mais difícil que o embrião se fixe com sucesso.  É importante fazer um acompanhamento médico nesse momento, pois com o uso de progesterona essa dificuldade pode ser vencida. Nesse momento o ultrassom tem muita importância, pois é nesse momento que seu médico avaliará a necessidade ou não de hormônios para engrossar o endométrio.

Quando iniciar os treinos???


O Período Fértil, ocorre de 4 a 12 dias após a ingestão do último comprimido de indutor,  então o ideal é manter treinos regulares durante o ciclo, pelo menos 3x por semana, e intensificar durante o possível período fértil. Treine em dias alternados. Até a próxima!



sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Às vezes o caminho é longo


Depois de uns meses começamos a ficar preocupadas caso ainda não tenhamos realizado o grande sonho de engravidar. Os médicos recomendam esperar um ano antes de investigar possíveis dificuldades. Pois esse é o tempo em que um casal pode levar para conseguir engravida. Mas ansiedade é o segundo nome de toda tentante rsrs. Então se você tem o perfil de pré-mãe irá correr atrás do que há de errado no segundo mês que não veio o positivo.

Muitos casais enfrentam essa dificuldade, mas só temos noção do quanto é comum, quando passamos por isso. Comigo não foi diferente, abaixo vou listar alguns problemas e possíveis tratamentos, são eles:

Endometriose


O tecido do endométrio (camada interna do útero que "descama" mensalmente, a cada menstruação) cresce fora do útero; é uma das principais causas de infertilidade feminina.


Alguns sintomas que podem levar a pré-mãe a desconfiar de endometriose é quando a mostra vem acompanhada de  muita cólica, ou costuma ser irregular ou com forte sangramento; em muitos casos, há abortos espontâneos de repetição.
Para tratar a endometriose normalmente opta-se pela laparoscopia para a retirada dos tecidos anormais ou aderências, também pode utilizar-se de tratamentos de reprodução assistida como indução de ovulação, inseminação intra-uterina, fertilização in vitro (FIV) ou ICSI.

Em estágios leves da doença, a utilização da inseminação intrauterina aumenta a possibilidade de resultados mais favoráveis. Quando isso não ocorre, o tratamento laparoscópico da infertilidade por endometriose, resulta na melhora das taxas de gravidez.

A fertilização in vitro e a injeção intra-citoplasmática de espermatozoides (ICSI) seriam as últimas medidas terapêuticas indicadas, essenciais para as mulheres com endometriose em estágios avançados quando o tratamento cirúrgico não resulta em gestações espontâneas ou eventualmente em mulheres que apesar de terem endometriose avançada só tem infertilidade e não tem dor.

Saiba mais sobre Endometriose

Problemas de ovulação


Os problemas de ovulação, geralmente de origem hormonal, causam dificuldades ou mesmo impedem que o óvulo fique maduro e seja liberado para a fecundação.

Nós pré-mães devemos desconfiar de problemas caso a monstra esteja irregular, com fluxo fraco demais ou muito forte.

A opção de tratamento seria com indutores de ovulação, hormônios para estimular os folículos, hCG e quando não houverem resultados satisfatórios partir para a fertilização in vitro (FIV).

Outra questão envolvendo a ovulação é a qualidade do óvulo. Infelizmente, não se pode saber a respeito sem investigar. Geralmente, quando partimos para a fertilização in vitro (FIV), que é o método em que há o exame mais minucioso das condições do óvulo. Nesse caso, apenas a doação de óvulos pode resolver. A idade é um fator que altera a qualidade dos óvulos, geralmente, a partir de 35 anos, essa qualidade é comprometida (to quase lá... mas não desanimo não!). As anomalias cromossômicas podem também comprometer a qualidade dos óvulos.

Síndrome dos ovários policísticos


Eis aqui um assunto bem familiar para mim. A danada da SOP! Se caracteriza por um quadro de anovulação crônica e hiperandrogenismo, normalmente acompanhado por ovários de aspecto multifoliculares. Mas o que significa isso? Simplificado, a pré-mãe que como eu tem SOP, não irá ovular todo o mês, terá problemas com o nível de testosterona, fazendo com que precise fazer a barba (ou quase) e seus ovários estão cheios de cistos (folículos que não amadureceram e não liberaram os óvulos).

