segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Conselhos que toda mãe (NÃO) quer ouvir


A maternidade envolve várias experiências maravilhosas e algumas outras situações não tão boas assim. É o caso de ter que ouvir vários conselhos do que deve ou não fazer com relação a criação do seu baby. Aqui resumimos alguns conselhos que toda mãe escuta:

Não dê colo



É comum muitas mães ouvirem que bebê no colo fica mal acostumado, manhoso e vai ficar mimado. O grande problema é que muitas pessoas esperam um super desenvolvimento da criança. Depois que nasceu, quando vai sentar... depois que sentou, quando vai andar... Mal uma etapa foi alcançada e já começa a corrida para a próxima fase. Poucos são os que curtem cada etapa. 

O bebê passou nove meses ouvindo o coração da mãe, num lugar quentinho e não tinha nada para se preocupar. Depois ele se vê num ambiente novo, não tão quentinho e sem aquele barulhinho que lhe trazia bem estar. Ele não sabe falar, não sabe como indicar que está com medo, com fome ou sujo. Chorar é sua única forma de indicar que algo não está bem. Agora imagina se há algo com você e ao pedir ajuda (o choro do bebê) e a pessoa apenas ignora... o que você faria? Se está com medo, ele irá aumentar, ou se está com fome, poderá achar que vai continuar com fome. Aproveite esses momentos com seu filho. Dê carinho, proteção e aconchego pois esse tempo passará muito rápido e os momentos não voltarão jamais. O mundo precisa de pessoas que cresçam conhecendo o que é ser amado e acalentado pois assim poderão fazer o mesmo pelos seus semelhantes.


Dê água, dê chá, dê leite... só leite materno não sustenta



Muitas mães já ouviram ou mesmo pensam que o leite materno não sustenta a criança pois em algumas horas e a criança já está pedindo para mamar novamente. Aqui vão algumas considerações:

1 - O estômago do bebê não tem a mesma capacidade de um adulto. Dessa forma, é lógico que ele esfazie mais rapidamente, o que irá fazer com que ele necessite mamar mais vezes do que uma criança maior. 

2 - O bebê se desidrata mais rapidamente do que um adulto, nesse caso, nem sempre a vontade de mamar é por ter fome mas sede. Nesse caso, também há possibilidade de que ele não mame todo o leite mas já se vê ele satisfeito. Leve em consideração também o clima da cidade em que vive ou que está visitando. Dias mais quentes poderão requerer mais tempo amamentando. 

3 - O peito acalenta. Passar um tempo com alguém especial é maravilhoso. Da mesma forma, é maravilhoso para o bebê passar um tempo com alguém que ele gosta da voz, do cheiro e do calor. Sei que há muitas atividades a serem feitas mas a mãe deve priorizar aquelas que considerar mais importantes. Pessoalmente, acho que passar um tempo com o baby é insubstituível e há outras pessoas que podem contribuir para que a mãe curta esse momento. 

4 - O leite materno tem todos os nutrientes que o bebê precisa. Apenas em alguns casos é necessário um complemento. Então se a criança está ganhando peso não há motivos para introduzir qualquer complemento à amamentação.

5 - Não critique quem não consegue amamentar. Muitas mulheres sofrem pois desejam amamentar e por qualquer motivo não podem e sofrem mais ainda com pessoas que não sabem o que está se passando e simplesmente acham que a mãe escolheu passar por isso. 


Dê mingau, comida ou papinha



Da mesma forma que o leite materno, a alimentação é indicada para a criança a partir de 6 meses mas não vivemos a vida dessa família. É claro que se fosse possível, a mãe alimentaria o filho com leite materno até 2 anos e ele só a partir dos 6 meses comeria alimento orgânico. Infelizmente a realidade nem sempre é simples. Como criticar uma mãe que viu seu filho perder peso, mesmo com leite materno exclusivo, e que não tem dinheiro para comprar fórmula? Cada caso é um caso e deve-se assumir que a mãe fará o que sua realidade permite. É muito fácil julgar o outro sem saber o que ele passa. Para aquelas mães que conseguiram alimentar exclusivamente no peito ou que podem comprar fórmula ou ainda que só alimentam seus bebês após os 6 meses com papinha orgânica, parabéns!  

O contrário também deve ser levado em conta. Não é porque seu filho tomou mingau com 2 meses que a mãe deve fazer o mesmo. Evite julgar pois o grande problema hoje é deixar de viver sua vida para palpitar no do outro.


Deixe o bebê na creche e ajude seu marido nas despesas da casa



Cada pessoa conhece bem as necessidades financeiras da sua família. É óbvio que a criança trouxe novas despesas mas não cabe a ninguém mais além do pai e da mãe identificarem a necessidade ou desejo ou não da mãe trabalhar. Apenas em caso da sua opinião ter sido solicitada deixe esse tipo de comentário fora da conversa. 


Tire seu bebê da fralda



Cada criança se desenvolve de forma única. Alguns vão conseguir não usar fralda com 2 anos, outros irão precisar de mais tempo. Mais uma vez é a necessidade de atingir uma etapa do desenvolvimento o mais rápido possível como se fosse uma competição velada. Muitos pais ouvem que filho de fulano já usa o banheiro desde antes de 2 anos e a melhor resposta nesse caso é: Que bom pra ele! 


Filho não deve compartilhar cama dos pais



Essa é uma questão delicada. Muitos são contra e muitos são favoráveis. Tem a preocupação com o bem estar da criança, como se os pais fossem elefantes e iriam esmagar o bebê no meio deles. A verdade é que depende muito do que os pais acham melhor. Há riscos de bater o bebê a noite sem perceber mas também há riscos do bebê sozinho no berço. Infelizmente não é uma coisa que possa se comprovar a eficácia em 100% dos casos. Alguns vão contar algo horrível que ocorreu com o filho na cama do casal, já outros poderão contar algo terrível que o bebê passou sozinho no berço. Deixe que os pais decidam o que acreditam ser melhor. Se decidiram compartilhar a cama, provavelmente estão cientes dos cuidados que terão para garantir que nenhum acidente ocorra durante o sono do bebê.  
Ainda nesse tópico há a questão de que criança atrapalha a relação sexual dos pais. Alguns pais irão preferir namorar enquanto os filhos dormem em outro ambiente e alguns poderão aproveitar para namorar no banho. Novamente, deixe que a relação sexual do casal seja resolvida pelo casal... 


Bebê (NÃO) deve usar chupeta ou mamadeira



Já vi muitas mães que antes pensavam de uma forma mudarem completamente de opinião ao precisar cuidar da casa e o bebê querer chupeta ou mamadeira. 

A verdade é que a mãe tem um instinto sobre se filho e é ele que deve ser levado em conta nas tomadas de decisão. Algumas crianças vão indicar que necessitam de alguns artifícios como chupeta ou um brinquedo para se acalmar e a mãe é a única que conseguirá decifrar os sinais que indicam isso. Outras mães vão preferir não usar desses artifícios, e tudo bem! Se houvesse uma fórmula que funcionasse  para todos os bebês, provavelmente já estaria sendo disponibilizada na maternidade. Então deixe que a mãe ou o pai decida, ainda que isso tenha funcionado para você, não significa que funcionará para esse bebê.


O bebê tá com fome, com sede, com frio...



Quando dizemos que a mãe tem um sexto sentido é justamente nesse caso. O cérebro da mulher muda durante a gestação e uma dessas mudanças é justamente para conseguir identificar as necessidades do seu filho a partir do choro e também de outros barulhinhos. Muitas vezes a pessoa quer apenas ajudar, mas acredite, a mãe reconhece o que seu bebê deseja e até se ele está apenas remusgando sozinho. Muitas mulheres poderão não acreditar nisso mas a verdade é que a natureza é sábia. Cada estímulo do bebê é reconhecido pela sua mãe e quanto mais passa o tempo mais esse vínculo de amor vai se estreitando. 

A menos que você seja pediatra ou que os pais tenham pedido sua opinião, deixe que as decisões com relação à alimentação, vestimenta ou costumes sejam tomadas pelos pais. É muito chato ouvir um conselho que não se pediu. Espere até que você tenha um filho e ai sim faça tudo da maneira que achar melhor e ai talvez não tenha que conviver com aqueles que acham que criam melhor seu filho do que você. Até a próxima!

Leia também:




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O bebê pode não ter passagem durante o parto?


É comum para a gestante preocupar-se com o momento do parto, principalmente se o desejo da mulher é de ter o parto de forma natural ou com o mínimo de intervenções. Infelizmente, há muitos casos em que o médico lança mão de seus "conhecimentos" já indicando desde as primeiras consultas que a grávida não poderá ter parto normal pois "é muito pequena" ou "muito magra" ou "tem a bacia estreita". Essas afirmações começam por frustrar a mulher e é nesse momento que conhecer melhor a respeito pode literalmente salvar o seu parto dos sonhos. Apenas de olhar é possível identificar se a mulher terá condições de ter o bebê naturalmente? Vamos entender melhor a respeito do mito da bacia estreita e do bebê grande demais.

O que é Desproporção Cefalopélvica?


Desproporção cefalopélvica (DCP) é quando o diâmetro da cintura pélvica é menor que o diâmetro cefálico, vulgarmente falando, quando a cabeça do feto é maior que a da pelve da mãe, o que impede o parto normal.

Existem dois tipos de desproporção, a relativa e a absoluta. A relativa é quando a bacia tem espaço suficiente, mas o bebê acomodou-se de tal forma que dificulta a passagem dele. Alguns posicionamentos da mulher, quando a desproporção é relativa, podem ajudar o bebê a corrigir a posição e nascer de parto vaginal; por isso chama-se relativa. 

Quando a desproporção cefalopélvica é absoluta, os diâmetros da bacia são incompatíveis com o tamanho do bebê. Isso pode acontecer em casos de fetos muito grandes, como os de algumas mulheres diabéticas, devido a problemas de saúde do bebê, como a hidrocefalia, ou alguma deformidade ou desalinhamento ósseo da bacia da mulher. Nestes casos, a cesariana é realmente necessária, porém somente após dilatação avançada e avaliação da progressão do trabalho de parto.

Para que o diagnóstico não seja feito de forma inadequada, deve ser baseado nos dados da evolução do trabalho de parto conforme registro no partograma.

Como diagnosticar a DCP?


Diagnosticar "bacia estreita" ou "bebê grande" e contraindicar um parto antes do trabalho de parto é uma falácia. Somente com a dilatação total do colo uterino, juntamente com a descida do bebê na pelve materna, que podemos saber se essa mulher tem "passagem". Antes disso não é possível.

A mulher pequena


Não existe nenhum exame específico que garanta que a bacia terá ou não espaço suficiente para permitir a passagem do bebê. Mesmo que a mulher seja "pequena", ou seja, tenha uma pelve estreita, se for permitido que ela entre espontaneamente em trabalho de parto e se movimente conforme sua vontade, ela vai procurar posições e posturas que instintivamente irão facilitar a abertura da pelve e, consequentemente, a passagem do bebê. A bacia não é fixa, ela possui ligamentos e músculos que podem se amoldar e se afrouxar conforme o necessário. Mesmo que você possa medir a sua bacia e comparar com o tamanho da cabeça do bebê, nada poderá garantir como seu corpo se comportará durante o trabalho de parto.


O bebê grande


Muitos profissionais de saúde se apoiam no ultrassom de final de gravidez para reforçar achados bastante relativos. Um desses é o diagnóstico de bebê grande. Devemos levar em consideração que o peso no ultrassom é estimado e nunca deve ser uma fator determinante para indicar uma cesariana, pois pode ser um peso diferente do real. Não é de se surpreender que o erro chegue a 20% e que alguns bebês nasçam com até 1 kg de diferença entre o estimado e o real. Além disso, assim como a pelve da mãe, a cabeça do bebê é maleável enquanto passa pelo trabalho de parto, adequando-se à bacia materna.

A cabeça do bebê


Os ossos da cabeça do bebê são soldos (a famosa "moleira" é justamente um dos espaços entre esses ossos). Durante o trajeto do canal de parto, os ossos se sobrepõem, formando um cone. Quando o bebê nasce, sua cabeça tem quase o formato de um ovo. Em poucas horas esse cone se desfaz e a cabeça fica redonda. Por isso também, as medidas do crânio do bebê calculadas pelo ultrassonografista não servem para absolutamente nada. Só servem para diagnosticar possíveis patologias fetais e predizer problemas de saúde do recém nascido. Essas medidas podem até ser úteis a um neonatologista, mas nunca a um obstetra.

