Durante a gravidez, muitas são as preocupações das futuras mamães. São diversos exames que são feitos para tentar garantir que a gestação se desenvolva normalmente. O ultrassom é uma ferramenta fundamental no acompanhamento do desenvolvimento do bebê. Através desse exame pode-se obter várias informações de como anda a saúde do bebê. Uma dessas informações é a respeito da placenta, que indicará quais cuidados são essenciais para a mãe e o bebê, bem como também poderá indicar qual o tipo de parto é mais indicado. Conheça um pouco mais a respeito desse órgão fascinante!
O que é a placenta?
A placenta é um órgão vascular que une o feto à parede do útero materno, permitindo a passagem de materiais nutritivos e oxigênio para o sangue fetal e a eliminação de dióxido de carbono e resíduos nitrogenados. Trata-se então de órgão que só existe durante a gestação e tem a importante missão de cuidar do bebê, já que entre as suas diversas funções estão:
- Fornecer nutrientes e oxigênio ao bebê;
- Produção de hormônios;
- Proteção imunológica do bebê;
- Proteção do bebê contra impactos na barriga da mãe;
- Eliminar os resíduos que o bebê produz, como a urina.
Como a placenta é formada?
A placenta é uma das primeiras estruturas a se formarem com tecidos do útero e do feto. O crescimento inicial da placenta é rápido e no primeiro trimestre de gestação ela é maior que o bebê. Por volta das 16 semanas de gestação, a placenta e o bebê têm o mesmo tamanho, e no final da gravidez o bebê já está cerca de 6 vezes mais pesado que a placenta.
Após a realização de um parto normal, a placenta sai espontaneamente depois de 4 ou 5 contrações uterinas, que são bem menos dolorosas que as contrações que acontecem durante a saída do bebê.
A importância da localização da placenta
A localização da placenta é determinada pelo local onde o embrião se fixará após a fecundação no momento da nidação. A fixação geralmente ocorre na região mais alta do útero, logo abaixo da saída da trompa onde ocorreu a fecundação. No entanto, ela pode se fixar em outras regiões do útero e ocasionar preocupações com a gravidez. É o caso, por exemplo, da placenta que se implanta muito baixa ou, mais grave ainda, quando se fixa em torno do orifício de saída do útero. A complicação mais perigosa à mãe e seu bebê é o risco de sangramentos que podem ocorrer durante a gestação.
Classificação de acordo com a implantação
Fúndica - Esta é a região mais alta do útero, próxima aos orifícios de saída das trompas de Falópio ou tubas uterinas. É através destes condutos que o ovo chega ao útero e se implanta para iniciar o desenvolvimento do saco gestacional. É o local mais comum e mais seguro para o desenvolvimento da placenta.
Prévia completa simétrica - O nome se deve à posição da placenta, que obstrui o canal cervical completamente, com seu volume distribuído maneira uniforme.
Prévia completa assimétrica - Nesta situação, a placenta obstrui o canal cervical completamente, mas de maneira não uniforme. Observe que, no exemplo, a placenta está situada na porção posterior do útero.
Em úteros que sofreram cesária anterior, se a placenta se implantar sobre a área da cicatriz, poderão ocorrer problemas. A placenta poderá se infiltrar através da cicatriz cirúrgica e invadir o miométrio, chegando até a penetrar órgãos adjacentes como a bexiga. Este fenômeno é chamado de acretismo placentário e implica em cuidados especiais como acompanhamento pré-natal intensivo e parto com assistência mais complexa.
Prévia parcial - Nesta situação, a placenta obstrui apenas parcialmente o canal cervical.
Prévia marginal - Este é o nome dado à placenta cujo limite inferior se encontra próximo ao orifício cervical, sem obstruí-lo, porém. Pode ser chamada de implantação baixa simplesmente.
O posicionamento inadequado da placenta provoca sangramentos, afetando a oxigenação do bebê, colocando-o em perigo.
A gestação de toda mamãe deve ser levada com cuidados até os seus momentos finais. A placenta prévia é caracterizada por um sangramento vaginal indolor geralmente nas últimas 12 semanas de gestação, mas pode acontecer antes. A hemorragia representa risco de vida tanto para a mãe quanto para o bebê, mas é raro que ocorra morte. Se o sangramento não puder ser contido, ou se a mulher entrar em trabalho de parto prematuro, o bebê terá de nascer por cesariana, mesmo que ainda faltem várias semanas para a data prevista para o parto.
Algumas alterações que podem afetar a placenta além da placenta prévia são: Descolamento da Placenta, Placenta Acreta, Placenta Calcificada ou Envelhecida, Trombose Placentária e também a Rotura uterina. Conheça um pouco mais sobre essas alterações:
Descolamento da placenta
O descolamento prematuro da placenta é a separação antecipada de parte ou da totalidade da placenta da parede do útero, onde deveria se encontrar implantada até o nascimento do feto. Esse descolamento é mais comum no terceiro trimestre da gestação, embora possa ocorrer a qualquer momento, depois da vigésima semana de gravidez. Dependendo do grau do descolamento, o suprimento de oxigênio e de nutrientes para o bebê pode ser muito prejudicado e até mesmo cessar, ao tempo em que pode ocorrer um sangramento perigoso para o feto e para a gestante.
Placenta acreta
Acretismo placentário é quando a placenta se fixa profundamente na parede uterina, ultrapassando o limite normal de fixação. Ela pode ser classificada em acreta (quando está inserida profundamente na decídua – camada interna do útero), increta (quando chega a musculatura uterina) ou percreta (quando ultrapassa a musculatura uterina podendo invadir até órgãos adjacentes, como a bexiga).
Na placenta acreta, a placenta fica presa à parede uterina, resistindo para sair na hora do parto. Esse problema pode causar hemorragias com necessidade de transfusão de sangue e, nos casos mais graves, remoção total do útero e risco de vida para a mãe.
Placenta calcificada ou envelhecida
A placenta recebe uma classificação de acordo com seu grau de amadurecimento ou calcificação. Conforme a gravidez avança, ela vai ficando mais "dura" (calcificada), mas esse é um processo normal.
O grau de calcificação vai de 0 a 3 (normalmente escrito em números romanos, I, II ou III). A maior parte (70%) das gestações não chegará ao grau III placentário.
Mas uma placenta de grau III em gestação menor que 34 semanas alerta o obstetra para a possibilidade de o bebê começar a crescer num ritmo menor dentro do útero, e é possível que ele indique repouso e orientações de alimentação para tentar melhorar o crescimento fetal.
Além disso, o obstetra pode preferir fazer ultrassonografias mais frequentes, para acompanhar o desenvolvimento do bebê. Em geral, a mulher não apresenta sintomas e esse problema é identificado pelo médico nas ultrassonografias de rotina.
Trombose placentária
A trombose na placenta ocorre quando o sangue coagula em alguma veia ou artéria da placenta e o oxigênio e os nutrientes não chegam em quantidades suficientes ao feto, podendo provocar mal formações do feto, nascimento antes do tempo e até aborto.
Geralmente, a trombose na placenta ocorre em grávidas que apresentam o sangue mais grosso do que o normal, e por isso, é recomendado fazer um exame de coagulação do sangue para avaliar o risco de desenvolver trombose na placenta durante a gravidez.
Apesar de essa complicação poder causar abortos, ela também pode não causar problemas à gravidez e passar despercebida.
Rotura uterina
É o rompimento da musculatura uterina durante a gravidez ou o parto, podendo causar parto prematuro e morte materna ou fetal. A rotura uterina é uma complicação rara, tratada com cirurgia durante o parto, e seus sintomas são dor intensa, sangramento vaginal e diminuição dos batimentos cardíacos do feto.
A rotura uterina é um processo lento e progressivo, que inicialmente apresenta-se assintomática. Ocorre em úteros predispostos pelo enfraquecimento da parede por cicatriz prévia de cesariana, miomectomia e outras cirurgias uterinas. Pode ser espontânea ou secundária a traumas.
Como prevenir problemas com a placenta?
O bom acompanhamento médico é o melhor método para identificar qualquer problema no desenvolvimento da gravidez. É necessário manter as rotinas de exames em cada etapa da gestação, seguindo à risca todas as recomendações de controle da saúde. Além, é claro, de adotar um estilo de vida mais saudável, sem fumar ou ingerir qualquer droga, com uma alimentação equilibrada e exercícios regulares.
É importante estar atenta aos sinais que podem indicar alguma complicação, ainda que seja apenas intuição materna. E em casos de sangramento vaginal ou dor uterina intensa, deve-se procurar o médico. Até a próxima!
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