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quinta-feira, 30 de maio de 2019

O que é incompetência istmo-cervical?

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Risco de parto prematuro é um medo que assola muitas gestantes, principalmente se já ocorreu anteriormente. Uma das causas de partos prematuro é a chamada incompetência istmo-cervical (ICC). Trata-se da incapacidade do colo uterino de preservar uma gestação, mesmo sem sinais de trabalho de parto, ou seja, sem contrações normalmente no segundo trimestre ou começo do terceiro trimestre.
Image associéeNormalmente, o colo do útero tem pelo menos 30 mm de comprimento. O risco de aborto ou parto predeterminado é inversamente proporcional ao comprimento do colo do útero:
  • Menos de 25 mm: 18% de risco.
  • Menos de 22 mm: 25% de risco.
  • Menos de 15 mm: 50 % de risco.




Como a incompetência istmo-cervical é diagnosticada?


A incompetência istmo-cervical não é detectada em um exame de rotina. O diagnóstico infelizmente se faz por perdas fetais prévias e pode ser pensado nas pacientes com história prévia de cirurgia no colo do útero. A ultrassonografia transvaginal é o método mais utilizado no diagnóstico dessa patologia durante a gestação.

Existe tratamento para incompetência istmo-cervical?



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Sim. O tratamento padrão é a cerclagem. Trata-se de um reforço do colo do útero por sutura (passagem de um ponto), que não causa trauma, na altura do orifício interno do colo do útero, realizada preferencialmente entre 12 e 16 semanas de gestação. Ela também costuma ser bastante indicada no caso de mulheres grávidas de gêmeos ou mais múltiplos por causa do peso dos bebês, que pode forçar parto prematuro (antes das 37 semanas).


Como todo procedimento cirúrgico, a cerclagem apresenta riscos de complicações. A rotura das membranas amnióticas pode ocorrer durante o procedimento e isso será mais prevalente quanto maior a idade gestacional da pequena cirurgia. 

Tipos de cerclagem

Cerclagem profilática ou eletiva


Esta técnica é aplicada quando a mulher tem um histórico de várias perdas gestacionais ou nascimentos prematuros diretamente associados à incompetência istmo-cervical.

Neste caso, o procedimento é realizar uma cerclagem entre a 13ª e 16ª semanas de gravidez.

Cerclagem terapêutica ou secundária


É realizada em mulheres que não preenchem os critérios de cerclagem eletiva, mas devido ao seu histórico anterior, o médico suspeite de incompetência istmo-cervical. Elas passam por um tratamento com progesterona, e controles de comprimento cervical são realizados através de ultrassonografia.

Se a qualquer momento um colo uterino menor que 25 mm for detectado, a cerclagem é indicada.

Cerclagem de emergência


Quando a gestante apresenta membranas amnióticas visíveis através de um colo do útero dilatado, é realizada uma cerclagem de emergência, contanto que a infecção intramicótica seja descartada.

É preciso destacar que a cerclagem é retirada aproximadamente na semana 37 ou 38.

É importante que durante a gravidez as mulheres com cerclagem diminuam a atividade física, principalmente se for secundária ou de emergência. O repouso absoluto não é recomendado, a menos que seja a indicação do ginecologista. 

Pessário

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Trata-se de uma alternativa menos invasiva que a cerclagem para evitar o parto prematuro. É uma espécie de anel de borracha ou silicone que fecha o colo do útero sem a necessidade de cirurgia. Ele tem diversos tamanhos e formatos e é inserido na vagina em procedimento realizado no consultório do obstetra. Funciona como uma sustentação, diminuindo a pressão feita pelo peso do bebê.
 

Mais recentemente, os obstetras têm indicado para diminuir os riscos de parto prematuro o uso de progesterona sintética e o pessário em vez da cerclagem, por ele ser menos invasivo. O objeto pode ser colocado entre a 18ª e 22ª semana e retirado para que possa ocorrer o parto. 

Apesar de poucas pesquisas feitas sobre o tema, o objeto tem alcançado bons índices de eficácia e seu uso tem aumentando nos consultórios brasileiros, de acordo com especialistas. Uma pesquisa espanhola, feita com 385 mulheres com colo do útero curto, mostrou que 6% das que usaram o pessário deram à luz antes da hora contra 27% das que não usaram o produto.