A altura uterina


Muitos médicos utilizam-se da altura uterina para justificar a indicação de cesariana, contudo, a altura uterina não tem qualquer utilidade para se determinar se um bebê vai passar ou não, pois ela depende de muitos outros fatores que não o peso do bebê.

Prevenção de laceração do períneo


Esse também é um argumento utilizado para argumentar o motivo de ser feito o parto por cesariana. A verdade é que bebês grandes não tem maiores chances de "rasgar" os tecidos da mulher durante seu nascimento. O risco de laceração ocorre principalmente pelas intervenções (ocitocina, Valsalva, litotomia, Kristeler) e pela velocidade da saída do bebê. Técnicas de preparação do períneo durante a gestação têm sido promissoras no sentido de evitar lacerações de períneo e devem ser empregadas não importa o tamanho estimado do bebê.


Quando realmente acontece um problema?


Algumas mães podem realmente não ter "passagem" para seus bebês. 
Esses são os bebês que poderiam morrer se não fosse pela cesariana. Porém o único modo de de diagnosticar uma desproporção é aguardando a mulher entrar em trabalho de parto, aguardando toda a dilatação do colo do útero (total, ou praticamente total), aguardar algumas horas (por volta de quatro ou mais, se o bebê estiver bem), sem que ele desça pelo canal de parto. Ainda assim é importante se tentar pelo menos uma analgesia por algumas horas antes de se decidir por uma cesariana por DCP.
Claro que há casos em que já existam situações anteriores que possam complicar a evolução do parto, nesse caso convém fazer um estudo mais aprofundado junto ao médico. Em certas situações específicas e mais raras, como malformações e fraturas, podemos antecipadamente lançar mão de recursos radiológicos para avaliar certas partes da bacia que podem interferir na evolução dos mecanismos do parto.


É importante contar com um profissional sério que não vá indicar uma cesariana sem que hajam situações realmente necessárias. Indicar uma cirurgia que apresenta seus riscos apenas com base em argumentos como altura uterina, tamanho de cabeça, peso calculado pelo ultrassom, medida da bacia por raio X, tamanho do bumbum, número de calçado ou tamanho dos ombros do marido é utilizar-se da boa fé da paciente para atender suas necessidades pessoas e ignorar o que é mais benéfico para a mãe e para o bebê. Até a próxima!

Leia também:








segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Como funciona os testes de ovulação


Quais são os meus dias férteis? Essa costuma ser uma pergunta recorrente com as mulheres que estão tentando engravidar. Graças aos avanços tecnológicos, hoje em dia podemos contar com ajuda dos conhecidos Testes de Ovulação. São testes que podem ser feitos em casa e é uma ótima forma de saber o melhor momento de intensificar os namoros para engravidar. Conheça melhor como eles funcionam...

Detectando a ovulação


Para engravidar, sabemos que é necessário que ocorra a ovulação, que é o momento da liberação do óvulo que poderá ser fecundado pelo espermatozoide. Durante o ciclo menstrual são apenas alguns dias em que há possibilidade de engravidar, o chamado período fértil. Nesse período o hormônio responsável pela liberação do óvulo tem seu nível elevado e é esse hormônio que o teste de ovulação detecta. Trata-se do hormônio luteinizante (LH) que pode ser detectado na urina, afinal os níveis aumentam em média cerca de 24 a 36 horas antes da ovulação, chamado de "onda LH" ou pico de LH.


O que precisa saber para usar os testes de ovulação


Para aproveitar melhor os testes de ovulação é necessário ter algumas informações básicas a respeito do seu ciclo menstrual. Isso se você não quer gastar vários testes num único ciclo. 

É importante saber a duração do ciclo menstrual. Sabemos que a ovulação costuma ocorrer na metade do ciclo. Dessa forma, os testes poderão ser feitos alguns dias antes do período em que deve ocorrer a ovulação. Clique aqui para saber como calcular o seu período fértil.

Qual o melhor horário para fazer os testes de ovulação?


Os testes de ovulação podem ser feitos a qualquer momento do dia, mas é importante que se faça sempre na mesma hora de cada dia. 

