segunda-feira, 17 de abril de 2017

Exame do Cotonete - Estreptococos B


Sabemos o quanto é importante o acompanhamento pré-natal durante a gravidez. Dentre os exames feitos durante a gestação está o exame do cotonete ou Estreptococos B. Esse exame serve para identificar a presença ou a ausência de micro-organismos que podem ser perigosos para a criança. Conheça mais sobre o exame a seguir:


O que é o Estreptococos B?


O Estreptococos do grupo B, também chamado de Streptococcus agalactiae, é uma bactéria extremamente comum, que costuma colonizar as regiões vaginal, intestinal e retal das mulheres. O Estreptococos B não costuma provocar doenças em pessoas sadias, mas pode causar complicações em mulheres grávidas e ser transmitido para o bebê durante o parto.


Como ocorre a infecção?


Apesar de ser encontrado habitualmente na região genital feminina, o Estreptococo do grupo B não é uma DST, ou seja, não é uma bactéria transmitida pela via sexual. A maioria das mulheres com a região vaginal colonizada foi contaminada por Estreptococos que vieram dos seu próprio intestino ou da região retal.

Nos recém-nascidos, a infecção pelo Streptococcus agalactiae pode ocorrer ainda dentro do útero, por invasão do líquido amniótico, conhecido popularmente como bolsa d’água, ou somente na hora do parto, durante a passagem pela canal vaginal. Esta última via é a mais comum.


Infecção urinária por Estreptococos na gravidez


Entre 10% a 30% das grávidas apresentam colonização da urina pela bactéria Streptococcus agalactiae. Em algumas destas gestantes, a bactéria provoca infecção da bexiga, conhecida como cistite, ou pielonefrite, que é a infecção dos rins. A maioria das pacientes, porém, não apresenta infecção urinária apenas colonização da urina pelo Estreptococos do grupo B.

O problema é que a bacteriúria assintomática, nome dado à simples presença da bactéria na urina sem sinais ou sintomas de infecção urinária, é um grande fator de risco para complicações na gestação, tais como, parto prematuro, aborto e contaminação do líquido aminótico.

Infecção do líquido aminótico pelo Estreptococos B


A infecção da bolsa d’água, chamada em medicina de corioamnionite, é uma invasão bacteriana do líquido amniótico, membranas fetais ou placenta. Os sinais e sintomas da corioamnionite incluem febre, dor no útero, aumento da frequência cardíaca fetal e presença de pus no líquido aminótico.

A infecção do líquido amniótico ocorre geralmente durante a rotura da bolsa no início do trabalho de parto em mulheres colonizadas pelo Estreptococos B. Trabalhos de parto prolongados, com várias horas de duração, ou casos de roturas prematuras da bolsa, são aqueles com maior risco. Todavia, a corioamnionite pode surgir antes da rotura da bolsa d’água, como nos casos de grávidas com infecção urinária, principalmente pielonefrite.

Infecção do útero pelo Estreptococos B


A infecção da parede do útero, chamada de endometrite, é uma complicação que pode ocorrer após o parto das gestantes contaminadas pelo Estreptococos do grupo B. Dor abdominal, febre e sangramento uterino são sinais e sintomas que sugerem uma infecção no período pós-parto.

Infecção do recém-nascido pelo Estreptococos B


Apesar dos riscos da mãe desenvolver complicações pelo Streptococcus agalactiae, a grande preocupação é sempre a contaminação do bebê durante o parto. A transmissão da bactéria se dá habitualmente após a rotura da bolsa ou durante a passagem do bebê pelo canal vaginal.

As complicações derivadas da infecção neonatal podem ocorrer precocemente, nas primeiras horas de vida do bebê, ou tardiamente, somente semanas depois do parto.

A infecção precoce do recém-nascido pelo Estreptococos do grupo B é aquela que ocorre dentro dos primeiros 7 dias de vida, habitualmente dentro das primeiras 24 horas, e se manifesta como um quadro de pneumonia, meningite ou sepse sem ponto de partida definido.

Febre, dificuldade para mamar e dificuldade respiratória são os sintomas mais frequentes neste tipo de infecção. Crise convulsiva, fraqueza ou rigidez muscular também podem ocorrer. A mortalidade nos casos precoces é de cerca de 3% nos bebês nascidos com mais de 37 semanas e de 20% nos bebês prematuros.

