A gravidez é um acontecimento que traz muitas emoções e mexe inteiramente com o dia a dia não apenas da gestante mas de toda a família, causando uma verdadeira revolução. São meses preparando a chegada do baby. Preparação que vai desde o enxoval, quartinho, roupas, alimentação até o acompanhamento pré-natal. Este último sendo fundamental para garantir um bom desenvolvimento da gravidez sem problemas para a mãe e para o bebê. Algumas dúvidas podem surgir quanto ao acompanhamento da gravidez. Dentre as dúvidas está a monitoração através do exame de ultrassom, quando fazer, quantos exames são necessários, existe um limite ou se é seguro são as questões mais frequentes. Vamos esclarecer algumas delas!
Quando fazer a primeira ultrassom?
Logo no comecinho da gravidez é possível identificar o embrião a partir de 5 semanas, isso se o exame for feito por via transvaginal. Quando o exame é realizado via suprapúbica (região acima do músculo ilíaco; superior a Púbis) só é possível identificar o embrião a partir de 6 semanas de gestação. Contudo, é mais comum o acompanhamento através do exame via transvaginal.
Ultrassom Transvaginal |
Ultrassom Suprapúbico |
Nessa fase, o embrião mede apenas alguns milímetros e já se identifica seu batimento cardíaco. Alguns dias antes de ver o embrião, podemos identificar o saco gestacional e a vesícula vitelina.
A contagem das semanas de gravidez é feita a partir do 1º dia da última menstruação (aprenda a contar o tempo de gestação aqui).
Existe uma quantidade ideal de ultrassons a serem feitos durante a gravidez?
Não há uma quantidade ideal de quantos exames devem ser feitos durante a gestação. Na verdade o número de ultrassons deverá ser definida pelo médico, que determinará a necessidade conforme a gravidez progride ou caso precise de um acompanhamento mais detalhado. Contudo, há um mínimo necessário para o acompanhamento que são ao menos 3 exames de ultrassom, sendo uma em cada trimestre da gravidez.
Primeiro Trimestre - Realizado entre a 11ª a 14ª semanas da gravidez, serve para medir a translucência nucal. Essa medida possibilita avaliar o risco do feto ter algumas doenças, entre elas a Síndrome de Down e as cardiopatias congênitas. Fetos com malformações ou doenças genéticas possuem uma tendência a acumular liquido na região da nuca. Trata-se de um exame de rastreamento e não um exame de diagnóstico.
Segundo Trimestre - Realizado entre a 20ª e a 24ª semanas. Esse exame ajuda a avaliar a morfologia do bebê, ou seja, além de calcular a idade gestacional do bebê, pode-se avaliar o tamanho do bebê, medindo a cabeça, tórax, abdômen e do fêmur, avaliar o crescimento e o desenvolvimento do bebê, mostrar os batimentos cardíacos do bebê, localizar a placenta, e também mostrar anormalidades no bebê e possíveis doenças ou malformações. Normalmente nesse exame também pode-se ter mais certeza do sexo do bebê, isso claro se as perninhas permitirem!
Terceiro Trimestre - Pode ser realizado entre a 33ª e 34ª semanas. Trata-se de uma revisão da ultrassom morfológica do segundo trimestre. Algumas mães podem também fazer o exame caso não tenham feito no segundo trimestre. Nesse exame há o acompanhamento do crescimento, quantidade de líquido amniótico e também o aspecto da placenta.
Qual das 3 ultrassons é a mais importante?
Todos os três exames são importantes. O primeiro exame confirma a gestação, identifica o local da implantação, determina a idade gestacional e pode ainda medir a translucência nucal. O segundo exame também determina a idade gestacional, avalia o crescimento e principalmente a morfologia fetal. O terceiro exame avalia o crescimento, a quantidade de líquido e a placenta, e revisa a morfologia. Tudo isso pode ser avaliado também no segundo trimestre, mas patologias típicas do terceiro trimestre podem levar a alterações de líquido e da placenta, daí uma maior importância nesta fase.
Qual o limite máximo de ultrassons recomendados?
Embora não haja uma recomendação exata, o médico obstetra deverá indicar o número que acredita ser necessário. Porém é importante evitar esse recurso de forma excessiva, já que pode deixar a gestante muito ansiosa, e em alguns casos, o resultado não é definitivo, podendo angustiar a mãe sem necessidade.
A gestante de alto risco necessita de acompanhamento de perto do seu obstetra. O ultrassom é um complemento do exame clínico e fica a critério do obstetra. É possível que a gestante de alto risco faça alguns exames a mais e o Doppler teria indicação no acompanhamento dessas gestantes.
Quais problemas ou doenças o ultrassom pode detectar?
Existe muitos tipos de problemas de malformações, sendo impossível listar a todos. Alguns exemplos são: alterações do encéfalo (anencefalia ou ausência do cérebro), alterações da coluna vertebral (mielomeningocele), alterações da face (fenda labial ou lábio leporino), alguns tipos de malformações cardíacas, malformações da parede abdominal, de órgãos internos ou dos membros.
É importante destacar que o ultrassom tem sensibilidade por volta de 85% na detecção de malformações estruturais. Há malformações muito discretas, de difícil identificação, além de limitações inerentes ao método, à posição fetal etc. Assim, pode acontecer do bebê nascer com uma malformação não identificada no exame, também pode ocorrer do diagnóstico de uma malformação ser equivocado. Nesse caso, recomenda-se a confirmação do diagnóstico com outro ultrassonografista especializado na área de Medicina Fetal.
Todos os ultrassons são iguais?
Ultrassom 4D |
Há diferenças entre os exames de ultrassom. Alguns permitem que sejam avaliados mais detalhadamente patologias do fluxo útero-placentário e do fluxo feto-placentário, onde há necessidade de avaliação com o Doppler. É importante em casos de diabetes, hipertensão, retardo do crescimento fetal, entre outras. O ultrassom 3D permite mais detalhes da anatomia da superfície e pode ser indicado em casos de malformações. Esse ultrassom permite que os pais visualizem melhor o rostinho do bebê. Também existe o ultrassom em tempo real, chamado de 4D.
Intervenções intra-uterina e cuidados pós-parto
Há casos em que o ultrassom indicará a necessidade de cuidados ainda dentro do útero como transfusões sangüíneas, derivações (ventriculares, renais), punções de líquido amniótico, com finalidade terapêutica. Em outros casos, o exame ajudará na detecção de problemas que necessitarão de cuidados logo ao nascer. Nesses casos pode-se já optar pela internação em centro de referência onde exista UTI neonatal e especialistas na área de pediatria como cardiologistas pediátricos e cirurgiões cardíacos, aptos para atender o recém-nascido cardiopata.
Quando pode-se saber o sexo do bebê?
O sexo do bebê é determinado no momento da concepção, contudo apenas será possível visualizar a genitália do baby com a determinação adequada do sexo a partir da 16ª semana de gestação. Lembre-se no entanto que isso só é possível quando a posição do bebê permite. Alguns bebês ficam "sentados" sobre as pernas, ou pernas cruzadas, o que dificulta ou impossibilita a avaliação da genitália. Contudo, existe um método que permite determinar o sexo do bebê a partir da 6ª semana de gestação. Saiba mais sobre o método Ramzi.
Preparação para o exame de ultrassom
Em caso de exame de ultrassom por via transvaginal é necessário estar com a bexiga vazia. Quando o exame é via suprapúbica, se não chegou a 12ª semana de gestação, é necessário beber de quatro a cinco copos de água uma hora antes do exame. A partir do 2º trimestre não há necessidade de beber água para o exame.
O exame não é doloroso e o único desconforto é ficar de barriga para cima na fase final da gravidez. Não há nenhum estudo que comprove efeitos nocivos ou contra-indicações para a realização do exame.
Gravar o exame de ultrassom
Guardar esse momento tão bonito, quando é possível ver o bebê que ainda não nasceu, tem importância não apenas afetiva, como também pode ajudar em caso de síndromes fetais complexas, onde a discussão com outros colegas especialistas é de grande valia, para chegar a um diagnóstico preciso e determinar o prognóstico daquele bebê afetado.
Até a próxima!
Fonte: Feminíssima
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