Recomendações e incômodos 


Após colocar o pessário, é recomendado que a grávida faça repouso e se submeta a um ultrassom, para verificar se ele está no local correto. Também é preciso observar se diminuiu o encurtamento do colo de útero e fazer acompanhamento médico. Entre os incômodos de usar o dispositivo está o aumento de secreção vaginal e um certo desconforto no início da utilização, até que o corpo se adapte. Em caso do aspecto da secreção mudar ou acontecer algum sangramento, a mulher deve procurar o médico, pois pode haver uma infecção ou contração, o que impedirá a eficácia do pessário. Só não é recomendado colocar o dispositivo quando a mulher tem alguma infecção, síndrome ou anomalia genética, segundo os médicos.


Detectar essa condição a tempo através de exames de ultrassonografia ou determinação do comprimento do colo do útero é fundamental para estabelecer o quanto antes um tratamento que possibilite a sobrevivência do feto e assegure a saúde da mãe. Mas o mais importante é saber que a gestação pode ser levada a termo e que o maior sonho da mãe de ter seu bebê saudável em seus braços pode ser realizado!



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quinta-feira, 20 de abril de 2017

Sua História... Erica venceu os anos e conquistou o positivo

Entre os altos de baixos da vida de tentante está lidar com várias aflições. São muitas vezes meses e até anos lutando contra os obstáculos físicos e psicológicos. 

Embora muitos achem que podem entender esses sentimentos, apenas quem passa por isso sabe como as batalhas são diárias e por mais que se tenha o apoio da família e de amigos, nos sentimos sozinhas em nossas angústias. A história de hoje mostra como é importante jamais desistir, pois a felicidade vem como grande recompensa. Erica tentou por 12 anos e passou por 2 perdas antes da sua felicidade chegar. Conheça sua história do positivo e a vitória contra a SOP:


"Fui 12 anos tentante, com 10 anos de tentante, depois de um tratamento, engravidei. Isso foi em 2015 mas infelizmente perdi e em 2016 novamente engravidei, mais uma tristeza pois perdi as 2 gestações com 1 mês. Antes de tentar a 3 gestação o médico fez toda uma investigação para saber o porquê dos abortos e não deu nada. E com 1 ano depois da última perda o médico me liberou para tentar. Foi quando me deu uma alergia muito forte, fiquei muito ruim e foi aí que nem percebi que a M [menstruação] tinha atrasado, quando eu estava melhorando dessa alergia foi que percebi que a M não apareceu. Comprei o teste no qual era pra fazer pela manhã mas como estava tão ansiosa e não estava conseguindo dormir, fiz às 2:30 da madrugada. E para minha alegria positivo! Fiquei muito feliz e o maridão também pois é nosso grande sonho se realizando e para a honra e glória do Senhor já estou no 3º mês. Deus é fiel e sou muito grata a Ele. 


Erica Santos


Seguir com um sonho depois de tantos anos de tentativas é uma escolha que apenas um grande amor pode explicar. É importante considerar o que a fará mais feliz, se é esquecer o sonho ou esperar por ele o quanto for preciso. Jamais desista se for para ficar triste, enquanto não houver tranquilidade com a ideia de desistir da maternidade então ainda não é hora de esquecer. Confie em si e saiba, que toda luta tem sua recompensa. Até a próxima!

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segunda-feira, 6 de junho de 2016

Gravidez Química - O que é?



É comum depois de um tempo tentando conquistar o positivo se deparar com uma expressão que muitas mulheres não conhecem bem: gravidez química. E muitas pré-mães ficam se perguntando se poderia ter sido evitado e se foi alguma atitude dela que fez com que a gravidez não se desenvolvesse. Conheça um pouco mais a respeito desse assunto:

O que é gravidez química?


Gravidez química ocorre quando a mulher fica apenas alguns dias grávida. Nesse caso houve a fecundação do óvulo por um espermatozoide, e o hormônio da gravidez (hCG) começou a ser produzido. Muitas mulheres, principalmente as que não estão tentando engravidar, não fazem nem ideia de que engravidaram. Normalmente são as tentantes que fazem o teste mais cedo, antes do atraso, que percebem um teste positivo, geralmente com uma linha bem fraca, indicando que a gravidez está bem no início. A decepção costuma ser seguinte ao novo teste mas agora, com resultado negativo. Algumas mulheres costumam achar que o teste indicou um falso positivo, mas que na verdade, tratava-se apenas de uma gravidez que não evoluiu. Saiba mais sobre Teste de Gravidez.

