quarta-feira, 29 de junho de 2016

Menstruação Escura - o que pode ser?


A preocupação com o ciclo menstrual é muito comum na vida da pré-mãe, afinal é ele que garante que tenhamos uma chance de conseguir o positivo. Qualquer mudança no ciclo, seja na cor ou na consistência da menstruação é motivo pra levantar suspeitas, já que isso pode significar que algum problema está acontecendo com seu corpo. 

Ciclo regulares ou não, curtos ou longos, com muito ou pouco fluxo, com coloração clara ou mais escura são aspectos que merecem atenção. E um desses aspectos sempre despertam atenção: menstruação escura!


Aspectos que influenciam alterações 


Diversos são os fatores que podem fazer com que um fluxo menstrual venha diferente do usual. O fluxo menstrual, bem como suas características podem ser alteradas por diversos fatores que podem ser ambientais, mudanças na alimentação, atividade sexual, questões de saúde e até fatores emocionais!

Algumas vezes as alterações são resultantes da adaptação do corpo à mudança de um anticoncepcional, por exemplo, podendo também ser causada pelo uso de pílula do dia-seguinte ou apenas como efeito colateral de um medicamento. 

O que pode causar menstruação escura?


A coloração escurecida do sangue, mais marrom do que vermelho, tem relação com a quantidade de sangue e a velocidade com que o este sai do útero e chega ao ambiente externo. Então, quando sangramos em menor quantidade, esse sangue demora mais para chegar ao exterior do corpo e ao longo do caminho vai escurecendo.

Outra possível causa para a menstruação escura é a baixa na produção da progesterona, hormônio ativo no organismo desde a puberdade até a menopausa. A baixa pode ocorrer pela ação do anticoncepcional que pode ocasionar baixas repentinas no organismo.

Para determinar a causa da menstruação escura, apenas com exames hormonais e através da avaliação do seu médico. Algumas causas podem ser excluídas, facilitando tirar as dúvidas que ficarem no momento da consulta. 


Outras possíveis causas:


Gravidez - Quando ocorre a fixação do embrião no útero (nidação), é possível que a mulher se depare com um pequeno sangramento escuro, além de pouca quantidade. (Primeiros sintomas de gravidez)

Algumas mulheres podem confundir esse sangramento com menstruação, mas na verdade pode indicar o início de uma gravidez. 

Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST's)São diversas as doenças que podem causar este sintoma. Apenas com uma consulta no ginecologista para saber se esse é o caso e qual o tratamento adequado. No geral, quando é DST, é possível que também haja um odor forte na menstruação. Quanto mais rápido for descoberto, mais fácil será o tratamento da doença.

Troca de anticoncepcional - Uma das causas mais comuns para alterações nas características da menstruação e que não apresenta nenhum risco para a saúde da mulher. Como o organismo está se adaptando ao novo remédio, é mais fácil que ocorra uma queda nos níveis de progesterona. Nesse caso, o problema se resolve rapidamente em poucos dias. (Anticoncepcional: perigos escondidos)

Pílula do dia seguinte - Usar a pílula do dia seguinte pode causar menstruação escura. Isto porque a pílula tem uma carga hormonal muito forte que pode causar diversos sintomas no organismo. O uso frequente da mesma pode causar várias alterações hormonais no corpo da mulher.

Útero inflamado - Uma inflamação no útero, que pode ocorrer por variados motivos, também pode justificar o escurecimento do sangue durante o ciclo. Geralmente acompanhada de outros sinais, este problema também possui graus e pode ser tanto leve quanto mais grave. No entanto, é uma possibilidade que exige atenção e uma consulta no ginecologista o mais rápido possível.

Endometriose  - Ocorre quando o tecido que reveste o útero cresce em outros locais. A endometriose pode ser grave e necessitar de um tratamento específico. Esta doença tem suas causas diretamente ligada à menstruação, o que faz que a mulher tenha chances de desenvolver este problema em cada ciclo. (Endometriose e as chances de engravidar)

Miomas uterinos - A miomatose corresponde a nódulos que se formam no útero de forma benigna, sendo raro que se transformem em tumores malignos. O problema é muito comum até que a mulher entre na menopausa, quando começam a reduzir as possibilidades. É possível descobrir este problema após
fazer uma ultrassonografia, recomendada pelos ginecologistas no caso de alguma suspeita. (Cistos e gravidez)

Devo procurar o médico?


Normalmente alterações no sangramento menstrual são normais e não indicam problemas, mas o ginecologista deve ser procurado se também surgir algum dos sintomas:

  • Cansaço excessivo
  • Tontura
  • Palidez na pele ou abaixo das unhas
  • Períodos irregulares ou sangramentos frequentes fora do período menstrual


Caso haja suspeita de gravidez, é importante procurar um médico independente da quantidade do sangramento, no caso de aparecimento de sangramentos escuros, em pedaços ou em grandes quantidades também é motivo de cuidados imediatos.

O médico poderá pedir exames como ultrassons, hemogramas, exames de urina, tudo para garantir um diagnóstico e tratamento que te darão tranquilidade sobre essa mudança em seu ciclo.




segunda-feira, 27 de junho de 2016

Curiosidades sobre a gravidez



Que tudo muda depois da descoberta da gravidez não é novidade para ninguém (ou quase!). O mundo da maternidade traz muitas novidades e algumas delas muitas pessoas desconhecem. Conheça algumas dessas curiosidades sobre a gravidez e seu bebê.

Gravidez múltipla



As chances de nascimentos múltiplos aumentam com mães de altas ou com sobrepeso.

Mulheres mais altas que a média têm um risco aumentado de conceber gêmeos. Mulheres de estatura alta têm cerca de 30% a mais de chances de ter uma gravidez gemelar. Um estudo descobriu que mulheres com média de 164,8 centímetros de altura tinham maior probabilidade de conceber gêmeos do que as mulheres com média de 161,8 centímetros.



E mulheres obesas, com índice de massa corporal acima de 30, são mais propensas a conceber gêmeos do que mulheres com IMC normal.

Pele iluminada!



É comum ouvir que mulheres grávidas têm um brilho especial. Acontece é que isso é verdade! A explicação é que, quando uma mulher está grávida, a quantidade de sangue no corpo dela tende a aumentar em 50%. Esse sangue extra acaba aparecendo na pele, especialmente nas bochechas.
Além disso, os hormônios femininos, que estão a todo vapor, deixam as glândulas de óleo mais ativas, resultando em uma aparência mais brilhante e em uma pele mais macia. A combinação desses óleos extras e do sangue a mais resulta em um brilho notável e muito bonito.

Crescimento do útero



Durante o curso da gravidez, o útero se estende do tamanho de um pêssego para aproximadamente o tamanho de uma melancia. Isso é cerca de 500 vezes o seu tamanho normal.
Depois do parto o útero tem uma forma redonda e é mais consistente, devido a que está a começar a contrair-se. Mede cerca de 20 cm e pesa entre 900 g e 1 kg. No transcurso dos posteriores dias, o útero vai reduzindo atá alcançar o seu tamanho e peso normais.

Sapatos maiores



O fluido extra e a retenção de líquidos pode fazer com que as mulheres fiquem com os pés extremamente inchados. Muitas tem que calçar um número maior de sapato durante a gravidez.

Não apenas durante, mas a gravidez, pode aumentar permanentemente o tamanho dos pés das mulheres. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, acompanhou 49 gestantes, cujas medidas dos pés foram registradas no primeiro trimestre da gestação e cinco meses após o parto. Para 70% delas, o pé tornou-se mais comprido e mais largo. 

Olfato apurado



Esse é um aspecto que nem sempre é agradável, já que a mulher pode sentir um odor (bom ou ruim) muito facilmente. Acredita-se que com um olfato mais apurado a mãe pode evitar alimentos que possam afetar o desenvolvimento e a saúde do bebê. Uma forma que a mãe-natureza encontrou de cuidar do bem estar da gestação, embora estar em determinados lugares em que consegue sentir os aromas mais sutis seja às vezes bem desanimador.



O bebê pode sentir os mesmos cheiros que a mãe



Se a mãe está sentindo um cheiro desagradável, o seu bebê pode estar sentindo também. A partir de 28 semanas de gravidez o bebê pode sentir os mesmos cheiros que a mãe. Nesse momento o bebê pode se movimentar ou dar cambalhotas dentro do útero quando tiver alguma coisa fedida perto da mãe. Então agora você já sabe que as cambalhotas nem sempre serão uma expressão de felicidade.

O bebê tem mais ossos do que a mãe



Quando o bebê nasce, possui mais ossos que um adulto. Com 300 ossos no seu pequenino corpinho enquanto um adulto tem 206! Como pode "perder" ossos ao crescer? Na verdade, os ossos não são perdidos mas sim fundidos uns aos outros, criando um número menor até um dia se igualar ao mesmo número que os adultos têm.

Mais ossos mas sem patela



Embora os bebês tenham mais ossos que um adulto, eles não forma as patelas (ou rótulas) quando ainda estão no útero. As patelas são os "tampões" do joelho – a parte da frente do joelho. Os bebês nascem sem as patelas e só vão ter patelas com 6 meses de vida.

O xixi do bebê



Por volta de 12 semanas após a concepção, o bebê já está produzindo urina. Ele engole líquido amniótico que é digerido e filtrado pelos rins e aí é urinado de volta no útero. Na segunda metade da gravidez, o bebê vai urinar cerca de um litro por dia. 

Gostar de doce desde cedo


Os bebês conseguem detectar sabores dentro o útero, porque a comida que a mãe come pode alterar o sabor do líquido amniótico. Mas a partir de 15 semanas os bebês mostram preferência por sabores adocicados por engolir mais líquido quando está doce e por engolir menos líquido quando está mais amargo.

Os bebês podem sonhar


A partir de 4 semanas após a concepção os bebês começam a dormirMedir diretamente a atividade cerebral de um feto humano enquanto ele está no útero é impossível. O que se sabe sobre os hábitos de sono em uma idade tão pequena vem de observações sobre os movimentos dos olhos dos bebês.

É sabido que o cérebro oscila entre o ciclo REM (no qual o cérebro ainda está parcialmente consciente) e o ciclo não-REM (no qual o cérebro já está com os sistemas praticamente desligados e o cérebro descansa). Especialistas já flagraram o sono REM (sigla em inglês de movimento rápido dos olhos), característico de quem está sonhando, a partir da 23ª semana de gestação. 

Aprendendo uma língua


Bebês ainda no útero já podem entender o ritmo e as entonações da língua de suas mães. Alguns especialistas dizem que podem perceber a diferença da língua que vão falar só pelos murmúrios que fazem depois que nascem.

Fazendo o bebê pular


A partir de 23 semanas de gravidez o bebê pode começar a fazer barulhos estranhos como espirrar. Um novo estudo feito por médicos na cidade de Nova Iorque revelou que o barulho do telefone celular tocando pode surpreender ou até mesmo irritar os fetos.

Achando graça



Apesar do bebê ainda não poder rir no útero, ele pode responder às risadas da sua mamãe quicando para cima e para baixo. Isso acontece a partir de 32 semanas a partir da concepção. O que é possível e é sempre lindo de se ver é o sorriso do bebê durante a ultrassom. Nada mais precioso para uma mãe do que poder vislumbrar o pequeno sorrindo ainda dentro da barriga.



Bebês choram no útero


Embora não possam dar risada, os bebês choram no útero e isso começa a acontecer com 26 semanas a partir da concepção. Mas isso não deve ser motivo de preocupação! O choro é uma importante ferramenta de comunicação para os bebês então é compreensível que eles estejam treinando essa técnica antes mesmo de vir ao mundo.

As impressões digitais


As impressões digitais do bebê são formadas dentro dos primeiros três meses de gravidez. Ainda dentro do útero, cada movimento do bebê faz com que se desenvolvam sulcos na pele lisa e fina. Esses movimentos dentro do líquido amniótico cria um padrão único em cada dedo, sendo que nem mesmo gêmeos idênticos possuem a mesma impressão digital. Estes sulcos são extremamente úteis para termos firmeza ao segurarmos alguma coisa. E, depois de nascidos, elas não mudam jamais (salvo acidentes), o que nos garante uma assinatura individual e imutável pelo resto da vida.


Entretanto, existe uma síndrome raríssima, chamada de Síndrome de Nagali, que provoca a pele lisa nos dedos, impedindo a formação das digitais.

Coração forte


Em média, leva apenas um mês de gravidez para o coração se formar e começar a pulsar, ainda dentro do útero. O coração do embrião começa a bater quando ele está em média, com 4 milímetros (do tamanho de um feijão). Com 1 centímetro, já é possível identificar coração, cérebro, pernas e braços. Maravilhoso, não é?

O bebê tem cabelinho no rosto 



Por mais estranho que possa soar, cada bebê tem um bigodinho bem fino enquanto ainda está no útero da mãe.

Esse cabelinho fino, chamado de Lanugo, gradualmente vai se espalhando pelo corpo dele. E um pouco antes do bebê nascer esse cabelo vai se desprendendo e o bebê engole e depois faz um cocô chamado mecônio.


Uma gravidez pode durar um ano inteiro



A maioria das mamães espera cerca de nove meses, e os médicos podem induzir o parto se a gravidez continuar por muito tempo. Porém, sim, é possível estar grávida durante um ano inteiro. A gestação mais longa do mundo durou 375 dias, e, estranhamente, o bebê tinha apenas cerca de 3 quilos. Isso certamente coloca toda uma nova perspectiva em algumas semanas de atraso.


Segundo registros do ano de 1945, uma mulher chamada Beulah Hunter, de 25 anos, deu à luz em um hospital em Los Angeles. O acontecimento se tornava marcante por um motivo um tanto estranho: Penny Diana, sua filha, nascia não mais nem menos que 375 dias após ter sido concebida. De acordo com a revista “Time”, o médico de Beulah afirmou, na época, que o crescimento do bebê aparentou ter sido interrompido após três meses de gestação, e os batimentos cardíacos da criança só foram detectados pela primeira vez quatro meses depois – quando Beulah já estava no sétimo mês de gravidez. 

Produção de estrogênio


Quando a gravidez chega ao fim, a placenta de uma mulher produz mais estrogênio em um dia do que uma mulher não-grávida vai produzir em três anos. A enorme quantidade de estrogênio secretado pela placenta, durante a gravidez, promovem um desenvolvimento ainda maior das mamas, aumentando o estroma e a deposição de grande quantidade de gordura, como também a ramificação do sistema de ductos mamários.

Contrações pós-parto


Aquelas dores fortes que aparecem de instantes em instantes não cessam magicamente assim que o filho nasce. Muito pelo contrário: elas podem durar até alguns dias – sim, dias – depois do parto. Essas contrações são câimbras musculares, um jeito que o corpo encontra de cessar a perda de sangue. Mas, calma, as dores tendem a ser bem menores e, se por acaso a mulher ficar internada após o parto, talvez nem perceba.
O útero ainda mantém a sua contração para impedir que os vasos sanguíneos -abertos depois da expulsão da placenta- provoquem uma hemorragia, perigosa para a mãe.


segunda-feira, 20 de junho de 2016

Gravidez Silenciosa: posso não saber que estou grávida?



Quando se pensa em gravidez ou mesmo na suspeita de gravidez, o que vem à mente são atraso menstrual, enjoos, tonturas, muito sono e também muita fome! Pode até ser que não se sinta todos de uma só vez mas muitas pré-mães pensam que ao menos um deles irá dar uma pista de que algo maravilhoso está crescendo dentro delas. Ocorre que nem sempre o corpo dá alguma pista de que tá rolando alguma coisa diferente. A chamada Gravidez Silenciosa pode ocorrer e não a mãe não era totalmente desligada que não percebeu algo "tão óbvio"!

O que é a gravidez silenciosa?


Gravidez silenciosa ou gravidez assintomática é aquela que, como o nome sugere, ocorre sem que os sintomas comuns da gravidez sejam perceptíveis ou caso haja alguma ocorrência clínica que justifiquem a presença de algum sintoma, como atraso menstrual, sem que a mulher interprete isso como uma provável gravidez.

Segundo uma pesquisa sérvia publicada na revista Medicinski Pregled, a gravidez silenciosa é um fenômeno particularmente raro. De acordo com o levantamento, 1 em cada 475 mulheres não sabe que está grávida nas primeiras 20 semanas de gravidez, 1 em cada 2.455 mulheres não têm ciência da gestação na segunda metade do período, e 1 em cada 7.225 mulheres descobre a gravidez apenas no momento do parto.

Qual a causa da gravidez silenciosa?


Não existem estudos conclusivos quanto às causas de uma gravidez silenciosa. Porém, diversas hipóteses são levantadas por aqueles que buscam avaliar esse fenômeno mais a fundo. Não há um componente psicológico que torne a mulher mais propensa a sofrer com o fenômeno, embora haja uma variedade de fatores físicos que podem fazer com que uma mulher ignore a gravidez. A seguir veremos algumas possíveis explicações para que a gravidez não seja descoberta pela mãe.

Confundir pequenos sangramentos com fluxo menstrual


No início da gravidez é comum que a gestante apresente, em alguns casos, pequenos sangramentos que podem fazer a mulher acreditar que o período menstrual veio com fluxo menor ou mesmo adiantado. Seja em decorrência da nidação ou mesmo ameaça de aborto, a mulher pode não fazer um teste de gravidez por achar que a menstruação não está atrasada.

Durante a gestação, o endométrio – que é a parte interna do útero, também conhecida como berço do embrião – cobre o colo uterino para que a gestação seja gerada lá dentro. No entanto, em algumas mulheres, o endométrio não chega a cobrir inteiramente o colo, resultando em vazamentos de sangue que ocorrem por conta da descamação de parte da parede uterina. Isso acontece por conta do aumento da progesterona, e, como o sangue escapa a cada três ou quatro semanas, a mulher pensa que está menstruando. O sangramento, no entanto, tem uma característica diferente e vem sempre em quantidade menor. 

Síndrome dos Ovários Policísticos


A síndrome do ovário policístico (SOP) é ​​uma desordem do sistema endócrino comum entre as mulheres em idade reprodutiva. As mulheres com SOP pode ter ovários aumentados que contêm pequenos cistos - chamado de folículos - localizados em cada ovário como visto durante um exame de ultrassom. (Conheça mais sobre a síndrome dos ovários policísticos - SOP)

Períodos menstruais não freqüentes ou prolongados podem ocorrer em mulheres com síndrome do ovário policístico, de forma que o atraso do período menstrual não levantaria qualquer desconfiança de que poderia haver uma gravidez em curso. 

Algumas mulheres que sofrem com a síndrome, muitas vezes, recebem diagnósticos de infertilidade, fazendo-a acreditar que qualquer sintoma que apresente seja decorrente de qualquer outro motivo, como gripe, indigestão ou mesmo poderá confundir os movimentos fetais com gases.

Obesidade


A obesidade em muitos casos, pode esconder o que seria o crescimento abdominal característico de uma gravidez avançada, mascarando esse sintoma. Seja em decorrência da própria SOP ou por outros fatores, uma mulher que tem problemas de obesidade, por exemplo, é capaz de considerar normal um aumento de peso ou até mesmo do tamanho de seu abdômen.

Teste de gravidez negativo



Um teste de gravidez feito muito cedo poderá fazer com que a mulher acredite que qualquer mal estar terá outra causa que não gravidez. Leva um tempo após a implantação do embrião para que o organismo apresente níveis de hCG - hormônio da gravidez - detectáveis pelos testes de gravidez. Algumas mulheres poderão, mesmo depois de um certo tempo de gravidez, não apresentar um crescimento no nível hormonal, que explicaria também um teste com resultado negativo, mesmo quando há gravidez mais avançada.  

Negação da gravidez


Um estudo francês de 2007 descreveu 56 casos de negação física da gravidez. Entre eles, 29 mulheres só descobriram do filho na hora do parto, enquanto as outras 27 se tornaram cientes da gravidez na metade da gestação. Quase metade dessas mulheres já eram mães de um ou dois filhos, o que mostra que mesmo quando uma mulher já sabe os sintomas de uma gravidez, ela pode ser vítima da negação física da gestação.

Não apresentar crescimento abdominal



Algumas mulheres, ainda que com gravidez avançada, podem não apresentar o barrigão característico do último trimestre gestacional. A barriga dessas mulheres não cresce, ou cresce muito pouco, a ponto de pensarem que apenas engordaram. A paciente que tem um pouco mais de gordura abdominal pode não perceber o crescimento uterino. Além disso, algumas pacientes têm a pélvis mais larga, então, ao invés de crescer para frente, a barriga cresce em largura.

Não sentir os movimentos fetais


Esse é um dos sintomas que fazem com que haja uma descrença de que a mulher não perceba a gravidez. É lógico pensar que algo mexendo ou chutando seja perceptível pela mãe. Contudo, algumas situações podem explicar o motivo que pelo qual a mãe pode não perceber esses movimentos. 

Se é a primeira gravidez, a mulher não estará habituada ao que seria os movimentos fetais, confundindo-os com gases ou mesmo movimentos do intestino. 


Alguns bebês podem estar posicionados voltados para as costas da mulher, onde a percepção desses movimentos seria menos sensível. Nesses casos, a mãe poderia confundir os movimentos com dores na coluna, explicando-o, seja por uma atividade física mais intensa, ou mesmo por um período em que esteja mais estressada. Esse também pode ser a explicação para o não apontamento da barriga para frente.

Mudanças na rotina da mulher


Não é raro passarmos por situações estressantes no dia-a-dia. Mudanças de emprego, contas para pagar, mudança de casa ou mesmo a procura por um novo lugar para morar, desemprego... Várias são as situações em que a mulher poderá deixar de perceber as mudanças físicas ocorrendo em seu organismo. Algumas mulheres poderão mesmo nem notar que a menstruação está atrasada a um certo tempo. Nessas situações é comum o aparecimento de sintomas que podem ser confundidos com estresse, fazendo a mulher nem desconfiar que esteja grávida.

Uso de contraceptivos


O uso de contraceptivos, principalmente os de maiores eficácia como DIU ou injeções, pode atrasar a desconfiança de gravidez. Alguns métodos contraceptivos pode levar a suspensão da menstruação e até ao aumento de peso, o que faz com que a mulher relaxe quanto a uma possível gravidez. Caso não haja outro sintoma que leve a fazer um teste de gravidez, sua descoberta pode ocorrer bem mais tarde. 

Na série Eu não sabia que estava grávida, exibida no Brasil pelo canal de tv a cabo Discovery Home and Health, mostra alguns casos surpreendentes em que as mulheres tiveram uma gravidez sem nenhum acompanhamento médico ou cuidados especiais, devido à ausência de sintomas, terminando no nascimento de crianças totalmente inesperadas. Confira um caso exibido pela série:




Quais as implicações de não saber da gravidez


O grande problema que a gravidez silenciosa pode acarretar é que a mulher não fará o pré-natal de maneira adequada. Algumas patologias que seriam descobertas nesse período inicial da gravidez só serão feitas mais tarde ou mesmo na hora do parto, o que impede uma medida preventiva ou mesmo melhor preparação para qualquer situação em que o bebê necessite de intervenção médica.

Muitas mulheres, quando descobrem a gravidez, adotam um estilo de vida mais saudável, possibilitando à criança um desenvolvimento adequado. Não saber da gravidez pode fazer com que a mulher não tenha cuidados como parar de beber e fumar, bem como a prática de atividades físicas arriscadas para a gestação, que vão desde equitação, musculação até ao uso de sauna ou mesmo alimentos que trazem riscos ao desenvolvimento fetal, além de não fazer uso de vitaminas importantes para o bebê. Até a próxima!

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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Os movimentos do bebê - o que é normal e o que precisa de atenção?



Depois da descoberta do positivo, uma das maiores emoções da futura mamãe é sentir o seu bebê mexer. Fora os sintomas comuns do início da gravidez não há como realmente sentir-se grávida sem passar pela maravilhosa sensação de borboletas na barriga. A partir disso é que a mulher começa a viver realmente sua gravidez. Muitas mulheres ficam ansiosas por essa experiência, principalmente as mamães de primeira viagem. O movimento do bebê consegue acalmar a mãe quanto o bem estar do rebento. Contudo, há sempre uma certa dúvida do que esperar desses momentos. Será que ta mexendo pouco ou muito? Eu já deveria ter sentido ou não? Até quando posso esperar sem sentir o bebê para procurar ajuda médica? Essas são algumas das muitas dúvidas durante a gestação. Dessa forma, vamos entender o que esperar no que diz respeito as mexidinhas do bebê.



Quando os movimentos começam?



A partir da semana 7, os movimentos são sutis e nem dá para a mamãe perceber. O bebê vira de lado e faz movimentos involuntários que parecem sustos. Esse é um bom sinal de que eles estão bem alimentados e oxigenados. Quando a mamãe se alimenta, eles se mexem mais ainda!

Com cerca de 9 semanas, o bebê soluçará, balançará um braço ou perninha por conta própria, conseguirá engolir, piscar e também chupar o dedo.

Na semana 10 ele consegue flexionar e virar a cabeça, levar as mãos até o rosto, abrir a boquinha e se esticar. É também nessa fase que ele gosta de escutar o coração da mamãe batendo e se acalma com esse batuque ritmado.

Entre 11 e 13 semanas, seu bebê começará a bocejar, ou seja, expressará o sono. Na semana de número 14, o bebê já movimenta os olhos.

Da semana 15 até a 20, a sensação muda porque ele estará crescendo. Você começará a sentir chutes e trancos, muitos deles bem fortes. Mas ele não se mexe o tempo todo, já que há momentos em que só quer descansar e dormir, como todos nós.

Entre 20 e 24 semanas os movimentos são menos intensos, o bebê pode dar pequenos chutes durante o dia. Já nas semanas 24 a 28, é possível perceber movimentos constantes e bruscos, principalmente com barulhos ou som de música — e sentir até certos pulinhos por causa dos soluços. O bebê também começa a se esticar e espreguiçar e, por isso, alguns “calombos” podem ser vistos na barriga da mãe.

A partir de 29 semanas, os movimentos ficam menos bruscos e mais precisos. Com 32 semanas chega o ápice da movimentação e a agitação diminui por conta do espaço menor dentro do útero. O bebê também costuma dormir uma parte do dia e se movimentar na outra.

Na semana 33, o bebê começa a escutar sons de fora da barriga da mamãe. A partir de 36 semanas já começa a se virar e chegar na posição ideal para o parto, encaixado de cabeça para baixo. 


Quando vou sentir o bebê mexer?


No caso das mamães de primeira viagem, talvez demore um pouco mais para perceber os movimentos do bebê, porque é uma sensação totalmente nova. Muitas mamães só sentirão os primeiros movimentos do bebê entre 18 a 20 semanas. Contudo isso não é uma regra. Eu mesma não acreditei quando senti umas borboletinhas de leve na barriga com pouco mais de 12 semanas de gestação. É claro que meu médico não acreditou até que eu descrevesse a sensação durante o exame ginecológico e ele estivesse ouvindo com o doppler para confirmar que realmente se tratava dos movimentos fetais. A sensação pode ser de uma cosquinha bem de leve, por dentro, como uma borboleta batendo asas.  


A percepção é variável de grávida para grávida e nem todos os movimentos serão sentidos pela mãe, sobretudo na primeira gravidez. Quem não é mamãe de primeira viagem e já conhece a sensação costuma senti-la pela primeira vez entre 15 e 18 semanas. 

Se quiser tentar sentir, você pode comer alguma coisa e se deitar de barriga para cima, bem parada, prestando atenção. Talvez a sensação apareça. E depois aqueles movimentos tão levinhos viram chutes vigorosos, ótimos para mostrar que tudo vai bem dentro da sua barriga. 


Como interagir com o bebê?


O bebê poderá ficar mais agitado durante o dia, e dormirá durante a noite, o que será ótimo para o sono da mamãe também. 



Lá pela semana 33, a interação com o bebê ficará mais presente, já que é nessa fase que ele começa a escutar o que a mamãe e quem estiver por perto falarem.




A interação pode ser feita colocando músicas suaves e conversando com o bebê, que responderá se mexendo mais. E é nesse momento que é importante que os pais evitem discutir ou falar muito alto, e a mamãe deve evitar ficar em locais com muito barulho ou som muito forte. Isso pode não ser bom para o bebê.

Além disso quando a mamãe fica nervosa e passa por muita tensão, ocorre uma descarga de adrenalina — o hormônio do estresse — diretamente no sangue. Esse hormônio pode chegar até a placenta e fazer com que os batimentos cardíacos do bebê fiquem acelerados.


Registrando os movimentos do bebê


Uma maneira de avaliar a saúde do bebê antes do nascimento é contar quantas vezes ele se move em um certo período de cada dia. Os bebês não se movimentam constantemente. Eles podem dormir e depois acordar e movimentar-se.

Para registrar os movimentos, escolha a hora do dia em que seu bebê está mais ativo. Apoie-se no seu lado esquerdo ou direito. Fique numa posição confortável:


  • Coma ou beba algo antes de fazer a contagem dos movimentos pois o alimento fará com que o bebê fique mais ativo.
  • Não fume! Além do fumo ser prejudicial para a mãe e para o bebê, fumar deixará o bebê menos ativo por até 90 minutos.
  • Comece a contagem dos movimentos do bebê: pontapés, cambalhota, movimentos grandes e pequenos. Às vezes, pode sentir uma saliência ou depressão no seu abdome quando o bebê muda de posição. Algumas mulheres descrevem os movimentos como gases, alongamentos ou empurrões. Cada mudança de posição sentida é contada como um movimento. 
  • Se você não conseguir sentir o bebê a movimentar-se internamente, coloque as mãos delicadamente na sua barriga e verifique se há algum movimento. 
  • Com um relógio, registre a hora em que você começou a contar. 
  • Quando você tiver contado 10 movimentos numa hora, pare a contagem.


 Se o bebê se movimentou menos do que 6 vezes numa hora, conte os movimentos por mais uma hora. Se o total de movimentos nessa hora ainda for inferior a 6 movimentos, ou se notar uma grande mudança no movimento ligue para seu médico imediatamente. Diga-lhe quando é que sentiu o bebê mexer pela última vez e se o movimento foi lento ou repentino. 

O médico fará um exame específico da vitalidade fetal, podendo estimular a movimentação fetal mecanicamente, apreendendo a cabeça do bebê nas mãos, por sobre o abdômen da mãe, movimentando-o lateralmente. Também existe a opção de recorrer a um estímulo sonoro, como buzina, ou ainda poderá usar outros meios para examinar o bebê, como a auscultação ou a monitorização do padrão de frequência cardíaca ao longo do tempo.



Quando a mãe deve se preocupar?


Algumas mães ficam ansiosas e nervosas quando não sentem o bebê se mexer, mas é preciso manter a calma. Com a correria do dia a dia e os muitos afazeres, alguns movimentos podem passar despercebidos. 

O problema surge realmente quando a mãe não sente o bebê mexer. Não existe um número exato de movimentos, mas a gestante deve começar a se preocupar se não sentir a movimentação por seis horas seguidas. O bebê pode estar em sofrimento e é necessário descobrir o que provocou a redução da movimentação fetal. Várias patologias obstétricas que diminuam o fluxo sanguíneo placentário como diabetes gestacional, hipertensão gestacional, redução do crescimento fetal, do líquido amniótico ou a presença de fezes fetais no líquido amniótico são algumas das causas dessa redução de movimentos.


Truques para fazer o bebê mexer



Assim que a mãe percebe que o bebê parou de se movimentar, as medidas iniciais são:
Alimente-se - se alimentar fará com que o bebê seja estimulado a movimentar-se. Às vezes pode estar faltando alimento, e o feto então deixa de se movimento. Aguarde 30 minutos deitada em repouso para o lado esquerdo para contar os movimentos do bebê. Se em uma hora ele se mexer sete vezes ou mais, está tudo bem. Caso contrário, a mãe deve procurar um Pronto Atendimento Obstétrico ou o seu médico de pré-natal. 
Faça barulho - outra dica é colocar uma música, fazer um barulho ou até conversar com o bebê, estimulando-o a ficar mais ativo.

Fique quieta - às vezes o bebê está acostumado com os movimentos da mãe, que acaba funcionando como um embalo natural, proporcionando ambiente favorável para que ele fique dormindo. Se este for o caso, ao sentir você parar, ele acordará. 
Beba água gelada - a mudança de temperatura pode fazer com que o bebê tente "desviar" da onda fria.

Para as mães que estão em uma gravidez delicada, é importante ter uma atenção maior e avisar ao médico no caso da ausência de movimentos.

Confie nos seus instintos


A mãe é a melhor fornecedora de informações a respeito da saúde do bebê. Rara as vezes em que seus instintos não lhe guiarão pelo caminho certo. Ainda que alguém insista que está tudo bem, siga sempre seu coração. Contudo, lembre-se que cada gravidez é única. Assim sendo, evite comparar sua gravidez com outras, pois cada uma é de um jeito e cada bebê também. Há os que são mais agitados e outros que são mais calmos, mas se tiver qualquer dúvida e preocupação procure sempre seu médico. Até a próxima!







Perda de líquido amniótico

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Como ocorre a fecundação



Sabemos que para engravidar (gravidez natural) é necessário ovular, ter o óvulo fecundado, esperar que o embrião se implante no útero e voilà: ocorre a gravidez! Embora a ideia é simples, cada etapa dessa linda jornada tem suas particularidades e conhecer como funciona o passo-a-passo depois que ovularmos, ajudará a não ficar tão ansiosa quando alguém disser que ainda é cedo para fazer o teste de gravidez. 


Antes da fecundação há a ovulação



Tudo começa no ovário, que é uma massa em ebulição lenta e constante. Dentro dele formam-se os folículos dentro das quais amadurecem os chamados oócitos (oo = ovo; cito = célula), que ao se desenvolverem transformam-se em óvulos. Folículo e oócito crescem lentamente, o primeiro um pouco mais depressa. Quando alcança o dobro de seu volume primitivo, o oócito começa a apresentar uma membrana espessa e elástica, chamada zona pelúcida. O folículo que circunda o oócito cresce também e se aproxima da superfície do ovário, já então com o nome de folículo de Graaf. E o oócito dentro dele passa a chamar-se óvulo. Finalmente, como uma bolha pastosa, o folículo se rompe na superfície do ovário (mas não estoura) e libera o óvulo na cavidade abdominal (ovulação). O óvulo vagueia livre, circundado por material folicular que o acompanha e envolve como um chumaço: a coroa radiada, formada por uma aglomeração de pequeninas células).



Captação do óvulo pela trompa



Antes da liberação do óvulo, ocorre uma lenta aproximação mútua da trompa e do ovário. Ocorre uma tentativa de encurtar a distância entre os dois órgãos, deixando o trajeto ovário-trompa mais fácil de ser percorrido.

A trompa começa fazer movimentos, como ondas rítmicas que a percorrem toda, no sentido do útero. Mas o fator mais importante na captação e movimentação do óvulo provém dos movimentos ondulatórios dos cílios que forram o interior da trompa. Daí resulta a movimentação dos líquidos abdominais, numa corrente dirigida para a cavidade uterina. A trompa atua como um exaustor e tenta aspirar o óvulo, que não é dotado de movimento próprio. 

Apesar desse mecanismo, o óvulo de vez em quando se perde e fica vagueando pela cavidade abdominal, onde, em casos raros, pode ser fecundado. Além disso, sabe-se que se uma mulher for dotada apenas do ovário esquerdo e trompa da direita, ou vice-versa, o óvulo contornará misteriosamente o útero, para penetrar na trompa do lado oposto. Os ovários em geral produzem óvulos alternadamente, mas nem sempre. E se um dos ovários for extirpado, a mulher continuará a menstruar todo mês, porque o ovário remanescente assumirá as funções do outro.


Tempo em que pode ocorrer a fecundação



Para que haja uma possibilidade de gravidez o óvulo deve ser fecundado nas primeiras 24 horas após a ovulação. Se não for fecundado, entrará, rapidamente em deterioração e perderá as suas capacidades reprodutivas. Isso não quer dizer que só possamos engravidar durante 24 horas. Isto apenas significa que a fecundação só pode ocorrer durante esse período de tempo. 
Ocorre que, embora o óvulo tem uma "vida" curta no que toca a capacidade de gerar uma vida os espermatozoides tem um tempo de vida maior, permitindo que, caso a mulher tenha tido relação no período fértil, possa haver espermatozoides prontos para a fecundação no momento em que o óvulo for liberado. Em média, um espermatozoide sobrevive de 3 a 5 dias dentro do corpo da mulher, mas a taxa de sobrevivência de alguns espécimes poderá ir até 7 dias! (Descubra mais sobre o tempo de vida do espermatozoide!)

De acordo com evidências científicas, toda esta jornada de 12 cm requer aproximadamente de 30 a 40 minutos. De forma simples: se a ovulação ocorrer nas 24 horas anteriores ao final da jornada dos espermatozoides, o óvulo estará na trompa a aguardar e ainda poderá ser fertilizado. Se a ovulação ocorrer mais de 24 horas antes da ejaculação, o óvulo já terá começado a deteriorar-se e fragmentar-se, tornando impossível a fertilização. E por fim, se a ovulação ainda não ocorreu (até 2 ou 3 dias) após a relação sexual, o espermatozoide estará vivo, esperando encontrar com o óvulo e realizar a fertilização. 




Na corrida pela fecundação



Quando o homem ejacula, ele  libera no corpo da mulher, de 2 a 5 centímetros cúbicos de esperma. Cada centímetro cúbico contém aproximadamente de 100 a 200 milhões de espermatozoides, às vezes mais, e cada espermatozoide mede em torno de 2,7 milésimos de milímetro. Ejaculados na vagina, lago seminal e alguns diretamente no canal do colo do útero, dezenas ou centenas de milhões de espermatozoides procuram sair do inóspito meio ácido da vagina, em rápidos movimentos ondulatórios de sua longa cauda. 



É a maior competição de natação do mundo. À velocidade média de 2 a 3 milímetros por minuto, os espermatozoides nadam até o colo do útero, transpõem o canal cervical, penetram no útero, nadam pelos líquidos da parede uterina até a entrada da trompa e atravessam-na quase toda para interceptar o óvulo no terço externo do conduto, ou seja a região ampular, próxima do pavilhão da trompa. Todo o trajeto é feito em pouco mais de uma hora. Isso equivaleria ao esforço de um nadador que percorresse 1800 metros por minuto, numa extensão comparável à da travessia do Canal da Mancha. E de mergulho, porque os espermatozoides carregam consigo o próprio oxigênio. E mais: contra a corrente, na maior parte do trajeto.


Por que os espermatozoides correm para o óvulo?


Alguma vez já parou para pensar no motivo dos espermatozoides façam o caminho certinho da entrada do útero até o óvulo? Ocorre que o óvulo contém substâncias químicas que funcionam como um imã para os espermatozoides. Quando ovulamos, essas substâncias causam uma atração irresistível para os peixinhos, fazendo-os percorrerem todo o caminho nada fácil para chegar ao óvulo. Além disso, substâncias do sêmen estimulam as contrações da musculatura do útero, que juntamente com os movimentos dos flagelos, levam os espermatozoides até a tuba uterina.



Existirá apenas um campeão!



Milhares de espermatozoides morrem no caminho, uma vez que o ambiente vaginal é ácido e há células de defesa prontas para eliminar os "invasores", já que o sistema imunológico da mãe tem a função de destruir qualquer corpo estranho existente em seu organismo. No entanto, outros milhares de "sobreviventes" continuam juntos a lutar contra as barreiras para entrarem no óvulo.

Ao encostar nas camadas mais externas do óvulo, acontece uma reação no acrossomo dos espermatozoides liberando enzimas digestivas que ajudam a dispersar as células foliculares.

Após um árduo trabalho, apenas um espermatozoide penetra o óvulo (o processo de penetração leva cerca de 20 minutos) e neste exato momento, uma contra-ordem elétrica se produz na membrana situada por baixo da zona pelúcida, que se fecha, impedindo a entrada de qualquer outro. Quando o primeiro espermatozoide atingir a membrana vitelínica, mais interna, impedirá a entrada de outros.


Momento da fecundação



No momento da penetração, a cabeça do espermatozoide mergulha no óvulo. Mas a cauda, aquele precioso instrumento de locomoção, fica de fora. Já dentro do óvulo, a cabeça aumenta em quatro vezes seu tamanho original, abre-se e libera o núcleo que traz toda a bagagem genética do pai. Uma vez liberado, ele vai de encontro ao núcleo do óvulo, que possui a bagagem genética da mãe. No momento do encontro, os dois núcleos fundem-se e é produzido o amálgama cromossômico. A união dos conteúdos dos pronúcleos masculino e feminino é um processo chamado cariogamia. É nesse momento que é originado o zigoto, a primeira célula do novo ser.


Fertilização do óvulo


O óvulo deixa de ser o que era e passa a se chamar "ovo" ou "célula-ovo" e o núcleo do espermatozoide deixa de existir. 



Uma das coisas mais importantes que acontece durante a fusão dos núcleos é a definição do sexo deste novo ser. Tanto o núcleo do óvulo como o núcleo do espermatozoide carregam no seu interior 23 cromossomos, bastões microscópicos com todas as características biológicas. Da fusão dos dois núcleos resultam 46 cromossomos, dispostos em pares. Mas o último par é que irá definir o sexo do embrião: se for XX será uma menina; se for XY, um menino. O núcleo do óvulo é sempre portador de cromossomos X. Portanto, quem determina o sexo é o núcleo do espermatozoide: 50% dos espermatozoides carrega, em seu núcleo, um cromossomo X, os outros 50%, um Y. Assim, as chances de conceber uma menina ou um menino, são absolutamente iguais.

Devemos lembrar que os espermatozoides com carga XX (menina) são mais resistentes, enquanto os de carga XY (menino) são mais rápidos. Então, caso a relação tenha ocorrido dias antes da ovulação, é mais fácil que tenha espermatozoides que irão fecundar uma menina, já que são mais resistentes, enquanto que em relações mais próximas a ovulação, provavelmente será fecundado por um espermatozoide com carga masculina, que chegarão mais rápido ao óvulo.


Formação do embrião



A partir da formação do zigoto começa um processo de divisões celulares que originará muitas células. Essas segmentações ou clivagens do zigoto marcam o início do desenvolvimento embrionário. Quando chega a um estágio chamado blastocisto, o embrião poderá se implantar na parede uterina.
A primeira clivagem ocorrer cerca de 24 horas após a fertilização, portanto no 2º dia após as relações sexuais a partir daí, a cada doze ou quinze horas, ocorre uma nova divisão,  e o blastocisto é formado entre o 4º e o 7ºdia.


Formação de gêmeos



Eventualmente se a mulher liberar dois ovócitos ou mais durante a ovulação, e ambos forem fecundados, serão formados dois zigotos que originarão dois embriões com características diferentes. Se os embriões fizerem a nidação e se desenvolverem, nascerão gêmeos dizigóticos, também chamados fraternos ou bivitelinos.



Se um único zigoto durante as clivagens se separar e formar dois embriões, eles terão as mesmas características, sendo chamados gêmeos monozigóticos ou univitelinos. Dependendo do estágio em que ocorre a divisão do zigoto em dois embriões, eles poderão ter a própria placenta e bolsa amniótica ou compartilhá-la. Na maioria dos casos, esse processo ocorre entre o 4º e o 10º dias do desenvolvimento embrionário, de tal forma, que cada embrião tem seu cordão umbilical mas compartilham a mesma placenta e bolsa amniótica.


Fertilização in vitro


Quando existe qualquer dificuldade do casal em conceber, existe a possibilidade de fazer a fertilização artificialmente em laboratório, através de um processo chamado fertilização in vitro.

Na fertilização in vitro os óvulos são fertilizados fora do corpo da mulher e depois introduzidos dentro do útero para que ele possa se desenvolver. Entretanto, muitas vezes o óvulo fecundado não consegue se fixar na parede do endométrio e se desenvolver, por isso é comum que tenha que se repetir o processo. Conheça melhor o processo de fertilização in vitro nesse post!


Percurso até o útero


Enquanto ocorre essa divisão, o ovo caminha em direção ao útero guiado pelos cílios da trompa. Este tempo de percurso dentro da trompa é muito crítico, pois o novo ser, também está exposto aos ataques do sistema imunológico da mãe. Pesquisas revelam que um em cada três óvulos fecundados não evoluem para uma gravidez, isto é, ela não pega e o ovo é espontaneamente expulso durante as duas primeiras semanas, antes mesmo do atraso das regras. Inúmeras vezes isso passa despercebido para a mulher. A menstruação ocorre, podendo atrasar alguns dias e costuma ser mais abundante que o normal. Este abortamento natural poderia ser um mecanismo natural de defesa da nossa espécie, para impedir nascimentos de crianças prejudicadas por irregularidades na divisão celular, como por outros problemas com o ovo, também é conhecido como gravidez química. (Saiba mais a respeito de gravidez química!)


Nidação e Início da Gravidez


Se houver implantação ou nidação do blastocisto na parede do endométrio uterino, iniciará a gravidez, caso contrário ele será eliminado junto com a menstruação. A nidação pode ocorrer cerca de 1 semana após fecundação. Conheça mais detalhes da nidação!

Como podemos notar, a fecundação é um processo que não ocorre de um dia para o outro. Algumas mulheres ficam extremamente ansiosas quanto ao tempo para fazer o teste de gravidez. A verdade é que por não se saber exatamente o dia da ovulação (mesmo os testes de ovulação indicam que a mesma pode ocorrer de 24 a 48h após o positivo), a menos que se faça ultrassom, não se pode calcular com exatidão os dias que levarão para que todo o processo tenha fim e que consigamos ter o positivo. Assim, o melhor é mesmo esperar que se passe ao menos o dia esperado da menstruação para que não se tenha a tristeza de um falso negativo. Paciência é a primeira regra que toda pré-mãe deve aprender, ainda que seja muito mais difícil fazer do que falar. Até a próxima!

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