Durante as tentativas para engravidar, sabemos da importância do Muco Cervical para sabermos o melhor período para namorar e aumentar as chances de conquistar o positivo. Contudo, poucas mulheres entendem melhor a anatomia uterina e também o papel do Colo Uterino ainda antes de ocorrer a fecundação e sua influência nas tentativas de engravidar.
As características anatômicas, funcionais, histológicas e patológicas tornam o colo do útero de grande importância para a saúde da mulher e as condições do canal cervical podem contribuir para a infertilidade.
O que é colo do útero?
O colo do útero, também chamado de cérvix, é a porção inferior do útero onde se encontra a abertura do órgão, localizando-se no fundo da vagina. O colo do útero separa os órgãos internos e externos da genitália feminina estando mais exposto ao risco de doenças e alterações relacionadas ao ato sexual.
O colo uterino apresenta formato cilíndrico e possui uma abertura central conhecida como canal cervical que liga o interior do útero à cavidade vaginal – local no qual ocorre a eliminação do fluxo menstrual e a entrada do esperma. É através do colo uterino que se dá a passagem do feto durante o parto vaginal.
Infertilidade e o fator cervical
Antes de ovular, o canal cervical produz o muco que é responsável pelo transporte e armazenamento dos espermatozoides no trato reprodutor feminino. Quando os espermatozoides entram em contato com o muco cervical, eles passam para a fase de maturação, ou seja, tornam-se capazes de fertilizar o óvulo.
Algumas vezes o muco pode conter a presença de proteínas (anticorpos) que matam ou imobilizam o espermatozoide. Exames do muco, do espermatozoide e de sangue podem ser necessários para detectar a presença dessas proteínas.
Teste Pós-Coito
Para determinar se o muco cervical pode estar contribuindo com a demora para engravidar, o médico pode pedir um teste pós-coito (PCT). O teste então indicará se existe uma hostilidade do muco cervical. A análise desse material revela a capacidade dos espermatozoides nadarem no muco.
Como é feito o teste Pós-Coito?
Como o nome sugere, o teste é realizado após determinado tempo após a relação sexual. O casal deve manter abstinência dos namoros por cerca de 3 dias antes do teste. Normalmente o teste é realizado durante o período ovulatório, entre 2-8 horas após a relação sexual, embora alguns laboratórios possam determinar o tempo máximo como até 4 horas após a relação. O teste é feito em laboratório, sem incômodos e leva poucos minutos. A coleta é semelhante a uma coleta de preventivo. Realizado com ajuda de um espéculo vaginal, o material obtido é distribuído sobre uma lâmina de microscópio e então analisado. O resultado pode ser informado mesmo dia, cerca de 30 minutos após a coleta.
Como é avaliado o resultado?
Se o número de espermatozoides se movimentando for muito baixo, pode ser indício de algum problema ligado à produção destes espermatozoides, à vagina, ao muco cervical ou problema imunológico.
Se a qualidade do muco for inadequada, o canal cervical pode não estar funcionando adequadamente. A explicação mais comum é de que o teste tenha sido feito no dia errado. Mas também pode haver algum problema ligado a cirurgias cervicais anteriores.
O médico avalia a amostra do muco cervical, onde a quantidade, qualidade (quanto mais transparente melhor) e também se os espermatozoides estão vivos e com boa motilidade.
É importante que antes de avaliar o muco cervical, um espermograma tenha sido feito para descartar problemas no esperma do parceiro.
Cuidados a serem tomados
Algumas vezes esses testes podem ter falhas por terem sido feitos sem o acompanhamento com ultrassom, onde não foi determinado o período mais fértil para fazer o exame. É importante também avaliar as modificações do muco cervical devido o uso de indutores de ovulação, já que eles tendem a diminuir a quantidade de muco cervical.
O que fazer caso o muco seja hostil?
O teste pós-coito deve sempre ser feito acompanhado de outros exames para descartar qualquer outro problema na concepção. Problemas cervicais geralmente são tratados com antibióticos, hormônios ou por inseminação intrauterina. Caso seja confirmado a hostilidade do muco cervical, pode-se optar pela inseminação artificial para driblar o muco hostil, já que os espermatozoides seriam depositados diretamente no útero.
Caso não seja possível a realização da inseminação, pode-se optar pelo uso de lubrificantes amigos da concepção, fabricados de forma a imitar o muco fértil, equilibrando o pH vaginal e facilitando que os espermatozoides fiquem vivos e móveis por mais tempo. Conheça alguns truques para melhorar o muco cervical.
É importante a mulher saber se fez biópsias, cirurgias, tratamentos com laser ou congelamento, papanicolau anormal ou se a mãe ingeriu o medicamento DES (dietilestilbestrol) enquanto esteve grávida, pois estas condições podem alterar a produção do muco cervical. Converse com seu médico e veja qual a melhor opção de tratamento para você. Até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário