quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Endométrio Atrófico

Para que ocorra a gravidez, uma série de etapas devem ocorrer de forma sistemática sem que haja problemas em nenhuma delas. Deve-se haver a liberação do óvulo pelo folículo, que seguirá depois pela trompa de Falópio até que os espermatozoides alcancem o mesmo para então finalizar o caminho até o útero. A última etapa e mais crucial é a fixação do embrião no endométrio, a qual chamamos de nidação.
Para que tudo ocorra nesta fase é necessário que o útero esteja apto a receber o embrião. E para isso o endométrio deve estar espesso de forma a permitir a devida fixação do embrião. A espessura mínima para garantir a devida fixação segura do embrião é de 8mm.


O que é endométrio?


Ao iniciar um ciclo a camada que reveste a parede uterina se desfaz, dando origem à menstruação, que nada mais é que o endométrio sendo descamado. Simplificando, todo aquele sangue do início do ciclo é de fato o endométrio sendo eliminado. Após o fim dessa eliminação uma nova camada vai se formado no útero à espera de nova oportunidade de gerar uma vida. Nosso corpo se prepara ciclo após ciclo para a reprodução. O endométrio é um tecido ricamente vascularizado, rico em vasos sanguíneos e glândulas especializadas, são formados e destruídos periodicamente no ciclo menstrual, em resposta às alterações hormonais.

Para que o embrião se desenvolva é necessário garantir sua nutrição, de forma que cabe ao endométrio prover os nutrientes e oxigênio, através dos vasos sanguíneos, até que a placenta seja formada e passe a controlar isso.


Três estágios do endométrio: folicular, luteal e menstrual. Ilustração: vetpathologist / Shutterstock.com
Três estágios do endométrio: folicular, luteal e menstrual. Ilustração: vetpathologist / Shutterstock.com





O endométrio passa por três estágios durante cada fase do ciclo menstrual, com o passar do ciclo ele fica mais espesso e apto para que haja a nidação. Os responsáveis pela alteração das camadas do endométrio são os hormônios, estrogênio e progesterona, que vão determinar, qual a espessura do mesmo de acordo com cada fase do ciclo.

O endométrio é composto de duas camadas, a funcional e a basal. A camada funcional é adjacente à cavidade uterina e é ela que é expelida e reconstruída durante a menstruação. A camada basal, localizada ao lado do miométrio (camada intermediária do útero) e abaixo da camada funcional é responsável pela construção da camada interna após a menstruação. Esta camada contém todos os elementos que irá restaurar o endométrio para prepará-lo para uma gestação futura.


O que é endométrio atrófico 



Como foi dito, existe uma espessura mínima para que o embrião tenha uma fixação segura, acontece que em alguns casos essas espessura não é alcançada devido a algum desequilíbrio hormonal. E quando isso acontece, dizemos que o endométrio é atrófico, ou seja, ele está fino demais. Isso ocorre quando sua espessura é inferior à 6mm. Nesses casos, o embrião não conseguirá "se afundar" o suficiente no endométrio para que possa crescer. 

O descontrole do hormônio estrogênio pode fazer com que a mulher não consiga engrossar seu endométrio naturalmente. Da mesma maneira, o desiquilíbrio do hormônio progesterona pode fazer com que não se possa manter o endométrio viável até que o embrião se fixe. É necessário que a última fase do ciclo menstrual, a lútea, dure o suficiente para que o zigoto possa chegar até ao útero. Normalmente esse fase deve durar pelo menos 12 dias, já que um ciclo muito curto, impede que haja tempo do embrião chegar ao endométrio.

O que fazer em caso de endométrio atrófico


Para que se possa diagnosticar se existe problemas na espessura do endométrio, o médico deverá acompanhar seu desenvolvimento através de ultrassom. Assim, poderá medir o engrossamento do mesmo durante o ciclo menstrual. Exames hormonais também serão necessários para determinar quais, caso hajam, hormônios estão em baixa ou em alta.

Quando há um nível insuficiente de progesterona, pode-se optar pela reposição hormonal através de medicamentos como Ultrogestan, Evocanil ou Duphaston. Opções naturais, como o consumo de inhame ou do seu chá, também costumam favorece o déficit de progesterona. Em casos onde existe um atrofiamento mais severo, alguns outros medicamentos podem ser essenciais. Muitas mulheres que fizeram uso prolongado de anticoncepcionais orais ou injetáveis sofrem com a espessura insatisfatória do endométrio após cessarem a contracepção. Os injetáveis são os que mais afetam o endométrio de um modo geral.

O que pode afetar o desenvolvimento do endométrio


O corpo é como uma máquina que quando não há situações adversas ou externas, costuma funcionar com a precisão de um relógio suíço. Assim sendo, qualquer elemento que altere o funcionamento do mesmo pode prejudicar seu bom andamento. É o caso quando há o uso de anticoncepcionais, principalmente injetáveis, pois os mesmos impedem o trabalho normal dos ovários. Os contraceptivos paralisam o estímulo hormonal que controla o crescimento do endométrio, de forma que leva um tempo até que o corpo se recupere completamente assumindo o controle do funcionamento do mesmo. Normalmente, num período mínimo de 3 meses, o corpo vai se recuperando, contudo, há casos, considerados exceções, em que o corpo consegue retomar seu ritmo muito antes disso. 

Uso de indutores de ovulação também afetam o engrossamento do endométrio, de forma que seu uso (indicado pelo médico) deve ser acompanhado de reposição de progesterona para aumentar a espessura endometrial. 

É importante o acompanhamento médico durante as tentativas de engravidar, pois, como se vê, qualquer alteração, por menor que seja, afeta e muito o ciclo menstrual, de maneira a atrasar ainda mais a chegada do positivo. Conhecimento de si e do seu ciclo é a chave do negócio! Até a próxima. 

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