A pré-mãe com SOP poderá apresentar a monstra irregular, excesso de pelos e acne, além do excesso de peso.

Para tratar a SOP devemos mudar os hábitos alimentares e diminuir o peso (como se fosse fácil), tratar a resistência à insulina com medicação, a mais conhecida é a metformina. Pode-se fazer uso de indutores de ovulação, mas com acompanhamento médico. Mas muitos médicos preferem tratar com anticoncepcionais, o que significa adiar o sonho de engravidar.


Trompas Obstruídas


A trompa é o caminho que o óvulo percorre até chegar ao útero. Algumas vezes esse caminho é obstruído parcial ou totalmente. Nesse caso, não há como óvulo chegar ao útero e nem os peixinhos chegarem ao óvulo.



As principais causas são doenças inflamatórias na região pélvica, doenças sexualmente transmissíveis, com clamídia, e laqueadura anterior.


Para descobrir se existe alguma obstrução nas trompas é feita a  histerossalpingografia que é um exame de radiografia usando-se contraste, para verificar as condições anatômicas do útero e das trompas.

O tratamento é feito através de Laparoscopia para abrir as trompas, se possível (quando a área obstruída é pequena); se a operação não der certo, a fertilização in vitro (FIV) é uma opção.

Problemas no homem


Nem sempre somos as culpadas na demora da chegada do rebento, embora muitas vezes achamos que sim. As vezes o problema pode estar com o maridão.

Qualquer obstrução nos vasos deferentes, (que transportam os peixinhos). Varicoceles (varizes) nos testículos são a causa mais comum. DSTs como clamídia ou gonorreia também estão entre as causas. Esses casos podem ser tratados com cirurgia para as varicoceles ou outro tipo de obstrução. Avaliação cromossômica e genética para detectar a chance de transmitir doenças ao bebê.
Outro problema que pode interferir no tempo de espera do bebê é a contagem baixa ou inexistente de espermatozoides, assim como pouca mobilidade ou formato anormal, podem causar infertilidade. (Saiba mais a respeito nesse post!) O tratamento é feito com medicamentos que podem aumentar a produção de espermatozoides; outras opção são inseminação artificial com espermatozoides de um doador ou FIV com injeção dos espermatozoides diretamente no óvulo (ICSI).

Contrariando o que os médicos recomendam, eu como pré-mãe louca para aumentar a família, digo que o quanto antes insistir com seu médico para analisar tudo o que possa atrapalhar ou atrasar seu sonho de ser mãe. O quanto antes descobrir melhor. Até a próxima.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Como sei se estou ovulando?


Toda pré-mãe se faz essa pergunta todo o mês. Nosso corpo é incrivelmente complexo, mas costuma mostrar sinais de quando estamos ovulando. Muitas vezes não sabemos identificar esses sinais, daí podemos contar com ajuda de recursos simples disponíveis a toda mulher.

No post anterior (veja aqui) eu explico o ciclo menstrual completo, mas será que basta saber os dias que veio a monstra para saber quando estou ovulando? Nem sempre. Muitos fatores podem alterar o dia que deveria ocorrer a ovulação e precisamos aprender a identificar o maior número possível de sinais que nos ajudem a conhecer nosso corpo.

Contando os dias do ciclo


Essa é forma mais comum de muita pré-mães fazem para saber se estão ovulando. Num ciclo de 28 dias, conta-se 14 dias a partir do 1ºddc (dia do ciclo). A ovulação ocorre normalmente na metade do ciclo, assim sendo, se o seu ciclo não for de 28 dias, pegue o total de dias do ciclo e divida por 2. Esse seria o dia em que estaria ovulando. Exemplo: uma pré-mãe com ciclo de 30 dias estará ovulando por volta do 15ºddc.

Os aplicativos de celulares usam esse cálculo para estimar os dias da ovulação. Uma forma de não se perder durante o ciclo já que pode-se deixar tudo (ou quase tudo) registrado e o mesmo faz todo o cálculo indicando os dias de namoros.


O grande problema de usar o cálculo para saber quando está ovulando, é que deixamos de levar em conta fatores que podem alterar o ciclo ou ainda podem fazer com que nem haja ovulação no ciclo.


Medindo a temperatura basal


A temperatura basal é a temperatura que o corpo fica durante o tempo de repouso. Nesse caso, é a temperatura base que registramos logo ao acordar.

Esse é um método mais exato pois detecta as alterações que vão ocorrendo ao longo do ciclo. Contudo, ele apenas ajuda a saber que houve ovulação. Nesse caso, não se pode esperar a temperatura indicar os dias de namoro.

É um método que demanda tempo e empenho pois a temperatura deve ser medida todos os dias na mesma hora, antes mesmo de levantar. E também pode sofrer alterações em caso de febres, ficando incerto as medições. Além de que alguns medicamentos podem alterar a temperatura do corpo, fazendo com que se tenha uma anotação menos exata.

Com ajuda do gráfico de temperatura basal com o tempo podemos detectar quando é o período fértil ou mesmo se não está ocorrendo a ovulação, o que ajuda a buscar outros exames para entender o que esteja ocorrendo com o ciclo.

São sinais da ovulação:

  • Último ou penúltimo dia de temperatura do corpo baixa antes da elevação da temperatura por vários dias seguidos

  • Secreção vaginal parecida com clara de ovo

  • Colo do útero alto e macio

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Exemplo de gráfico de temperatura basal


Usando testes de ovulação


Os testes de ovulação detectam a presença do hormônio luteinizante (LH) no corpo. Esse hormônio é secretado durante todo o ciclo mas atinge um pico alto pouco antes de ovularmos.


Podemos usar os kits vendidos em farmácias que contém em média de 5 a 10 tiras de testes, como testes de gravidez, que devem ser feito durante o período fértil para prever a data da ovulação. Geralmente de 24h a 48h após o registro do pico ovulatório.

A vantagem é que esse teste caseiro aponta um resultado positivo antes da ovulação, dando a você tempo para planejar os namoros.
A grande desvantagem, no entanto, é o alto custo, caso você tenha que utilizá-lo por muitos ciclos. Você pode precisar gastar vários testes por mês até conseguir o positivo para ovulação.

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Teste de ovulação em tiras


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Teste de ovulação digital (o rostinho indica que é positivo)


Ultrassonografias seriadas


Essa é forma mais exata dos métodos apresentados. Cada dia mais conhecida no nosso mundo de pré-mãe. É um exame de ultrassom simples mas feito em sequência, nosso conhecido transvaginal. Começa durante o período menstrual e é repetido com um intervalo de poucos dias. Observando as alterações nos ovários e no endométrio pode-se determinar o dia em que o óvulo será liberado, qual seu tamanho médio e até se há mais de um óvulo passível de ser liberado (meu sonho, já que desejo muito ter gêmeos).
Com essas informações fica fácil programar os dias em que haverão jantar romântico, cinema e muito namoro rsrs. (Conheça mais sobre ultrassom seriada!)
Em combinação com um desses métodos ou mais devemos ficar de olho no muco cervical. Ele também é um ótimo indicativo de que a ovulação está para ocorrer. É uma secreção que aparece, um muco que sai da vagina ele é claro, sem cheiro, lembrando uma clara de ovo. Ele é normal e costuma a aparecer mais quando se está ovulando. Esse sintoma pode vir acompanhado de dor pélvica, não são todas as mulheres que sentem, mas ele é caracterizado por algumas pontadas na região pélvica durante a ovulação. O sintoma pode ser pouco perceptível, mais a mulher deve ficar atenta principalmente se ela está na metade do ciclo. Observar e anotar as alterações do corpo ajuda a nos conhecer melhor, fazendo com que o tempo seja fácil saber se ovularemos ou não.

Pode também acontecer de um ciclo não ocorrer ovulação. São chamados de ciclos anovulatórios. Um ciclo sem ovular não representa infertilidade, contudo, deve-se ter cuidado caso ocorram vários ciclos sem ovulação. Da mesma forma que há ciclos em que a ovulação pode ocorrer um pouco depois da data esperada. Conheça melhor sobre ovulação tardia.



Nesse caso, ir ao médico para saber o motivo disso estar ocorrendo. Até a próxima!




quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Cuidados da pré-mãe


Quando decidimos trazer ao mundo nosso rebento, a única preocupação é com os namoros nos dias certos do ciclo, levantar as perninhas depois de cada namoro e deixar a natureza agir, correto? Não!

Para que a futura gravidez ocorra sem maiores intercorrências é muito melhor que a pré-mãe comece a cuidar da saúde bem antes de partir para os treinos. Listarei alguns exames que são indicados para serem feitos logo depois da consulta com o GO (ginecologista obstetra), se ele for um bom médico irá indicá-los já na primeira consulta em que você esclareça que seu objetivo é ficar buchudinha rsrs. Aliás essa é a única barriga que toda pré-mãe anseia.

Esses exames pré-concepcionais servem para detectar doenças contraídas no passado e as que estiverem ativas, as quais podem significar algum risco para a sua gestação, o desenvolvimento do seu bebê ou mesmo para você.

Antes dos exames avalie seu médico!


Uma coisa que poucas pré-mães fazem na primeira consulta é avaliar o seu GO. Isso mesmo!!! Ele deve ser muito bem avaliado para que você sinta nele um amigo, com quem possa contar em todos os momentos. Não adianta nada um médico que seja super atencioso mas que não tire suas dúvidas. Converse com outras pacientes, principalmente as que já alcançaram o nível master da barriguinha sonhada e desejada por nós. Pergunte se ele atende ao telefone fora do horário comercial. Ele deixa disponível e-mails ou outras formas de contato? Você pode achar que não quer ser invasiva, mas acredite, quando estiver de madrugada com cólicas, dúvidas e cheia de medo de perder seu milagre, um médico receptivo será essencial.

Na consulta, seu médico irá checar sua saúde de forma geral e avaliará possíveis disfunções genéticas e/ou hormonal. No geral, costuma-se passar vitaminas como o ácido fólico para que comece a tomar antes mesmo da gravidez. Essa vitamina é essencial para a formação do tubo neural do bebê e tomando ela desde o início você garante que não haverá problemas na formação do mesmo. Além das vitaminas, será verificado também se você recebeu em dia todas as vacinas, caso negativo, saiba que levará as agulhadas de reforço o quanto antes, mas tudo isso em prol de um bem maior!

É muito importante estar em dia com todas a vacinas ou, quando não, preparar o braço para tomar a tríplice bacteriana (dTpa) contra difteria, tétano e coqueluche; a pneumocócica; a meningocócica C conjugada; a tríplice viral, contra sarampo, rubéola e caxumba; e as vacinas contra hepatite A, hepatite B, hepatite C, gripe, varicela, febre amarela (nas regiões endêmicas), raiva (quando necessário) além da vacina anti-HPV. (Ufa, meu braço até doeu rsrs)

Enfim os exames das pré-mamães:


  • Hemograma completo
Para verificar as condições gerais da saúde da pré-mãe, pode diagnosticar anemia, infecções, linfomas e quadros tóxicos, deficiência vitamínica  como ferro, por exemplo.

  • Tipagem sanguínea e fator Rh
Se o sangue da mulher é Rh negativo, existe a possibilidade de ter um filho Rh positivo, caso o pai seja Rh positivo. O problema está na hora do parto, quando a mãe entra em contato com o sangue do filho e desenvolve anticorpos para o Rh positivo (isso pois o corpo entende que o sangue do bebê é algo que é estranho ao que esta habituado, então ele guarda essa informação para caso entre em contato novamente com esse sangue "estranho"), o que prejudica a segunda gestação, caso o próximo filho também seja Rh positivo.
A solução para a incompatibilidade sanguínea é fazer a vacina de gamaglobulina anti-D, capaz de reduzir este risco para próximo de zero.
Se o sangue da mãe é Rh positivo não haverá incompatibilidade sanguínea com o sangue do filho, mesmo que ele seja Rh negativo, portanto a doença não se apresenta.

Conheça mais a respeito do Fator Rh Negativo na gravidez.

  • Glicemia
Serve para verificar se existe a presença do Diabetes Mellitus ou se há risco de desenvolver a doença que pode causar má formação do bebê (principalmente no coração e fígado) ou até levar a abortos espontâneos.

  • Urina e fezes
Para detectar a presença de bactérias na urina mesmo que não haja sintomas na pré-mãe. As infecções urinárias pode levar a contrações uterinas ou até mesmo parto prematuro, que foi o meu caso.

Já nas fezes são procurados agentes patogênicos de leveduras, parasitas e bactérias, os quais podem levar a perda de ferro, muito importante para a formação do bebê e para a saúde da pré-mãe.

Exames sorológicos

  • Citomegalovírus
Vírus cujos sintomas da infecção são variáveis, podendo até mesmo ser confundido com uma simples gripe. Na fase crítica, pode aparecer dor de garganta, febre e aumento dos gânglios do corpo, do baço e do fígado. Se a mulher pega essa doença durante a gravidez, existe uma grande possibilidade de passá-la para o bebê e causar sérios problemas, como retardo
mental, nascimento com baixo peso, icterícia e pneumonia, problemas de audição e visão, e até mesmo o óbito intra-uterino.

A transmissão vertical do vírus pode ocorrer durante a gestação por passagem através da placenta; ao nascimento, pelo contato da criança com secreção vaginal contaminada ou no período pós-natal, através da amamentação.

Não existe um tratamento para a doença e nem uma vacina para evitar a contaminação, por isso as pré-mamães que nunca tiveram contato com esse vírus devem ter muito cuidado, pois não têm imunidade.

  • Rubéola
Para a pré-mãe não há grandes complicações mas se ocorrer durante a gravidez pode levar à infecções graves que podem causar no rebento cegueira, surdez, má formação ou mesmo morte intra-uterina (Triste né?)

Quem nunca teve rubéola não desenvolveu imunidade, nesse caso, deve-se vacinar três meses antes de encomendar o bebê.

Quem já tá com o bebê no forninho não pode tomar a tríplice viral pois é feita com vírus atenuados. Nesse caso, a mamãe receberá um reforço da vacina dupla para difteria e tétano. E para as buchudinhas que não estão em dia com a tríplice bacteriana devem tomar a dupla conta difteria e tétano para evitar o tétano neonatal.

  • Toxoplasmose
Causada pelo protozoário chamado Toxoplasma Gondii, é uma doença transmitida através do contato com fezes de animais que estejam contaminadas,
da manipulação de terra e da ingestão de carne crua e verduras contaminadas. Se a pré-mãe pega esta doença durante a gravidez, pode haver diversas
complicações para o futuro bebê, como má formações,
deficiência visual grave quando nascer e outros problemas graves de saúde, apesar de existir tratamento para diminuir essa chance.

  • Sífilis (VDRL)
Doença transmitida através de relações sexuais desprotegidas, que pode ter importantes repercussões para a saúde da mãe e do bebê. Se a pré-mãe engravida com a doença ou é contaminada durante a gravidez, existe grande risco de abortamento espontâneo e óbito intra-uterino. Ao passar pela placenta e contaminar o bebê, a sífilis também pode causar diversas má formações, a chamada sífilis congênita.

O tratamento é muito simples, à base de antibióticos e
quando diagnosticada e tratada corretamente antes da
gravidez, os riscos de transmissão são eliminados, a não ser que a mulher seja novamente infectada.

  • Hepatite B
Não há registros de que o vírus da hepatite B cause má
formação, mas pode ocorrer a transmissão para o bebê na hora do parto. Nesse caso, depois de nascer, o bebê é vacinado e recebe a imunoglobulina da hepatite B, que funciona como um "antídoto".

Para saber se a pré-mãe está imune, ou não, a hepatite B é necessário fazer a dosagem dos anticorpos no sangue. Para as que já estão imunes não existe risco de transmissão. Entretanto, as que não têm anticorpos da hepatite B no sangue devem ser vacinadas, preferencialmente antes de engravidar, mas a vacina pode ser administrada em gestantes sem qualquer risco, pois é produzida através de engenharia genética.

  • HIV
Vírus causador da AIDS. A mulher que é portadora deste vírus pode transmiti-lo para o bebê durante a gravidez, parto e amamentação. É por esta razão que esse exame é tão importante, não somente antes da gravidez, como também durante o pré-natal. Quanto mais precocemente se descobrir a doença, maiores são as chances de um tratamento preventivo, reduzindo a possibilidade de transmissão ao bebê para menos
de 3%.

Se mesmo assim o HIV for transmitido ao bebê, às chances de sobrevivência são quase de 100%. Isso acontece porque a criança recebe medicamentos anti-retrovirais logo que nasce, não tem contato no parto - que deve ser cesariano - e ainda não é amamentada pela mãe contaminada.

  • HPV
É um vírus que se instala principalmente na mucosa vaginal e seu maior contagio é por via sexual. 70% dos casos tem cura espontânea e o restante pode permanecer cronicamente muitas vezes sem sintomas, se manifestando quando ocorre queda de imunidade; na gestação a mulher apresenta queda de
imunidade, por exemplo, e normalmente é necessária a cauterização para curar as lesões. Caso apareçam lesões durante a gravidez, não devem ser utilizados ácidos, pois o risco de queimadura química é grande. Primeiramente, deve-se fazer o diagnóstico de certeza, e se realmente for HPV, deve-se realizar cauterização elétrica ou a laser.

O Papanicolau faz um diagnóstico indireto, pois não detecta o HPV, mas sim a lesão que ele causa no tecido. É preciso ter uma célula doente na lâmina e contar com a sensibilidade do examinador para se obter um diagnóstico preciso.

A presença do HPV durante a gravidez não implica em má formação fetal, nem que mamãe não poderá optar pelo parto normal. O único problema é que, se no momento do parto, na vagina estiverem presentes lesões de HPV, estas poderão contaminar o recém nascido. Neste caso o médico saberá avaliar se a mãe pode fazer um parto via vaginal ou proceder para uma cesariana, pensando no que for melhor para o bebê.


Esses são alguns exames que toda pré-mãe deve fazer o mais cedo possível. Nada como engravidar e já saber que tomou todos os cuidados iniciais com a saúde do baby. Até a próxima.

Leia também:

Papanicolau - A importância do exame preventivo

Infecção Urinária


Exame do Cotonete - Estreptococos B




terça-feira, 24 de novembro de 2015

A vida no ciclo... no ciclo um sonho



Para quem começa a sonhar com um bebê, o ciclo é personagem principal das conversas e pesquisas na internet. Na teoria é tudo muito simples mas na prática há um monte de dúvidas que insistem em nos atormentar. Para que não sejamos devoradas, ainda mais, pela ansiedade devemos conhecer todo o processo desde o início. O começo é um pouco mais complicado mas depois a gente pega o jeito da coisa toda.

Algumas mulheres tem um ciclo curto, de até 21 dias e outras um ciclo longo de até 35 dias. Ciclos com intervalos mais curtos ou mais longos que estes pode indicar problemas de saúde como o ovário policístico. No início da adolescência, como o sistema reprodutor ainda está amadurecendo, de forma que o ciclo pode chegar até 45 dias. Já na menopausa, a mulher começa a alongar seu ciclo, podendo se tornar irregular pela falência dos ovários.

Normalmente a mulher tem um ciclo de 28 dias, contados a partir do primeiro dia da menstruação. Eu conto o primeiro dia já com aquela borrinha de café ou o primeiro sinal da monstra. Algumas mulheres preferem contar o primeiro dia apenas quando há sangue vermelho vivo. Eu conto o ciclo em "ddc" ou dia do ciclo. Vejamos cada fase do ciclo:

Fase Folicular:


A fase folicular começa no primeiro dia da menstruação ou 1º ddc. No início desta fase, os hormônios estrogênio e progesterona estão baixos e o útero está menstruando, apresentando uma parede (endométrio) bem fina. O ovário nesta fase está em repouso.

Neste momento, a glândula pituitária (hipófise), que se localiza no sistema nervoso central, começa a aumentar a produção de um hormônio chamado hormônio folículo estimulante (FSH), que como o próprio nome diz, estimula os folículos do ovário.



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Hipófise - Responsável pela produção de FSH


Diferente do que ocorre com nossos esposos, namorados, namoridos e afins, que produzem espermatozoides durante toda a vida, nossos estimados óvulos vieram com quantidade determinada de fábrica. Mais um motivo para não perder tempo na produção do baby né? Mas não precisa arrancar os cabelos pensando no fim de estoque pois são cerca de 450.000 e eles ficam estocados nos ovários, na forma imatura, dentro dos folículos ovarianos. Ufa! Ainda bem né!?

Mas não adianta ter um belo estoque de óvulos (ainda como folículo) se o corpo não os fizessem crescerem lindos e maravilhosos para poder receber a visita dos peixinhos do futuro papai. Dai que o nosso querido hormônio amigo FSH, obedecendo os sábios comandos da hipófise, joga todo seu charme e simpatia para nosso folículo, fazendo o mesmo crescer como um pavão se estufando para mostrar sua beleza. Em torno de 7 dias após o início do ciclo o óvulo já estará medindo em média 9 a 10 mm.

Estes folículos, agora, começam a produzir estrogênio. Conforme os níveis de estrogênio vão crescendo, um dos folículos se torna dominante, se desenvolvendo mais rápido que os outros, que na verdade, param de crescer e começam a involuir. O folículo dominante cresce cerca de 2 milímetros por dia até o tamanho final de 20 a 26 mm, quando completa seu desenvolvimento. Este folículo dominante é quem vai liberar o óvulo no momento da ovulação.

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Liberação do óvulo na ovulação (lindo né?)

O estrogênio produzido e liberado pelos folículos também é responsável pelo crescimento do endométrio (camada que reveste o útero) preparando uma camada grossa o suficiente para que nosso embrião possa se ninhar, a conhecida nidação (veja nesse outro post).

Período Fértil ou DDN (dias de namoros)


O período fértil é o período que há maior chance de engravidar. E como pré-mãe considero esses os dias de intensivão com o maridão rsrs. Para facilitar vou chamá-los de DDNs. Claro que todo dia pode ser DDN mas para quem deseja conceber seu rebento necessita fazer um intervalo entre uma relação e outra.

Após a sua liberação, óvulo só fica viável por cerca de 12-24 horas. Isso significa que a fecundação é mais provável quando já há espermatozoides presentes antes da ovulação. Apesar do curto período de viabilidade do óvulo, o intervalo fértil é bem mais longo, pois, dependendo da qualidade do sêmen masculino, os espermatozoides podem ficar viáveis dentro do sistema reprodutor da mulher por até 5-7 dias. Portanto, o período fértil vai do 5º dia antes da ovulação até um dia após a mesma.

Homens com sêmen de pior qualidade podem ter espermatozoides que sobrevivam menos tempo, reduzindo assim, o período da janela fértil. Para saber como andam os peixinhos do amado melhor é fazê-lo ir a um urologista e fazer exames como espermograma.

O período de maior chance de fecundação ocorre quando namoramos 1 ou 2 dias antes da ovulação.

Trabalhos atuais mostram que a qualidade do sêmen é maior quando ocorre intervalo de 2 a 3 dias entre as ejaculações. Uma dica é ter relações sexuais 3 vezes por semana, iniciando-as logo após o fim da menstruação.

CalendarioFertilidad
Ciclo Menstrual


Fase Folicular:


Um dia antes da ovulação eis que temos um pico de estrogênio. Esse banho de estrogênio serve para avisar a nossa amiga hipófise que é hora de liberar outro hormônio, o hormônio luteinizante (LH). Estamos agora exatamente no meio do ciclo, 14º dia em casos de ciclos menstruais de 28 dias.
Ciclo ovulatório - Variação dos hormônios
Ciclo ovulatório – Variação dos hormônios

Graças a grande produção de estrogênio e surgimento do LH, que a mulher começa a produzir um muco viscoso, chamado de muco fértil, que favorece a mobilidade dos peixinhos. Nesse período é normal nos animarmos para um namoro básico com o maridão.

A liberação do LH completa o processo de maturação do folículo dominante, e aproximadamente 36 horas após a sua liberação, ocorre o rompimento do folículo e a liberação do óvulo, ou seja, a mulher ovula. O muco que a princípio era viscoso passa a ter aspecto de clara de ovo.

Algumas mulheres apresentam dor no momento da ovulação pela irritação do peritônio após o rompimento do folículo ovariano. Esta dor se localiza na parte inferior do abdômen, no lado do ovário que ovulou. Esta dor pode durar algumas horas e costuma ser cíclica, ocorrendo praticamente todo mês. Esta síndrome recebe o nome de mittelschmerz, que significa dor do meio (do ciclo), em alemão. (Saiba mais sobre a Ovulação Dolorosa)

Logo após o pico de LH que induz a ovulação, a temperatura corporal da mulheres se eleva discretamente, cerca de 0,5ºC, permanecendo assim por mais 10 dias.

A medição da temperatura é um método bom para saber retrospectivamente se a mulher ovulou recentemente, mas essa subida costuma ocorrer tardiamente em relação a ovulação, não servindo para indicar o momento certo da relação sexual.

Corpo lúteo


Logo antes da ovulação, as células ao redor do folículo ovariano, sob influência do LH, começam a formar o corpo lúteo, estrutura responsável pela produção de estrogênio e, principalmente, progesterona. Quando a mulher ovula, o óvulo é liberado em direção às trompas, permanecendo apenas o corpo lúteo no ovário.

Durante toda a parte final do fase lútea, o corpo lúteo permanece produzindo a progesterona, que age inibindo a secreção de LH pela hipófise. No útero, a progesterona age interrompendo a proliferação do endométrio. Na verdade, a progesterona organiza as camadas da mucosa tornando-a mais homogênea, deixando-a rica em fluídos e nutrientes para o potencial feto. Quando se faz um ultrassom do útero na fase proliferativa do ciclo, é possível detectar 3 camadas distintas de endométrio. Quando o mesmo exame é feito na fase lútea, não há mais essa distinção e o endométrio encontra-se todo uniforme, pronto para receber o óvulo fecundado. (Aplausos)

Como a progesterona inibe o LH, se o óvulo não for fecundado, a queda do LH faz com que o corpo lúteo começa a involuir, o que por sua vez provoca a queda na produção de progesterona e estrogênio pelo mesmo. Sem esses hormônios a grossa parede do endométrio não mais se sustenta, seu suprimento de sangue é cortado, e ela acaba por desabar, caracterizando a menstruação e reiniciando o ciclo na fase folicular.

A ovulação ocorre 14 dias antes do primeiro dia da próxima menstruação. Portanto, se você menstruou, conte 14 dias para trás e saberá quando ovulou.

Se o óvulo for fecundado, o embrião começa a produzir um hormônio chamado gonadotropina coriônica, responsável por manter o corpo lúteo e a produção de progesterona ativos. Hora de esperar uma boa quantidade de HCG  no sangue e na urina para então pegar o tão sonhado positivo.

Esse é o carnaval todo que ocorre com nós mulheres todo mês. Esses altos e baixos de hormônios que nos deixam assim tão sensível e instáveis rsrs. Basta que a gente anote cada etapa e como nos sentimos a cada dia para nos conhecermos melhor e então poder até prever em que dia do ciclo estamos. Espero que tenham gostado... Até a próxima.

Leia também:

Ciclo Menstrual Curto