Qual a causa da gravidez química?


O corpo tem mecanismos para garantir que uma gravidez inviável não evolua. Problemas com os cromossomos, que podem ser devido a algum distúrbio hormonal, são a maior parte das causas de gravidez química. Uma outra causa pode ser infecção que pode ser tratada com antibióticos prescritos pelo médico. Algumas vezes a gravidez teve problemas na fase de implantação, que pode ser pelo local em que o embrião se implantou, como é o caso da gravidez ectópica ou pela falha na implantação durante a nidação, neste caso podendo ser por causa de um endométrio atrófico.  Defeitos genéticos também levam  a gravidez química. Alguns defeitos genéticos dos pais ou até mesmo a má combinação genética do casal pode levar a uma gravidez química, mas que necessita de investigação detalhada para ser confirmada. 



Outro aspecto que pode fazer com que a gravidez não evolua é quando existem anormalidades uterinas, tais como fibroides (também conhecidos como mioma, leiomioma, e fibromioma) presentes no útero, no momento da implantação. Estes podem ser detectados através de testes.

Devo me preocupar caso tenha uma gravidez química?


Normalmente, quando há gravidez química o hCG deixa de ser produzido e a gravidez é interrompida espontaneamente. Com a queda no hormônio, a menstruação deve descer normalmente depois de alguns dias, sem que haja necessidade de intervenção médica. Se a menstruação não aparecer em até uma semana, então é necessário procurar o médico.

Muitos médicos não consideram a gravidez química como uma perda, já que ela costuma ser interrompida no período que seria normal ocorrer a menstruação. Mesmo que seja feito um exame de ultrassom, não há tempo suficiente para que o saco gestacional possa a ser visualizado, ao contrário do que acontece no aborto espontâneo e na gestação anembrionaria

Não há restrições para voltar a tentar engravidar novamente no próximo ciclo, embora os sentimentos possam ser confusos já que houve a euforia de ver um resultado positivo seguido de outro negativo. É importante, olhar o aspecto positivo dessa experiência, que é a confirmação de que se houve uma gravidez química, uma nova gravidez, dessa vez viável e que se desenvolva tranquilamente é mais que possível. 

Como saber se houve uma gravidez química?


Em geral, a gravidez química é descoberta depois de um teste de gravidez positivo e quando novo teste é feito, o resultado é negativo, ou quando a menstruação vem depois de poucos dias de atraso apesar do teste positivo. Assim, os testes que ela realizar após a menstruação terão resultados negativos. 

Exemplo de teste positivo que pode indicar gravidez química


É comum que o teste positivo, no caso de gravidez química, seja menos intenso que o teste feito após um tempo de atraso menstrual, de forma que a linha do teste (no caso de teste de farmácia) seja muitas vezes quase imperceptível. No caso de uma gravidez que se desenvolva normalmente, o teste positivo em geral irá escurecer mais em relação aos primeiros testes feitos. 

Outro sintoma é que o sangramento pode ser mais intenso do que o comum e durar mais de cinco dias. 

No sangue menstrual pode conter resíduos do embrião, por isso a intensidade aumenta. Na maioria dos casos não há dor ou sintomas associados a gravidez, pois o problema ocorre ainda nos primeiros dias, então é difícil prever uma gravidez química, a não ser que se realize exames adicionais.

Como tratar uma gravidez química?


Infelizmente não há como tratar uma gravidez química. No caso de passar por essa experiência deve-se procurar alguém com quem possa falar a respeito e tentar entender mais sobre o assunto de forma a se acalmar. Muitas mulheres podem se culpar e achar que a perda do bebê foi por descuido próprio, o que NÃO é verdade. É preciso seguir em frente, sabendo que da mesma forma que uma gravidez começou seu processo mas foi interrompida, outra poderá seguir o curso normal e logo o sonho de ser mãe será realizado. Até a próxima!



Infertilidade Sem Causa Aparente - ISCA

segunda-feira, 14 de março de 2016

Útero Infantil e Gravidez



Cuidar do corpo e principalmente do sistema reprodutor é preocupação de toda mulher que está tentando engravidar. O útero é o primeiro berço que abriga o tão sonhado bebê. Ele deve ser bem desenvolvido para garantir que o embrião encontre as condições necessárias para seu crescimento, sendo a manutenção da gravidez uma das principais funções do útero. 

O que é útero infantil?


Na adolescência, a mulher passa a ter um aumento nos níveis de hormônios sexuais e eles são responsáveis por preparar o corpo para reproduzir. Algumas mulheres entretanto apresentam uma má formação congênita e mantém os padrões de tamanho de quando era criança. Essa condição é chamada de útero hipoplásico ou hipogonadismo hipotrófico, mais conhecido como útero infantil. 

As causas possíveis do útero infantil estão relacionadas a disfunção ovariana ou problemas hormonais relacionados à hipófise que fazem com que os órgão reprodutores não se desenvolvam corretamente.

Sintomas e diagnóstico


Nem sempre o útero infantil apresentará sintomas em todas as mulheres. Alguns sintomas podem ser de alterações hormonais que são responsáveis pela alteração. Assim sendo, a presença de um ou mais sintomas devem ser investigadas para confirmação de um diagnóstico, são eles:

  • Primeira menstruação tardia
  • Órgãos sexuais pouco desenvolvidos
  • Ausência de pêlos pubianos e nas axilas
  • Mamas pouco desenvolvidas
  • Volume do útero menor que 30cm na vida adulta
  • Menstruação irregular
  • Dificuldade em engravidar
  • Abortos espontâneos
O diagnóstico é feito com base na avaliação das dimensões do útero mediante a ultrassonografia pélvica ou transvaginal (volume do útero menor que 25 cm ou 30 cm – alguns afirmam 30 cm, porém há estudos em que mulheres com útero de volume entre 25 e 30 cm que podem ser considerados normais e não significam útero infantil). Nela observa-se que o corpo do útero tem a mesma medida ou uma medida muito próxima do colo do útero, quando o corpo do útero deveria ser maior.

Antigamente, a mulher entrava na puberdade entre 15 e 16 anos, contudo, hoje isso ocorre mais cedo, dessa forma, caso a mulher esteja com mais de 15 anos e apresente algum dos sintomas descritos, o ideal é procurar orientação médica para investigar a possibilidade de alteração hormonal.

Quem tem útero infantil pode engravidar?


O útero infantil nem sempre tem cura, pois quanto menor for o tamanho do órgão mais difícil será estimular o seu crescimento, no entanto, o tratamento pode ser feito para tentar aumentar o útero para permitir uma gravidez.

As mulheres com útero infantil podem ter dificuldades para engravidar devido a problemas na função ovulatória, de forma que não há desenvolvimento de óvulos com qualidade ou ainda problemas de anovulação que impossibilitam a gravidez. 

Algumas mulheres conseguirão engravidar mas a manutenção não é possível pois o tamanho do útero não deixa espaço para o crescimento do bebê.

As mulheres com útero infantil devem fazer o acompanhamento pré-natal com um bom obstetra, para que ele acompanhe de perto toda a gravidez e esteja atento a qualquer eventual problema. O ideal é que esse acompanhamento comece antes mesmo da mulher engravidar com o tratamento da causa do útero infantil e preparação do corpo da mulher para a gravidez.

Tratamento



O tratamento deve ser feito logo que haja o diagnóstico da doença, e para o tratamento do útero infantil medicamentos a base de hormônios são recomendados como forma mais eficaz de tratamento, para que ocorra o correto crescimento do útero, especialmente se a mulher tem outros problemas associados, como a hipofunção dos ovários.

Caso o objetivo seja a gravidez, o tratamento deve também incluir medicamentos que ajudem na ovulação.

Felizmente hoje existem muitas possibilidades de tratamento em caso de diagnósticos de dificuldades como é o caso do útero infantil. O importante é se informar e também contar com a ajuda de um médico que esteja atualizado e que esteja familiarizado com seu desejo de ser mãe, além, claro, de entender a importância disso para você. Até a próxima.

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Aborto de repetição


Pior que não conseguir o positivo é ver esse sonho se acabar cedo demais e em alguns casos, várias vezes. Uma perda já é dolorida demais, acaba com o coração de qualquer mulher que tenha sonhado tanto com a conquista do positivo. Infelizmente em alguns casos, a mulher sofre com a perda por mais de uma vez. Isso faz com quem a gravidez nunca seja comemorada em sua felicidade máxima, pois o fantasma do sonho perdido está sempre rondando. Mas felizmente, algumas dicas vão ajudar a identificar e superar o problema e viver a gravidez com a tranquilidade que toda mãe merece.

O que é aborto de repetição?


Cerca de 15% a 25% das mulheres tem uma gravidez que evolui para o abortamento. Esse número pode ser ainda maior se consideramos as mulheres que não sabem ainda da gravidez. 

Abortamento é a interrupção (espontânea ou provocada) da gestação antes de 20 semanas (cerca de 5 meses) ou com peso fetal menor que 500 gramas. Denomina-se aborto de repetição ou aborto recorrente ou ainda aborto habitual quando há três ou mais perdas espontâneas consecutivas. 

A maioria dos abortos não é “visível”, isto é, não é percebido, pois ocorre antes do atraso menstrual. Isso ocorre, pois, quando os óvulos são fertilizados no organismo, e somente parte deles gera embriões normais. Numa concepção espontânea, mais da metade dos embriões formados (55%) perdem-se, ou antes mesmo de serem implantados (cerca de 30%), ou logo após serem implantados (mais 25%). Quando a gravidez é diagnosticada, até 25% podem ainda se perder, chegando a nascer somente 30% dos embriões formados. 

O aborto geralmente acontece uma vez na vida da mulher. A maioria das pacientes que sofreram um processo de abortamento irá engravidar e apresentar uma gestação saudável. Menos de 5% das mulheres irão ter um novo episódio de abortamento e apenas 1% irá apresentar três ou mais abortamentos.

Quais as causas do aborto de repetição?


As causas para a ocorrência de abortos de repetição são variadas e devem ser tratadas particularmente. Geralmente, são alterações de ordem cromossômicas/genéticas, anatômicas, presença de trombofilia, alterações endócrino-metabólicas, imunológicas, infecções ou ainda por algum fator masculino. 

Alterações cromossômicas/genéticas: menos de 5% dos casais tem essas alterações, que podem ser avaliadas por exame de sangue, causando problemas genéticos ou cromossômicos no embrião, muitas vezes incompatíveis com a vida.



Grande parte dos AE's (abortos espontâneos) são por causa dessas alterações (cerca de 60% a 76%), e esse número vai aumentando conforme vai aumentando a idade da mãe. No caso de abortos de repetição, essa alteração é encontrada em até 45% dos casos. As alterações mais comuns são duplicações ou perda de algum cromossomo ou de parte dele. Exames de cariótipo (do produto do aborto e dos pais) podem confirmar a causa e determinar o tratamento adequado. 

Alterações Anatômicas: alterações da cavidade uterina podem impedir o crescimento da gestação. As principais alterações anatômicas relacionadas a AR são as malformações müllerianas (septo uterino, útero bicorno, unicorno e didelfo), miomas, pólipos e sinéquias uterinas. Para diagnóstico, recomenda-se ultrassom transvaginal e histeroscopia, entretanto muitas vezes é necessário complementar com ressonância nuclear magnética (RNM) de pelve, ultrassom 3D ou laparoscopia associada a histeroscopia para diferenciar septo de útero bicorno.

Trombofilia: é a propensão a desenvolver trombos e ou outras alterações em qualquer período da vida, inclusive, durante a gravidez, parto e pós-parto, devido a uma anomalia no sistema de coagulação do corpo. O fator genético é uma das causas para a trombofilia. O risco é que se forme coágulos e obstruam a circulação dando trombose venosa profunda, embolia pulmonar e cerebral como também obstruindo a circulação placentária. 

A síndrome antifosfolípide (SAF) é definida como a presença de trombose, ou abortamentos de etiologia auto-imune na vigência de auto-anticorpos circulantes contra fosfolípides ou proteínas associadas a fosfolípides. É uma trombofilia adquirida, diferindo de uma série de condições hereditárias que se caracterizam por processos trombóticos de ocorrência familiar. O diagnóstico é feito pela presença de anticorpos anti-cardiolipina ou anticoagulante lúpico no sangue. O exame positivo deve ser repetido após 6 semanas para confirmação.
Pacientes com SAF devem ser tratadas com aspirina e heparina durante a gestação para evitar novo aborto.

Alterações endócrino-metabólicas: algumas alterações como Diabetes mellitus (DM), Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)Hipotireoidismo, Hiperprolactinemia e problemas com a insuficiência da fase lútea podem estar relacionados ao maior risco de abortos. 
No caso de mulheres diabéticas com aumento de hemoglobina glicosilada no primeiro trimestre têm maior chance de aborto e malformação fetal. Diabéticas controladas têm risco igual ao da população geral. Para pacientes com diagnótico de SOP têm risco aumentado para aborto, provavelmente devido à resistência a insulina e hiperinsulinemia. O uso de sensibilizadores da insulina, como metformina, para diminuir a taxa de aborto tem sido sugerido, entretanto os dados da literatura ainda são controversos. O hipotireoidismo descompensado aumenta o risco de aborto. Assim, em pacientes com AR, deve ser pedido sempre TSH, T4 livre e anticorpos antitireoidianos (antitireoglobulina e antiperoxidase). Como durante a gravidez há uma sobrecarga da glândula tireoide, recomenda-se que em mulheres com hipotireoidismo em tratamento mantenha-se TSH abaixo de 2,5 mlU/l. Em relação ao hipotireoidismo subclínico, quando associado a auto-anticorpos, deve sempre ser tratado. Na ausência de auto-anticorpos não há consenso, mas a tendência é recomendar o tratamento também. A presença de auto-anticorpos para tireoide tem maior prevalência em mulheres com AR (20-25%) em comparação às gestantes normais (15-20%), mas se o tratamento com levotiroxina tem benefício ainda é algo controverso. Recomenda-se nesses casos tratar quando o TSH está acima de 2,5 mlU/l. Nos casos de hiperprolactinemia, sua ligação aos abortos de repetição está na alteração do eixo do hipotálamo-hipófise-ovário, resultando em alteração na foliculogênese, maturação oocitária e insuficiência lútea. Dosagem de prolactina e normalização dos níveis quando elevados com agonistas dopaminérgicos pode melhorar os resultados em uma nova gestação. E apesar de insuficiência lútea não ser frequente e estudos demonstrarem que a suplementação de progesterona não diminui o risco de abortos espontâneos isolados, em pacientes com AR há evidência de benefício e deve ser utilizada no primeiro trimestre. Normalmente é feita com progesterona micronizada 200 mg via vaginal de uma a três vezes ao dia. 

Alterações imunológicas: entre os problemas imunológicos com possível associação com AR, estão Células natural killers (NK), que são linfócitos com receptor CD56+ presentes em sangue periférico e no útero, sua presença aumentada estão relacionadas à falhas na implantação do embrião, contudo não há consenso na literatura médica quanto ao valor aceitável; Incompatibilidade de antígenos leucocitários entre o casal, onde o corpo não aceita o embrião, rejeitando-o.

Infecções:  Qualquer infecção que leve a bacteremia ou viremia pode causar aborto de primeiro trimestre, mas normalmente não estão envolvidas em AR. Toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus (CMV) e sífilis também podem estar associadas a abortos, mas não com AR.

Endometrite crônica está presente em 9-12% das mulheres com AR, mas não está estabelecido se realmente está envolvida na causa. É geralmente assintomática ou com sintomas discretos como o corrimento vaginal, dores pélvicas discretas ou sangramento vaginal irregular. Acredita-se que essa infecção pode produzir toxinas que causam danos ao embrião e ao processo de implantação. É diagnosticada por biópsia de endométrio com anátomo-patológico compatível com infecção (o que nem sempre está presente) ou presença de plasmócito no estroma endometrial (CD138 e EMA) detectado por imuno-histoquímica. Quando presente, deve ser tratada com antibiótico. Recomenda-se ainda bacterioscopia e cultura de secreção vaginal, além de pesquisa específica de Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealiticum, Chamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoea.

Fator masculino: estudos sugerem que o aumento da fragmentação do DNA do espermatozoide aumenta a taxa de aborto e pode estar associado a AR. As causas mais comuns de fragmentação alterada são fumo, idade avançada, drogas e varicocele. A erradicação dessas causas pode melhorar esse problema, mas, se isso não for suficiente, o tratamento com antioxidantes pode ajudar (vitamina C 500 mg/dia, vitamina E 400UI/dia e ácido fólico 5 mg/dia). Em alguns casos, podem ser prescritos anti-inflamatórios e antibióticos, mas sem evidência científica de real benefício.

Embora essas sejam as causas mais comuns, alguns casos de abortos de repetição não são diagnosticados. Nesses casos é importante adotar hábitos saudáveis para diminuir os riscos de abortos como parar de fumar, diminuir o consumo de álcool e cafeína, praticar exercício moderado e controlar o peso. Suplementação de ácido fólico e progesterona também é indicada, e muitas vezes é necessário suporte psicológico para que o casal, abalado pelas perdas prévias, não desista de tentar uma nova gravidez. 

Exames para diagnóstico 


Alguns dados devem ser coletados para tentar diagnosticar as causas dos abortamentos repetidos, tais como:

  • Triagem infecciosa: coleta de exames sorológicos para HIV, hepatite B, hepatite C, sífilis, toxoplasmose, rubéola, CMV, HTLV I/II, parvovírus B19;
  • Cariótipo de sangue periférico paterno e materno: exame sanguíneo que analisa a estrutura cromossômica do pai e da mãe;
  • Pesquisa de trombofilias: exames sanguíneos que avaliam se a mãe é portadora de alguma doença que possa aumentar a coagulação sanguínea e prejudicar o fluxo de sangue que vai para o bebê. A principal trombofilia responsável pelo abortamento de repetição se chama síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAAF) e é caracterizada por perdas gestacionais precoces sequenciais;
  • Ultrassonografia transvaginal: exame que avalia o formato do útero e dos ovários em busca de algum sinal que evidencie cisto ovariano ou malformação estrutural uterina;
  • Histeroscopia diagnóstica: exame que avalia o interior da cavidade uterina em busca de alguma possível malformação uterina, tal como o útero septado;

Quando voltar a tentar?



Segundo  a Organização Mundial de Saúde, para os casos em que houve um episódio de aborto, recomenda-se esperar 6 meses para tentar engravidar novamente, contudo, alguns estudos demonstram que gestações concebidas antes desse prazo apresentam menores complicações comparadas com aquelas que esperaram mais tempo para engravidar. A maioria dos médicos recomenda 3 meses caso a mulher se sinta confortável e o tempo gestacional foi menor. Nos casos de dois ou mais episódios, a avaliação médica deverá indicar o prazo para as tentativas após o tratamento indicado.

Apesar dos prazos indicados pelos médicos, o importante é que cada uma observe seu tempo para se recuperar de uma perda gestacional precoce antes de tentar engravidar novamente. O corpo dá sinais de que está pronto para uma nova gravidez, após quatro a seis semanas a menstruação retornará e estará recuperado para uma nova gestação.



Lembre-se cada pessoa tem sua forma de enfrentar seus sentimentos após uma perda. É importante o respeito mútuo quanto ao tempo para se recuperar da dor de perder um bebê tão desejado.


Aumentando as chances de uma gravidez saudável




Além de escolher um estilo de vida saudável, deve-se começar com as vitaminas pré-natais e principalmente a ingestão de ácido fólico pelo menos 3 meses antes de tentar engravidar. Manter o peso ideal para seu biotipo corporal, juntamente com a prática de exercícios físicos. Limitar a ingestão de cafeina e bebidas alcoólicas, além claro, de evitar o fumo e situações de estresse. 
Converse também com seu médico a respeito dos demais cuidados que deverá tomar no seu caso, como a inclusão de uma dieta alimentar específica ou um tratamento para os abortamentos. É importante saber que as chance de ter uma gestação normal na próxima vez, sem nenhuma intervenção, é de 50-75%, dependendo da idade da mulher e do número de abortos prévios, portanto vale a pena continuar tentando. Boa sorte e até a próxima!

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