Tente não urinar nas quatro horas antes do teste de ovulação e evite beber fluidos em excesso antes do teste – pode ser que você ache mais fácil usar a primeira urina do dia.

Algumas mulheres já relataram que não conseguiam o positivo no teste de ovulação mesmo tendo certeza de que tinham ovulado no ciclo. Uma dia nesse caso é tentar alterar o horário do teste, tentar fazer mais a noite ou mesmo tentar fazer de madrugada. O LH é eliminado na urina. Se você costuma fazer os testes apenas de manhã ou a noite por exemplo, pode facilmente perder o pico de LH. Isso explica as montanhas de testes negativos que as mulheres costumam acumular.

Já li relatos que a pessoa só conseguiu ver o teste positivo quando passou a realizar o teste de madrugada. Não custa tentar!

Qual frequência repetir os testes?


Os testes devem ser feitos até que a mulher consiga o resultado positivo. Isso quer dizer que pode ser que sejam 3 ou 4 dias mas também pode ocorrer, em casos de ovulação tardia, que sejam necessários mais dias realizando o teste. Alguns médicos sugerem que conforme a mulher se aproxime da data de ovulação, repita o teste duas vezes ao dia, com intervalo de 10 horas entre os testes. Isto é devido ao fato de que o pico de LH pode não ser detectado se a mulher não  testar a urina o mais próximo possível desse pico.  Contudo, isso significa gastar mais testes de ovulação. 

Onde encontrar testes de ovulação?


Dependendo da localidade, podem ser encontrados em farmácias mas é mais comum a venda pela internet. Geralmente os kits reagentes contêm cinco tiras usadas para fazer o teste em cinco dias consecutivos mas podem ser comprados em maiores quantidades de forma antecipada. Os testes são descartáveis, não podendo ser reutilizados. Os kits têm uma fita reativa que deve ser mergulhada na urina, até a marca indicada, por até três minutos para depois observar o resultado.



Como ler os resultados


Os testes de ovulação são de dois tipos: digital e os de tira. Os testes digitais são simples de ler o resultado. Basta que apareça um rostinho feliz e é considerado positivo. Já os de tira são um pouco diferente. Isso pois muitas mulheres costuma acreditar que são iguais os testes de gravidez de farmácia em que o resultado é positivo com o simples aparecimento de uma segunda linha. 


Teste de ovulação digital - Resultado positivo


Como já mencionei, o teste de ovulação detecta o LH na urina. Ocorre que durante todo o ciclo temos esse hormônio presente em pouca ou grande quantidade. Então, o simples fato do teste apresentar uma segunda linha significa que ele detectou o hormônio. O que determinará positivo, ou seja, que há um pico de LH é a tonalidade da segunda linha. 


São duas linhas: controle e a do teste. A linha de controle serve para confirmar que o teste tá funcionando. A segunda linha, a do teste, irá adquirir a coloração de acordo com a quantidade de LH que encontrou na urina. A chave está na comparação da linha de controle com a linha do teste. Para que seja positivo, a linha do teste deve ter a coloração tão forte ou mais forte que a linha de controle. Veja a imagem:




Linha teste mais clara, indica negativo e pode aparecer alguns dias antes e até alguns dias depois da ovulação. Algumas pessoas consideram o teste fácil de ler, contudo, muitas mulheres podem confundir a tonalidade e perder o positivo ou mesmo acreditar que é positivo quando na verdade a linha ainda está mais clara do que a linha de controle do teste. Em caso positivo, a ovulação costuma ocorrer em até 48 horas. 

Algumas vezes pode acontecer do teste de ovulação apresentar a segunda linha mais escura, embora ainda não muito escura, em seguida a linha voltar a ficar mais clara. Nesse caso, pode ser que tenha se perdido o pico de LH ou mesmo ter ocorrido um ciclo anovulatório

Os testes oferecem um nível de segurança de aproximadamente 98%, mas não podem ser usados como um método anticoncepcional e nem é garantia de que a gravidez vai ocorrer, pois além da falta de ovulação, outros fatores podem determinar a infertilidade.


