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quarta-feira, 26 de abril de 2017

Gráfico da Temperatura Basal



A temperatura basal é a temperatura do corpo depois de um período de descanso, a chamada temperatura de base. Durante o ciclo menstrual, o registro da temperatura permite identificar a ovulação e também se há possibilidade de gravidez. Com o tempo pode-se mesmo saber se o ciclo foi anovulatório. (Conheça melhor sobre como funciona medir a temperatura basal aqui.

Esse post tem objetivo de ajudar a quem já utiliza temperatura basal mas não consegue entender o gráfico com as informações. Vamos lá!


Criando o gráfico de temperatura basal


Pode-se inserir os dados numa tabela em Excel ou PDF, ou pode utilizar um site para isso. Esta é a opção mais simples se você tem internet sempre disponível para atualizar o gráfico. Os dois sites mais utilizados são Mamanandco  e FertilityFriend (esse último é em inglês). 

1) Começe por introduzir o 1º dia do seu ciclo. O ciclo inicia no 1º dia da menstruação e vai até a véspera da menstruação do mês seguinte. 

2) Se estiver utilizando o site para atualizar os dados, indique a hora de referência para a avaliação da sua temperatura.
É importante que faça a avaliação da sua temperatura à hora indica com tolerância de + ou - 30 minutos, caso contrário poderá distorcer a detecção de ovulação.

3) Introduza a sua temperatura em cada dia.

É importante haver temperaturas máximas consecutivas para que a ovulação seja detectada. Isto permitirá ao gráfico detectar o "patamar baixo" (fase folicular), um pico (ovulação) e o "patamar alto" ( a fase luteínica). No caso de não utilizar o gráfico do site, mais abaixo irei explicar como identificar cada fase.

4) Indique o máximo de informações (tipo de muco, relações sexuais, febre, teste de ovulação, etc...). No caso de utilizar o gráfico em Excel, lembre-se de identificar se houve relação sexual e também identificar o muco cervical. (Aprenda a identificar o Muco Cervical)


Como interpretar as informações


Para quem usa o gráfico no site ou como aplicativo, a ferramenta detectará, se os dados registrados o permitirem, a ovulação... cerca de 3 ou 4 dias após ela ter ocorrido. Ela será indicada pelo ponto de intercepção de uma linha vermelha vertical (dia da ovulação) com uma horizontal (que marca a média da temperatura basal). No gráfico, dá para ver que a temperatura fica mais alta até sua próxima menstruação, quando volta a cair. 

Linha Vertical e Horizontal marca a ovulação

Você pode até notar que sua temperatura sobe um dia ou outro, mas se ela não se mantiver mais elevada durante alguns dias, é possível que você ainda não tenha ovulado. Se você engravidar, sua temperatura basal se manterá mais alta até o fim da gestação. 

Temperatura Basal e as fases do ciclo menstrual


Na primeira fase do ciclo menstrual, a temperatura basal costuma estar mais baixa. No dia da ovulação a temperatura geralmente tem uma queda mais acentuada, seguindo-se por subida da temperatura até a chegada do novo ciclo menstrual ou a descoberta da gravidez. 

As alterações na temperatura são causadas pelas alterações hormonais. Na primeira fase do ciclo há o predomínio do Estrogênio, responsável pelo desenvolvimento dos fólicos que mais tarde liberará o óvulo amadurecido, trata-se da Fase Folicular. O LH (hormônio luteinizante), que vai se elevando junto com o estrogênio, chega ao seu ápice, e faz com que a temperatura tenha uma queda brusca, é também a indicação de que o óvulo será liberado. Após a ovulação é hora da progesterona subir, ela garantirá que o endométrio seja protegido, o que é muito importante no momento da implantação do embrião, a famosa nidação. Após a ovulação, o ciclo se encontra na Fase Lútea, pois é o momento em que o corpo lúteo (casquinha do óvulo) se mantém com a ajuda da progesterona até que o hCG passe a elevar a progesterona, que ocorre após a implantação do embrião, ou o corpo lúteo se desfaz, diminuindo a progesterona e indicado que um novo ciclo deve se iniciar.

Padrões nos gráficos


Nem sempre é simples identificar o padrão do gráfico TB mas pode-se utilizar dos outros sintomas, que em conjunto com o gráfico ajudará a identificar a ovulação. Dentre esses sintomas estão:

  • muco cervical fica mais “molhado” a medida que a ovulação se aproxima; 
  • muco cervical “seco” imediatamente após ou logo depois da elevação da temperatura basal; 
  • muco clara de ovo é observado nos dias imediatamente anteriores à ovulação; 
  • padrão bifásico (parte do gráfico com temperatura baixa e a outra com temperatura alta), mostrando a elevação da TB após a ovulação; 
  • aumento da temperatura subitamente e mantido durante a fase lútea; 
  • colo alto, aberto e mole antes da elevação da TB; 
  • kits de ovulação ficam positivos 12-36h antes da elevação da TB; 
  • kits de ovulação só serão positivos um ou dois dias antes da ovulação; 
  • microscópio de saliva mostrará as samambaias antes da ovulação.


A análise e a interpretação é mais confiável quando alguns sinais podem ser correlacionados. Entretanto, é quase sempre possível detectar a ovulação e o aumento da fertilidade mesmo longe das circunstâncias ideais. Quanto mais sinais se cruzarem, mais confiável será a interpretação. 

A linha tracejada indica que não há certeza quanto à ovulação

Quando os sinais não combinam e a ovulação é duvidosa por causa disso, o site ou aplicativo indicará a data mais provável com uma linha vermelha tracejada no dia mais provável. Isso serve para lhe alertar que a data estimada não é confirmada para que continue a observar outros sinais e não perca sua chance de engravidar.

Neste gráfico, é possível ver alguns dias de muco fértil e colo macio nos dias que antecedem a ovulação, que é confirmada pela subida súbita da temperatura no 14º dia do ciclo (14DC). As temperaturas mantem-se altas até o final da fase lútea. Geralmente as temperaturas começam a cair e os manchados aparecem antes que a menstruação comece. Os dias mais férteis foram do 10 ao 14DC. As relações ocorram numa boa janela fértil, apesar de não haver gravidez neste ciclo.





Já neste gráfico, a ovulação foi detectada no 17DC e é precedida de alguns dias de muco fértil, um teste de LH positivo e colo alto e mole.






Neste aqui, a ovulação foi detectada no 15DC pela subida súbita da temperatura, seguida de 2 dias de muco fértil. As relações foram dentro da janela fértil. O teste de gravidez positivo foi pego no 12DPO (dias “pós-ovulação”).





Já no gráfico ao lado, a ovulação foi detectada no 20DC, seguindo alguns dias de muco fértil e um pico na leitura do monitor de fertilidade. Apesar da ovulação está clara e o 20DC ser apontado pela maioria dos sinais, não é possível determinar com certeza se a ovulação aconteceu no 19DC ou no 20DC uma vez que as temperaturas começaram a subir no 19DC. As temperaturas ficaram elevadas por 13 dias durante a fase lútea.



Neste gráfico, a ovulação foi claramente detectada no 16DC pelo aumento da temperatura. O muco clara de ovo, colo alto e mole e um teste de ovulação positivos são observados no dia anterior à ovulação. A relação anterior ao dia da ovulação resultou em gravidez neste ciclo. Um teste de urina de gravidez positivo é detectado no 12DPO. O teste feito no 9DPO foi realizado muito cedo para detectar a gravidez.



E finalmente, neste gráfico a ovulação foi detectada no 15DC. Apesar do muco não ter sido observado nos dias imediatamente anteriores à ovulação, ela é detectada pelo aumento da temperatura e um teste de ovulação positivo. As relações aconteceram dentro da janela de fertilidade (2 dias antes e no dia da ovulação). As temperaturas ficaram elevadas 14 dias durante a fase lútea. A temperatura do 13DC não foi tomada no mesmo horário que as demais, tornando-a incerta, por isso deve-se aguardar o aumento das temperaturas e sua manutenção para indicar a ovulação. 

Ciclos anovulatórios


Para identificar os ciclos em que não houve ovulação basta observar o padrão que se segue na temperatura. Normalmente o ciclo é marcado por oscilações constantes sem que se consiga definir uma subida da temperatura seguida pela manutenção do padrão elevado. Conheça melhor sobre os ciclos anovulatórios.





Por que usar a Temperatura Basal para ajudar a engravidar?


O gráfico da temperatura permite saber se uma ovulação ocorreu e assim ter ideia de quando deverá ocorrer o próximo ciclo menstrual (cerca de 14-15 dias após a ovulação). Com o tempo a mulher poderá aprender o que é padrão para o seu ciclo, de forma que pode perceber qualquer alteração que pode indicar uma gravidez.

É importante lembrar que esse método necessita de disciplina e paciência nos primeiros ciclos porque o aprendizado vem com o tempo! Até a próxima! 

Fonte: blogmamis 

Leia também:




sábado, 23 de janeiro de 2016

Insuficiência da fase lútea e gravidez


Nosso corpo é uma máquina perfeita, que necessita de ajustes finos para que seu funcionamento ocorra. Qualquer alteração em um componente (ou hormônio) irá ocasionar a demora na conquista da gravidez. Conhecer como funciona cada fase do ciclo menstrual ajudará não apenas reconhecer quando algo não andar bem como também ajudará na conquista do positivo.

Fases do ciclo menstrual


Como o assunto é insuficiência da fase lútea, explicarei rapidamente a fase folicular do ciclo menstrual, mas se quiser saber mais a respeito só dar uma olhada nesse post aqui

O ciclo menstrual tem duas fases básicas, folicular e lútea, que são separadas pela ocorrência da ovulação. Na primeira etapa do ciclo temos descamação do endométrio, que nada mais é do que o início do sangramento que dá origem à menstruação. Depois temos a fase proliferativa, que é o desenvolvimento do folículo ovariano (daí o nome fase folicular). Nessa etapa há a predominância do hormônio estrogênio, responsável também pelo crescimento do endométrio, preparando-o para receber o embrião. Quando um folículo atinge seu máximo desenvolvimento, o hormônio LH indica que o mesmo pode ser liberado. A liberação do óvulo marca o fim da primeira fase do ciclo menstrual.


 Após a liberação do óvulo, o restante do folículo é chamado de corpo lúteo (do latim, corpo amarelo), sendo sua principal função a produção de progesterona, que nesse período é importante para preparação do endométrio de maneira a facilitar a implantação (Aprenda como ajudar na implantação do embrião). Quando esta não ocorre, o corpo lúteo permanece ativo
por aproximadamente 14 dias, sendo este período chamado de fase lútea. O corpo amarelo seria então como a casca que protegia o óvulo em desenvolvimento. Quando ele se degenera, passa então a se chamar de corpo branco, sendo constituído principalmente de estroma fibroso. 



O que ocorre na fase lútea


A fase lútea marca o início do caminho do óvulo até o útero. A progesterona produzida pelo corpo lúteo ou amarelo é responsável por manter o endométrio estável e mudar o padrão proliferativo (de crescimento) para secretor, o que o deixará mais receptivo à implantação do embrião. O que nem todos sabem é que o endométrio não ficará receptivo durante toda a fase lútea. A implantação será facilitada apenas num curto período, cerca de 6 a 10 dias após a ovulação. Esse período é conhecido como "janela de implantação" pois ocorre no momento em que há máxima liberação de progesterona pelo corpo amarelo. De forma mais simples, após a liberação do óvulo, o corpo amarelo produz progesterona que irá deixar o endométrio mais "macio" para que ocorra a nidação com maior facilidade. 

A progesterona e a gravidez

Além de manter o endométrio estável e facilitar a implantação, a progesterona também é importante pois promove o relaxamento das fibras musculares uterinas permitindo o desenvolvimento da gestação. No início da gestação, o corpo amarelo continua produzindo progesterona pois recebe esse estímulo do hormônio hCG (gonadotrofina coriônica humana). Isso ocorre até a 8ª ou 9ª semana de gestação, quando ocorre a mudança lúteo-placentária, isto é, a placenta passa a produzir a progesterona e o corpo amarelo se degenera. 

Quando não se tem, no início da gestação, uma produção adequada de progesterona pelo corpo amarelo, então não há como manter a gravidez e ocorre o aborto. 

Insuficiência da fase lútea


Como vimos, a fase lútea é importante para a implantação do embrião e manutenção da gravidez. Uma fase lútea normalmente dura cerca de 10 a 16 dias, podendo em alguns casos chegar a 17 dias. Segundo alguns médicos, uma fase lútea saudável, seria com mais de 12 dias. Quando essa fase é muito curta (menos que 10 dias) o endométrio pode não estar receptivo o suficiente para receber o embrião, nesse caso temos a insuficiência da fase lútea. Com a baixa ou a breve produção de progesterona, o risco de aborto ou infertilidade é alto. 

Um endométrio que não foi adequadamente irrigado não conseguirá sustentar uma gravidez, isso se o embrião conseguir se implantar! 

Causas da insuficiência luteínica 


As causas mais comuns para a insuficiência da fase lútea são a diminuição da produção de LH na fase folicular, produção inadequada de FSH pré-menstrual e na fase folicular, levando a uma resposta ovariana a LH, ou seja, uma má qualidade do corpo lúteo, onde o mesmo não conseguirá produzir progesterona de forma adequada ou pelo tempo adequado para a boa manutenção do endométrio. A insuficiência do corpo lúteo, também pode ser causada por uma alteração ovariana ou ainda por causa de doenças endócrinas como alterações da tireoide ou hiperprolactinemia

Quais os sintomas?

  • Fase lútea com menos de 10 dias (a confirmação é feita com a avaliação da ovulação através de exames de ultrassom ou testes de ovulação).
  • Sangramentos durante a fase lútea (spotting ou pequenos corrimentos tipo borra de café por mais de 3 dias)
  • Baixas concentrações de progesterona durante a fase lútea
  • Abortos espontâneos recorrentes (em sua maioria no 1º trimestre).


Como tratar a insuficiência da fase lútea?


Tanto o tratamento quanto o diagnóstico da insuficiência luteínica costuma ser simples. Exames para confirmar o nível de progesterona após a ovulação e antes da menstruação irão determinar a causa da fase lútea insuficiente. Para o tratamento, geralmente são utilizados  progesterona, hCG e mesmo estradiol, isolados ou em combinação. 

Em casos de gravidez com comprovação de insuficiência da corpo lúteo, é importante manter o tratamento com progesterona até que a placenta possa assumir esse papel.  

O consumo de carne vermelha, ovos, peixes, frango, leite e derivados podem ajudar a suplementar a progesterona corporal.

O controle do ciclo menstrual através da temperatura basal ajuda na identificação da ovulação, em consequência a fase lútea, bem como também poderá mais facilmente detectar caso a mesma esteja muito curta. Com o tempo poderá detectar padrões que poderão, no futuro, indicar quando a gravidez ocorrer. Boa sorte e até a próxima.