A infecção tardia do recém-nascido pelo Estreptococos do grupo B é aquela que ocorre após a primeira semana de vida. Sepse e meningite são as apresentações mais comuns. A mortalidade nos casos tardios é de cerca de 2% nos bebês nascido com mais de 37 semanas e de 6% nos bebês prematuros.

É importante destacar que nem todo bebê nascido de mães colonizadas pelo Estreptococos do grupo B irá apresentar problemas. Na verdade, apenas 1 em cada 200 são infectados e desenvolvem doença.


Como fazer o exame?


A realização do exame do cotonete deve ser solicitada pelas gestantes aos médicos que realizam o acompanhamento pré-natal. Normalmente o exame é feito entre a 35ª e a 37ª semana de gestação, já que a bactéria pode surgir e desaparecer várias vezes ao longo da gravidez, mas só é preocupante se for detectada no período próximo ao parto.

A coleta do material vaginal e retal é indolor e o resultado fica pronto em 2 ou 3 dias. Não é recomendado banho ou higiene íntima antes da coleta.


Por que é chamado de exame do cotonete?



O nome do teste é relativo ao equipamento utilizado para coletar o material do canal vaginal e da região anal, que é semelhante a uma haste flexível. O material é enviado a um laboratório, que faz análise rápida para evitar que o parto ocorra antes de a mãe ter o resultado.


Se o exame der positivo?


O resultado positivo indica que a mãe está colonizada com a bactéria. Estar colonizada pelo Streptococcus agalactiae significa apenas que será necessária a administração de antibiótico durante o parto para impedir a transmissão da bactéria para o feto.

A mãe que tem o resultado positivo no teste, mesmo que tenha realizado os tratamentos preventivos, deve ficar atenta aos sinais do bebê nos primeiros sete dias. Desconforto respiratório, temperatura corporal muito alta ou muito baixa, frequência cardíaca acima de 90 BPM, choque séptico, pneumonia e meningite são sintomas indicados pela Sociedade Brasileira de Pediatria.


Pode ser tratado logo no início da gravidez?


O teste do cotonete só é feito no final da gravidez porque a colonização da vagina pelo Estreptococos B pode desaparecer sozinha ao longo da gestação. E mesmo que ele seja tratado no início da gravidez, a bactéria pode retornar ao longo dos meses. Além disso, excetuando-se os casos de infecção urinária, a grande maioria das mulheres colonizadas não apresenta complicações durante a gravidez. Por isso, se o exame de urina for negativo, ter a bactéria durante a gestação não acarreta em maiores problemas. O importante mesmo é saber se o Estreptococos do grupo B está presente na hora do parto, e não meses antes.


Como é feito o tratamento?


Durante o trabalho de parto é administrado antibiótico por via venosa. Os dois mais usados são a penicilina ou a ampicilina, que devem ser administradas a cada 4 horas até o nascimento do bebê.

O tratamento com antibióticos não precisa ser feito se o parto for cesariano e não houver rompimento da bolsa d’água, chamado de Parto Empelicado. Neste caso, não há risco das bactérias presentes no canal vaginal chegarem até o bebê. Entretanto, se a bolsa romper antes da cesariana ser iniciada, a administração de antibiótico está indicada.

Tanto a ampicilina quanto a penicilina são antibióticos seguros para o bebê.

Ainda que seu médico não tenha pedido o exame você poderá solicitar que seja feito. Converse com seu médico a respeito. Até a próxima!

Fonte: MDSaude

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2 comentários:

  1. Fiz o exame agora nas 35s,saiu o resultado.Negativo.Tanto para o Streptococcus como para as outras culturas de urina.Só que fiquei na dúvida e com receio de ter sido falso negativo(apesar de não ter nenhum sintoma e nenhuma secreção estranha vaginal) por que a técnica que realizou o exame fez algo diferente do protocolo.A orientação era ficar no mínimo 4 horas sem urinar...aí fui ao laboratório cedinho...só que qdo ela foi coletar,disse que minha vagina tava muito sequinha(sempre foi assim),não conseguiu tirar nada de secreção.Aí,mandou eu ir fazer xixi...esperar 30 minutos e voltar.Aí coletou.Fiz o exame e deu negativo.Não quero ficar procurando doença,mas será que a urnia não pode atrapalhar esse resultado?

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  2. O melhor é conversar com seu médico a respeito. Espero que tenhas um parto tranquilo. ☺️

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