Em todo caso, sempre recomendo as meninas que compram teste comigo, que continue os namoros ainda que não consigam identificar os testes como positivos. Lembre que ansiedade pode alterar e mesmo atrapalhar as tentativas de engravidar, por isso é importante também acompanhar junto a um ginecologista de confiança. Até a próxima!

Leia também:









sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Ocitocina e sua importância


Conhecida por trazer bem-estar, prazer e equilíbrio emocional além de outros benefícios para o corpo, a Ocitocina é um hormônio muito importante no momento do parto. Entenda melhor sobre esse hormônio e saiba como estimular sua produção naturalmente.

O que é Ocitocina?



A ocitocina ou oxitocina é um hormônio presente no organismo, tanto do homem como da mulher, popularmente conhecido como o hormônio do amor. Esse hormônio é liberado no nosso corpo nos momentos de prazer como num beijo, ao comer uma barrinha de chocolate ou quando somos acariciados. Também pode ser encontrada em forma de medicamento, sendo muito utilizada para induzir partos.

A ocitocina apresenta dois sítios de origem: um ovariano e outro hipotalâmico sendo assim responsável por desempenhar um importante papel no processo reprodutivo no sexo, parto e aleitamento. 

Ocitocina no sexo



A ocitocina é o hormônio que faz com que um indivíduo se sinta atraído por outro específico, que o deseje, que sinta vontade de ficar com ele, de estar próximo. Também é o hormônio da fidelidade, responsável pela capacidade de manutenção de um parceiro fixo.

A ocitocina é liberada durante o orgasmo, tanto feminino quanto masculino. Na mulher promove contrações uterinas e no homem contração dos ductos seminíferos e ejeção do sêmen. Dessa forma facilitam o transporte do esperma para o oviduto durante o período fértil. (Entenda Como Ocorre a fecundação)

Ocitocina no parto



O parto é o momento em que ocorre a maior liberação de ocitocina corporal, sendo o hormônio responsável pelo parto em mamíferos. 
Na parturiente ela promove as contrações uterinas, que provocam a dilatação do colo uterino e a descida do bebê no canal da pelve feminina.

Ocitocina no aleitamento



O papel da ocitocina é essencial na liberação de leite pelas glândulas mamárias. Quando o bebê está mamando, estimula a liberação de mais hormônios a partir do movimento de sucção. Eles fazem com o que o leite saia com mais facilidade, além de aumentar o vínculo afetivo entre mãe e filho. 

Também causa profunda sensação de prazer e relaxamento materno, pois a ocitocina age nas células cerebrais do sistema límbico – relacionado às emoções. É por isto que as mamíferas se entregam aos bebês de uma maneira tão instintiva durante o período de lactação.



Algumas mães podem precisar fazer uso do spray hormonal, que os médicos recomendam tomar cinco minutos antes de cada mamada ou de retirar leite. No entanto, esse tipo de reposição é indicado apenas quando há dificuldade na amamentação, ou então para mães adotivas.

Ocitocina sintética



Com o avanço tecnológico foi possível fabricar em laboratórios a Ocitocina Sintética. Com ela foi possível ajudar mulheres com problemas no trabalho de parto, já que ela acelera as contrações e a dilatação. A ocitocina também é usada logo após o parto para controlar uma possível hemorragia interna.

Então a ocitocina sintética é uma maravilha para ser usada no parto, não é? Não!

Problemas com o uso da ocitocina sintética


O uso de ocitocina sintética, feita de forma indiscriminada por muitos obstetras pode ser arriscado. Se, por um lado, o uso do hormônio artificial é capaz de corrigir partos disfuncionais, por outro, pode causar disfunção em partos fisiológicos que evoluiriam perfeitamente com o hormônio natural.

Infelizmente, o que antes era utilizado apenas em casos em que a mulher necessitava entrar em trabalho de parto mas evitava-se partir para a cesariana, induzindo um parto de maneira similar ao trabalho de parto espontâneo, passou a ser utilizado para acelerar partos que estavam progredindo normalmente. O uso indiscriminado da ocitocina artificial, com o objetivo de acelerar partos fisiológicos, promoveu aumento nas taxas de complicações e cirurgias intra-parto. Isto porque a ocitocina aumenta a intensidade e potência das contrações uterinas, aumentando o risco de alterações na frequência cardíaca fetal e no aporte de oxigênio para o feto, durante o trabalho de parto.



Quando se utiliza o hormônio artificial, o corpo deixa de liberar o hormônio de forma natural, com isso as demais ocorrências que seriam desencadeadas pelo hormônio deixam de ocorrer aumentando riscos de hemorragia pós parto, pois como sua produção corporal de ocitocina não foi a responsável pelo parto, seu corpo também não produzirá a quantidade necessária de ocitocina para contração do útero após a saída da placenta, o que causa sangramento aumentado. 

Simplificando, o corpo diminui a produção do hormônio pois ele "já tem", não precisa produzir mais... Além de que a ocitocina natural faz com que outros hormônios essenciais para o momento do parto sejam liberados como endorfina e adrenalina, muito importantes para o trabalho de parto. 

É comum problemas no processo de aleitamento materno e o aumento dos índices de depressão pós-parto nas sociedades industrializadas com uso indiscriminado de ocitocina artificial para acelerar o trabalho de parto.


Estimular a produção da ocitocina


A grande resposta aos problemas causados pelo uso excessivo da ocitocina sintética é o estímulo natural. Como fazer isso? Não é complicado. Na verdade a produção da ocitocina é facilmente conseguida com adoção de algumas medidas simples:

Ambiente privado: o momento do parto é muito intenso para a gestante. Passam-se muitas dúvidas, medos e ansiedades. Imagina passar por isso e ainda ter que lidar com pessoas andando para lá e pra cá e ainda por cima tendo acesso a sua intimidade sem qualquer escolha que se possa fazer? Impossível relaxar num ambiente assim, dessa forma a ocitocina tem sua liberação dificultada. A simples garantia de privacidade e pouca interferência, aumentam a intensidade das contrações uterinas, sugerindo aumento da ação do hormônio nas fibras musculares do útero.

A mesma regra vale para a iluminação ambiente, odores fortes e outros estímulos que fazem com que o neocórtex – porção do cérebro responsável pelo raciocínio complexo dos humanos – diminuam a velocidade de progressão do trabalho de parto, provavelmente por interferir na produção e/ou liberação de ocitocina.

Respeito a parturiente: nada causa mais temor do que não saber o que estão fazendo conosco no momento do parto. Toda ação deve ser explicada e, se possível, ser respeitado o desejo da mãe. Muitos são os procedimentos que são feitos sem que a mãe não saiba de nada e nem ao menos o motivo por que estão sendo feitos. Ao invés de relaxar, a mãe passará a ficar cada vez mais tensa com qualquer pessoa que entrar no quarto, diminuindo assim as chances de progresso do trabalho de parto. 

Alívio do estresse: a adoção de atividades relaxantes seja nos dias que antecedem o parto como no próprio trabalho de parto, ajudam na liberação da ocitocina. Atividades como acupuntura ou massagens são causam grande alívio nas gestantes, por consequência, mais chances de entrarem em trabalho de parto de forma natural. O sexo também é relaxante, e ainda ajuda com a produção de prostaglandina, que ajuda no amadurecimento do colo do útero e o incentiva a se abrir. Pode-se também estimular o mamilos que ajudam nas contrações uterinas, bastando fazer movimentos semelhantes ao de sucção diariamente, massageando a área por cerca de cinco minutos. Banhos quentes além de relaxantes podem estimular a produção de ocitocina, promovendo bem estar para mãe, também é uma ótima forma de seguir com o trabalho de parto.

Como vemos, a ocitocina é um hormônio chave para a mulher que deseja ser mãe. E é claro que não somos contra o uso do alívio artificial, quando necessário, mas se pode ser estimulado naturalmente, qual o motivo para não fazê-lo? Quanto mais soubermos sobre o assunto, melhor. É importante não ter pressa no que se trata do trabalho de parto e também preferir a utilização de ações que promovam ao próprio corpo condições ideais para que tudo ocorra da melhor maneira. Somos capazes de produzi-la em nossos cérebros e em nossos laboratórios. O grande desafio é não atrapalhar nossos cérebros e nossos corpos com o uso exagerado da nossa tecnologia laboratorial, respeitando a beleza da fisiologia reprodutiva de nossa espécie, que funciona perfeitamente na grande maioria das vezes. Até a próxima!

Fonte: